domingo, 8 de maio de 2022

O drone, o pinheiro e o Ivo

 


O drone, o pinheiro e o Ivo


Faz algumas semanas que decidi comprar um “drone”. Nada de sofisticado. Muito pequeno, com uma autonomia não superior a 15 minutos, com um alcance até 100 metros e duas câmaras vídeo/fotográficas (uma na horizontal com uma inclinação pré-colocada até 45º e outra apontada para a parte inferior do “drone”, comutáveis através de um programa instalado no telemóvel que, por sua vez, se pode acoplar ao comando do “drone”. Este “drone” contrariamente a alguns que leio existirem não se mantém a planar de forma quase automática, nem regressa ao ponto de partida com um simples premir de um botão. O sofisticado custa caro.


Na minha passagem por Freixo de Espada à Cinta, na Área de Serviço (que tem água potável, local para despejos e energia electrica) gratuita e que dispõe de um espaço livre relevante, decidi testar o “drone”, ainda sem o telemóvel acoplado no comando.


Com uma muito grande falta de perícia lá fui testando o “drone” que não poucas vezes se despenhava para que não fugisse para sítios onde o não pudesse recuperar, até que…


o “drone” foi embater num pinheiro e ali se quedou camuflado entre os ramos mais altos e só visível porque as luzes do “drone” continuaram a cintilar.


O problema resumia-se a descobrir o local exacto entre os ramos onde o “drone” se encontrava e resgatá-lo. Com o ferro de abrir o toldo da autocaravana a que uni o cabo de uma vassoura bem tentei desesperadamente e em vão recuperar o “drone”.


Cerca de uma hora depois os resultados eram nulos.


Na Área de Serviço apenas, além de mim, estava uma caravana ocupada por uma única pessoa (o Ivo, português, reformado, residente habitual na Irlanda do Norte) que, em boa hora, decidiu dar-me uma ajuda.


Com a ajuda de uma lanterna potente (anoitecia) não conseguimos nada. Depois, este nosso compatriota, foi buscar um escadote e enquanto ele subia e quase amarinhava pelo pinheiro e eu aguentava o escadote para que não tombasse, conseguiu resgatar o “drone” são e, finalmente, salvo.


Quero realçar que o Ivo é mais velho que eu e sem a sua iniciativa e ajuda não teria conseguido recuperar o aparelho. Não quis ofender o Ivo retribuindo a ajuda com mais que um efusivo “muito obrigado”.


Esta é uma história simples que pode ter como base para uma conclusão o seguinte:


Estar na estrada com uma caravana ou uma autocaravana, ser caravanista ou autocaravanista, é muito mais que um aceno de mão ao cruzarmo-nos.





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