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obtida no blog “EMEF CALDAS JUNIOR”
CATIVAR
OS AUTOCARAVANISTAS
Segundo
alguns estudiosos Portugal tem
o mais baixo índice de
associativismo por
habitante de toda a Europa o
que parece ser contraditório com o facto de o número de
colectividades ter aumentado, conforme os dados da “Confederação
Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto” que
estima haver 7 mil associações com um total de um milhão de
associados e 18 mil clubes e colectividades com mais de três milhões
de associados.
Em
2005 um conhecido autocaravanista português (Luís Almeida)
afirmava: “Sejamos
ou não associados de um qualquer clube, a verdade é que as coisas
só funcionam quando existe união, convergência de esforços,
dinâmica de grupo, espírito de sacrifício, enfim um conjunto de
condições que, infelizmente, quer queiramos ou não admitir, não
estão minimamente reunidas no caso autocaravanimo português.”
(ver
AQUI)
Em
2012 afirmei que “A
Pedagogia Autocaravanista é imprescindível exercê-la junto dos
autocaravanistas para que exista um referencial que conduza a uma
melhor prática. O grau de associativismo autocaravanista em Portugal
não permite que essa pedagogia seja tão eficiente quanto deveria
ser, nomeadamente junto da maioria dos autocaravanistas que não
estão associados.”(ver AQUI)
Como,
pois, trazer ao seio das organizações associativas autocaravanistas
de base e com personalidade jurídica os milhares de autocaravanistas
que não estão associados?
É
aqui
que emerge a indiscutível responsabilidade da “Associação
Autocaravanista de Portugal – CPA”, na medida em que, até segundo
Henrique Fernandes (autocaravanista,
pedestrianista, campista e ex-caravanista),
“O
mais antigo e maior clube português de autocaravanas é o CPA-Clube
Português de Autocaravanas, atualmente designado por Associação
Autocaravanista de Portugal-CPA, ou AAP-CPA (com sede em Lisboa).”
(ver AQUI)
Logo,
sendo o mais antigo e maior, tem a obrigação de ser o que melhor
deve “Promover uma Pedagogia Autocaravanista”, “Divulgar o
conceito de Estacionar e Acampar em Autocaravana” e
“Protestar contra a Discriminação Negativa”.
É
uma
realidade que o elevado número de associados do CPA se deve
essencialmente
à
parceria que tem há
já muitos anos com
a
Castelo & Veludo (ver AQUI)
no
âmbito do seguro de autocaravanas que é, numa relação
custo/serviço, do melhor que se proporciona em Portugal. Contudo,
esta realidade, só por si, não é suficiente, nem desejável que
seja única. Evidentemente
que o CPA tem muitos outros polos de atracção, mas nenhum será tão
importante como o de proporcionar Encontros Autocaravanistas em
que estejam compreendidas acções
turísticas,
campistas,
culturais,
desportivas
e lúdicas
ou, resumindo, em que o convívio seja primordial.
Infelizmente
em 2017 o CPA só organizou
dois Encontros Autocaravanistas que coincidiram com as Assembleias
Gerais obrigatórias. Tudo aponta para que em 2018 serão também
apenas 2 os Encontro que o CPA organize. A ver vamos.
(Quero
aqui ressalvar e exaltar a iniciativa de alguns associados que no
âmbito do CPA organizaram o percurso “Faro/Penacova
pela EN2” para se deslocarem à Assembleia Geral do CPA. São
iniciativas assim que contribuem para promover e cimentar o
associativismo no CPA)
É
imprescindível,
para promover o associativismo autocaravanista, para aumentar os
polos de interesse do CPA e o consequente aumento de
associados e, o que não é menos importante, para dinamizar uma Pedagogia Autocaravanista, divulgando
as mensagens que são imprescindíveis, que
a “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” organize
pelo menos 4 Encontros Autocaravanistas anuais para…
CATIVAR
OS AUTOCARAVANISTAS
(Segue-se
um trecho extraído do Livro “O Pequeno Príncipe” de Antoine de
Saint-exupéry” no qual o Principezinho dialoga com a Raposa sobre
o
significado de “cativar”. Deixe
correr a imaginação e experimente, neste trecho, substituir
“Principezinho”
por “CPA”
e “Raposa”
por “Autocaravanista”
- Os interessados podem aceder AQUI ao
texto integral do Livro)
“E
foi então que apareceu a raposa:
-
Boa dia, disse a raposa.
-
Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas
não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…
-
Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
-
Sou uma raposa, disse a raposa.
-
Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
-
Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram
ainda.
-
Ah! desculpa, disse o principezinho. Após uma reflexão,
acrescentou:
-
Que quer dizer
"cativar"?
-
Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
-
Procuro os homens, disse o principezinho. Que
quer dizer "cativar"?
-
Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incómodo!
Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu
procuras galinhas?
-
Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos.
Que quer dizer "cativar"?
-
É uma coisa muito
esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
-
Criar laços?
-
Exatamente, disse a raposa. Tu
não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil
outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens
também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa
igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos
necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei
para ti única no mundo...
-
Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu
creio que ela me cativou...
-
É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
-
Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A
raposa pareceu intrigada:
-
Num outro planeta?
-
Sim.
-
Há caçadores nesse planeta?
-
Não.
-
Que bom! E galinhas?
-
Também não.
-
Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas
a raposa voltou à sua ideia.
-
Minha vida é
monótona.
Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se
parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me
aborreço um pouco. Mas
se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei
um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos
me fazem entrar debaixo da terra.
O
teu me chamará para fora da toca, como se fosse música.
E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como
pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram
coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro.
Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é
dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no
trigo...
A
raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
-
Por favor... cativa-me! disse ela.
-
Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo.
Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
-
A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os
homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo
prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens
não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
-
Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
-
É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro
um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do
olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de
mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No
dia seguinte o principezinho voltou.
-
Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens,
por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser
feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às
quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço
da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a
hora de preparar o coração... É preciso ritos.
-
Que é um rito?
perguntou o principezinho.
-
É uma coisa muito
esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja
diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus
caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com
as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou
passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os
dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim
o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da
partida, a raposa disse:
-
Ah! Eu vou chorar.
-
A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal;
mas tu quiseste que eu te cativasse...
-
Quis, disse a raposa.
-
Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
-
Vou, disse a raposa.
-
Então, não sais lucrando nada!
-
Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois
ela acrescentou:
-
Vai rever as rosas.
Tu compreenderás que a tua é a única no mundo.
Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um
segredo.
Foi
o principezinho rever as rosas:
-
Vós não sois
absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda.
Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era
a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz
dela um amigo. Ela é
agora única no mundo.
E
as rosas estavam desapontadas.
-
Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós.
Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece
convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas,
pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a
ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas
(exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu
escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a
minha rosa.
E
voltou, então, à raposa:
-
Adeus, disse ele...
-
Adeus, disse a raposa. Eis
o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O
essencial é invisível para os olhos.
-
O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a
fim de se lembrar.
-
Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão
importante.
-
Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho,
a fim de se lembrar.
-
Os homens
esqueceram essa verdade,
disse a raposa. Mas
tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por
aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
-
Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim
de se lembrar.
(Sublinhados
da minha responsabilidade)
PERGUNTA:
Encontra no trecho alguma relação entre a necessidade de os
Encontros Autocaravanistas organizados pelo CPA serem precisos para
CATIVAR OS AUTOCARAVANISTAS?
(O
autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal,
emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo
(e
não só)
- AQUI)
Uma leitura mais atenta ao relatório e contas 2017, aprovado na AG do CPA de março passado, esclarece que para além dos dois Encontros organizados pelo CPA, outros houve onde o CPA foi chamado a participar e aos quais os sócios não deram importância. Corrijo a informação sobre a organização do percurso Faro/Penacova pela EN2: foi organizada pela direção do CPA e não por iniciativa de alguns associados.
ResponderEliminarCompanheiro Autocaravanista Paulo MB,
EliminarComo talvez se não tenha apercebido, no meu artigo de opinião, o que está escrito e até sublinhado é que “Infelizmente em 2017 o CPA só organizou dois Encontros Autocaravanistas”. As outras actividades não foram ORGANIZADAS pelo CPA, mas noticiadas.
Relativamente ao percurso “Faro/Penacova pela EN2” o mesmo nasceu publicamente, ainda antes de o CPA o ter divulgado, no seio do Grupo “Espaço Autocaravanista Algarvio”. Por esta divulgação ter precedido a informação do CPA para mim tornou-se uma evidência que foi, inicialmente, uma iniciativa de alguns ou (admito-o) de apenas um associado. Mesmo que assim não seja, embora surpreendido por a divulgação não ter sido primeiramente feita pelo CPA, continuo a louvar o evento.