quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A COMISSÃO DE AUTOCARAVANISMO EXISTE?



A COMISSÃO DE AUTOCARAVANISMO EXISTE?
                                                                             

O direito à informação…
…passa pela obrigação de informar.


Os factos:

A existência de uma Comissão de Autocaravanismo, com o enquadramento jurídico que lhe era dado pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP), terá existido, segundo ouvi dizer, antes de 2010.

Uma procura através do Portal do Google transporta-nos para a existência de uma Comissão de Autocaravanismo da FCMP, mas só posteriormente a 2012.

A necessidade da existência de uma Comissão de Autocaravanismo de expressão e âmbito nacional foi reconhecida pela FCMP conforme se pode depreender do texto inserido na Revista da Associação Autocaravanista de Portugal – CPA (CPA), “O Autocaravanista”, número 20, de Abril/Maio/Junho de 2011 a páginas 13 (ver AQUI).

Sabemos, também, que em novembro de 2011 o então Presidente da FCMP foi instado pelo CPA a desenvolver o processo de constituição da Comissão de Autocaravanismo sem que o tenha feito conforme é dito a 1 de Julho de 2012 no Comunicado 2012/11 do CPA (ver AQUI).

Entretanto, o desagrado pela orientação então seguida pela FCMP conduziu à apresentação de Listas alternativas que se candidataram com a sigla “Regionalizar e, com as Associadas, projectar o futuro” e com um Programa de Candidatura (ver AQUI) em que o autocaravanismo era profusamente referido e onde a promessa de constituição de uma Comissão de Autocaravanistas era evidente.

Com a tomada de posse (efetiva) a 2 de janeiro de 2013 os atuais responsáveis pela FCMP demoraram 10 meses para concretizar a aprovação de um Regulamento (ver AQUI) em que, por razões que a razão desconhece e ao arrepio do que escreveram no Programa de Candidatura, consideram que a Comissão de Autocaravanismo é composta por elementos de preferência autocaravanistas (Artigo 5º do Regulamento da Comissão de Autocaravanismo).

Entretanto é divulgada a composição da Comissão de Autocaravanismo (ver AQUI) sem que se distinga entre os membros da Comissão e o respetivo Secretariado Executivo.


E agora?!

Agora esperava-se que a Comissão de Autocaravanismo visse divulgada (o que não acontece) uma Proposta de Orçamento e Plano de Atividades, que a Comissão de Autocaravanismo está obrigada a fazer conforme é dito no Artigo 8º do Regulamento da Comissão e, não menos importante, que a Direção da Federação não veja impedimentos Estatutários ou outros.

Os autocaravanistas portugueses têm o direito de conhecer (logo no inicio do ano) o que se propõe a Comissão de Autocaravanismo fazer no ano de 2014. O que está (ou quem está) a impedir esse conhecimento? Porque não é atempadamente divulgado no Portal da FCMP o Plano de Atividades para 2014 da Comissão de Autocaravanismo? (E, já agora, o Plano de Atividades da própria Federação)

Os autocaravanistas portugueses têm o direito de conhecer as atividades da Comissão e uma sumula das deliberações que tomam em reunião, a exemplo do que faz a Comissão de Autocaravanismo da FICC.

Este silêncio, a continuar (que se não verifica só em relação às questões autocaravanistas), irá contribuir para um cada vez e progressivo maior afastamento entre a globalidade dos autocaravanistas e a FCMP e promover o descrédito, por alegada inércia, da própria Comissão de Autocaravanismo.


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI)



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Recordar… “Os ais dos Autocaravanistas”



Os ais dos Autocaravanistas
(Texto escrito em 07 de Março de 2009)


Ai… Ai… Ai…

Por todo o lado se escutam os Ais.

É a renda da casa? Ai…

É a prestação do carro? Ai…

É a saúde? Ai…

É a crise? Ai, ai…

É a vida? Ai… Ai, ai!

E os ais dos autocaravanistas?

Esses? Nem sequer são referidos neste pequeno vídeo. Ou talvez sejam...

É divertido, mas faz pensar.


O saudoso e inesquecível Mário Viegas no seu melhor

(Todas as Terças-feiras, neste espaço (Papa Léguas Portugal), estarei a “RECORDAR…” e a transcrever alguns escritos antigos que assinalam um período importante (pelo menos para mim) dos meus pensamentos e forma de estar na vida.)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Poesia de... Luís de Camões (II)



A redondilha na obra de Camões

Redondilha é o nome dado, a partir do século XVI, aos versos de cinco ou sete sílabas — a chamada medida velha. Aos de cinco sílabas dá-se o nome de redondilha menor e aos de sete sílabas, de redondilha maior.

A redondilha foi muito utilizada pelos poetas do Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende e por Camões.

Luís de Camões é um poeta “vivo” e actual ao ponto de ter sido cantado por Amália Rodrigues conforme se pode escutar no vídeo abaixo inserido.

Lianor


Descalça vai para a fonte
Lianor, pela verdura;
vai fermosa e não segura.

Leva na cabeça o pote,
o testo nas mãos de prata,
cinta de fina escarlata,
sainho de chamalote;
traz a vasquinha de cote,
mais branca que a neve pura;
vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,
cabelos de ouro o entrançado,
fita de cor de encarnado…
tão linda que o mundo espanta!
chove nela graça tanta
que dá graça à fermosura;
vai fermosa, e não segura.

(Luís de Camões – 1524-1580)




domingo, 23 de fevereiro de 2014

Que venham mais cinco!



Que venham mais cinco!


José Afonso morreu no dia 23 de Fevereiro de 1987, (faz precisamente hoje 27 anos) no Hospital de Setúbal, às 3 horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada em 1982. O funeral realizou-se no dia seguinte, com mais de 30 mil pessoas (entre as quais me encontrava), da Escola Secundária de S. Julião para o cemitério da Senhora da Piedade, em Setúbal, onde a urna foi depositada às 17h30 na sepultura 1606 do quadro 19. O funeral demorou duas horas a percorrer 1300 metros. Envolvida por um pano vermelho sem qualquer símbolo, como pedira, a urna foi transportada, entre outros, por Sérgio Godinho, Júlio Pereira, José Mário Branco, Luís Cília, Francisco Fanhais. A Transmédia editou o triplo álbum, o primeiro da história discográfica portuguesa, Agora e Sempre, duas semanas depois da morte do cantor. O triplo disco é constituído pelos álbuns Como Se Fora Seu Filho (1983) e Galinhas do Mato (1985) e por um alinhamento diferente de Ao Vivo no Coliseu (1983). A 18 de Novembro é criada a Associação José Afonso com o objectivo de ajudar a realizar as ideias do compositor e intérprete no campo das Artes.

Se tem dúvidas ou gostaria de conhecer mais sobre a vida e obra deste cidadão português que contribuiu decisivamente para alterar o panorama musical em Portugal, sem que soubesse ler e escrever música, aceda ao Portal da “Associação José Afonso”. Neste Portal encontrará informação, em discurso direto, designadamente e a título de curiosidade, sobre “Grândola Vila Morena” (ver AQUI)


A CONSCIÊNCIA DOS NOSSOS DIREITOS
(Também na luta contra a discriminação negativa das autocaravanas)

(Discurso de abertura do Concerto na Aula Magna de Tributo a José Afonso, pelo Professor Doutor António Sampaio da Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa.

Lisboa, 20 Junho 2013)
Fonte: AJA

Não tencionava falar-vos. Apenas receber-vos nesta Aula Magna, junto com o Zeca.

Mas o Francisco Fanhais disse-me que tinha de vos dirigir duas palavras. Estas palavras foram-me oferecidas durante o dia.

De manhã, quando vinha para a Reitoria, o meu pai chamou-me a atenção para o facto de que, neste mesmo ano de 1963, tinha sido publicada a Pacem in Terris. E que nela se escrevia:

Quando alguém toma consciência dos seus direitos, assume também uma responsabilidade: o dever, a obrigação, de lutar por esses direitos. Por si e pelos outros.

E aqui estava o Zeca. Claro e límpido nesta frase. Autêntico, generoso, a lutar por direitos inalienáveis (irrevogáveis.., acho que irrevogáveis não se pode dizer!), a lutar pela liberdade, uma liberdade que não existe sem direitos.

E depois, durante a tarde, alguém deixou na Reitoria, em meu nome, um ramo de cravos vermelhos, apenas com uma palavra: Obrigado. Estes cravos vermelhos que berram em violenta beleza (Clarice Lispector).

Sei que eram para o Zeca. Para o seu sonho, para a forma como lutou e como nos fez lutar pela liberdade.

E lembrei-me que, nesse mesmo ano de 1963, quando o Zeca denunciava os vampiros, também Martin Luther King o fazia, do mesmo modo, ainda que do outro lado do Atlântico, deixando-nos a todos o seu sonho.

É assim com o Zeca. Há sempre outro amigo também. Pode ser uma pessoa, pode ser uma ideia, pode ser um combate, sempre pela liberdade, sempre pela justiça social.

Calados e quietos é que não!
Conformados é que não!

Já nos livramos do medo e hoje
Somos nós os teus cantores

Da matinal canção

E agora que

Venha a maré cheia, Duma ideia, Pra nos empurrar
Que venha um pensamento, P’ra nos despertar

O Zeca está em nós, está connosco, com os seus sonhos, as suas denúncias, a sua imensa autenticidade, a sua imensa generosidade.

Que venham mais cinco!

Zeca, somos nós os teus cantores.
(Sublinhados meus)


COMPREENDER PORTUGAL (II)



“Compreender o que se passa no mundo, num país, numa aldeia, numa família, numa pessoa, ou simplificando, para compreender os inter-relacionamentos da sociedade humana, é necessário, mesmo imprescindível, conhecer os acontecimentos do passado e interpretá-los à luz da época em que ocorreram com o conhecimento global do presente.

Ter esse conhecimento (ou qualquer outro) é ter poder. O poder de poder tomar as melhores decisões nos momentos apropriados.”

Em “Compreender Portugal (I)” (ver AQUI) encontra-se explicitadas as razões da divulgação deste tema. Todos os textos e vídeos anteriores sobre "Compreender Portugal" podem ser acedidos AQUI.

Aos autocaravanistas sugiro que visitem muitos dos locais históricos referidos nos vídeos.


BATALHA DE ALJUBARROTA
(A crise de 1383-1385)


No fim do século XIV, a Europa encontrava-se a braços com uma época de crise e revolução. A Guerra dos Cem Anos devastava a França, epidemias de peste negra levavam vidas em todo o continente, a instabilidade política que dominava e Portugal não era exceção.

Em 1383, El-rei D. Fernando morreu sem um filho varão, que herdasse a coroa. A sua única filha era a infanta D. Beatriz, casada com o rei D. João I de Castela. A burguesia mostrava-se insatisfeita com a regência da Rainha D. Leonor Teles e do seu favorito, o conde Andeiro e com a ordem da sucessão, uma vez que isso significaria anexação de Portugal por Castela. As pessoas alvoroçaram-se em Lisboa, o conde Andeiro foi morto e o povo pediu ao mestre de Avis, D. João, filho natural de D. Pedro I de Portugal, que ficasse por regedor e defensor do Reino.

O período de interregno que se seguiu ficou conhecido como crise de 1383-1385. Finalmente a 6 de Abril de 1385, D. João, mestre da Ordem de Avis, é aclamado rei pelas cortes reunidas em Coimbra, mas o rei de Castela não desistiu do direito à coroa de Portugal, que entendia advir-lhe do casamento.

Perante a revolta da população portuguesa em vários pontos e cidades do Reino de Portugal, o Rei de Castela, decide em 1384 entrar em Portugal. Entre Fevereiro e Outubro deste ano monta um cerco a Lisboa, por terra e por mar.

Fonte: Wikipédia – A enciclopédia livre




sábado, 22 de fevereiro de 2014

Com o GESTO na Rota da Água e da Pedra



IX GESTO ECO SOLIDÁRIO
Serra de S. Macário
(28 a 30 de Março de 2014)

O Gesto nasce, em 2006, numa iniciativa de um grupo de autocaravanistas ibéricos, tendo como motivo a solidariedade para com a serra e as suas gentes, tão fustigadas pelo fogo, no verão de 2005, ao qual esteve sempre associado o desenvolvimento de uma imagem positiva do autocaravanismo justificada pela ligação a uma causa nobre. A partir daí, anualmente, nesta data, o Gesto Eco Solidário tem continuado o seu caminho.

Pode aceder a duas reportagens fotográficas dos Gestos de 2012 e 2013 AQUI


INSCRIÇÕES:

Por correio eletrónico: turismoadm@cm-spsul.pt (Referir: Matrícula da autocaravana, nome do proprietário, número de contribuinte e quantidade de acompanhantes)


CUSTO DA INSCRIÇÃO:

Adultos: 17,50€
Crianças: 9€ (5 aos 12 anos)
Crianças até aos 5 anos: grátis

NOTA:
·         O custo da inscrição reporta-se ao lanche em Pindelo dos Milagres e à refeição em Vila Maior (jantar dia 29) e ainda às despesas com a preparação da “Sopa do S. Macário” (dia 30);
·         O jantar de sexta-feira e o almoço de sábado é da responsabilidade dos autocaravanistas;
·         Todos os outros custos são suportados pelo Município de S. Pedro do Sul.
·         O número de inscrição que vai identificar a Autocaravana durante a atividade será comunicado só após o pagamento.


FORMAS DE PAGAMENTO:

Transferência Bancária NIB. 004531204013919036034 - Casa Recreativa Macieirense;

(Enviar comprovativo de transferência via email para turismoadm@cm-spsul.pt ou por Fax: A/C. Cláudia Costa 232 723 406)

Cheque ou numerário: (À ordem de Casa Recreativa Macieirense)

(Enviar para a morada:
A/C. Maria da Graça V. H. da Costa Santos
Casa Recreativa Macieirense
Rua do Querido 101 – 1º D
3660-500 S. Pedro do Sul)


DATA LIMITE DE PAGAMENTO:

25 DE MARÇO DE 2014


MUITO IMPORTANTE:

Como vem sendo habitual para a preparação da sopa coletiva (Sopa de S. Macário) cada pessoa deverá entregar cerca 200g de carne à organização na manhã do dia 29 de março.


LOCAL DE ESTACIONAMENTO/CONCENTRAÇÃO

Lugar da Feira junto à Estação de Saberes e Sabores em S. Pedro do Sul.

COORDENADAS GPS: N 40º 45’ 15’’ W 08º 03’ 51’’


INFORMAÇÕES SUPLEMENTARES:

Contactar a colaboradora do Município Cláudia Costa pelo telefone: 232 720 140 (ext. 303).


 OS DADOS ACIMA REFERIDOS SÃO DA RESPONSABILIDADE DA ORGANIZAÇÃO




PROGRAMA

28 de março – sexta-feira

Receção e pernoita

29 de março – sábado

10,00 horas
Visita ao mercado
Circuito urbano
Animação com o Grupo da Universidade Sénior (a confirmar)

14,30 horas
Partida para a Freguesia de Vila Maior

15,30 horas
Visita às “Penas” de Pinho
“Eiras” de Pindelo dos Milagres (Com animação, lanche e transporte)

20,00 horas
Jantar no Centro Social de Vila Maior (com animação tradicional)

Pernoita: Parque de Estacionamento do campo de Jogos da Belavista, Vila Maior

30 de março – domingo

10,00 horas
Partida das autocaravanas para a Serra de S. Macário

11,30 horas
Plantio simbólico de árvores no alto da Serra de S. Macário

12,30 horas
Sopa de S. Macário no alto da Serra de S. Macário

15,00 horas
Encerramento

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

As questões nucleares...



As questões nucleares...

Diz-nos a evidência que nem todos os humanos são pessoas que respeitam os princípios básicos de cidadania e sendo os autocaravanistas humanos também são abrangidos, em maior ou menor percentagem, por esta constatação.

Não é pois de admirar que muitos autocaravanistas considerem os espaços públicos (que são de todos) como pertença de quem neles se instalar e com direito de os utilizar a seu (deles) belo (?) prazer. È por isso mesmo que presenciamos muitos autocaravanistas a fazerem em qualquer local “picnics”, por vezes autênticos festins de “porco no espeto”.

É claro que os autocaravanistas referidos, os do “porco no espeto”, não estão minimamente preocupados com as questões de cidadania, de respeito pelos semelhantes e pelas mais elementares regras de civismo. São, por norma, pessoas egoístas e nada preocupados com o semelhante. São os mesmos que num qualquer evento em que uma refeição seja disponibilizada em “self-service” se servem indiscriminadamente e em quantidade elevada, transportando para a respetiva mesa “montes” de alimentos, superiores aos que podem consumir e que, também, disfarçadamente os colocam em sacos para posteriormente levar para as autocaravanas. Nada fica para os outros? Que importa! Os outros que não sejam parvos!... “Fizessem como eu!”, dizem eles com um sorriso de superioridade, E alegremente vão contribuindo para criar uma imagem degradante do autocaravanismo como uma forma de prática turística.

Os autocaravanistas do “porco no espeto” não estão, maioritariamente, inseridos em associações dignas desse nome, porquanto essas associações impõem regras de comportamento que não agradam a esses utilizadores de autocaravanas.

É neste contexto que os autocaravanistas (não os utilizadores de autocaravanas) devem analisar as questões nucleares que se colocam ao Movimento Autocaravanista, divulgando princípios de cidadania e construindo um ambiente de censura social para quem os não respeitar.

Essas questões nucleares respeitam não só à defesa dos direitos dos autocaravanistas como às obrigações. É imprescindível que se compreenda que ter direitos não é sinónimo de ter privilégios, como também é importante que se assuma que não cumprir obrigações tem de ser passível não só de censura social como de penalização.

Para uma melhor perceção das questões nucleares apresentá-las-ei como respostas a perguntas objetivas.


Estas são as questões nucleares:

1 - Como é possível defender a discriminação de um veículo em função da sua utilização?

Não se ignora que a autocaravana é um veículo devidamente homologado, ligeiro ou pesado, que se rege pelas regras do Código da Estrada e que não pode ser discriminado pelo simples facto de ser uma autocaravana, tendo o direito, também de acordo com o código da estrada, de estacionar na via pública por períodos não superiores a 30 dias, em todos os locais onde não exista proibição de paragem ou estacionamento para veículos de igual gabarito.

2 – Como é possível “atacar” o estacionamento de apenas autocaravanas por razões de eventual proteção de espaços culturais?

Melhor se faria em exigir medidas de trânsito, não discriminatórias, como, por exemplo, a proibição de estacionamento de todos os veículos que podem aviltar os espaços históricos. Mas, ao invés de se exigir que a edilidade proíba o estacionamento de todos os veículos com uma determinada volumetria ou peso, o que já não seria discriminatório, avança-se com ideias persecutórias em relação, exclusivamente, às autocaravanas. A não ser que se considere que um veículo com 3 metros de altura e 8 de comprimento, que não seja uma autocaravana, já tem o direito de estacionar, porque não prejudica a paisagem urbana.

3 – Como é possível subliminarmente admitir que o veículo Autocaravana é sinónimo de Campismo?

Tem que se interiorizar que quando falamos de uma autocaravana não estamos a falar de campismo (uma atividade distinta e regulada por leis e normas diferentes que conta com instalações muito próprias e usuários muito distintos), mas falamos de um veículo habitação, desenhado e homologado para nele se viajar, habitando-o, com obrigações e direitos estabelecidos nas leis que regulam o trânsito.

4 – Como é possível não saber distinguir Campismo de Estacionamento em Autocaravana?

Tem que se saber distinguir o que é o Campismo e o que é o Estacionamento em Autocaravana pelo que aqui fica a definição, à luz de princípios básicos, assumidos por várias Associações e Entidades de Autocaravanismo, pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, entidade que regula o campismo no nosso País e pela Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo:
  • Considerar, com todas as consequências daí inerentes, que ACAMPAR é a imobilização da autocaravana, ocupando um espaço superior ao seu perímetro, em consequência da abertura de janelas para o exterior, uso de toldos, mesas, cadeiras e similares, para a prática de campismo. 

  • Considerar que o ato de acampar, conforme é acima definido, só é permitido (e assim deve continuar) em locais consignados na Lei e, consequentemente, salvo exceções, também consignadas na Lei, é proibido na via pública, independentemente da hora a que ocorra, devendo, na salvaguarda do interesse público, ser penalizado.

  • Considerar, com todas as consequências daí inerentes, que ESTACIONAR/PERNOITAR é a imobilização da autocaravana na via pública, respeitando as normas de estacionamento em vigor, designadamente o Código da Estrada, independentemente da permanência ou não de pessoas no seu interior.

  • Considerar que o ato de estacionar/pernoitar, conforme é acima definido, deve poder continuar a ser efetuado em qualquer local, não proibido por Lei (nomeadamente no Código da Estrada) não podendo as autocaravanas, pelo simples facto de o serem, nomeadamente através de sinalética que não conste de diplomas legais (e que será discriminatória se vier a existir), ser impedidas de o fazer.

  • Considerar que é lesivo da igualdade de tratamento a que todos temos direito a existência de diplomas que legislem de forma discriminatória, impedindo especificamente o veículo autocaravana de estacionar onde outros veículos de igual ou semelhante gabarito o podem fazer.

  • Considerar que o turismo itinerante em autocaravana é um fator de desenvolvimento económico para as populações que justifica em si mesmo uma discriminação positiva do autocaravanismo.

  • Considerar que os Parques de Campismo Municipais devem permitir a utilização das Estações de Serviço para Autocaravanas neles existentes, no âmbito de uma politica de proteção do ambiente e, consequentemente, a preços compatíveis com o serviço prestado (abastecimento de água potável e despejo de águas negras e cinzentas).

  • Considerar que a implementação de Áreas de Serviço para Autocaravanas, em pelo menos uma por Concelho, preferencialmente de iniciativa autárquica, contribui, não só para o desenvolvimento económico das populações, como para a proteção ambiental e o melhor ordenamento do trânsito automóvel.

5 – Como é possível não exigir que na salvaguarda do interesse público apenas os autocaravanistas prevaricadores sejam penalizados?

Alguns autocaravanistas praticam efetivamente campismo na via pública e, ao invés de se exigir que as entidades fiscalizadoras atuem sobre os prevaricadores, (em conformidade com posturas municipais que não discriminando as autocaravanas, penalizem o campismo na via pública, os atentados à salubridade e ao ambiente), pretende-se ver penalizados todos os autocaravanistas.

Existem muitos automobilistas que transgridem nas regras de trânsito, logo, segundo a lógica persecutória de alguns, há que criar proibições gerais para todos, numa filosofia de “paga o justo pelo pecador”.

6 – Como é possível que se queiram penalizar todos os autocaravanistas pelos “pecados” de alguns, mesmo que esses alguns sejam muitos?

Generaliza-se com o objetivo muito concreto de discriminar o veículo autocaravana obrigando-o a estacionar em locais pré determinados, como, por exemplo, Parques de Campismo, sejam esses Parques especificamente para autocaravanas ou não.

Todos os autocaravanistas são campistas (deduzem os perseguidores do veículo autocaravana) e por isso até muitas vezes afirmam que “gastar-se tantos milhares de euros em autocaravanas com intuitos de beneficiar da vida ao ar livre e depois pernoitar no parque de estacionamento urbano é mesmo uma coisa do outro mundo.” Mas se lhes confidenciarmos que os autocaravanistas são, essencial, e filosoficamente, turistas em Autocaravana, o que se pensam que é a chave de ouro com que se encerra um pensamento discriminatório, persecutório e panfletário, transforma-se numa chave de lata.


Daqui faço um apelo para se ser intelectualmente honesto não iniciando nem prosseguindo cruzadas contra os autocaravanistas em geral, não discriminando negativamente as autocaravanas e penalizando, sempre, os prevaricadores.

Todas as associações autocaravanistas, dignas desse nome, têm a obrigação de contribuir para que a imagem do autocaravanismo e os autocaravanistas sejam referências de dignidade e cidadania na sociedade portuguesa.


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI)


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Recordar… “Sorria muito!”



O SEGREDO ESTÁ NA COMUNICAÇÃO
(Texto escrito em 28 de Fevereiro de 2009)


Quando ao volante da nossa autocaravana iniciamos uma viagem o nosso espírito abre-se a novos conhecimentos, sejam eles lúdicos, culturais ou outros que cada um sinta que melhor o libertam e realizam.

É interessante, porém, reflectirmos até que ponto a simpatia que possamos irradiar se reflectirá e influenciará o meio humano em que nos encontremos, tornando mais agradável a nossa relação com os outros.

Um pequeno filme sonoro de 16 minutos (num inglês muito básico) pode fazer a diferença entre um levantar de mão, numa saudação mecânica, impessoal, ao companheiro que connosco se cruza na estrada e a saudação efusiva, aberta e sorridente de quem está bem consigo e com o mundo.

Veja o filme e depois… sorria. Sorria muito!



(Todas as Terças-feiras, neste espaço (Papa Léguas Portugal), estarei a “RECORDAR…” e a transcrever alguns escritos antigos que assinalam um período importante (pelo menos para mim) dos meus pensamentos e forma de estar na vida.)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Poesia de... Luís de Camões (I)


OS LUSÍADAS

Os Lusíadas é considerada a epopeia portuguesa por excelência. O próprio título já sugere as suas intenções nacionalistas, sendo derivado da antiga denominação romana de Portugal, Lusitânia. É um dos mais importantes épicos da época moderna devido à sua grandeza e universalidade. A epopeia narra a história de Vasco da Gama e dos heróis portugueses que navegaram em torno do Cabo da Boa Esperança e abriram uma nova rota para a Índia. É uma epopeia humanista, mesmo nas suas contradições, na associação da mitologia pagã à visão cristã, nos sentimentos opostos sobre a guerra e o império, no gosto do repouso e no desejo de aventura, na apreciação do prazer sensual e nas exigências de uma vida ética, na percepção da grandeza e no pressentimento do declínio, no heroísmo pago com o sofrimento e luta. O poema abre com os célebres versos:

Canto I

1

AS armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

2

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando,
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

3

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.


(Luís de Camões – 1524-1580)




LUÍS DE CAMÕES

Luís Vaz de Camões (Lisboa [?], cerca de 1524 — Lisboa, 10 de Junho de 1580) foi um poeta de Portugal, considerado uma das maiores figuras da literatura em língua portuguesa e um dos grandes poetas do Ocidente.

Pouco se sabe com certeza sobre a sua vida. Aparentemente nasceu em Lisboa, de uma família da pequena nobreza. Sobre a sua infância tudo é conjectura mas, ainda jovem, terá recebido uma sólida educação nos moldes clássicos, dominando o latim e conhecendo a literatura e a história antigas e modernas. Pode ter estudado na Universidade de Coimbra, mas a sua passagem pela escola não é documentada. Frequentou a corte de Dom João III, iniciou a sua carreira como poeta lírico e envolveu-se, como narra a tradição, em amores com damas da nobreza e possivelmente plebeias, além de levar uma vida boémia e turbulenta. Diz-se que, por conta de um amor frustrado, se auto exilou em África, alistado como militar, onde perdeu um olho em batalha. Voltando a Portugal, feriu um servo do Paço e foi preso. Perdoado, partiu para o Oriente. Passando lá vários anos, enfrentou uma série de adversidades, foi preso várias vezes, combateu ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia nacionalista Os Lusíadas. De volta à pátria, publicou Os Lusíadas e recebeu uma pequena pensão do rei Dom Sebastião pelos serviços prestados à Coroa, mas nos seus anos finais parece ter enfrentado dificuldades para se manter.

Logo após a sua morte a sua obra lírica foi reunida na colectânea Rimas, tendo deixado também três obras de teatro cómico. Enquanto viveu queixou-se várias vezes de alegadas injustiças que sofrera, e da escassa atenção que a sua obra recebia, mas pouco depois de falecer a sua poesia começou a ser reconhecida como valiosa e de alto padrão estético por vários nomes importantes da literatura europeia, ganhando prestígio sempre crescente entre o público e os conhecedores e influenciando gerações de poetas em vários países. Camões foi um renovador da língua portuguesa e fixou-lhe um duradouro cânone; tornou-se um dos mais fortes símbolos de identidade da sua pátria e é uma referência para toda a comunidade lusófona internacional. Hoje a sua fama está solidamente estabelecida e é considerado um dos grandes vultos literários da tradição ocidental, sendo traduzido para várias línguas e tornando-se objeto de uma vasta quantidade de estudos críticos.

Fonte: Wikipédia – A Enciclopédia livre


domingo, 16 de fevereiro de 2014

COMPREENDER PORTUGAL (I)



COMPREENDER PORTUGAL
 (Para conscientemente melhor decidir)

Compreender o que se passa no mundo, num país, numa aldeia, numa família, numa pessoa, ou simplificando, para compreender os inter-relacionamentos da sociedade humana, é necessário, mesmo imprescindível, conhecer os acontecimentos do passado e interpretá-los à luz da época em que ocorreram com o conhecimento global do presente.

Ter esse conhecimento (ou qualquer outro) é ter poder. O poder de poder tomar as melhores decisões nos momentos apropriados.

Mais importante que o simples conhecimento dos factos é a interpretação que deles fazemos para obstaculizar no presente decisões incorretas com efeitos nefastos no futuro. Daí a importância das conceções filosóficas da história.

O relegar da leitura para quinto plano, já devido a alegada falta de tempo, já devido à ausência de hábitos que se apreendem na juventude e que se transformam posteriormente numa necessidade, já devido ao aliciante da informação através da imagem (embora não concorde que uma imagem substitua mil palavras) tem motivado que alguns órgãos de informação produzam pequenos documentários históricos, romanceados ou não.

Na internet existem centenas desses filmes e não obstante o acesso ser fácil não são especificamente procurados. Concentrarmo-nos mais que 10 minutos sobre a mesma temática não é apetecível numa sociedade em que “alguém” serve essencialmente informação pronta a consumir e nos dispensa de sobre ela refletirmos ao, também, providenciar-nos de forma subliminar, inclusive em anteriores divulgações, a disfarçada interpretação dos factos.

Por tudo o que digo e pelo mais que não disse, irei sugerir, durante alguns domingos, a visualização de alguns vídeos sobre História.

Que os mesmos vídeos contribuam para que o relacionamento com o passado nos faça compreender o nosso presente e decidir, melhor do que já fizemos, o nosso futuro.

  
HISTÓRIA

História (do grego antigo στορία, transl.: historia, que significa "pesquisa", "conhecimento advindo da investigação") é a ciência que estuda o Homem e sua ação no tempo e no espaço, concomitante à análise de processos e eventos ocorridos no passado. História como termo também pode verificar toda a informação do passado que pode ter sido requerida ou arquivada em todas as línguas por todo o mundo, isto como intermédio de registos.

Por metonímia, o conjunto destes processos e eventos. A palavra história tem sua origem nas investigações de Heródoto, cujo termo em grego antigo é στορίαι (Historiai). Todavia, será Tucídides o primeiro a aplicar métodos críticos, como o cruzamento de dados e fontes diferentes. O estudo histórico começa quando os homens encontram os elementos de sua existência nas realizações dos seus antepassados. Esse estudo, do ponto de vista europeu, divide-se em dois grandes períodos: Pré-História e História.

Os eventos anteriores aos registos escritos pertencem à Pré-História e às sociedades que coexistem com sociedades que já conhecem a escrita (é o caso, por exemplo, dos povos celtas da cultura de La Tène) pertencem à Proto-História.

AS CONCEPÇÕES FILOSÓFICAS DA HISTÓRIA

Ainda no século XIX surgiu a discussão em torno da natureza dos fenômenos históricos. A que espécie de preponderância estariam ligados? Aos agentes de ordem espiritual ou aos de ordem material? Antes disso, a fundamental teológica fez uma festa na mente cordata do povo.

Concepção Providencialista - Segundo tal corrente, os acontecimentos estão ligados à determinação de Deus. Tudo, a partir da origem da Terra, deve ser explicado pela Divina Providência . No passado mais remoto, a religião justificava a guerra e o poder dos governantes. Na Idade Média Ocidental, a Igreja Católica era a única detentora da informação e, naturalmente, fortificou a concepção teológica da História. Santo Agostinho, no livro "A Cidade de Deus", formula essa interpretação. No século XVII, Jacques Bossuet, na obra "Discurso Sobre a História Universal", afirma que toda a História foi escrita pela mão de Deus, E no século passado, o historiador italiano Césare Cantu produziu uma "História Universal" de profundo engajamento providencialista.

Concepção Idealista - Teve em Georg Wilhelm Friedrich Hegel, autor de "Fenomenologia do Espírito", seu corporificador. Defende que os factos históricos são produto do instinto de evolução inato do homem, disciplinado pela razão. Desse modo, os acontecimentos são primordialmente regidos por ideias. Em qualquer ocorrência de ordem econômica, política, intelectual ou religiosa, deve-se observar em primeiro plano o papel desempenhado pela ideia como geradora da realidade. Para os defensores dessa corrente, toda a evolução construtiva da humanidade tem razão idealista.

Concepção Materialista - Surgiu em oposição à concepção idealista, embora adotando o mesmo método dialético. A partir da publicação do Manifesto Comunista de 1848, Karl Marx e Friedrich Engels lançam as bases do Materialismo Histórico, onde argumentavam que as transformações que a História viveu e viverá foram e serão determinadas pelo fator econômico e pelas condições de vida material dominantes na sociedade a que estejam ligadas. A preocupação primeira do homem não são os problemas de ordem espiritual, mas os meios essenciais de vida: alimentação, habitação, vestimenta e instrumentos de produção. No prefácio de "Crítica da Economia Política", Karl Marx escreveu:
As causas de todas as mudanças sociais e de todas as revoluções políticas, não as devemos procurar na cabeça dos homens, em seu entendimento progressivo da verdade e da justiça eternas, mas na vida material da sociedade, no encaminhamento da produção e das trocas.”
Concepção Psicológico-social - Apoia-se na teoria de que os acontecimentos históricos são resultantes, especialmente, de manifestações espirituais produzidas pela vida em comunidade. Segundo seus defensores, que geralmente se baseiam em Wilhelm Wundt ("Elementos de Psicologia das Multidões"), os factos históricos são sempre o reflexo do estado psicológico reinante em determinado agrupamento social.

O estudo do passado não pode ser feito directamente, mas de forma mediada através dos vestígios da actividade humana, a que é dado o nome genérico de fontes históricas.

Fonte: Wikipédia – A enciclopédia livre