sábado, 25 de janeiro de 2020

NOS 30 ANOS DO CPA


Imagem da autoria de Mário Prista


NOS 30 ANOS DO CPA


Em 1 de Fevereiro de mil novecentos e noventa e sete, os associados do CPA, reunidos em Assembleia Geral, entenderam a importância que justifica a evocação de algumas datas, pelo que aprovaram que o dia vinte e cinco de Janeiro passasse a ser o “Dia do Clube” e que todos os anos, nessa mesma data, a sede do CPA devia estar sempre aberta aos associados. E, assim, deveria ser sempre feito, dando cumprimento a uma decisão com agora vinte e três anos


O primeiro momento de importância capital na via do CPA foi, obviamente, o nascimento, que teve lugar a 25 de Janeiro de 1990, não obstante estar a ser planeado desde Setembro de 1988 numa primeira reunião que se realizou no Parque de Campismo de Escaropim. Depois dessa data os fundadores reuniram-se ainda pelo menos mais quatro vezes e sempre em Parques de Campismo.

O facto de a associação, que se veio a denominar como “Clube Português de Autocaravanas”, ter tido o nascimento programado em Parques de Campismo, por campistas, revela bem o espírito que presidiu à criação. Tudo evidencia que se não tratava de fazer emergir uma modalidade autocaravanista. O espírito era campista, embora o material de campismo a ser utilizado deixasse de ser a tenda e passasse a centrar-se na autocaravana, material que à época só alguns poucos dispunham. Muitas destas autocaravanas eram até “construídas” junto à primeira sede do CPA, na Rua dos Lagares, em Lisboa. Registe-se ainda que o campismo estava de tal forma presente na forma de pensar dos fundadores que os primeiros estatutos do CPA “obrigavam” à filiação na “Federação Portuguesa de Campismo e Caravanismo", actual “Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal”.


O segundo acontecimento marcante na vida do CPA teve lugar quatro anos depois da fundação, mais precisamente em 1994, com a partida para a "Primeira Volta a Portugal" iniciada na margem do Rio Tejo, perto da Torre de Belém, em Lisboa, a 26 de Março. Os autocaravanistas que tinham chegado ao local na véspera terão cantado no momento da partida, talvez pela primeira vez em público, a Marcha do CPA, “hino oficioso”, na medida em que até à presente data nunca uma Assembleia Geral o tornou oficial.

Este evento constituiu um momento marcante na vida do CPA, bastante bem organizado, que contou com a presença de médicos e de mecânicos e a que não faltou animação, convívio e entre-ajuda, numa demonstração evidente de companheirismo.


A terceira iniciativa marcante deu-se em 2010 com a coo-autoria e divulgação da “Declaração de Princípios”, subscrita por inúmeras entidades, o que constituiu a base, agora escrita, dos valores a serem seguidos por todos quantos entendessem o autocaravanismo como uma modalidade autónoma.

Talvez por não renegar e não se opor ao campismo a Declaração foi assumida pela Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo; mas porque na Declaração eram evidenciadas preocupações ambientais também a Quercus a subscreveu; e também porque a autocaravana é um veículo automóvel o ACP também considerou como importantes os conceitos de estacionar / pernoitar em autocaravana.

A "Declaração de Princípios", que ainda hoje se mantém actual, continua a marcar a política autocaravanista seguida pelo CPA.


A quarta modificação significativa que se verificou na vida do CPA foi consubstanciada com a alteração estatutária que teve lugar em Novembro de 2012. Efectivamente os Estatutos aprovados fazem um corte, não direi radical, mas profundo, com o Campismo, sem, contudo, renegar as origens campistas, nem discriminar negativamente os autocaravanistas campistas.

Os caminhos escolhidos pelos associados são claramente evidenciados nos Estatutos:

1 – Alteração do nome. Deixa o CPA de ser um clube de autocaravanas, meio pelo qual se pode fazer campismo, para passar a ser uma associação de autocaravanismo, meio pelo qual se faz turismo, sem prejuízo de também se poder fazer outras actividades, como o campismo. A ordem dos valores, dos objectivos, altera-se.

2 – Cessa a obrigatoriedade estatutária de estar filiado numa federação específica, como era no passado a filiação na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal. Os associados, em cada momento, decidem.

3 – São definidos de forma clara e pormenorizada os direitos e deveres dos associados e dos Órgãos Sociais, incrementando-se a institucionalização da associação, o que demonstra uma evolução. O CPA deixa de ser um “clube de amigos” para passar a ser uma associação autocaravanista de Portugal onde os amigos se encontram.

Sintetizando: O CPA deixa oficialmente de ser um clube campista de autocaravanas para passar a ser uma associação autocaravanista de Portugal.


O quinto e não menos importante momento marcante da vida do CPA, tem lugar em 2016 com a constituição do "Welcome Friendly Place" (WFP-Portugal), uma marca direccionada a autocaravanistas portugueses e estrangeiros, com informação turística sobre Portugal e as localidades que não pratiquem uma política de discriminação negativa dos veículos autocaravanas. Significativo é o facto de no Portal do "WFP - Portugal" se poder ler: "A Associação Autocaravanista de Portugal – CPA, detentora da marca WELCOME FRIENDLY PLACE, subscreve a Declaração de Princípios como compromisso de interesses entre as comunidades e o autocaravanismo".

A constituição do "WFP - Portugal" foi o reafirmar, agora "preto no branco", de uma forma muito expressiva, de uma política autocaravanista virada para o desenvolvimento local.
Estes são os cinco momentos mais marcantes na vida do CPA, pois que, em si mesmos, influenciaram o Movimento Autocaravanista de Portugal, mas que não esgotam a importância do CPA que, sem exagero, fez e continua a fazer, a história do autocaravanismo.

O CPA que é a mais antiga associação autocaravanista de Portugal:
* Tem cerca de mil sócios no pleno gozo dos direitos associativos;
* Tem numa relação qualidade preço o melhor seguro de autocaravanas:
* Tem sócios de várias nacionalidades;
* Tem sócios com múltiplas profissões cujos estatutos profissionais os não divide;
* Tem protocolos para aproveitamento de meios e assim evitar a duplicação de esforços;
* Tem um regulamento de quotizações que defende os novos associados;
* Tem aconselhamento jurídico gratuito para os sócios desde 2011;
* Tem uma Declaração de Princípios subscrita entre outras pelas seguintes entidades: Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo (FICC) e pela QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza;
* Tem um Fórum que em 2013 já tinha sido visualizado mais de 6 milhões de vezes;
* Tem informação mensal dirigida especificamente para os sócios;
* Tem apoiado e é sócio de movimentos e associações que promovem o Desenvolvimento Local;
* Tem apoio médico e veterinário aos sócios não só na residência como na autocaravana;
* Tem protocolos de reciprocidade com associações campistas e autocaravanistas;
* Tem espaço virtual disponível para os sócios relatarem as viagens que realizam;
* Tem disponível informação sobre todos os aspectos da vida associativa no âmbito de um conceito de transparência;
* Tem obtido descontos para os sócios em mais de uma centena de firmas.

O CPA é, acima de tudo, uma associação essencialmente vocacionada para o autocaravanismo que pratica a inclusão de todos os autocaravanistas independentemente do conceito que cada um tenha sobre a práctica da modalidade.

Inspirar as pessoas, as organizações de desenvolvimento local e os territórios num movimento de reflexão e promoção da cidadania e igualdade é também o contributo social do CPA para o Movimento Autocaravanista de Portugal.

Contudo, para além da história, porque também fazem parte da história, há que recordar os fundadores, sem os quais não estaríamos hoje a comemorar os 30 anos da Associação Autocaravanista de Portugal.


Ana Catarina Santos - Ana Maria Santos - Cipriano Gomes
Eduardo Silva Lopes - João Tavares - Joaquim Malpique
Jorge Baeta - Manuel Carvalho - Manuel Pinto Ribeiro
Mário Santos - Olga Baeta - Otília Malpique
Paula Baeta - Vítor Tavares


Mas, não basta sonhar


Ontem foi o tempo dos sonhos.
Caminhávamos solidários,
Acreditando que bastava querermos
Para tudo ser possível.
Hoje, vivemos a realidade.
Não basta querermos,
Não basta sonharmos,
Não basta…


É urgente gritar,
É urgente avisar,
Que para o mundo caminhar
É preciso amar,
É preciso Lutar!…
O importante
Não são os milhões,
Não são os cifrões,
Importa é ser solidário!


Ajude o CPA a manter o sonho. Seja solidário.
Neste trigésimo aniversário
Faça-se sócio do CPA


NOTA:
O poema é da autoria de Nita
A imagem é da autoria de Mário Prista



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