quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

AUTOCARAVANISMO E ESQUECIMENTOS DOS AUTARCAS




AUTOCARAVANISMO
E
ESQUECIMENTOS DOS AUTARCAS

(Mini crónicas de uma viagem por Espanha)



Quando cheguei a Santander (no decorrer da minha viagem turística pelo norte da Península Ibérica) não foi difícil encontrar a Área de Serviço para Autocaravanas porquanto as coordenadas da mesma estavam bastante precisas.

Depois de instalado fui ler as normas que o Município determinava para aquela Área. As regras eram simples e estavam afixadas num painel:

Proibiam o estacionamento a todos os veículos que não fossem ou autocaravanas ou catalogados como autovivendas;

O período de estacionamento máximo não podia ser superior a 48 horas;

As autocaravanas tinham que respeitar os limites das marcações feitas no solo;

Era proibido o uso de utensílios no exterior da autocaravana (cadeiras, mesas, assadores, estendais, etc) e sapatas / calces niveladores dos veículos, pois caso se verificasse essa infracção o estacionamento seria considerado campismo livre (selvagem?), o que estava proibido pelo Município;

A Área devia manter-se limpa;

Não era permitido o estacionamento na Estação de Serviço (local dos despejos e abastecimento de água) bem como proibido a lavagem dos veículos;

Os utentes deviam obedecer a outras indicações que o Município indicasse;

E, finalmente, informava-se que o não cumprimento das normas estava sujeito a coimas.

O Painel terminava indicando a localização de dois Parques de Campismo para, deduzi, quem quisesse permanecer mais de 48 horas.

Mais tarde fiquei a saber que qualquer veículo que pernoitasse fora Área de Serviço e fora das zonas marcadas no pavimento era multado.

Estas regras não me pareceram (nem parecem) muito desajustadas do que a Declaração de Princípios (ver AQUI) refere. Talvez, considerando a dimensão de Santander, o período de estacionamento pudesse ser um pouco maior (72 horas?). Contudo, no dia seguinte, vi-me confrontado com uma falta de informação imperdoável por parte do Município.

COMO ACEDER AO CENTRO HISTÓRICO? QUE VISITAR?

Não havia nenhum painel de informação turística. Um painel que tivesse um mapa com, pelo menos, as principais artérias da cidade e onde estivesse a localização da paragem de transportes públicos mais próximos do local onde me encontrava e com destino ao centro, bem como sugestões de sítios a visitar e números de telefone para eventuais emergências ou pedido de táxis.

Este “esquecimento” também já constatei existir em algumas Áreas de Serviço em Portugal.

Não é compreensível que os Municípios construam equipamentos municipais, com dinheiros públicos, como são as Áreas de Serviço para Autocaravanas e, depois, não providenciam os meios minimamente necessários para que os respectivos munícipes tirem daqueles equipamentos o necessário proveito. O autocaravanismo pode ser um factor (entre outros) que contribui para o desenvolvimento local, mas é imprescindível que exista informação apelativa nos locais onde são aconselhados a estacionar para que o turismo e o comércio se concretize.

Colocar um painel com regulamentação de uma Área de Serviço para Autocaravanas é importante, mas, mais importante, para que haja um retorno do investimento feito na edificação da Área, é a existência de painéis informativos da oferta turística, gastronómica e comercial que o Município pode disponibilizar a quem o visita.

Os autocaravanistas agradecem a existência desses painéis turísticos, mas, não tenham dúvidas senhores autarcas, é uma evidência os motivos pelos quais os vossos respectivos munícipes agradecerão muito mais.


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) – AQUI)



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