quinta-feira, 14 de março de 2019

TRIBUNOS DO ÓDIO





TRIBUNOS DO ÓDIO


No âmbito do autocaravanismo há quem discorde frontalmente das minhas opiniões e não obstante eu não concordar com o estilo de intervenção escrita que produzem não tenho motivos que me levem a supor que o fazem com objectivos persecutórios. Já o mesmo não se verifica relativamente a outros que regurgitam ódios, acusações falsas e eivadas de contradições (umas mais evidentes do que outras) com objectivos inconfessáveis, muitas vezes, para camuflar os erros que cometeram e continuarem a defender como verdades o que os factos, tantas e tantas vezes, já desmentiram. Infelizmente continua a haver autocaravanistas menos atentos à história do Movimento Autocaravanista de Portugal e que AINDA acreditam nessas mensagens de ódio.

Ao longo de anos tenho sido uma voz incómoda e perturbadora desses arautos através de mais de 500 artigos de opinião publicados neste espaço virtual e em que as ideias prevalecem sobre o carácter das pessoas. Estes artigos de opinião, baseados em factos, desmontam as mentiras e refreiam as tentativas de alterar a história do autocaravanismo em PortugaL.

É uma evidência que os ódios recalcados dessas gentes se dirigiu também contra os campistas ao exigirem, à época, que as associações que pertencessem à FPA não deveriam aceitar autocaravanistas-campistas. Graças à oposição de alguns cidadãos mais conscientes a diabolização do autocaravanismo-campista começou a ser lentamente contida e estrategicamente silenciada, de tal forma que os mesmos que destilavam essas emoções reprováveis hoje já surgem a defender a liberdade de que cada um a cada  momento pratique o tipo de autocaravanismo que mais lhe interesse. A radicalização era de tal modo que alguns, orgulhosamente, afirmavam que não deviam ser instalados toldos nas respectivas autocaravanas porque isso era para os campistas. E até (muitos poucos) passavam das palavras aos actos e retiravam os toldos das autocaravanas.

Há quem me acuse (o que é um absurdo) de ser um “político”. Na realidade todos somos políticos quando falamos dos problemas que existem na sociedade e sobre eles emitimos opiniões. Na realidade, o que eu sou é um cidadão que tem preocupações políticas. Um cidadão que luta para que haja uma definição política para o autocaravanismo enquanto modalidade turística em autocaravavana. A Declaração de Princípios, que não é um documento acabado, mas que se mantem actual passados que são 9 anos, terá dado início a essa luta por um autocaravanismo melhor.


DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS – Pedagogia política do Autocaravanismo

No período anterior a 2010 muito se comentava (estávamos no inicio das redes sociais) sobre os direitos e obrigações dos autocaravanistas, mas nada se encontrava compilado sobre a matéria. Foi com base nesse "falatório" que nasceu a “Declaração de Princípios”, subscrita por diversas entidades entre as quais se contam a “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA”, a “Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal”, a Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo”, a “QUERCUS”, o “CampingCar Portugal” e muitas outras. Esta Declaração ainda hoje causa engulhos a muito boa gente, muito boa gente que se nega a assiná-la, muito boa gente que tem “egos de protagonismo” tão elevados que continuam a rejeitar a “Declaração” com argumentos falaciosos e fúteis, mas que não se coíbem de a utilizar, de a transcrever e de evocar as ideias básicas contidas nesse documento.


CONHECER O PASSADO - Para interpretar o presente

Fazer uma história séria dos acontecimentos pressupõe que se reserve algum tempo para o efeito e, da parte dos interessados na verdade dos factos, a disponibilidade para a lerem sempre de forma crítica. No entanto, os Tribunos do Ódio preferem o caminho do populismo, usando frases curtas nos comentários e observações que fazem, que nada explicam, que normalmente são deturpadoras da verdade e usadas apenas como propaganda. Dizia Paul Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler, que acreditava que "uma mentira repetida mil vezes transforma-se em verdade". Sabemos, por experiência, que as chamadas “fake news” (notícias falsas) que são difundidas na Internet, mesmo que posteriormente desmentidas e com dados que comprovam a sua falsidade, continuam a proliferar e a servir de argumentação. Por isso, muitos já não as desmentem.

Estes indivíduos (os Tribunos do Ódio) ao acusarem-me das mais variadas diatribes (que não comprovam) mais não fazem do que copiar o mau exemplo de Goebbels através da difusão de comentários que são autênticas “fake news”.

E que dizem eles? Muitas coisas que seria fastidioso aqui reportar, contudo, duas prevalecem:

* O CPA seria um trampolim para voos mais altos na minha sede de poder;

* O apoio à FCMP era o caminho por mim seguido para alcançar a Presidência dessa Federação.


PODER – Para que serve?

Quando em 2010 me candidatei à Direcção do CPA fi-lo com base num Programa de Acção que os associados sufragaram ao eleger-me e que eu e os restantes membros da Direcção cumprimos. Foi, tanto quanto me é dado saber, a primeira vez que uma Direcção se candidatou com um Programa de Acção. Os sócios souberam ao que íamos. É com orgulho que afirmo que foi a eleição mais participada de todas na vida do CPA e foi a Direcção que obteve o maior número de votos. Senti e ainda sinto muito orgulho em ter sido Presidente da Direcção do CPA. Não por ser PRESIDENTE. Mas por ter hipóteses de promover alterações estruturais no funcionamento do CPA (que julgo saber ainda hoje se manterem no essencial) e definir uma política autocaravanista de que a Declaração de Princípios foi a pedra basilar. Tudo devido ao Presidente da Direcção? Não! Tudo graças a uma equipa que se esforçava dentro das capacidades de cada um e, especialmente, por terem sido tomadas medidas correctas que melhor serviam os interesses dos autocaravanistas em geral e não apenas e só dos sócios do CPA. É para isto que o poder deve servir. Para alterar para melhor a vida dos autocaravanistas e das associações

Se quisesse (não se trata de soberba, mas de um facto), ainda hoje poderia continuar como Presidente da Direcção do CPA. Não quis por uma questão de princípio. Sempre entendi que dois mandatos, de quaisquer Corpos Gerentes, deviam corresponder ao tempo máximo de exercício numa qualquer associação. Há várias razões para que assim seja, mas não vou aqui explaná-las. Na remodelação estatutária que foi feita, no decorrer do meu 2º mandato, foi consignado o princípio de que nenhum membro dos Corpos Gerentes podia ser eleito para mais de dois mandatos consecutivos. Para quem é acusado, pelos Tribunos do Ódio, de sede de poder e que o CPA poderia servir de trampolim para voos mais altos, está-se mesmo a ver que o condicionamento estatutário de dois mandatos era a medida ideal para o objectivo (tomar o poder pelo poder) de que sou, falsamente, acusado.


SER PRESIDENTE DA FCMP? Os factos desmentem essa acusação.

As acusações, falsas não só porque desprovidas de comprovação, evoluem entretanto, já não para o CPA como alavanca de poder, mas para a Presidência da FCMP.

Na realidade a candidatura ao primeiro mandato do actual Presidente da FCMP foi apoiada por mim e pela Direcção do CPA da altura. A candidatura, desse primeiro mandato, teve como base um Programa de Acção, que suponho ter sido a primeira e única vez que existiu e onde constava um capítulo dedicado ao autocaravanismo. Os princípios que esse capítulo tinha ainda hoje se reflectem de forma abrangente no Movimento Autocaravanista de Portugal e podem ser lidos na Página Virtual da FCMP.

Do Programa de Acção da candidatura do Presidente da FCMP constava também a constituição de uma Comissão de Autocaravanismo, medida que foi proposta pela Direcção do CPA. Realço que no Regulamento da Comissão de Autocaravanismo da FCMP havia o compromisso de a Direcção da Federação ouvir, previamente, a Comissão em qualquer deliberação que respeitasse ao autocaravanismo. Que eu saiba este compromisso nunca foi cumprido.

Constituíram essa primeira Comissão de Autocaravanismo da FCMP apenas pessoas indicadas pelas associações que estavam federadas na FCMP. Foi com o acordo do Presidente da Direcção do CPA actual que o meu nome foi indigitado para pertencer à Comissão de Autocaravanismo da FCMP. Reafirmo que a minha participação na Comissão de Autocaravanismo da FCMP foi feita por indigitação do CPA e não por iniciativa própria. Evidentemente que esteve subjacente o meu desejo de participar.

No decorrer da minha colaboração na Comissão de Autocaravanismo da FCMP mantive sempre informado o Presidente da Direcção do CPA a quem solicitava algumas vezes opinião sobre matérias relacionadas com o autocaravanismo.

Quero também recordar que foi no decorrer da minha participação nessa Comissão de Autocaravanismo da FCMP que se realizou um colóquio em Salvaterra de Magos, onde, por acaso ou talvez não, compareceu uma Delegação do CAI, tendo usado da palavra um actual dirigente da FPA. Nesse Colóquio da FCMP foram bastamente defendidos os princípios constantes da Declaração de Princípios.

Entretanto, possivelmente devido a pressões, sabe-se lá de quem, o Presidente da FCMP decidiu inverter, na prática, toda a filosofia até então seguida, o que me obrigou a tomar a decisão de me demitir de todas as funções que exercia na FCMP. Esta demissão foi concertada com o Presidente da Direcção do CPA, que tomou conhecimento da minha carta. Não era possível outra opção que não fosse a demissão a partir do momento em que a FCMP dava fortes indícios de não querer respeitar o Programa de Acção com que se tinha comprometido.

A minha interligação com o CPA na defesa de uma Política Autocaravanista no seio da FCMP foi pois uma realidade. Após a minha demissão da Comissão de Autocaravanismo o Presidente da FCMP solicitou, sem êxito, ao Presidente do CPA que indicasse um substituto. A recusa do Presidente da Direcção do CPA em me substituir evidenciou que a minha colaboração no seio da FCMP não consubstanciava uma posição pessoal, pois o que estava subjacente à demissão eram as alterações, com que o CPA também não concordava, da Política Autocaravanista que a FCMP encetara. A posição assumida pelo Presidente da Direcção do CPA demonstra cabalmente que estava de acordo com as razões que aduzi e justificaram a minha demissão. E não fui substituído.

Para quem queria ser o futuro Presidente da FCMP, como os Tribunos do Ódio me acusam de querer ser, a minha demissão seguramente não teria sido o melhor caminho para eu alcançar esse objectivo.


E POR AQUI ME FICO

É reprovável que nos espaços onde se analisa a temática autocaravanista se lancem labéus sobre quem quer que seja. Até já ameaças físicas se podem ler porque a isso levam as contínuas mensagens de ódio. Quem o faz, fazendo desses espaços Tribunas de Ódio (quase sempre camuflado) de forma obsessiva-compulsiva e também não comprovando os alegados factos que evocam, não merece credibilidade. Na realidade, essas atitudes, revelam uma pobreza de espírito e uma busca dos tais 5 minutos de glória que precisam, como pão para a boca, para lhes alimentar o ego, a necessidade de obterem a aprovação e o carinho que não conseguem noutros lados.

Estes “casos de estudo” têm da minha parte a compreensão que baste e, perante o exacerbar de ódio irracional, brota em mim um sentimento de pena que justifica o silêncio a que tantas vezes me remeto. Talvez vezes de mais... Mas o que magoa, o que dói, o que perturba é o silêncio dos inocentes.

Não me recordo quem disse...

ESCREVER SEMPRE A VERDADE É COMO TOMAR UM REMÉDIO.
SABE MAL, MAS FAZ BEM




1 comentário:

  1. Todas as afirmações em que estou envolvido nesta crónica correspondem ao que se passou.
    Afirmo-o para que não surjam "novas" interpretações.

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