quinta-feira, 12 de abril de 2018

A NAUTICAMPO 2018 E O AUTOCARAVANISMO



Imagem obtida no Fórum do CPA




A NAUTICAMPO 2018 E O AUTOCARAVANISMO


Criada em 1967 a NAUTICAMPO é o salão de eleição dos nautas e autocaravanistas portugueses e o mais antigo salão de lazer em Portugal, estando inclusive entre os dez mais antigos da Europa, marco que só foi possível alcançar com grande dinâmica e respostas à altura das conjunturas difíceis por que a NAUTICAMPO passou ao longo dos últimos 51 anos.

Há uns 15 dias um amigo perguntou-me se ia à NAUTICAMPO. Respondi-lhe que não, por razões várias, entre as quais, por não me parecer que me viesse a deparar com novidades, por não me encontrar motivado ($$$) e porque o CPA (Associação Autocaravanista de Portugal – CPA) não programou qualquer tipo de actividade nesta Feira. Daí, o meu desinteresse. Recordo que desde pelo menos 2009, sozinho ou em parceria, o CPA não deixou de fazer a diferença neste evento (ver AQUI).

Alguns dias depois acedi, na Internet, às actividades previstas pela NAUTICAMPO para 2018 e constatei que se anunciava a realização, no dia 7 de Abril, de um Colóquio promovido pela FPA (ver AQUI):

1º Colóquio | O Autocaravanismo em Portugal e na Europa

- Presidente da Federação Internacional de Clubes de Autocaravanas (FICM – Fédération Internationale des Clubs de Motorhomes)

- Presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova

- Presidente da Câmara Municipal de Mafra



BEM!… Um colóquio com a presença do Presidente da FICM já era uma circunstância que me faria mudar de opinião e comparecer na NAUTICAMPO.
Mas, um pouco mais tarde verifiquei que a FPA anunciava esse mesmo dito Colóquio, mas, já com outros participantes, conforme o quadro seguinte:


Ou seja, para se falar de “O Autocaravanismo em Portugal e na Europa” (repito: … e na Europa) a FPA convidou o Presidente da Câmara Municipal de Mafra (onde se localiza a sede do Clube Autocaravanista Saloio - CAS), a Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Coruche (onde se localiza a Sede do Clube de Autocaravanista Itinerante – CAI) e a Vice-presidente da Câmara Municipal de Condeixa-A-Nova (onde se localiza a sede da Associação de Autocaravanismo Portuguesa – AAP e da FPA). Não ponho em causa (nunca me atreveria a tal) que os convidados não estavam aptos a intervir sobre o Autocaravanismo em Portugal.
Não sei, nem estou particularmente interessado em saber, de que falaram os palestrantes, mas estou particularmente curioso no tipo de perguntas sobre o autocaravanismo na Europa que foram, espero, feitas. Mais importante ainda seria saber se os representantes destas autarquias estariam dispostos a levar à Associação Nacional de Municípios, para serem analisadas em plenário, as preocupações dos autocaravanistas acerca da discriminação negativa dos veículos autocaravanas que é praticada por muitos municípios. Se isso for feito, já valeu a pena convidá-los para intervirem no colóquio.
É indiscutível que a participação na NAUTICAMPO pode servir para alcançar diversos objectivos: os expositores divulgam as respectivas marcas e promovem as vendas; os visitantes tomam conhecimento com as novidades e têem oportunidade de fazer aquisições com descontos; as associações auto-promovem-se, “vendem” as ideias relacionadas com o autocaravanismo e constroem um relacionamento associativo consoante os objectivos que pretendam alcançar primordialmente.
A FPA (e bem) terá tido um ou todos os objectivos que referi, ou ainda outros, ao organizar dois colóquios: “O Autocaravanismo em Portugal e na Europa” e um outro intitulado “Um sonho de viagem em itinerância” (ver AQUI):

2º Colóquio | Um sonho de viagem em itinerância.

- Drº Henrique Fernandes – Presidente do Clube Gardingo de Autocaravanas (um sonho de viagem à Itália)

- Sócio de cada clube CAI + CAS + AAP (desde a Península Ibérica ao Cabo Norte)


E talvez terminasse aqui a minha opinião sobre “A NAUTICAMPO” 2018 E O AUTOCARAVNISMO” não fora entretanto e de novo a FPA alterar o programa deste colóquio conforme o seguinte quadro:



A estas mudanças já a FPA nos vem habituando, pelo que não deveria estranhar. Não estou a afirmar que a alteração dos programas se fez para pior ou para melhor. Estou a firmar que a FPA continua, como o já fez no passado, a não ter um rumo certo. Melhor seria que a FPA tivesse organizado um único Colóquio para colher ensinamentos que lhe pudessem permitir, internamente primeiro, definir um rumo e objectivos para os próximos 5 anos.
É do conhecimento geral (ver AQUI e AQUI) que o Presidente da FPA (Manuel Bragança) disse na Rádio Regional do Centro no dia 3 de Fevereiro do corrente ano, que não é por não haver legislação que os autocaravanistas são descredibilizados (discriminados, interpreto eu), mas, sim, por as leis existentes não serem correctamente aplicadas, o que na practica significa que a FPA arrepia o caminho que a levou a exigir uma lei específica para o autocaravanismo ao ponto de até propor uma Petição para o efeito. As declarações na rádio e o discurso de tomada de posse do Presidente da Direcção da FPA fizeram vir à tona as divergências sobre esta matéria, pois, como é sabido, se entretanto não vierem a dar dito por não dito, até alguns membros da Direcção da FPA têm pontos de vista diferentes. Verifique-se que um membro da anterior Direcção da FPA e actual Presidente da Direcção do Clube Gardingo de Autocaravanas não deixou de afirmar, publicamente, que é contra esta nova política autocaravanista da FPA . Um colóquio na NAUTICAMPO sobre esta matéria seria realmente importante motivador, mas, a FPA e os respectivos dirigentes não têm coragem para o fazerem. Como explicariam às 800 pessoas que assinaram uma Petição, exigindo uma lei específica para o autocaravanismo, que essa mesma Petição é para pôr no lixo?
Para o ano há mais NAUTICAMPO. Pode ser que a FPA, até lá, volte a mudar para o rumo errado que então seguia, o que não seria de admirar.


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) - AQUI)


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