segunda-feira, 30 de abril de 2018

Apontamentos de Viagem - Distrito de Braga (Em vídeo)





Apontamentos de Viagem

Distrito de Braga


Imagens obtidas no Distrito de Braga.

Estes Apontamentos incidiram sobre o Concelho da Barcelos (2002).

Com estes Apontamentos pretende-se incentivar visitas turísticas, pois nenhuma imagem substitui a descoberta presencial.





(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)




sexta-feira, 27 de abril de 2018

ARPIAC – Museu do Traje e do Teatro - 2004 (Em vídeo)






ARPIAC 2004

Museu do Traje e do Teatro


Não obstante este convívio estar enquadrado em actividades da ARPIAC (Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Agualva Cacém) não deixa de revelar alguns aspectos turísticos/culturais que podem ser de interesse para o turismo em autocaravana

Para além da confraternização entre os participantes as imagens dos Museus do Traje e do Teatro (em Lisboa) que são apresentadas podem contribuir para criar o desejo de uma visita, pois que a presença física nestes museus não pode ser substituída por nenhuma foto.





(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)




quinta-feira, 26 de abril de 2018

O Sr. Alfredo, os restaurantes e os Clubes Autocaravanistas



Imagem obtida no Blogue “Lições de Vida”




O Sr. Alfredo, os restaurantes
e
os Clubes Autocaravanistas



Há uns anos atrás almoçava regularmente no restaurante do Sr. Alfredo, situado algures num conhecido bairro lisboeta. Era o único restaurante na zona, mas, felizmente, comia-se razoavelmente bem. Talvez por isso, devido à simpatia do Sr. Alfredo, e também, como já referi, por ser o único restaurante nas proximidades, os clientes fidelizavam-se.

Um dia cheguei ao restaurante mais tarde do que o habitual, encontrando-se a sala já vazia. O Sr. Alfredo e a esposa (que também era a cozinheira) e o único empregado que tinham (que ao que parece era sobrinho) não obstante já se encontrarem a almoçar numa mesa afastada, não deixaram de me atender e servir-me uma, por sinal ainda me recordo, excelente refeição.

Terminado o almoço o Sr. Alfredo veio sentar-se à minha mesa e presenteou-me com um bagaço especial, daqueles que só se oferece à família mais chegada e aos amigos. Também foi a primeira e única vez que o fez, com grande pesar da minha parte, até porque não tive coragem de, ao longo das vezes que ali continuei a almoçar, o pedir.

É evidente que, naquele almoço, beberricando aquele bom bagaço, trocámos algumas palavras, tendo ficado surpreendido com os conhecimentos (de experiência feitos?) do Sr. Alfredo. Em dado momento atrevi-me a comentar que ele devia estar muito satisfeito por aquele ser o único restaurante da zona, por não ter concorrentes. E foi aí que o Sr. Alfredo me surpreendeu. Que não, que não senhor. Ele gostaria de ter na zona mais dois ou três ou mesmo quatro restaurantes. Ora essa, disse-lhe eu, não tem medo que os seus clientes se dispersem, lhe fujam. Mas que não, respondeu ele. Haveria era mais clientes, pois as pessoas deslocam-se para onde há maior possibilidade de escolha. Por outro lado, havendo mais concorrência, teria cada um de se esforçar por prestar melhores serviços. Pois eu não via, dizia-me empolgado o Sr. Alfredo, que nesses bairros típicos onde há muitos restaurantes e tabernas, a afluência é muita? Mais do que se houvesse só um. E então nas zonas de restauração dos Centros Comerciais?! E continuou ele: - Mesmo à noite, estão cheios! E aqui? Alguém vem para aqui, há noite? Para um lugar deserto? E o Sr Alfredo terminou perentório: - Mais três ou quatro restaurantes é que era bom. Depois, após uma pausa, sentenciou: - Sem perder-mos as coisas de cada um, lá nos havíamos de orientar no que fosse bom para todos.

Alguns anos depois daquela conversa a minha actividade laboral deixou de se centrar naquela zona e deixei de almoçar no restaurante do Sr. Alfredo. Não sei se o restaurante ainda existe, não sei se o Sr. Alfredo ainda é vivo, mas nunca esqueci as palavras dele. As palavras de um homem que sabia como as “coisas” funcionam.

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Vem esta pequena história à coação porque as associações autocaravanistas de base e com personalidade jurídica há já tempo demais que continuam sem capacidade para analisarem em conjunto os problemas que se colocam ao Movimento Autocaravanista de Portugal.

Não se pode assumir que a existência de mais ou de muitas associações autocaravanistas é prejudicial, pois, como dizia o Sr. Alfredo, haver mais restaurantes fortalece a restauração, na medida em que a concorrência obriga a que cada um preste maiores, melhores e mais diversificados serviços.

O que prejudica o Movimento Autocaravanista de Portugal (as associações, os associados e os autocarravanistas em geral) é, sem que cada associação perca a respectiva identidade, não passar-se uma mensagem comum para o exterior do Movimento que permita criar condições para o desenvolvimento sustentado do autocaravanismo.

Vamos ao concreto:

As associações concordam que ACAMPAR é a imobilização da autocaravana, ocupando um espaço superior ao seu perímetro, em consequência da abertura de janelas para o exterior, uso de toldos, mesas, cadeiras e similares, para a prática de campismo? Se concordam, digam-no em conjunto, porque é minha convicção que os autocaravanistas estão de acordo.

As associações concordam que acampar só é permitido (e assim deve continuar) em locais consignados na Lei e, consequentemente, salvo exceções, também consignadas na Lei, é proibido na via pública, independentemente da hora a que ocorra, devendo, na salvaguarda do interesse público, ser penalizado? Se concordam, digam-no em conjunto, porque é minha convicção que os autocaravanistas estão de acordo.

As associações concordam que ESTACIONAR/PERNOITAR é a imobilização da autocaravana na via pública, respeitando as normas de estacionamento em vigor, designadamente o Código da Estrada, independentemente da permanência ou não de pessoas no seu interior? Se concordam, digam-no em conjunto, porque é minha convicção que os autocaravanistas estão de acordo.

As associações concordam que o ato de estacionar/pernoitar, conforme é acima definido, deve poder continuar a ser efetuado em qualquer local, não proibido por Lei (nomeadamente no Código da Estrada) não podendo as autocaravanas, pelo simples facto de o serem, nomeadamente através de sinalética que não conste de diplomas legais (e que será discriminatória se vier a existir), ser impedidas de o fazer? Se concordam, digam-no em conjunto, porque é minha convicção que os autocaravanistas estão de acordo.

As associações concordam que é lesivo da igualdade de tratamento a que todos temos direito a existência de diplomas que legislem de forma discriminatória, impedindo especificamente o veículo autocaravana de estacionar onde outros veículos de igual ou semelhante gabarito o podem fazer? Se concordam, digam-no em conjunto, porque é minha convicção que os autocaravanistas estão de acordo.

As associações concordam que o turismo itinerante em autocaravana é um fator de desenvolvimento económico para as populações que justifica em si mesmo uma discriminação positiva do autocaravanismo? Se concordam, digam-no em conjunto, porque é minha convicção que os autocaravanistas estão de acordo.

As associações concordam que os Parques de Campismo Municipais devem permitir a utilização das Estações de Serviço para Autocaravanas neles existentes, no âmbito de uma politica de proteção do ambiente e, consequentemente, a preços compatíveis com o serviço prestado (abastecimento de água potável e despejo de águas negras e cinzentas)? Se concordam, digam-no em conjunto, porque é minha convicção que os autocaravanistas estão de acordo.

As associações concordam que a implementação de Áreas de Serviço para Autocaravanas, em pelo menos uma por Concelho, preferencialmente de iniciativa autárquica, contribui, não só para o desenvolvimento económico das populações, como para a proteção ambiental e o melhor ordenamento do trânsito automóvel? Se concordam, digam-no em conjunto, porque é minha convicção que os autocaravanistas estão de acordo.

Não se trata de uma obsessão afirmar constantemente que se as associações concordam o devem fazer em conjunto. Trata-se de dar força política a conceitos que já estão interiorizados no seio do Movimento Autocaravanismo Europeu, o que tem maior impacto se for transmitido conjuntamente, a uma só voz, pelas associações autocaravanistas de base e com personalidade jurídica.

Recordando, parafraseando as ideias do Sr. Alfredo, digo:

Sem perder as coisas de cada um, lutemos pelo que é bom para todos



(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) - AQUI)



quarta-feira, 25 de abril de 2018

A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS


Imagem obtida na Página Virtual da Pinterest




A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS


A Revolução de 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos, refere-se a um evento da história de Portugal resultante do movimento político e social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976, marcada por forte orientação socialista.

Após 44 anos já muitos são os portugueses que não viveram aquela noite e aqueles dois anos que se seguiram ao derrube do regime fascista, pelo que a minha modesta contribuição para as comemorações dessa (desta) data passa pela divulgação de um filme (A hora da Liberdade) que relata os acontecimentos que se verificaram, desde a noite de 24 de Abril, em que os revoltosos (os Capitães de Abril) em dezoito horas neutralizaram as forças fiéis à ditadura, até à proclamação ao país da Junta de Salvação nacional.

Um filme longo (duas horas e quarenta e quatro minutos) como longa terá sido a noite de 24 para 25 de Abril para os jovens oficiais que tudo arriscaram, inclusive as vidas, e por isso um filme que os mais jovens não deverão deixar de ver.






(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)


VIVA O 25 DE ABRIL

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Apontamentos de Viagem - Distrito de Coimbra (Em vídeo)






Apontamentos de Viagem

Distrito de Coimbra


Imagens obtidas no Distrito de Coimbra.

IMAGENS:
Serra do Açor – 2002 (Concelho de Arganil, Concelho de Góis, Concelho de Oliveira do Hospital, Concelho de Pampilhosa da serra)
Serra da Lousã – 2002 (Concelho de Góis, Concelho da Lousã, Concelho de Miranda do Corvo)
Estes Apontamentos incidiram sobre o Concelho de Arganil (Coja – 2002, Piódão – 2002 e Vila Cova de Alva - 2002), Concelho de Coimbra (2010), Concelho de Condeixa-A-Velha (Conímbriga – 2010), Concelho da Figueira da Foz (Miradouro da Bandeira – 2002 e Quiaios – 2002) e Concelho de Mira (2002).

Com estes Apontamentos pretende-se incentivar visitas turísticas, pois nenhuma imagem substitui a descoberta presencial.






(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)




sexta-feira, 20 de abril de 2018

Viajando no Natal de 2003 (Em vídeo)







Viajando no Natal de 2003


Aqui podem ser encontradas as imagens que a sensibilidade do autor, naquela viagem, quis guardar sabe-se lá porquê e agora quer partilhar

Nesse Natal viajei pela Figueira da Foz, Vila Nova da Barquinha, Rossio ao Sul do Tejo, Cabo de São Vicente, Vila de Sagres, Camping Olhão, Ria Formosa, Tavira, Olhão, Loulé, Querença, Faro, Castro Marim, Foz do Odeleite, Miradouro do Pontal, Alcoutim e Barragem de Odeleite.








(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)




quinta-feira, 19 de abril de 2018

CATIVAR OS AUTOCARAVANISTAS



Imagem obtida no blog “EMEF CALDAS JUNIOR”



CATIVAR OS AUTOCARAVANISTAS


Segundo alguns estudiosos Portugal tem o mais baixo índice de associativismo por habitante de toda a Europa o que parece ser contraditório com o facto de o número de colectividades ter aumentado, conforme os dados da “Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto” que estima haver 7 mil associações com um total de um milhão de associados e 18 mil clubes e colectividades com mais de três milhões de associados.

Em 2005 um conhecido autocaravanista português (Luís Almeida) afirmava: “Sejamos ou não associados de um qualquer clube, a verdade é que as coisas só funcionam quando existe união, convergência de esforços, dinâmica de grupo, espírito de sacrifício, enfim um conjunto de condições que, infelizmente, quer queiramos ou não admitir, não estão minimamente reunidas no caso autocaravanimo português.(ver AQUI)

Em 2012 afirmei que “A Pedagogia Autocaravanista é imprescindível exercê-la junto dos autocaravanistas para que exista um referencial que conduza a uma melhor prática. O grau de associativismo autocaravanista em Portugal não permite que essa pedagogia seja tão eficiente quanto deveria ser, nomeadamente junto da maioria dos autocaravanistas que não estão associados.”(ver AQUI)

Como, pois, trazer ao seio das organizações associativas autocaravanistas de base e com personalidade jurídica os milhares de autocaravanistas que não estão associados?

É aqui que emerge a indiscutível responsabilidade da “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA”, na medida em que, até segundo Henrique Fernandes (autocaravanista, pedestrianista, campista e ex-caravanista), “O mais antigo e maior clube português de autocaravanas é o CPA-Clube Português de Autocaravanas, atualmente designado por Associação Autocaravanista de Portugal-CPA, ou AAP-CPA (com sede em Lisboa).” (ver AQUI) Logo, sendo o mais antigo e maior, tem a obrigação de ser o que melhor deve “Promover uma Pedagogia Autocaravanista”, “Divulgar o conceito de Estacionar e Acampar em Autocaravana” e “Protestar contra a Discriminação Negativa”.

É uma realidade que o elevado número de associados do CPA se deve essencialmente à parceria que tem há já muitos anos com a Castelo & Veludo (ver AQUI) no âmbito do seguro de autocaravanas que é, numa relação custo/serviço, do melhor que se proporciona em Portugal. Contudo, esta realidade, só por si, não é suficiente, nem desejável que seja única. Evidentemente que o CPA tem muitos outros polos de atracção, mas nenhum será tão importante como o de proporcionar Encontros Autocaravanistas em que estejam compreendidas acções turísticas, campistas, culturais, desportivas e lúdicas ou, resumindo, em que o convívio seja primordial.

Infelizmente em 2017 o CPA só organizou dois Encontros Autocaravanistas que coincidiram com as Assembleias Gerais obrigatórias. Tudo aponta para que em 2018 serão também apenas 2 os Encontro que o CPA organize. A ver vamos.

(Quero aqui ressalvar e exaltar a iniciativa de alguns associados que no âmbito do CPA organizaram o percurso “Faro/Penacova pela EN2” para se deslocarem à Assembleia Geral do CPA. São iniciativas assim que contribuem para promover e cimentar o associativismo no CPA)

É imprescindível, para promover o associativismo autocaravanista, para aumentar os polos de interesse do CPA e o consequente aumento de associados e, o que não é menos importante, para dinamizar uma Pedagogia Autocaravanista, divulgando as mensagens que são imprescindíveis, que a “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” organize pelo menos 4 Encontros Autocaravanistas anuais para…

CATIVAR OS AUTOCARAVANISTAS

(Segue-se um trecho extraído do Livro “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-exupéry” no qual o Principezinho dialoga com a Raposa sobre o significado de “cativar”. Deixe correr a imaginação e experimente, neste trecho, substituir “Principezinho” por “CPA” e “Raposa” por “Autocaravanista” - Os interessados podem aceder AQUI ao texto integral do Livro)


E foi então que apareceu a raposa:

- Boa dia, disse a raposa.

- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
 - Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…

- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...

- Sou uma raposa, disse a raposa.

- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.

- Ah! desculpa, disse o principezinho. Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer "cativar"?

- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?

- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incómodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?

- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."

- Criar laços?

- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...

- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...

- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?
- Sim.

- Há caçadores nesse planeta?

- Não.

- Que bom! E galinhas?

- Também não.

- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua ideia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.

O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.

- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.

- Que é um rito? perguntou o principezinho.

- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.

- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...

- Quis, disse a raposa.

- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.

- Vou, disse a raposa.

- Então, não sais lucrando nada!

- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele...

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...

- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

(Sublinhados da minha responsabilidade)


PERGUNTA: Encontra no trecho alguma relação entre a necessidade de os Encontros Autocaravanistas organizados pelo CPA serem precisos para CATIVAR OS AUTOCARAVANISTAS?




(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) - AQUI)