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do Blogue “Clipgoo”
COMPRADO
NA LOJA DO CHINÊS
(Mini
crónicas de uma viagem por Espanha)
Sempre
que me desloco em viagens além fronteiras, por períodos que prevejo
serem superiores a dois meses, tenho a preocupação de me abastecer
de forma a precaver eventuais anomalias que podem vir a suceder.
Uma
das precauções que tenho consiste em levar no porão da
autocaravana uma botija de camping gás e um fogão apropriado a essa
botija para a hipótese de se poder vir a verificar uma anomalia no
fogão da autocaravana. Este ano, porém, na deslocação que fiz,
pelo norte da Península Ibérica, decidi (mal?) não levar o
referido fogão considerando que estava relativamente perto de
Portugal, considerando que em anteriores anos nunca tinha sido necessário
utilizar o fogão de emergência e, principalmente, por me preocupar
com o peso da autocaravana, esforçando-me por, por todos os meios,
o diminuir.
E
não é que por erro meu fiquei sem gás numa das botijas?! Por erro,
porque não verifiquei se as duas botijas de gás que tinha na
autocaravana estavam cheias no inicio da viagem.
Em
Santander procurei e encontrei quem me vendesse uma botija, mas…
não tinham redutor. Procurei, procurei e lá encontrei uma grande
superfície especializada onde adquiri o redutor apropriado àquele
tipo de botija. Voltei ao local onde me vendiam a botija, substitui-a
pela vazia (que coloquei no porão), substitui o redutor e reiniciei
viagem em direcção a Bilbao.
Menos
de 1 km percorrido e um cheiro forte a gás invadiu a autocaravana.
Parei imediatamente e ao abrir o porão onde as garrafas se
encontram, um silvo e um cheiro intenso a gás obrigaram-me a fechar
apressadamente a botija. Não conseguindo resolver o problema
desactivei aquela botija.
Quando
cheguei a Bilbao foi-me indicada uma oficina de autocaravanas e para
lá me dirigi, já com outro problema que entretanto, sem saber bem
porquê, se se me deparou. A fechadura do porão das garrafas
avariara e a solução que encontrei foi fechar a porta com fita
adesiva.
Na
referida oficina não tinham fechaduras iguais ou sequer parecidas,
pelo que retiraram a fechadura de uma outra porta da autocaravana (que tinha duas) e
colocaram-na em substituição da fechadura avariada. O problema da
botija de gás foi aparentemente resolvido. Digo, aparentemente,
porque só quando cheguei à Área de Serviço de Bilbao constatei
que se na verdade a botija já não deitava gás para o exterior, também o não fazia para o interior. Simplesmente não funcionava.
Passei
a utilizar a outra botija trazida de Portugal que, felizmente, estava
cheia, mas sem deixar de me sentir ansioso, preocupado, por o gás
poder vir a ser insuficiente para toda a viagem.
Perto
de Lleida, imaginando que o problema podia ser da garrafa, resolvi
trocá-la por outra. Não passou, efectivamente, de imaginação. O
problema não era da garrafa.
Os
dias foram passando sem que a situação se resolvesse até que em
Figueres, quando junto de uma lavandaria "selfservice" procedia à
lavagem da roupa dos últimos 10 dias, convenci-me que o problema só
podia ser do redutor. Por coincidência, a menos de 10 metros, estava
um enorme estabelecimento comercial a que, em Portugal, chamamos
“Loja do Chinês”.
Com
o redutor antigo na mão, o tal que tinha comprado numa loja
especializada em Santander, o tal que tinha sido analisado numa
oficina de autocaravanas em Bilbão, entrei na “Loja do Chinês”.
Expliquei o assunto no meu elaborado “espanholês” e, sem muita
convicção, aguardei. O empregado olhou para o redutor antigo, foi
buscar outro e disse-me: Esse está estragado. Experimente este. Se
não funcionar devolva-mo.
Sai
da “Loja do Chinês” com o coração aos pulos, corri para a
autocaravana, coloquei o redutor novo, abri a garrafa, liguei o fogão
e… MILAGRE!!! FUNCIONAVA!!!
Desde
então deixei de dizer com desdém:
Foi
comprado na “Loja do Chinês”!
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