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do espaço “UmCOMO”
DISCURSO EGOCÊNTRICO
Quando
alguém afirma que “algo” é do interesse nacional… fico
desconfiado. Ao longo de anos nunca entendi muito bem este conceito.
É seguramente uma dificuldade minha não conseguir dissociar
“interesse nacional” do “interesse dos nacionais”. Mas não
confundo “interesse nacional com “desígnio nacional”. De igual
forma não entendo o “interesse do autocaravanismo” que não
consubstancie os interesses da maioria dos autocaravanistas.
A
criação da FPA, já na forma, já na substância, não foi (e
continua a não ser) do “interesse do autocaravanismo” porque não
é sinónimo dos interesses da maioria dos autocaravanistas. O
passado da FPA mereceu as minhas comprovadas criticas conforme pode
ser ajuizado nos artigos de opinião que podem ser acedidos AQUI.
Foi
a teimosia dos fundadores da FPA que ao não aceitarem participar
numa estrutura inorgânica, constituída por associações
autocaravanistas de base, politicamente enquadrada na “Declaração de Princípios”, contribuíram para dividir o Movimento
Autocaravanista de Portugal ao criarem a FPA. A teimosia até pode ser
uma mais valia se corresponder a uma verdade proveitosa. No caso em
apreço passou a ser arrogância e dessa arrogância saíram (estão
a sair) prejudicados todos os autocaravanistas.
Sobre
o devenir da FPA basta ouvir a entrevista (ver
AQUI)
dada pelo recém
eleito Presidente da FPA (Manuel Bragança) à Rádio Regional do
Centro no
passado dia 3 de Fevereiro,
para
se deduzir (ver
AQUI)
que
o futuro da FPA é problemático. Uma
análise, superficial, feita
aos
recém eleitos membros dos Órgãos Sociais da FPA, concluirá que
entre eles existem divergências, algumas de fundo, sobre
política autocaravanista, o que não promove sequer a unidade na acção.
Já
posteriormente a ter escrito e divulgado o meu artigo de opinião
(Tinha razão) tomei conhecimento do “Discurso de Tomada de Posse”
do Presidente da FPA que, além de ser a pré-confirmação do
que
está subjacente na
entrevista, ainda revela contradições inexplicáveis.
Princípio
por afirmar que um "Discurso de Tomada de Posse" deveria (1)
divulgar
a política autocaravanista a que os novos Órgãos Sociais se
propõem, (2)
ser
aglutinador dos sócios (ou seja das associações que constituem a
FPA) e (3)
mobilizador
dos autocaravanistas portugueses.
(1)
Política
autocaravanista
A
política autocaravanista que se propõem é de tal forma reduzida
que o que se pode afirmar é que o Discurso está eivado de lugares
comuns, talvez
devido aos membros da Direcção, ora eleita, não conseguirem fazer e
divulgar um Programa Comum. Porquê? Porque, se entretanto não vierem a dar dito por não dito, alguns têm pontos de vista diferentes.
(2)
Aglutinar
os clubes
Tal
como na entrevista o fez, o Presidente da FPA criticou
os anteriores dirigentes, conforme se lê no seguinte
trecho: “A
nossa Federação vai a caminho dos 7 anos de existência, e nos
últimos anos tem
vivido uma crónica e preocupante incapacidade paralisante,
talvez pelo fato de termos ideias diferentes para a solução do
mesmo problema (...)”.
Ao fazer esta denúncia o Presidente
está
obviamente a
responsabilizar ou os
Órgãos Sociais anteriores, ou
o
Presidente cessante, ou
os
Clubes Fundadores da FPA, ou
todos,
pois
que,
digo
eu,
descansaram, não intervindo como deviam.
Mas, o Presidente da FPA no "Discurso de Tomada de Posse", vai mais além e justifica a “crónica e preocupante incapacidade paralisante” da FPA que, segundo ele, se deve ao “fato de termos ideias diferentes para a solução do mesmo problema, ou (acrescenta) talvez por escolhos colocados por quem se diz amigo do autocaravanismo, no entanto o que pretendem é a promoção pessoal ao invés de se adaptarem às exigências de uma gestão moderna, transparente e participada”. Estas afirmações que o Presidente da FPA faz, independentemente de poderem ser verdadeiras, não contribuem para a unidade dos associados e espelham a falta de “sentido de estado” que vêm caracterizando a FPA desde a fundação. Cada vez mais a FPA é um “clube de amigos” onde os Amigos se não encontram?
Mas, o Presidente da FPA no "Discurso de Tomada de Posse", vai mais além e justifica a “crónica e preocupante incapacidade paralisante” da FPA que, segundo ele, se deve ao “fato de termos ideias diferentes para a solução do mesmo problema, ou (acrescenta) talvez por escolhos colocados por quem se diz amigo do autocaravanismo, no entanto o que pretendem é a promoção pessoal ao invés de se adaptarem às exigências de uma gestão moderna, transparente e participada”. Estas afirmações que o Presidente da FPA faz, independentemente de poderem ser verdadeiras, não contribuem para a unidade dos associados e espelham a falta de “sentido de estado” que vêm caracterizando a FPA desde a fundação. Cada vez mais a FPA é um “clube de amigos” onde os Amigos se não encontram?
Contudo, a mais importante declaração (a única realmente importante) do Presidente da FPA entra
conflito com a política autocaravanista anteriormente seguida e defendida acerrimamente, até por membros da Direcção agora
eleita. No Discurso é reconhecido que “A
grande maioria das ações que atacam a credibilidade do
autocaravanismo e a federação são tomadas não por vazio
legislativo, mas por uso impróprio e desajustado da legislação
existente”,
o que vem dar uma machadada na política seguida pela FPA que sempre defendeu uma legislação específica para o autocaravanismo como forma de resolver estes problemas. Só não vê quem não quer! O Presidente da FPA criticou as associações fundadoras e dá razão à política seguida pela "Associação Autocaravanista de Portugal - CPA"
(3)
Mobilizar
os autocaravanistas
Este
discurso, pelas
omissões, pela alegada
incapacidade
dos membros da Direcção da FPA se unirem e apresentarem um programa
comum e pelas criticas viradas para o interior da FPA, não conseguiu
passar uma mensagem que entusiasme e mobilize os autocaravanistas
portugueses. É
um discurso egocêntrico!.
Concluindo
O
discurso do Presidente da FPA não contraria os comentários que fiz
sobre a entrevista que deu à Rádio Regional do Centro, antes são a pré-confirmação dos mesmos.
Depois de "ouvir" o Presidente da FPA afirmar que não é por não haver legislação que os autocaravanistas são descredibilizados (discriminados, interpreto eu), mas, sim, por as leis existentes não serem correctamente aplicadas, ah!... se eu tivesse subscrito a Petição, promovida pela FPA para exigir legislação específica para o autocaravanismo, sentir-me-ia enganado e profundamente desiludido.
Depois de "ouvir" o Presidente da FPA afirmar que não é por não haver legislação que os autocaravanistas são descredibilizados (discriminados, interpreto eu), mas, sim, por as leis existentes não serem correctamente aplicadas, ah!... se eu tivesse subscrito a Petição, promovida pela FPA para exigir legislação específica para o autocaravanismo, sentir-me-ia enganado e profundamente desiludido.
Neste "Discurso de Tomada de Posse" falta pois, reafirmando
o que escrevi
nos
comentários à entrevista, o
assumir de
um
pedido de desculpas aos 888 subscritores da
Petição promovida pela FPA.
(O
autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal,
emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo
(e
não só)
- AQUI)
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