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obtida em Welington Corporation’s Blog
O
PODER DAS CCDRs
Ventos
maus?
As
legitimas e legais posições sobre política autocaravanista que o
CPA vem assumindo e que estão a ter a evidente correspondência por
parte dos organismos oficiais (Governo, Autoridade Nacional da
Segurança Rodoviária, Guarda Nacional Republicana) auguravam um
futuro melhor para o Movimento Autocaravanista de Portugal.
Auguravam, mas já não auguram porque (e espero estar errado) no
horizonte os ventos da discriminação negativa do veículo
autocaravana (que pareciam afastar-se) estão de novo a regressar.
Os
autocaravanistas (como a maioria dos portugueses) não valorizam
muito a política, olvidando que a mesma tem uma ligação estreita
com as vidas de todos. Só o reconhecem, individualmente, quando as
medidas políticas começam a ter efeitos imediatos. Até lá, mesmo
que essas medidas só ainda estejam a atingir o vizinho, esperam
passar despercebidos. Não lhes diz directamente respeito, logo não
querem “chatices”. Cada um que se “dezengome”. Mas, quando
apanhados nas consequências dessa política, “ò da guarda” que
ninguém ajuda, não há solidariedade, não há unidade. O
individualismo egoísta prevalece sobre o associativismo solidário.
O exemplo flagrante desta apreciação e que grassa no meio
autocaravanista, é comprovado na fraca adesão às associações
autocaravanistas, o que contribui, obviamente, para que peso
institucional do Movimento Autocaravanismo de Portugal seja inferior
ao que poderia ter.
Melhor
desenvolvimento com CCDRs eleitas?
O
Governo está a preparar uma alteração às competências das
Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) que vão
passar a abranger a cultura, a agricultura e florestas, a economia, a
educação, a juventude, os transportes, a MOBILIDADE e o TURISMO.
Importante é também o facto de as CCDR, que actualmente só
dependem do Estado (Governo), passarem a também ser eleitas pelos
autarcas.
Se
as alterações que estão a ser elaboradas se concretizarem, na
perspectiva que referi, então as CCDR aumentarão (e muito) o peso
político de que disporão para promover alterações nas regiões
que abranjam.
Por
diferentes razões os Partidos políticos com assento na Assembleia
da República mostram-se desagradados com as alterações propostas e
os diferentes dirigentes da Confederação de Agricultores, da
Confederação do Comércio, da Confederação da Indústria, e até
do Turismo, já assumem a discordância.
Como
é do conhecimento do Movimento Autocaravanista de Portugal a
discriminação negativa do veículo autocaravana começou
a ser premeditada institucionalmente
de
forma sustentável em Julho de 2008 através do estudo
“Caracterização
do Autocaravanismo na Região do Algarve e Proposta para Definição
de uma Estratégia de Acolhimento”
(ver AQUI)
da autoria da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional
do Algarve (CCDR-Algarve)
que propôs que o Código da Estrada devia
“Autonomizar
a figura das Auto-caravanas dentro da classe de veículos
ligeiros/pesados especiais uma vez que não se destinam unicamente ao
transporte de passageiros e/ou mercadorias. Desta forma permitir-se-á
a proibição de estacionamento de veículos ligeiros ou pesados em
determinados locais”.
Ainda
que limitada nos respectivos poderes (relativamente aos
que o Governo perspectiva acrescentar)
a CCDR-Algarve mesmo
assim desenvolveu
toda uma estratégia,
com a colaboração da da
AMAL (Associação de Municípios do Algarve), da RTA (Região de
Turismo do Algarve) e da ATA (Associação de Turismo do Algarve),
que
culminou
na constituição de uma denominada “Rede
de Acolhimento ao Autocaravanismo na Região do Algarve”
(ver
AQUI)
com
o objectivo de impedir as autocaravanas de pernoitarem fora dos
espaços aderentes à Rede.
Assobiar
para o lado ou resposta em unidade?
Imaginemos
que a CCDR-Algarve é imbuída das novas competências que o Governo
perspectiva e é eleita directamente pelos autarcas do Algarve, o que
lhe daria maior poder formal, maior poder económico e maior poder
político, permitindo-lhe, previsivelmente, ir ainda mais além do
que já foi, na definição de políticas de discriminação negativa
para os veículos autocaravanas. Mas,
mesmo que não fosse mais além, passaria a ter mais meios que
conjuntamente com mais força política permitiria consolidar a
implementação da “Rede
de Acolhimento ao Autocaravanismo na Região do Algarve” e,
consequentemente, discriminar negativamente o veículo autocaravana,
obrigando à pernoita nos espaços aderentes da Rede.
E
quem
nos garante (a nós autocaravanistas), face ao imobilismo da maioria
das nossas associações de base, que o (mau) exemplo de política
autocaravanista da CCDR-Algarve não poderá vir a ser adoptado por
outras CCDRs?
Perante
esta situação real qual
é, qual
vai ser,
a posição do Movimento Autocaravanista de Portugal?
Assobiar
para o lado? Esperar para ver? Ou unir-se em torno das associações
de base, vocacionadas para o autocaravanismo e
com personalidade jurídica, com
vista à constituição de uma plataforma inorgânica que dê
resposta atempada aos novos ventos da discriminação negativa dos
veículos autocaravanas.
(O
autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal,
emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo
(e não só) – AQUI)
Tiro no mouche...aquilo que ha muito venho dizendo.A CCDRA ha muito tempo que vem liderando o movimento de descriminaçao negativa das Autocaravanas.A FCMP é agora um cão de fila dela.
ResponderEliminarAs CDCCR vão ser eleitas da mesma forma que foi Trump, por voto indireto. O atual presidente dos EUA teve menos 11 milhões de votos que os outros candidatos e, pelo menos, menos 3 milhões que a candidata mais votada (Hilary Clinton). Se quiserem regionalizar, façam-no de forma séria, o que não é fácil pois a região que a ser definida simplificava este problema (as BEIRAS) está manietada por interesses individuais negativos para o progresso de Portugal.
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