terça-feira, 24 de janeiro de 2023

O AUTOCARAVANISMO “ALAPADO” NAS ASAs

 


O AUTOCARAVANISMO “ALAPADO” NAS ASAs


Nos princípios deste mês de Janeiro estive na ASA (Área de Serviço de Autocaravanas) de Vila Real de Santo António


Naquela ASA, gerida, ao que me informaram, pela Câmara Municipal, são dois os espaços destinados ao estacionamento das autocaravanas:


- Um dos estacionamentos destina-se àqueles que informam que ali vão permanecer durante muito tempo, meses até. Têm acesso a tudo, inclusive electricidade.


- O outro estacionamento destina-se essencialmente, mas não só, aos que vão permanecer por um período limitado e além do acesso aos serviços fundamentais podem ter (ou não) acesso a energia eléctrica. Tudo depende da procura, pois os pontos de energia são limitados.


Para os que não sabem, esclareço que esta Área situa-se a cerca de 500 metros do centro histórico de Vila Real de Santo António e a uns 300 metros dos barcos que fazem a ligação com Ayamonte.


(Já agora (e a talhe de foice) informo que uma botija de gás propano CEPSA (Botija azul) custava em Ayamonte 16 €, enquanto em Portugal o preço rondava os 30 €.)


Nesta ASA a questão de falta de lugares (no Inverno, no Verão não sei) não se põe. Contudo, não é isso que está em causa, mas o princípio. Ou a Câmara Municipal transforma esta ASA num Parque de Campismo exclusivo para Autocaravanas e nesse caso as exigências das instalações têm que ser maiores, conforme a portaria que legisla este tipo de Parques ou, mantendo o sistema como está, está a contribuir para a discriminação dos autocaravanistas que nas épocas altas querem visitar Vila Real de Santo António e não o conseguem fazer devido a que muitas das autocaravanas ali permanecem “alapadas” impedindo uma desejável rotatividade.


(A título de curiosidade dou a conhecer que no local onde a ASA está implementada, junto ao Rio Guadiana, a cerca de 500 metros do centro histórico de Vila Real de Santo António e à vista de Ayamonte, não consegui captar os 7 canais televisivos digitais, mas captei 42 canais e umas 15 frequências radiofónicas de… Espanha. Alguém se recorda da polémica com a instalação do sistema DTV em Portugal?)


Termino, exortando uma vez mais as associações autocaravanistas em conjunto, em REUNIÕES INFORMAIS, a desenvolverem uma campanha de esclarecimento junto das Câmaras Municipais e dos autocaravanistas para que as ASAs não se transformem em arremedos de Parques de Campismo, com óbvio prejuízo para os autocaravanistas e com consequências futuras imprevisíveis.



segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

LEVAR A CARTA A GARCIA

 


LEVAR A CARTA A GARCIA


As Áreas de Serviço para Autocaravanas não são Parques de Campismo, mas muitos autocaravanistas assim o não entendem e acampam nesses apoios que as autarquias proporcionam.


Para se entender melhor as diferenças substanciais entre Parques de Campismo, Parques de Campismo exclusivos para Autocaravanas e Áreas de Serviço para Autocaravanas sugiro o acesso AQUI


Verifica-se, também, que as Câmaras Municipais implementam Áreas de Serviço, disponibilizando pontos de água potável, locais para despejos das chamadas águas negras e cinzentas e energia eléctrica, tudo gratuito. Nada a opôr, excepto quando…


Estive recentemente na Área de Serviço de Alcobaça (onde tive um lugar por mero acaso ou sorte) que se localiza a uns 500 metros do Mosteiro. É uma Área bem cuidada, inserida num jardim relvado, totalmente vedado e bem iluminado. Dispõe de mesas e bancos, sanitários e disponibiliza, além do fundamental numa Área de Serviço, energia eléctrica. TUDO GRATUITO.


É minha convicção que a autarquia implementou esta Área para que os autocaravanistas pudessem visitar Alcobaça e o Mosteiro o que, salvo melhor opinião, se faz em dois, no máximo 3 dias. Será assim?


Deparei-me com autocaravanas (nacionais e estrangeiras) “alapadas” na Área, com toldos abertos, mesas no exterior e algumas com cabos estendidos ao longo de mais de 25 metros para obterem a energia. Em pelo menos duas autocaravanas portuguesas os proprietários tinham veículos automóveis que utilizavam para se movimentarem sem que a autocaravana tivesse que abandonar o local. Como se fosse uma caravana. Eram utilizadas mangueiras para obterem água em fontanários distanciados mais de 20 metros das autocaravanas para que as mesmas se não deslocassem e perdessem o espaço em que se “alapavam”


Claro que esta situação altera completamente o conceito de autocaravanismo itinerante, prejudica os autocaravanistas que pretendem estacionar durante dois ou três dias para visitar a zona e transforma uma Área de Serviço num Parque de Campismo, concorrendo deslealmente com os Parques de Campismo da Zona.


Não será através de voluntarismos individualistas que estas situações, que prejudicam os autocaravanistas, se resolverão. Aqui têm a palavra as Associações Autocaravanistas que em REUNIÕES INFORMAIS podem agir em conjunto para levar a “carta a Garcia”, que é como quem diz, para intervir junto das Câmaras Municipais.