Desapareceu, não
desapareceu… MISTÉRIO!
Gosto de romances
policiais.
Ainda hoje recordo com alguma nostalgia os romances de
Leslie Charteris (com o seu Simon Templar – “O Santo”), de Erle Stanley Gardner
(que inspirou muitos jovens a escolher a advocacia com as espetaculares
atuações em tribunal do Perry Mason), de Georges Simenon (e o seu simpático
Comissário Maigret que adorava tomar um pastis
na Brasserie Dauphine) e, muito
particularmente, os romances de Agatha Christie (com o mundialmente célebre
Hercule Poirot, gastrónomo assumido, de fartos bigodes e cabeça em forma de
ovo).
Gosto de mistérios.
Ainda hoje tento (claro que não!) descobrir o “mistério” a
que me venho referindo em já dois textos de opinião (ver AQUI e AQUI). E aguardo que algum santo
(quiçá “O Santo” do Leslie Charteris) venha pôr a nu esse mistério do Cartão
Campista Internacional. Aguardemos, porque, tarde ou cedo, a verdade será
revelada.
Mas temos pela frente mais um enigma.
Aqui há uns anos foi criada uma associação
autocaravanista, o Clube Gardingo de Autocaravanas (CGA), a 21 de junho de 2010
por Henrique Fernandes e Álvaro Aluai, quanto a mim uma criação artificial,
para o propósito de “inventar” uma federação, que dizem (quem?) ser a
verdadeira e única defensora do autocaravanismo em Portugal e na Europa. E,
antes que alguém surja do paraíso dos autocaravanistas puros, a contestar que a
criação não foi artificial, recordo o artigo 2º da constituição desse Clube que
diz:
“A Associação tem como fim Actividades
desportivas e culturais, Associação a
uma futura Federação Portuguesa de Autocaravanismo, bem como associação a
Federações Estrangeiras de Autocaravanismo.”
Tenho procurado manter-me relativamente bem informado sobre
o que se passa no Movimento Autocaravanista em Portugal e na Europa (frase
bonita… não é?) e concluí que…
O Clube Gardingo de
Autocaravanas DESAPARECEU!(?)
Chamem o Santo, chamem o Perry Mason, chamem o Comissário
Magrait, chamem o Hercule Poirot porque o CGA desapareceu. Não é localizável em
qualquer endereço eletrónico que permita um contacto célere. Nem mesmo no
Portal dessa federação, de que foi fundador e onde ainda é dado como membro, não
existe (o que antes não acontecia), qualquer ligação, qualquer contacto. Talvez
através da morada da sede se consiga “chegar à fala” com o CGA.
O desaparecimento do CGA não nos deve surpreender. Mais de
dois anos depois da sua criação a quantidade de sócios, segundo um companheiro
autocaravanista, sócio desse Clube, que encontrei no Parque de Campismo de
Valhelhas, não era superior, com muito boa vontade, a 2 dezenas. Nem mesmo a
sugestão de alguns de que deveria ser alargada a influência associativa do CGA
para além do Distrito da Guarda, para outras capitais de Distrito, foi
conseguida.
Desiludam-se os que pensam que estou contente com o alegado desaparecimento
do CGA. O desaparecimento de um Clube vocacionado para o autocaravanismo não é
algo com que nos devamos regozijar. A influência do CGA na Guarda (muita da
qual através dos autocaravanistas que o criaram) foi importante, mais que não
seja na chamada de atenção aos autarcas do Distrito para as questões
relacionadas com o autocaravanismo. E, mesmo que só por isso, o Movimento
Autocaravanista deve estar reconhecido. Reconhecido, mas não de acordo com a
politica seguida por essa associação.
E agora?
Se efetivamente estamos perante o desaparecimento do Clube
Gardingo de Autocaravanas (oficial e legalmente não morreu) e, em consequência,
deixou de intervir no panorama do autocaravanismo em Portugal, então, na
prática, a tal dita federação portuguesa de autocaravanismo, que é referida no
documento constitutivo do GCA, como acima cito, é agora formada, no concreto,
por apenas um único clube.
Reconhecer que se seguiu um caminho que não era o melhor é
um acto de coragem que só prestigia quem o faz. O CGA, através dos poucos
associados que tem, está ainda a tempo de se renovar e dar um forte contributo
para o Movimento Autocaravanista. Assuma a Declaração de Princípios e manifeste o desejo de
integrar uma Plataforma de Unidade e Entendimento e certamente que terá apoios
ao seu desenvolvimento.
A situação do autocaravanismo em Portugal poderia já ser
diferente, não fora a tentação de protagonismo de alguns, a ambição comercial
de outros, a cegueira ideológica de uns tantos e o fundamentalismo sectário que
meia dúzia souberam gerir em proveito dos seus interesses imediatos para
arrastar muitos para uma aventura sem futuro.
(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas
Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo – AQUI)
Caro Papa Léguas:
ResponderEliminarSó agora li o seu post acerca do CGA.
Uma vez que menciona nele o meu nome, imputando-me colateralmente intenções e outras coisas, não levará a mal que o corrija relativamente a algumas afirmações e o esclareça relativamente a outras.
Em primeiro lugar, ninguém no CGA, e muito menos na FPA, se arroga a pretensão de que a FPA seja a “verdadeira e única defensora do autocaravanismo em Portugal e na Europa”.
Não sei a quem ou aonde ouviu tal coisa. Mas uma coisa que lhe garanto: para mim e para muita gente a FPA é a melhor e a única sincera defensora, em Portugal, do autocaravanismo itinerante (não campista). Assim como, reconheço, a FCMP será a melhor defensora do autocaravanismo campista, por vezes até com um pendor quase “obrigacionista”.
Relativamente à formação do CGA, tem toda a razão. Uma das motivações para a sua constituição foi ajudar a colocar de pé o projeto da FPA, o qual veio a ser prosseguido com êxito algum tempo depois. Temos muito orgulho nisso e nos resultados já obtidos. Não consigo é perceber por que motivo isso parece incomodá-lo.
Também tem o companheiro toda a razão nas queixas relativamente às dificuldades de contacto informático com o CGA. Tal deveu-se a problemas de contaminação viral do nosso site, as quais não foram de imediato atacadas e ainda não estão totalmente resolvidas, talvez por sermos muito mais habilidosos a tratar de problemas do autocaravanismo do que de problemas de computadores. Mas se pretender contactar-nos, deixo-lhe aqui o nosso atual endereço de correio eletrónico: cgardingoautocaravanas@gmail.com.
Ao contrário do que parece ser o sonho de alguns, o CGA não desapareceu. Pelo contrário, está de muito boa saúde e recomenda-se. Um dos segredos para o nosso sucesso é querermos permanecer pequenos e ligados apenas à nossa região. Outro é não andarmos sempre a tentar dar nas vistas. Como regra geral, damos sinal de vida apenas aos nossos sócios, à PFA, e aos outros clubes associados. Para tudo o resto, quem quiser saber de nós que pergunte. Por isso, como o companheiro bem disse, o alegado desaparecimento do CGA não passa disso mesmo, de “alegado”.
Aliás, se o companheiro quiser dar-nos o prazer de ser nosso associado, passará a poder compartilhar in loco da vitalidade pulsante do nosso clube e, quiçá, ajudá-lo a alcançar aquilo que parece ser a sua visão pessoal do que ele deveria ser.
Se, num direito que lhe assiste, não quiser, convidamo-lo ainda assim, bem como aos companheiros que o desejem acompanhar, a visitar-nos aquando do nosso próximo encontro, que se realizará em 14, 15 e 16 de março, na Malcata, conforme programa que junto e que pode divulgar como bem lhe aprouver.
Teríamos nesse caso oportunidade de discutir em melhores condições as variadas temáticas ligadas ao autocaravanismo e às suas diversas vertentes. E poderia o companheiro perceber como, de facto, tem andado um pouco mal informado acerca de outros universos desde mundo autocaravanista que em parte partilhamos, complementando essa constatação com uma possível visita às diversas áreas de serviço que temos ajudado a instalar no distrito da Guarda.
Ficaria muito sensibilizado se o companheiro aceitasse publicar este meu texto, que não é hostil, no seu blogue, em contra-peso ao raciocínio que expôs sobre o alegado "mistério do desaparecimento do CGA".
Saudações gardingas
Henrique Fernandes