Celis ES - Cantabria |
Quando,
ao passar por Celis...
(Mini
crónicas de uma viagem por Espanha)
Há
momentos na vida das pessoas que não se explicam. Quando assim
acontece dizemos que foi a “vontade de deus”, o “destino” ou
uma “coincidência”. E maravilha-mo-nos com o sucedido.
Há
também o hábito (mau hábito) de tratarmos os conhecidos com quem
mais interagimos como “amigos”. Pessoalmente, os dedos das minhas
mãos chegam e sobram para contar os meus amigos. Muitas e muitas
vezes estou meses sem contactar algum desses meus amigos, mas quando
nos encontramos é como se nos tivéssemos separado na véspera.
Há
também a ideia feita de que os melhores (?) amigos são aqueles cuja
amizade foi construída enquanto crianças ou adolescentes. É
verdade, mas não é uma verdade absoluta. Há uns oito, nove anos,
saiba-se lá porquê, nasceu entre mim e o Nuno (nome fictício) uma
amizade que se foi cimentando e que continua até aos dias de hoje.
A
amizade entre mim e o Nuno nasce no seio do movimento associativo
autocaravanista. É pois no associativismo que é construída uma
amizade entre duas pessoas com percursos de vida, filosofias,
motivações políticas, interesses culturais e estatutos sociais
diferentes. Contudo, a honestidade intelectual (e não só), o
respeito pelas diferenças e o espírito humanista de Nuno, revelados
desde o início da nossa relação, contribuíram para uma amizade
nascida numa idade em que já não é usual.
Saiba-se,
também, que raramente eu e o Nuno viajamos juntos e este Verão não
foi uma excepção. Normalmente viajo sozinho. Melhor dizendo:
Viajamos (eu e a minha mulher) sozinhos.
Tinha
saído de Portugal fariam uns 15 dias e, depois de ter pernoitado em
Cangas de Onis (onde passara pelas peripécias que relatei na minha
crónica anterior), rumei para Arenas Las Cabrales (nas Astúrias)
onde almocei e após o que apontei na Direcção de Potes (na
Cantábria), que alcançaria seguindo ao longo de um desfiladeiro,
num percurso maravilhoso que já fizera alguns anos antes.
Mas
o “destino” não queria que eu fosse pelo desfiladeiro. Estava
encerrado para obras, pelo que havia que seguir por uma estrada de
montanha, num percurso também muito bonito, embora mais longo e
moroso.
Era
uma tarde solarenga, embora não muito quente, que me permitia uma
condução agradável, quando, ao passar por Celis...
(Quando
o Império Romano caiu, em 1453, os guerreiros Céleres (nome do seu
primeiro líder, Celer de Romulus) e suas famílias deixaram Roma e
foram para o Vale do Rionansa em Cantábria,
Espanha, onde, durante gerações os Celeres se casaram com os
habitantes locais, criando novas famílias. A pequena aldeia e os
sobrenomes das pessoas que lá viviam foram chamados Celis. - Fonte:
WikipediA).
Quando,
ao passar por Celis...
lá estava a autocaravana do Nuno, o Nuno, a esposa e o Rapazote, o
amigo de 4 patas.
Este
inesperado encontro, não previamente acordado, foi obra do
“destino”? Foi “vontade de deus”? Foi uma “coincidência”?
Deixo a resposta a outros mais doutos nestas matérias. Quanto a mim,
sei, Ah!, isso sei, que foi um encontro muito agradável que nos
permitiu pôr a conversa em dia enquanto tomávamos um café.
(O
autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal,
emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo
(e não só) – AQUI)
Sem comentários:
Enviar um comentário