O
CONCRETO E O ABSTRACTO
O
Semanário “Expresso” na edição de 11 de Fevereiro de 2017, a
páginas 13, abre com o título “REVOLTA NOS MINISTÉRIOS OBRIGA
COSTA A RECUAR”.
Na
passada quinta-feira, dia 9 de Fevereiro de 2017, no meu Artigo de
Opinião das Quintas-feiras, intitulado “O Poder das CCDRs”
expunha as minhas preocupações relativamente às competências que
o Governo se preparava para atribuir às CCDRs e, muito
principalmente, à forma de designação dos futuros presidentes
destas Comissões. E não deixei de relacionar estas eventuais
alterações com a política autocaravanista que poderia vir a ser
desenvolvida pelas CCDRs, a exemplo do que do que já faz a CCDR da
região do Algarve.
Na
verdade, um número não quantificado de funcionários de Direcções
e Serviços Regionais manifestou-se contra a incorporação nas CCDRs
o que “obrigou” o Governo a emendar os objectivos que se propunha
concretizar. Todos os objectivos? Não. Pelo menos a eleição dos
Presidentes das CCDRs continua a ser intenção do Governo que sejam
eleitos por um colégio de autarcas de cada região. Há, inclusive,
quem afirme que se trata de uma regionalização encapotada. Será?
A
ser verdade que os funcionários legitimamente se manifestaram para
defender os respectivos interesses corporativos, também é legítimo
que os autocaravanistas, antecipando as consequências destas
mudanças, também tenham o direito de procurar proteger os
respectivos interesses.
Não
é aqui, nem agora, que me irei pronunciar sobre as vantagens ou
desvantagens da descentralização de alguns poderes que, segundo
alguns (muitos? Poucos?), contribuirão para que, através de
políticas melhor definidas devido a uma maior proximidade dos
cidadãos, se venham a alcançar melhores resultados e com menos
gastos. Será assim? Há também quem afirme (muitos? poucos?) que a
regionalização contribuirá para um aumento significativo do
“caciquismo” e da corrupção. Será?
Também
não tenho, AINDA, propostas exequíveis que possam impedir (ou pelo
menos minorar) que as CCDRs vejam reforçados os respectivos poderes
de forma a que a política de discriminação negativa dos veículos
autocaravanas promovida pela CCDR-Algarve não seja contagiosa.
Considero
que a verdade interpretativa dos factos e a estratégia a seguir pelo
Movimento Autocaravanista de Portugal deve ser analisada com
seriedade, de forma intelectualmente honesta, com propostas
exequíveis por todos os que se interessam por estas matérias,
nomeadamente pelos representantes das associações de base com
personalidade jurídica e reunidos numa Plataforma de Entendimento
inorgânica.
A
UNIDADE REAL E CONCRETA NÃO SE CONSTRÓI NO ABSTRACTO
(O
autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal,
emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo
(e não só) – AQUI)
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