OS
PROCESSOS
Os dirigentes de qualquer associação têm a
obrigação ética e/ou estatutária de manter informados os respectivos associados
e/ou os órgãos em que se organizam sobre as políticas e acções significativas
que desenvolvem.
Através do Comunicado 4/2015 de 1 de Dezembro
a FPA informa que “(…) alguns “autocaravanistas”
vão aconselhando mal a FCMP que, vendo o negócio a escapar, vai tentando acções
jurídico-administrativas para ver se consegue acabar com a FPA.” e
que “Um dos processos já terminou arquivado por
falta de fundamento. Acreditamos que os outros dois que estão em curso, por
maioria de razão, tenham o mesmo fim.”
Partindo do pressuposto que é total e factualmente
verdade que a “Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal” (FCMP) tenha
promovido acções contra a FPA e que um dos processos já tenha sido arquivado
por falta de fundamento, restam dois processos que, até à data, ainda não é público qual
o resultado dos mesmos. Também não é público quais são os fundamentos que terão
levado os dirigentes da FCMP a intentar as referidas acções.
Como pessoa interessada e participativa nas matérias ligadas
ao autocaravanismo e ao associativismo não desconhecia que tinha havido uma
acção movida pela anterior Direcção da FCMP que tinha sido mandada arquivar
pelo juiz que analisou o assunto. Sei igualmente que nem a “Associação
Autocaravanista de Portugal – CPA” nem o respectivo Presidente de então foram previamente consultados ou informados. E, teriam que ser?
Já sobre estes dois novos (?) processos que a FPA
informa que existem ignoro, porque não é público, se a “Associação
Autocaravanista de Portugal – CPA” e o actual Presidente da Direcção foram
contactados pela FCMP ou sequer se se pronunciaram. E, teriam que ser?
Existe, no entanto, no seio da FCMP um órgão
que tinha que ser obrigatoriamente auscultado: a Comissão de Autocaravanismo da
FCMP.
A Comissão de Autocaravanismo da FCMP é um
órgão estatutário, criado ao abrigo ao abrigo da alínea j) do número 2 do
Artigo 32º do Estatuto da Federação que, em conformidade com o Regulamento que
criou esta Comissão, tem a competência de ser “(…)
obrigatoriamente auscultada sobre as decisões da Federação no que ao
Autocaravanismo respeita (...)”. Partindo do pressuposto que este
Regulamento Estatutário não foi violado, terão todos os que não fazem parte dos
órgãos da FCMP que admitir que a Comissão de Autocaravanismo terá sido, obviamente, auscultada sobre uma matéria que inegavelmente diz respeito ao
autocaravanismo. Mas, terá sido mesmo consultada? E, teria que ser? TERIA! OBRIGATORIAMENTE!
Defendo que as associações devem ter comportamentos
transparentes, assumindo publicamente as políticas que defendem, justificando,
também publicamente, as acções que podem envolver terceiros e terem
repercussões associativas.
Há, no entanto, que elogiar a FCMP no que se
reporta à divulgação dos Relatórios de Actividades e Contas e dos Planos de
Actividade e Orçamentos o que, realço, no âmbito do Autocaravanismo nem todas as
associações o fazem, como disso é exemplo a FPA. Contudo, também neste particular, assalta-me a dúvida de que também esta política informativa possa estar a ser
alterada pela FCMP pois, tendo o “Plano de Actividade e Orçamento para 2016” da
FCMP sido aprovado no final de 2015, estranho que, já em Março de 2016,
ainda não tenha sido publicamente divulgado. Porquê?
A Assembleia Geral da FCMP de Março de 2016
será o local oportuno para os representantes das associadas, dos
praticantes e dos técnicos exigirem explicações?
E as Assembleias das associações federadas também não serão os locais apropriados para avaliar os actuais dirigentes da FCMP em final de mandato?
E as Assembleias das associações federadas também não serão os locais apropriados para avaliar os actuais dirigentes da FCMP em final de mandato?
(O autor,
todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião
sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) - AQUI)
INFORMAÇÃO
ResponderEliminarDepois deste artigo de opinião ter sido publicado no portal da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal passou a constar desde 15 de Março de 2016 o Plano de Actividades e Orçamento para 2016