quinta-feira, 15 de outubro de 2015

2010: Um marco na história do autocaravanismo

Autor desconhecido


2010: Um marco na história do autocaravanismo

1908, 1932, 1936, 1937, 1940, 1941, 1944 são datas da pré-história da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP). Mas é em 1945 que se constitui oficialmente esta Federação. (Fonte: AQUI)

À época o Movimento Autocaravanista não era relevante ou mesmo não existia.

Em Portugal é com o CPA (actual Associação Autocaravanista de Portugal – CPA) que o autocaravanismo ensaia os primeiros passos em reuniões de campistas/autocaravanistas realizadas em 1988 e 1989 que culminaram com a constituição desta Associação através de escritura pública a 25 de Janeiro de 1990. (Fonte: AQUI)

O Autocaravanismo nasce, assim, enquanto movimento estruturado, no seio do Movimento Campista e entendido como mais uma forma de praticar campismo.

Será a partir de 2006 que no seio do CPA e no da própria Direcção se começa a desenvolver a ideia de autonomizar o autocaravanismo como uma modalidade de turismo. No entanto, só em 31 de Maio de 2010 a Direcção do CPA assume formalmente, através de uma Declaração de Princípios (ver AQUI), subscrita, entre outros, pela FCMP, que o autocaravanismo também é uma modalidade de turismo itinerante.

Não é despiciente recordar que a FCMP acerca desta autonomização do autocaravanismo avançada pelo CPA foi mais longe e divulgou na Revista “Campismo & Montanhismo” N.º 26, uma verdadeira “Declaração de Compromisso” com os princípios que muitas associações e entidades defendiam e com as quais o CPA se orgulhava de ombrear. (ver AQUI)

No ano de 2010 verificou-se efectivamente uma mudança de conceitos ao assumir-se (o CPA e a FCMP) por escrito 3 iniciativas relevantes:
  • Programação, no âmbito da NAUTICAMPO, do denominado “Dia do Autocaravanismo” que se veio a concretizar em Fevereiro de 2011. (ver AQUI) 
  • Realização de uma reunião entre os Presidentes da Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo (FICC), da FCMP e do CPA em que o primeiro assumiu que iria ser analisado, ao mais alto nível da FICC, a Declaração de Princípios que lhe era presente, nomeadamente no que respeita ao tema “Acampar vs Estacionar”, em autocaravana, considerando que se não tratava de um problema exclusivo dos autocaravanistas de Portugal e que poderia justificar-se uma deliberação concreta e orientadora das posições a serem seguidas por todas as entidades federadas na FICC. Foi com origem nesta reunião que em Agosto de 2011, em Praga, a FICC subscreveu a “Declaração de Princípios da Plataforma de Unidade”, que foi adaptada à realidade internacional, sem que, pelo facto, se tivesse verificado alteração dos conceitos, e traduzida para inglês (Declaration of Principles), francês (Déclaration de Principes) e alemão (Grundsatzerklarung), línguas oficiais da F.I.C.C. (ver AQUI) 
  • Serem recebidos (o CPA e a FCMP), a 7 de Dezembro, pela “Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local” da Assembleia da República onde foi analisada a Resolução do Conselho de Ministro N.º 86/2003, de 25 de Junho “Regulamento do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Sintra – Sado” no que se refere à proibição de estacionamento, exclusivamente de autocaravanas, entre as 0 e as 8 horas, disposição que consta de outros Planos de Ordenamento. (ver AQUI)
Estavam instituídos os princípios teóricos de um novo conceito em que era repudiada a discriminação negativa do autocaravanismo e o mesmo era entendido também como uma modalidade de turismo itinerante. Este novo conceito nunca antes tinha sido assumido por escrito, já pela primeira associação vocacionada para o autocaravanismo em Portugal (CPA), já por uma Federação que até então apenas considerava o autocaravanismo como parte integrante do campismo (FCMP) e (o que não foi menos importante) reconhecido a nível internacional pela FICC.

A estratégia do CPA, com a colaboração activa da FCMP e o pragmatismo da FICC tornou o ano de 2010 não só um bom ano para o autocaravanismo como um marco histórico que não pode ser olvidado. Passou-se das “conversas de café” ou das “opiniões avulsas” nas redes sociais para a institucionalização de conceitos responsável e publicamente assumidos, por escrito, a nível nacional e internacional.

Havia agora que desenvolver e concretizar os conceitos. Mas essa é uma outra história que fica para a próxima semana.



(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) - AQUI).

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