segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Poesia de … António Manuel Couto Viana


Foto de WOOK


Identidade

O que diz Pátria mas não diz glória
Com um silêncio de cobardia,
E ardendo em chamas, chamou vitória,
Ao medo e à morte daquele dia

A esse eu quero negar-lhe a mão,
Negar-lhe o sangue da minha voz,
Que foi ferida pela traição
E teve o nome de todos nós

O que diz Pátria sem ter vergonha
E faz a guerra pela verdade
Que ama o futuro, constrói e sonha
Pão e poesia para a cidade

A esse eu quero chamar irmão
Sentir-lhe o ombro junto do meu
Ir a caminho de um coração
Que foi de todos e se perdeu




António Manuel Couto Viana (Viana do Castelo, 24 de Janeiro de 1923 - Lisboa, 8 de Junho de 2010) foi um encenador, tradutor, poeta, dramaturgo e ensaísta português.

António Manuel Couto Viana era irmão de Maria Manuela Couto Viana.

Estreou-se por intermédio de David Mourão-Ferreira como actor e figurinista em 1946 no Teatro Estúdio do Salitre, em Lisboa. Foi também empresário e director do Teatro do Gerifalto, companhia onde se estrearam nomes como Rui Mendes ou Morais e Castro. Esteve sempre ligado a companhias de teatro para a infância. Tinha recebido, muito novo, como herança do avô, o Teatro Sá de Miranda em (Viana do Castelo).

Pertenceu à Direcção do Teatro da Mocidade, Teatro de Ensaio (Teatro Monumental), foi diretor e empresário da Companhia Nacional de Teatro (Teatro da Trindade) e orientador artístico da Oficina de Teatro da Universidade de Coimbra. Igualmente encenou e dirigiu as companhias de ópera, como mestre de cena, do Teatro Nacional de São Carlos, do Círculo Portuense de Ópera e da Companhia Portuguesa de Ópera.

Em 1948, publica o primeiro livro de poemas O Avestruz Lírico. Entre 1949 e 1951, dirige a revista infanto-juvenil Camarada.

Entre 1950 e 1960 dirigiu a publicação de várias revistas literárias e de cultura, tais como os cadernos de poesia Graal, Távola Redonda e fez parte do conselho de redação da revista "Tempo Presente" (1959-1961).
Leccionou no Liceu D. Leonor, em Lisboa, assim como quando viveu dois anos em Macau, entre 1986 e 1988, foi docente do Instituto Cultural de Macau.

Viveu os últimos anos na Casa do Artista e continuando a escrever e a publicar. Aí foi convidado pela Ordem dos Frades Menores a colaborar na dramaturgia sagrada.

Tem mais de uma centena de livros publicados e a sua poesia está traduzida em francês, inglês, espanhol e chinês.

Fez programas de poesia para a RTP, foi membro da Academia de Ciências de Lisboa e recebeu vários galardões literários: o Prémio de Poesia Luso-Galaica Valle-Inclan, o Prémio Antero de Quental, o Prémio Nacional de Poesia, o Prémio Fundação Oriente e o Prémio Academia das Ciências de Lisboa, entre outros. Assim como foi condecorado com a Banda da Cruz de Mérito, Grão Cruz da Falange Galega, o Grande Oficialato da Ordem do Infante D. Henrique e a medalha de Mérito Cultural da Cidade de Viana do Castelo.

Sendo conselheiro do Conselho de Leitura da Fundação Gulbenkian, quando morreu Couto Viana encontrava-se a escrever a história da Companhia Nacional de Teatro.

A 9 de Junho de 1995 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Entre outras obras publicou:

  • O Avestruz Lírico (1948)
  • No Sossego da Hora (1949)
  • O Caminho É por Aqui (1949)
  • Era uma Vez... Um Dragão (1950)
  • O Coração e a Espada (1951)
  • Em Louvor do Teatro Infantil (1951)
  • Auto das Três Costureiras (1952)
  • A Face Nua (1954)
  • O Fidalgo Aprendiz (1955)
  • A Tentação do Reino (1956)
  • O Acto e o Destino (1957)
  • Um Espinho da Flor (1959)
  • Mancha Solar (1959)
  • O Milagre de Ourique (1959)
  • A Rosa Sibilina (1960)
  • Do Cimo desse Telhado (1962)
  • Relatório Secreto (1963)
  • Poesia (1948/1963) (1965)
  • O Teatro ao Serviço da Criança (1967)
  • Desesperadamente Vigilante (1968)
  • Antígona, Ajax e Rei Édipo (1970)
  • O Avarento (1971)
  • O Senhor de Pourceaugnac (1971)
  • Pátria Exausta (1971)
  • Em Redor da Mesa (1972)
  • 10 Poesias de Agustin de Foxá (1973)
  • Raiz da Lágrima (1973)
  • O Almada Que Eu Conheci (1974)
  • 2 "Modernistas" do Alto Minho (1976)
  • 709 Poesias de Reclamo à Casa Brasileira (1977)
  • “Coração Arquivista” (1977)
  • Nado Nada (1977)
  • Voo Doméstico (1978)
  • João de Deus e um Século de Literatura Infantil em Portugal (1978)
  • As Pedras do Céu (1979)
  • Júlio de Lemos, num Retrato Breve e Leve (1979)
  • Retábulo para Um Íntimo Natal (1980)
  • As (E)vocações Literárias (1980)
  • Morte e Glória de Narciso no Poeta Alfredo Pimenta (1982)
  • Frei Luís de Sousa à Luz de Novas Luzes (1982)
  • Ponto de Não Regresso (1982)
  • Para um Encontro com o Poeta Alfredo Pimenta (1983)
  • Versos de Cacaracá (1984)
  • Uma Vez uma Voz: Poesia Completa - 1948-1983 (1985)
  • As antologias “Tesouros da Poesia Popular Portuguesa” (1984)
  • Postais de Viana (1986)
  • O Senhor de Si (1991)
  • Colegial de Letras e Lembranças (1994)
  • A Gastronomia no Teatro e na Poesia Portuguesa (1994)
  • Bom Garfo e Bom Copo (1997)
  • Por Outras Palavras (1997)
  • Comeres em Lisboa: Roteiro Gastronómico (1998)
  • Prefiro Pátria às Rosas (1998)
  • Dez Peças de Teatro Infantil
  • Teatro Português d'Outrora Agora
  • Restos de Quase Nada (2007)
  • Disse e Repito (2008)
  • Bichos diversos em verso (2008)
  • Que é que eu tenho Maria Arnalda? (2009)
  • “Cancioneiro do Rio Lima” (2001).
  • 60 anos de poesia (2 vols.) (2004)


Os seus poemas estão traduzidos em francês, inglês, espanhol, chinês, alemão e russo.


Fonte: Wikipédia – A Enciclopédia Livre


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