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do Blogue “Fãs da Psicanálise”
A
FPA (continua) igual a ela própria...
“José
Pires, presidente da Federação Portuguesa de Autocaravanismo (FPA),
considera que o “Algarve
é ainda uma região bastante sensível relativamente ao
autocaravanismo”
e acredita que a solução passa pela “criação
de mais espaços dedicados a este tipo de turismo, já que as pessoas
tendem a ir para os locais onde se sentem mais confortáveis”.
“, pode ler-se num artigo de Cátia Marcelino publicado no
“POSTAL” (ver AQUI) a 16 de Setembro passado.
Logo
de seguida Cátia Marcelino refere que “Da
mesma opinião partilham os responsáveis da RAARA, que verificam que
“sempre
que há uma área de serviço, cerca de 80% dos autocaravanistas vão
para lá em vez de irem para os locais clandestinos”.”
Ou seja e segundo a autora, José Pires e os responsáveis da RAARA
(Rede
de Acolhimento ao Autocaravanismo na Região do Algarve)
estão sintonizados.
Esta alegada sintonia entre José Pires (presidente da FPA) e a RAARA (um produto
da CCDR-Algarve) não augura nada de muito bom para o autocaravanismo
e para os autocaravanistas portugueses.
Recordo
que a RAARA
não é (ainda) o culminar de toda uma estratégia delineada pela
“Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve”
(CCDR-Algarve), estratégia que foi iniciada oficialmente em Julho de 2008
com a divulgação do documento “Caracterização do
Auto-Caravanismo na Região do Algarve e Proposta para a Definição
de uma Estratégia de Acolhimento” (ver AQUI).
Vejamos
alguns dos passos da estratégia delineada pela CCDR-Algarve:
-
Em Julho de 2008 é divulgado pela CCDR-Algarve o documento
“Caracterização do Auto-Caravanismo na Região do Algarve e
Proposta para a Definição de uma Estratégia de Acolhimento” cujo
conteúdo indicia e “oficializa” o início da discriminação
negativa do veículo autocaravana.
-
O CPA é a primeira (e que saiba única) associação com
personalidade jurídica essencialmente vocacionada para o
autocaravanismo a contraditar em Setembro de 2008 o documento
divulgado pela CCDR-Algarve. É uma opinião não muito aprofundada,
mas suficiente para realçar alguns pontos negativos do documento da
CCDR-Algarve que são contrários à política defendida pelo CPA em 2007 (ver
AQUI).
-
É o próprio documento da CCDR-Algarve (a páginas 101, 102 e 103)
que reproduz as preocupações do CPA de Maio de 2007, onde já é
referida a necessidade de se fazer a distinção entre acampar e
estacionar em autocaravana.
-
Representantes da Direcção do CPA e da Comissão Coordenadora da
Delegação Regional do Algarve do CPA reuniram com a Associação de
Municípios do Algarve (AMAL) e com a Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Algarve, no dia 6 de Fevereiro de 2012,
em Faro, com o objectivo de analisar os critérios para a
constituição de uma “Rede de acolhimento para o autocaravanismo
na região do Algarve” que, 3 anos depois, são oficialmente
concretizados na apresentação pública realizada a 11 de Dezembro
de 2015, no Camping
Turiscampo, em Espiche (Lagos) (ver AQUI).
-
Compreendendo a gravidade dos critérios o CPA propôs, para os poder
apoiar e apoiar a RAARA, a inclusão de 5 pontos que foram divulgados no Comunicado do
CPA de 2012/03 de 7 de Fevereiro e que, não obstante a argumentação dos representantes do CPA, não foram aceites pela
CCDR-Algarve e pela AMAL. (Curiosamente, o presidente da FPA, segundo o que está escrito no "POSTAL", está sintonizado com a RAARA, que mais não é que um dos meios que a CCDR-ALgarve usa como estratégia para proibir as autocaravanas de estacionarem como outro qualquer veículo de igual gabarito. O CPA, que defende valores e princípios, nunca esteve sintonizado com as estratégias e objectivos da CCDR-Algarve)
A
apresentação da “Rede de Acolhimento ao Autocaravanismo na Região
do Algarve” (RAARA) é
a última acção relevante, de que tenho conhecimento, através do
“Sul-informação”, promovida pela CCDR-Algarve, pela Região de
Turismo do Algarve (RTA), pela AMAL e pela Associação de Turismo do
Algarve (ATA) e surge
na sequência da estratégia definida há 9
anos pela CCDR-Algarve no documento intitulado “Caracterização do
Auto-Caravanismo na Região do Algarve e Proposta para a Definição
de uma Estratégia de Acolhimento”.
(Também,
intencionalmente ou não, mas
com
propósitos semelhantes,
a
Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) numa
audiência na Assembleia da República (ver AQUI)
junto do Grupo de Trabalho de Turismo da Comissão de Economia,
Inovação e Obras Públicas parece estar sintonizada com os objectivos da
CCDR-Algarve. Até à presente data nunca a FCMP veio a público
esclarecer a proposta legislativa que fez e
que contradiz
a Declaração de Princípios (ver AQUI)
que subscreveu. Esta atitude da FCMP foi, aliás, a "gota de água" que impediu o CPA de manter a filiação na FCMP por deliberação dos associados em Assembleia Geral)
Poderemos pois concluir, em última análise, que é com a CCDR-Algarve que José Pires, presidente da FPA,
está em sintonia?
Aguardemos
(sentados de preferência), que a FPA venha clarificar e/ou desmentir esta estranha
(?) sintonia e, sobretudo, repudiar publica e oficialmente as intenções que estão alegadamente subjacentes ao projecto RAARA.
(O
autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal,
emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo
(e não só) - AQUI)