quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

ONDE O MÁXIMO SE TRANSFORMA NO MÍNIMO




ONDE O MÁXIMO SE TRANSFORMA NO MÍNIMO


O artigo de opinião intitulado “Garantias?”, que divulguei na passada Quinta-feira, dia 27 de novembro, (ver AQUI) mais não é do que a continuação de outros artigos que venho escrevendo sobre a discriminação negativa dos veículos autocaravanas e que mereceu o comentário de Henrique Fernandes (na qualidade de Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA) publicado no Fórum do CampingCar Portugal com o título de “Autocaravanismo – as raposas e o galinheiro”.

O comentário do Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA mereceu, quase no imediato, a aprovação subliminar dos donos do CampingCar Portugal, os mesmos que têm procedimentos censórios, como já tive ocasião de informar e esclarecer (ver AQUI). Estes procedimentos censórios que, alegadamente defendem a unicidade de pensamento, impedem-me de no local próprio, no Fórum do CampingCar Portugal, divulgar este texto, razão pela qual aqui venho prestar alguns esclarecimentos.


As considerações que o Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA faz sobre a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal procuram desviar as atenções das confusões e contradições a que a FPA nos vai habituando. Confusões e contradições que se esforça por esbater desenvolvendo uma narrativa que possa inverter o teor do Comunicado 6/2014 de 26 de maio da FPA  (ver AQUI).

Já no que se refere aos juízos de valor que o Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA faz sobre a minha pessoa não os considero tão importantes para o Movimento Autocaravanista de Portugal que mereçam relevância, não obstante os mesmos juízos não serem de modo a dignificarem a função de Presidente da Mesa da assembleia Geral da FPA. Continuarei, portanto, fiel ao princípio de analisar ideias e sobre elas deduzir o óbvio.


E o que é o óbvio?

O óbvio é que o Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA esclarece que a FPA nem sempre consegue exprimir as ideias através da fórmula gramatical e sintática mais adequada e reconhece que pode ser o caso em apreço. A FPA não sabe escrever de forma a ser compreendida, é o que surpreendentemente afirma por palavras mais rebuscadas o Presidente da Mesa da Assembleia Geral daquela federação.

O óbvio é que o Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA desenvolve toda uma teia de explicações que até poderiam ser coerentes, não fossem essas explicações que constrói sobre o que não está escrito, partirem consequentemente de uma base que não está contemplada no Comunicado 6/2014 de 26 de maio da FPA. 


Onde o máximo se transforma em mínimo

A FPA, no Comunicado em apreço, informa que defende o estacionamento de curta duração (até 48 horas) em condições iguais às das restantes viaturas com o mesmo gabarito das autocaravanas. Ou seja, é definido um período máximo de estacionamento, após o qual as autocaravanas deverão ser encaminhadas para parques da especialidade.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA transforma o período máximo de estacionamento referido no Comunicado da FPA (até 48 horas) para um período mínimo (de, PELO MENOS, 48 horas) para que a argumentação que expõe seja credível. Só que, assim, o Presidente da Mesa da Assembleia Geral não tem espaço para justificar a disponibilidade patenteada no Comunicado da FPA para que “Só o estacionamento de duração superior (às 48 horas) deverá ser encaminhado para parques da especialidade.”

Ao transformar o prazo de até 48 horas (escritos no Comunicado da FPA) para um prazo que pode ser superior, ou seja de, PELO MENOS, 48 horas, o Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA apaga do Comunicado da FPA o propósito de encaminhar as autocaravanas para parques da especialidade, pois que é evidente que tal intenção deixaria de ter justificação.

Como se prova, o Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA dá o dito que está no Comunicado da FPA como não dito.


O Comunicado que não é o que parece?

Quando uma qualquer organização, que se quer credível, se manifesta em comunicado público tem que ter capacidade para que as afirmações que faz sejam completamente claras e compreensíveis.

Ou o Comunicado da FPA está errado e, nesse caso, o Presidente da Direcção da FPA tem que vir publicamente, através de outro Comunicado, corrigi-lo ou o Comunicado está certo e, nesse caso, o Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA tem que ficar calado.

A diferença entre o que disse no Comunicado 6/2014 o Presidente da Direcção da FPA e o que diz o Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA é tão abissal que deveria merecer da parte de ambos os Presidentes um esclarecimento sobre a confusão que resulta entre estar pelo menos 48 horas estacionado e estar até 48 horas estacionado.

Senhores Presidentes, entendam-se! Se o Comunicado não é o que parece escrevam outro que se não preste a confusões.


Confusões e contradições a que a FPA nos vai habituando

Não é a primeira vez que a FPA se contradiz, por isso, quando o Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA vem “falar” de bom senso ou quando acusa de má-fé quem expõe as contradições e confusões da FPA, teria que falar também, pelo menos, em confiança e transparência.

Sobre a transparência digo o que é uma evidência que dispensa muitos comentários.

Propõe-se uma Petição Pública para “Criação de uma Política Nacional, Justa e Equilibrada, de Acolhimento ao Autocaravanismo. Contra a discriminação Negativa no Estacionamento a que os Autocaravanistas estão Sujeitos” sem que previamente se defina o enquadramento dessa Política que dê substância ao que se pretende. Isto não é transparência.

A FPA que existe, segundo os Estatutos, desde 2011 (há mais de 3 anos) não divulga no Portal oficial da associação, nem que saiba em qualquer outro local, os “Orçamentos e Planos de Actividade” e os “Relatórios e Contas” o que impede, quem quer que seja, de analisar a vida associativa da FPA. Isto não é transparência.

Sobre a confiança apenas um exemplo caricato (Haverá mais?):

Que confiança se pode ter na FPA enquanto não explicar a contradição (que refiro no artigo de opinião intitulado “FPA – feliz ou infeliz” - ver AQUI) em que numa carta ao Deputado Mendes Bota a FPA se lamenta que infelizmente o Projeto Lei 778/X não foi aprovado e num comunicado, referindo-se ao mesmo Projeto Lei, alegra-se por felizmente o Projeto Lei não ter sido aprovado.

Ainda mais caricato é que num Comunicado da FPA em que se refere o Projeto Lei 778/x é dito que foi um texto do CPA (ver AQUI) “ (…) que foi enviado para as forças politicas (leia-se deputados e grupos parlamentares) envolvidas, que se “assustaram” com a possível polémica e “saíram de cena””. Deputados assustados pelo CPA?! Desistiram de uma lei porque tiveram medo do CPA?!

Ter opiniões distintas e contraditórias para o mesmíssimo assunto é o que desperta desconfiança.


Há outro comunicado?

Os comentários do Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA reportam-se presumivelmente a um qualquer outro comunicado (secreto?) da FPA pois que, no Comunicado em causa, o Comunicado 6/2014, por muito boa vontade que se tenha, nada do que foi comentado pelo Presidente da Mesa da assembleia Geral da FPA é uma evidência.

Até informação oficial em contrário e APENAS com base no teor do Comunicado 6/2014 de 26 de Maio, as únicas conclusões que se podem extrair do texto desse comunicado são as seguintes:

1º - As autocaravanas poderiam estar estacionadas em qualquer local em igualdade de circunstâncias com qualquer veículo de igual gabarito, mas só até um máximo de 48 horas;

2º - Após 48 horas qualquer outro veículo de igual gabarito ao da autocaravana poderia manter-se no mesmo local até um máximo de 30 dias, enquanto a autocaravana seria obrigatoriamente encaminhada para parques de especialidade que até poderiam ser pagos;

3º - Os autocaravanistas com este tipo legislação defendida pela FPA seriam obrigatoriamente encaminhados para Parques (de Campismo ou outros), pois a sua igualdade e liberdade só durava até 48 horas.

Conclusão (ver AQUI): A FPA quer que as autocaravanas sejam discriminadas.


O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI)

2 comentários:

  1. Enfim.. comportamentos ridículos!

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  2. Mais uma vez, a sede de protagonismo desencadeado à três anos a esta parte, criando-se "clubes" da treta para defender o quintal privado, e assim ciar-se uma "coisa" que não representa mais que a treta, e NADA MAIS QUE ISSO, comprova-se nestas tomadas de atitudes, absolutamente infantis e ridículas, de "meninos" mimados que ora querem uma coisa, o direito a estacionar onde bem entendem e da forma que bem entendem, e ora querem que o a lei proíba os outros, e apenas os outros, de estacionarem na via pública mais que 48 horas!!!

    É absurda esta contradição de objectivos antagónicos, mas perfeitamente compreensível, vinda de gente sem carácter que pretende ao mesmo tempo limitar o acesso à via pública a uns e permitir a bandalheira do autocampismo a outros!

    Como sempre, há um "fórum" que também se pauta pela dualidade de critérios, que usa o espaço para tentar manobrar a opinião a seu bel prazer, ora contra as Autoridades Policiais, quando são alvos de tomadas de atitude mais efectivas, ora contra as Autoridades Administrativas tentando levá-las a acreditar na teoria da necessidade de criação de "legislação" especial de corrida, e tentando persuadi-las à necessidade de criar "quintais privativos" para certos senhores que querem ter acesso a determinados locais em exclusividade!

    Tantos uns como outros, apenas querem um protagonismo, não interessa mesmo as consequências dos seus actos, como o constatamos nestes últimos três anos, onde se continua a, em público, condenar certas atitudes, mas em privado, praticam-nas, até em encontros e convívios!!!

    Lamentavelmente, e mais uma vez, se constata que existe um "fórum" e uma "coisa" que não defendem o Autocaravanismo mas apenas interesses privados muito obscuros, e não permitem sequer que alguém, fundamentadamente, exerça o direito democrático de expor os seus pontos de vista, simplesmente porque desmascaram, ponto por ponto, argumento por argumento, toda a teoria infame de quem se diz representante do Autocaravanismo!

    Como não preciso nem de uns nem de outros, podem à vontade continuar a brincar aos defensores dos vossos próprios interesses, pode ser que um dia destes provem do vosso próprio veneno e se vejam impedidos de estar na via pública quanto mais praticar autocampismo na via pública!

    Da minha parte, resta-me condenar este tipo de comportamento!

    Tenho pena!!!!

    Um abraço e até sempre,

    José Gonçalves

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