segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Europa - A Viagem - Liechtenstein


Vaduz

Europa


A Viagem
Liechtenstein

Foto Reportagem

Fotos obtidos sequencialmente numa viagem iniciada em 2 de Julho de 2008 com o objectivo de visitar a Suiça, o Liechtenstein e a Austria e, no regresso, percorrer o Vale do Loire (França), terminando, a viagem, em finais de Agosto de 2008. Visitas pontuais a Portugal a Espanha e a Alemanha.

As fotos, cuja ordem corresponde à sequência do percurso, podem ser vistas AQUI.

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Liechtenstein

Liechtenstein ou Listenstaine (forma usada oficialmente pela União Europeia), oficialmente Principado de Liechtenstein ou do Liechtenstein) (em alemão: Fürstentum Liechtenstein), é um minúsculo principado, um microestado, localizado no centro da Europa, encravado nos Alpes, entre a Áustria, a leste, e a Suíça a oeste. Pouco mais de 34 mil habitantes moram no principado de apenas 160 km².

Desde o século XV goza praticamente do mesmo território e o principado é comandado pela mesma família, a Casa de Liechtenstein. Tendo se tornado independente do Sacro Império Romano Germânico (976-1806), quando este foi desmembrado, em 1806. Por ter feito parte deste império germânico e descender diretamente dele, a língua falada no país é o alemão, mas o Liechtenstein se diferencia de Alemanha e Áustria, por ser um micro-estado, considerado um dos mais ricos do mundo, e que é constantemente citado como um local onde a prática de lavagem de dinheiro (ou branqueamento de capitais) é frequente.

Etimologia

Listenstaine (em alemão: Liechtenstein) significa literalmente, na língua local, "pedra clara" (liechten stein). A sua associação com o principado deve-se a ter sido a família Liechtenstein a comprar e unir os condados de Schellenberg e Vaduz, dando origem ao atual território do país. O Sacro Imperador Romano-Germânico permitiu à dinastia o rebatismo da sua nova propriedade com o próprio apelido de família. Tal sobrenome, por sua vez, vem do castelo de Liechtenstein, na Áustria, habitado pela família séculos antes.

A grafia alemã é a mais comumente utilizada, sendo que o Dicionário Houaiss e Dicionário Aurélio (brasileiros), bem como o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado (português) a usam. Também, os órgãos de imprensa brasileiros como Rede Globo, Folha de São Paulo e O Estado de S. Paulo, e os portugueses Público e Rádio e Televisão de Portugal, preferem a grafia germânica. Também, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil e o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal concordam, ambos, com esta primeira grafia.

Em português existe, no entanto, a opção Listenstaina, com pouco uso, mas que pode ser utilizada, já que se encontra citada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves e no Prontuário da Língua Portuguesa, bem como no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora.

Em crescendo de uso ocorre a grafia Listenstaine, oficialmente adotada pelo Código de Redacção Interinstitucional da União Europeia, e preconizada no Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, no VOLP da Porto Editora, noDicionário de Gentílicos e Topónimos do Portal da Língua Portuguesa do ILTEC e no Vocabulário da Priberam.

O sítio Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, na pessoa do linguista A. Tavares Louro, preconiza ainda a alternativa Listensteine, que parece recolher pouca aceitação.

Como gentílicos existem as opções liechtensteinense, listensteiniense, liechtensteiniense, liechtenstense, liechtensteiniano, listenstainiano, lischtensteiniano e listenstainês.

História

O Principado do Liechtenstein desfrutou de um território incorruptível ao longo da História. As suas fronteiras permaneceram quase imutáveis desde 1434, quando o Reno estabelecia a fronteira entre o Sacro Império Romano Germânico e os cantões da Suíça.

Uma estrada romana atravessa a região de sul para norte, atravessando os Alpes pelo desfiladeiro de Splügen até às margens do Reno, num terreno cujas custosas e frequentes inundações impediam a sua habitação. Villas romanas foram edificadas no sul, e para seus criados, os senhores romanos permitiam o fluxo de cidadãos germânicos, através das terras do norte. Como marca da sua passagem pelo Vale do Reno e pelo norte de Liechtenstein, foi edificado em Schaan um pequeno forte da época. Os romanos estabelecem-se no sopé dos Alpes, permanecendo em Vaduz, junto ao Reno, ou no Vale de Samina e Triesenberg.

A área, parte da Récia, foi incorporada ao Império Carolíngio e dividida em condados administrativos, mantendo-se assim dividida ao longo dos séculos que a História já levou consigo. O Ducado da Suábia perdeu o seu Duque e senhor em 1268 e nunca foi restaurado. Todos os vassalos do duque passaram a ser vassalos do Império Carolíngio.

O medieval condado de Vaduz, formado em 1342, era uma pequena divisão do condado de Werdenberg, pertencente à dinastia de Monfort de Vorarlberg. No século XV, pelo menos três guerras devastaram o local. Embora o comércio colonial o enriquecesse, como à Suíça, sendo o país um vivo ponto comercial, por onde passavam as especiarias vindas de África, as quais comercializavam com mercadores do restante da Europa, ou seja, a função de Liechtenstein foi sanear os produtos de luxo vindos das colónias portuguesas para o resto da Europa. Mas no século XVII o Liechtenstein perdeu parte dos seus cidadãos na Guerra dos Trinta Anos. Mais de cem pessoas foram perseguidas e executadas em praça pública.

A dinastia de Liechtenstein, cujo principado tomou por seu o nome do Castelo de Liechtenstein, na Áustria e onde vivia a família aristocrata. Johann-Adam Liechtenstein, um príncipe de Viena, com possessões na Boémia, na Baixa Áustria, na Styria e na Morávia, teve barrada sua entrada para o conselho de Príncipes, que rodeava e influenciava directamente os Habsburgos. Então comprou Schellenberg em 1699 e Vaduz em 1712. Tudo isto, devido à corrida desenfreada dos nobres e senhores às terras circundantes da família Habsburgo. É elevado, então, a Principado Imperial de Liechtenstein, como um feudo do Sacro Império Romano-Germânico

Liechtenstein tornou-se um estado soberano em 1806, quando ratificou a Confederação do Reno, junto a Napoleão I, após a dissolução do Sacro Império. O condado foi ocupado pelas tropas francesas durante alguns anos, mas recupera a sua independência em 1815 com a Confederação Germânica. Em 1862 a Constituição é promulgada, com o Landtag sendo o representante das camadas populares nasociedade. Em 1868, a Confederação foi dissolvida, e o Liechtenstein abole o seu exército, declarando a sua permanente neutralidade, respeitada até durante os anos das Guerras Mundiais.

Em 1852, Liechtenstein consentiu uma união econômica com a Áustria-Hungria.

Encerrou esta união após a Primeira Guerra Mundial devido a devastação econômica sofrida pela Áustria. Em 1924, Liechtenstein estabeleceu uma união aduaneira e monetária com a Suíça. Mas foi forçada a união com a Suíça, que lhe valeu até na Segunda Grande Guerra, servindo de centro europeu de lavagem de dinheiro (pt. branqueamento de capitais) dos nazistas.

Em 1978 adere ao Conselho da Europa, em 1990 é aceite na ONU, três anos mais tarde junta-se à EFTA, com Portugal já fora da associação de livre comércio, e em 1995 entra para a Área Económica Europeia e torna-se membro da OMC.

A 15 de agosto de 2004, Hans-Adam II do Liechtenstein formalmente delegou o seus poderes no seu filho, Alois de Liechtenstein. Hans Adam II, contudo, mantém-se como soberano.

Política

O Liechtenstein é um estado democrático, uma monarquia constitucional, encabeçada actualmente pelo príncipe Hans Adam II, seguido pelo príncipe regente, Alois e o primeiro-ministro Otmar Hasler.

O parlamento é eleito livremente através do voto eleitoral, sendo o povo que escolhe e elege os seus membros. O príncipe encontra-se isento de votar. O Parlamento do Liechtenstein, o Landtag, compõe-se por 25 representantes escolhidos pela população votante. Uma câmara de cinco integrantes responsabiliza-se pelo trato dos assuntos diários.

O governo é nomeado pelo parlamento que é, por sua vez, renovado de quatro em quatro anos. A última vez que foi eleito foi em 2005. Os dois partidos políticos principais são o Partido dos Cidadãos Progressistas (FBP, sigla segundo a grafia alemã, utilizada no país) e a União Patriótica. Ambos dominam a vida política liechtensteinense, e dirigiram o país, em coligação, de 1938 a 1997, até que neste último ano venceu o VU, que ilegitimou a coligação, e assim, o governo tem alternado entre os dois partidos. A constituição permite referendos legislativos.

O príncipe-soberano atual, Sua Alteza Sereníssima Hans Adams II de Liechtenstein, que assumiu o trono em 1989.

Em 1924, o Liechtenstein, tendo em conta as inúmeras transacções com a vizinha Suíça, realizou uma união com este outro país alpino, e adoptou o franco suíço como moeda nacional. Num acordo particular, ficou expressa a exigência da Suíça em que todos os acordos internacionais concluídos para e pelo Liechtenstein, tinham que ter a sua aprovação. Tal registra a dependência política do Liechtenstein da Suíça.

Num referendo levado a cabo a 1 de julho de 1984, os votantes masculinos concederam às mulheres o direito de votar nas eleições nacionais, ainda que continuem sem o direito ao voto na eleições locais, nos municípios.

1990 foi o ano em que o país se tornou membro da ONU, confirmando a sua posição democrática na política europeia. No ano seguinte torna-se membro integrante da EFTA. Os seus interesses, concordante com o acordo com a Suíça, são representados por esta. Em 1995 entra efectivamente para a Área Económica Europeia, sem a companhia da Suíça.

Em Março de 2003 um polémico referendo posto em pauta pelo príncipe Hans Adams, que exigia o reforço dos poderes do soberano, levantou os ânimos da oposição que exigia a deposição do príncipe. Este, por seu turno, ameaçou exilar-se nas suas residências austríacas, caso não visse os seus poderes acrescidos. A acção movida pelo soberano foi muito criticada internacionalmente, inclusive, pela Comissão de Veneza. A democracia do estado foi posta em causa e a monarquia apelidada de autoritária. Mas o príncipe venceu e viu os seus poderes alargados. A oposição foi notoriamente desacreditada com os resultados deste referendo.

Infraestrutura

Educação

O Liechtenstein tem uma complexa e eficaz estrutura escolar, que passa pela pré-educação, a educação primária, a educação secundária e, opcionalmente, a educação universitária. Resultante destas bases educacionais, segundos registos oficiais, 0% da população é analfabeta.

A educação primária, no Liechtenstein, completa-se em cinco anos. O nível Baixo Secundário completa-se, no máximo, em quatro anos, enquanto o Secundário Superior completa-se em somente um ano. O Secundário Sénior tem uma longitude de três anos.

A longevidade durante o nível Baixo Secundário provém de três tipos escolas diferentes: Oberschule (4 anos), Realschule (4 anos), e Gymnasium (3 anos). No Secundário Superior é um ano voluntário, ou seja, somente se inscreve quem o quiser fazer. Este ano é passado no ginásio, onde os alunos têm novas ofertas disciplinares, como novas línguas, educação musical e artística, leis/economia, matemática e ciências, num grau mais avançado.

Depois os estudos são completados no Secundário Sénior, onde depois de terminarem o exame Matura, que tem a mesma função que os exames do Secundário em Portugal, o aluno recebe o certificado Matura, reconhecido pelas universidades suíças, austríacas e pela Universidade de Tübingen, na Alemanha. Na universidade, os estudantes têm que enfrentar três níveis. O primeiro é o Bacharelato, o segundo é o Mestrado e o terceiro é o Doutoramento. Em 2007, o Liechtenstein entrou no programa Erasmus.

Todos os professores, antes de leccionarem, recebem um treino prévio na Áustria, Suíça ou Alemanha. Somente depois deste demorado processo é que os professores recebem o certificado, com o qual podem leccionar.

A escolaridade obrigatória é custeada pelo próprio estado, a exemplo dos países da Europa ocidental. Contudo, esta regalia, a educação gratuita, muda de cenário quando se trata de migrantes. A educação das crianças migrantes que já tenham iniciado a sua educação noutro país, nomeadamente, o seu país de origem, fica à mercê do poder económico dos seus pais e/ou familiares responsáveis.

Saúde

O Sistema de Saúde do Liechtenstein é bom e tecnologicamente avançado, comparável ao suíço. Boa parte dos fundos governamentais do país são investidos na manutenção dos aparelhos de saúde distribuídos pelo país e em novas tecnologias, para fornecer aos cidadãos um sistema de saúde topo de gama, eficaz e com tecnologia de ponta.

Contudo, a saúde pública custa caro aos cidadãos e de quem dela usufrui. Para os turistas, por exemplo, caso tenham algum incidente no país, antes da viagem as agências promotoras intermedeiam contratos com o estado, tornando os custos dos atendimentos médicos mais baratos para o cliente. Inclusive, mesmo os pequenos atendimentos médicos e os serviços de emergência são pagos.

O principal hospital do país é o Hospital Nacional, localizado em Vaduz. Parte dos médicos activos no país são estrangeiros, maioritariamente suíços. Os serviços farmacêuticos estão resguardados para os cidadãos, sendo que estes dispõem de várias farmácias pelo país.

Para quem visite o país, somente terá que ter a vacina do tétano em dia. Malária, febre amarela, tifóide, difteria, entre outras não constam na lista de vacinas obrigatórias.

Apta a beber, a água nacional, proveniente dos rios locais como o Saminatol, é de excelente qualidade. Antes de ser devolvida aos rios, a água passa por um complexo e competente processo de tratamento, igualando-se à maior parte dos países europeus.

O organismo que rege a segurança alimentar pública é o Instituto de Inspecção da Segurança Alimentar e Veterinária, cujas funções se assemelham à portuguesa ASAE. Este instituto supervisiona todos os produtos alimentares que entram e saem do país, antes de serem consumidos pelo público, tendo uma acção directa na regulamentação e manutenção da saúde pública do país. Inspeccionam a qualidade, a higiene do produto, as embalagens e a sua qualidade e viabilidade, e o tratamento da comida.




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