ANIMAR
SEM O CPA
No
passado fim-de-semana teve lugar, em Penacova, a XII edição do
“MANIFESTA 18” (ver programa AQUI)
que contou com o o Alto Patrocínio do Presidente da República.
O
que foi o “MANIFESTA 18”?
Foi
uma Assembleia Feira e Festa do Desenvolvimento Local e da Economia
Social e solidária da responsabilidade da Animar – Associação
Portuguesa para o Desenvolvimento Local e da Câmara Municipal de
Penacova. (ver
AQUI)
Tanto
quanto sei as conclusões deste importante evento irão ser vertidas
em livro que se prevê ser tornado público até ao fim do corrente
ano.
O
que é a ANIMAR?
“A
Animar
é
a REDE de sinergias do desenvolvimento local, unindo agentes de
desenvolvimento e organizações na construção de uma estratégia
desafiante, que se apresenta com as suas propostas, independentes e
arrojadas, para o fortalecimento do desenvolvimento local, enquanto
modelo estruturante de valorização dos territórios, das pessoas e
de todos os seres vivos.”
Possivelmente
muitos autocaravanistas considerarão que a ANIMAR fica aquém da
finalidade de estripar da sociedade a miséria em que muitos cidadãos
se encontram, mas, ao valorizar o desenvolvimento local como um
dos pilares de uma sociedade justa, equitativa, solidária e
sustentável, não nos é permitido, se formos intelectualmente
honestos, afirmar que estamos perante a promoção da caridade, que,
em si mesma, como é notório, não altera a vida das pessoas.
É
neste contexto que o CPA,
defensor de um autocaravanismo promotor do desenvolvimento económico
das populações (ver AQUI),
deve
apoiar a ANIMAR.
Apoiar, por exemplo, através
de Encontros autocaravanistas que coincidam com eventos relevantes da
ANIMAR em que os autocaravanistas possam participar, mas,
sem esquecer nesses Encontros autocaravanistas, além da
participação, o convívio, o turismo, a cultura.
O
CPA na história do desenvolvimento local
Já
em 2010 foi aprovado no Plano de Actividades para 2011 “Estabelecer
parcerias com as organizações de apoio ao desenvolvimento local
(...)“
demonstrativo da necessidade de envolvimento do CPA em actividades
viradas para o exterior e envolvendo de alguma forma o Movimento
Autocaravanismo de Portugal.
Dando
continuidade ao Plano de Actividades para 2011 a Direcção do CPA,
logo no 1º trimestre desse ano, deliberou apoiar o projecto
“PORTUGAL TRADICIONAL”, projecto que pretendia proporcionar a
junção entre o autocaravanismo e os espaços genuínos do nosso
país, sendo esses espaços quintas agrícolas, produtores de vinhos,
criadores de animais, complexos de produção de artesanato,
associações e projectos de desenvolvimento local, etc…
Das
intenções a Direcção do CPA passou aos actos e, no
ano de 2011, promoveu
uma reunião dos Corpos Gerentes e dos Membros das Comissões
Coordenadoras na Cooperativa “Terra Chã” (Abril), participa na
sessão de Debate “O Tejo a Pé“ projecto formulado pela “ARH
do Tejo” (Maio) e comparece no “MANIFesta 2011” em Peniche. Em
2012 apoia oficialmente o ”Gesto Ecosolidário” em S. Pedro do
Sul e nele comparece nos anos seguintes.
A
aposta em participar, agora com efeitos concretos imediatos, no
desenvolvimento local, tem lugar em 2013 com o projecto “Montanhas
Mágicas” no qual o CPA foi considerado parceiro no âmbito do
autocaravanismo.
Já
na “NAUTICAMPO 2015” a intervenção do CPA foi decisiva para a
cedência de tempo e espaço a um dirigente do “Portugal
Tradicional” para que pudesse apresentar esse projecto no âmbito
de uma política de desenvolvimento turístico com base na divulgação
dos produtos tradicionais portugueses. É também nessa mesma ocasião
que o CPA divulga o programa “Welcome Friendly Place” que se
destina, junto da comunidade autocaravanista, nacional e
internacional, a promover os Concelhos (que não pratiquem
discriminação negativa) e Regiões Turísticas onde o
autocaravanismo é reconhecido como uma actividade de interesse.
Dois
mil e dezasseis foi um ano de mudança. O projecto “Portugal
Tradicional” deu lugar a “um protocolo
de parceria entre a “Associação
Autocaravanista de Portugal - CPA”,
o “Grupo de Solidariedade
Social, Desportivo, Cultural e Recreativo de Miro”,
a “ANIMAR – Associação
Portuguesa para o Desenvolvimento Local”
e a “CORESYS – Tecnologias de
Informação, Lda (OllinGroup)”
com a finalidade de contribuir para a construção de um modelo de
parceria inovador, com a introdução da lógica financeira e
empresarial na lógica social.”
O
CPA num projecto de dimensão nacional
Em
25 de Março de 2017 a Associação Autocaravanista de Portugal
aderiu à “ANIMAR – Associação Portuguesa para o
Desenvolvimento Local” que tem como objectivos, entre outros, os
seguintes:
“Valorizar,
promover e reforçar o desenvolvimento local,
a cidadania ativa, a igualdade e a coesão social na sociedade
portuguesa, enquanto pilares
de uma sociedade
mais
justa, equitativa, solidária
e
sustentável.”(Sublinhados
meus)
“Assumir
a sua identidade na diversidade de organizações,
indivíduos, territórios e contextos de atuação, e daí, destacar
a multiplicidade de modelos de desenvolvimento local”
(Sublinhados
meus)
“Acreditar
numa sociedade mais justa, equitativa e sustentável reconhecendo
que a Animar do futuro, terá em consideração o valor que
acrescentou no passado e pelo qual se destaca no presente, e por
aquele que ambiciona para o futuro.”
(Sublinhados
meus)
Estamos,
pois, perante uma associação (a ANIMAR), a que o
CPA aderiu e com cujos objectivos, obviamente, concorda.
A
importância do autocaravanismo no contexto da ANIMAR
Possivelmente
muitos autocaravanistas considerarão que a ANIMAR fica aquém da
finalidade de estripar da sociedade a miséria em que muitos cidadãos
se encontram, mas, ao valorizar o desenvolvimento local como um
dos pilares de uma sociedade justa, equitativa, solidária e
sustentável, não nos é permitido, se formos intelectualmente
honestos, afirmar que estamos perante a promoção da caridade, que,
em si mesma, como é notório, não altera a vida das pessoas.
É
neste contexto que o CPA,
defensor de um autocaravanismo promotor do desenvolvimento económico
das populações, deve
apoiar a ANIMAR.
A
ANIMAR SEM O CPA, como se
verificou no “MANIFESTA 2018”, não consubstancia,
consequentemente, uma intervenção minimamente activa do CPA no
âmbito dos objectivos da ANIMAR (que também são os do CPA), pois,
de outra forma, será incompreensível a adesão do CPA a esta
organização.
A
importância da ANIMAR no âmbito do Movimento Autocaravanista de
Portugal tem que começar a ser compreendida como uma mais valia e,
assim, os dirigentes associativos passarem a defender a integração
das respectivas associações nesta federação.
(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) – AQUI)