domingo, 25 de janeiro de 2015

25 ANOS




25 ANOS

Catorze campistas, entusiasmados com a mobilidade e conforto que era proporcionado pelos veículos que iam adaptando à prática de um campismo motorizado fundaram o Clube Português de Autocaravanas.

A ideia de um Clube apenas vocacionado para as autocaravanas despontou em Setembro de 1988 no Parque de Campismo de Escaropim e afirmou-se no decorrer do Acampamento de S. Martinho que se realizava no Parque de Campismo de Santa Cruz em 1989.

Ana Catarina Santos, Ana Maria Santos, Cipriano Gomes, Eduardo Silva Lopes, João Tavares, Joaquim Malpique, Jorge Baeta, Manuel Carvalho, Manuel Pinto Ribeiro, Mário Santos, Olga Baeta, Otília Malpique, Paula Baeta e Vítor Tavares concretizaram essa ideia no dia 25 de Janeiro de 1990.

Desde essa data e durante alguns anos a noção de autocaravanismo esteve arredada das iniciativas do CPA, dos seus fundadores e dos seus dirigentes. O CPA era uma associação campista que essencialmente utilizava as autocaravanas como um meio para a prática do Campismo.

A evolução tecnológica das autocaravanas e o cada vez maior conforto começou a trazer para esta modalidade pessoas que não emanavam do campismo e, algumas dessas pessoas, também se não reviam nos rituais campistas, apenas pretendendo utilizar a autocaravana para a prática de um turismo com maior mobilidade, um turismo itinerante. Mas, tal como a televisão não extinguiu o cinema, também o autocaravanismo, enquanto modalidade de turismo itinerante, não acabou com o campismo em autocaravana. Dir-se-á mesmo que os dois conceitos se cruzam e entrecruzam e que os rituais e valores cívicos do chamado autocaravanismo (enquanto turismo itinerante) foram bebidos nos rituais e valores cívicos do campismo.

Quando nos Encontros Autocaravanistas têm lugar os jantares convívios (em que até por vezes os convivas animam o serão) estão a beber na dinâmica do tradicional Fogo de Campo; quando os autocaravanistas trazem para a mesa do jantar sobremesas típicas dos locais de origem, estão a evocar o que os campistas tradicionalmente expressam numa simples frase: “Traga o seu e coma de todos”; quando num Encontro Autocaravanista se dinamiza uma acção de solidariedade/caridade faz-se o que já nos princípios do campismo (com Baden Powell) os campistas faziam noutra conjuntura: ajudar o próximo fazendo a boa acção do dia; quando os autocaravanistas trocam através dos respectivos dirigentes lembranças, galhardetes, crachás, estão a repetir o que os campistas já vêm fazendo há muitos anos; quando nos Encontros Autocaravanistas se cantam os hinos das respectivas associações (ou outros hinos exortando ao companheirismo, à unidade, à amizade) estão a fazer exactamente o que fazem os campistas.

No que se refere aos valores cívicos e comportamentais uma elevada percentagem das regras estabelecidas que os campistas, caravanistas e autocaravanistas devem seguir são quase, senão mesmo iguais, às que o “Código Campista”, as “Boas práticas campistas”, a “Cartilha do Autocaravanista”, as “Regras de Ouro” ou o “Respeito Autocaravanista” preconizam entre si. E são semelhantes ou iguais porquê? Porque as normas são regras de civismo e, como tal, aplicam-se a qualquer cidadão.

Os dirigentes do CPA à medida que o autocaravanismo implodia em número não puderam deixar de analisar desapaixonadamente o enquadramento das autocaravanas e terão, possivelmente, compreendido que não obstante o chamado autocaravanismo (enquanto turismo itinerante) beber nos rituais e valores cívicos do campismo, existia uma diferença que se manifestava, essencialmente, no individualismo e na temporalidade e diversidade de permanência num local. Embora sem dados estatísticos concretos parece ser uma evidência que uma maioria de autocaravanistas não se encontra inscritos em nenhuma associação, o que pressupõe (salvo melhor opinião) um individualismo óbvio.

O CPA, conforme é público, sempre defendeu o autocaravanismo em todas as vertentes, pelo que se tornava necessário uma “Declaração de Princípios”, (que veio a acontecer e que o CPA subscreveu,) para defender o chamado autocaravanismo (enquanto turismo itinerante) possibilitando que a temporalidade e a diversidade de permanência num local não se confundissem com a prática de campismo na via pública. E, sendo o autocaravanismo praticado com o veículo autocaravana não se poderia (não se pode) aceitar que o Código da Estrada não fosse exercido, sem “Discriminação Negativa” das autocaravanas, relativamente a veículos de igual gabarito. Mas, também, a temporalidade e a diversidade de permanência num local implica a criação de Áreas de Serviço para Autocaravanas que a “Declaração de Princípios” sugere.

A dinâmica do CPA, que é reconhecida tanto a nível nacional como internacional, a coerência, a assertividade, o empenho, a cada vez maior capacidade institucional, justificaram, entre outros motivos, que seja uma entidade incontornável no panorama do Movimento Autocaravanista de Portugal, pelo que a denominação do CPA, a mais antiga associação autocaravanista do nosso país, justificava-se que passasse a ser:

ASSOCIAÇÃO AUTOCARAVANISTA DE PORTUGAL – CPA

Todos os dirigentes do CPA têm vindo a considerar que é na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal que as garantias, interesses e direitos dos autocaravanistas em todas as vertentes poderão estar melhor defendidos. Mas, essa defesa (que se verifica também no seio do CPA) não abrange apenas os sócios da Associação Autocaravanista de Portugal – CPA.

25 anos depois da fundação, o CPA não olvida nem prescinde dos associados que se reconhecem como campistas em autocaravana, mas também não deixa de apontar todos os esforços para que os autocaravanistas que se reconhecem como turistas em autocaravana tenham as condições mínimas essenciais e não vejam os seus veículos Discriminados Negativamente.

VIVA O CPA!


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