O AUTOCARAVANISMO “ALAPADO” NAS ASAs
Nos princípios deste mês de Janeiro estive na ASA (Área de Serviço de Autocaravanas) de Vila Real de Santo António
Naquela ASA, gerida, ao que me informaram, pela Câmara Municipal, são dois os espaços destinados ao estacionamento das autocaravanas:
- Um dos estacionamentos destina-se àqueles que informam que ali vão permanecer durante muito tempo, meses até. Têm acesso a tudo, inclusive electricidade.
- O outro estacionamento destina-se essencialmente, mas não só, aos que vão permanecer por um período limitado e além do acesso aos serviços fundamentais podem ter (ou não) acesso a energia eléctrica. Tudo depende da procura, pois os pontos de energia são limitados.
Para os que não sabem, esclareço que esta Área situa-se a cerca de 500 metros do centro histórico de Vila Real de Santo António e a uns 300 metros dos barcos que fazem a ligação com Ayamonte.
(Já agora (e a talhe de foice) informo que uma botija de gás propano CEPSA (Botija azul) custava em Ayamonte 16 €, enquanto em Portugal o preço rondava os 30 €.)
Nesta ASA a questão de falta de lugares (no Inverno, no Verão não sei) não se põe. Contudo, não é isso que está em causa, mas o princípio. Ou a Câmara Municipal transforma esta ASA num Parque de Campismo exclusivo para Autocaravanas e nesse caso as exigências das instalações têm que ser maiores, conforme a portaria que legisla este tipo de Parques ou, mantendo o sistema como está, está a contribuir para a discriminação dos autocaravanistas que nas épocas altas querem visitar Vila Real de Santo António e não o conseguem fazer devido a que muitas das autocaravanas ali permanecem “alapadas” impedindo uma desejável rotatividade.
(A título de curiosidade dou a conhecer que no local onde a ASA está implementada, junto ao Rio Guadiana, a cerca de 500 metros do centro histórico de Vila Real de Santo António e à vista de Ayamonte, não consegui captar os 7 canais televisivos digitais, mas captei 42 canais e umas 15 frequências radiofónicas de… Espanha. Alguém se recorda da polémica com a instalação do sistema DTV em Portugal?)
Termino, exortando uma vez mais as associações autocaravanistas em conjunto, em REUNIÕES INFORMAIS, a desenvolverem uma campanha de esclarecimento junto das Câmaras Municipais e dos autocaravanistas para que as ASAs não se transformem em arremedos de Parques de Campismo, com óbvio prejuízo para os autocaravanistas e com consequências futuras imprevisíveis.