AUTOCARAVANISMO
E
ESQUECIMENTOS
DOS AUTARCAS
(Mini
crónicas de uma viagem por Espanha)
Quando
cheguei a Santander (no decorrer da minha viagem turística pelo
norte da Península Ibérica) não foi difícil encontrar a Área de
Serviço para Autocaravanas porquanto as coordenadas da mesma estavam
bastante precisas.
Depois de
instalado fui ler as normas que o Município determinava para aquela
Área. As regras eram simples e estavam afixadas num painel:
Proibiam
o estacionamento a todos os veículos que não fossem ou
autocaravanas ou catalogados como autovivendas;
O
período de estacionamento máximo não podia ser superior a 48
horas;
As
autocaravanas tinham que respeitar os limites das marcações feitas
no solo;
Era
proibido o uso de utensílios no exterior da autocaravana (cadeiras,
mesas, assadores, estendais, etc) e sapatas / calces niveladores dos
veículos, pois caso se verificasse essa infracção o estacionamento
seria considerado campismo livre (selvagem?), o que estava proibido
pelo Município;
A
Área devia manter-se limpa;
Não
era permitido o estacionamento na Estação de Serviço (local dos
despejos e abastecimento de água) bem como proibido a lavagem dos
veículos;
Os
utentes deviam obedecer a outras indicações que o Município
indicasse;
E,
finalmente, informava-se que o não cumprimento das normas estava
sujeito a coimas.
O Painel
terminava indicando a localização de dois Parques de Campismo para,
deduzi, quem quisesse permanecer mais de 48 horas.
Mais tarde
fiquei a saber que qualquer veículo que pernoitasse fora Área de
Serviço e fora das zonas marcadas no pavimento era multado.
Estas regras
não me pareceram (nem parecem) muito desajustadas do que a
Declaração de Princípios (ver AQUI) refere. Talvez,
considerando a dimensão de Santander, o período de estacionamento
pudesse ser um pouco maior (72 horas?). Contudo, no dia seguinte,
vi-me confrontado com uma falta de informação imperdoável por
parte do Município.
COMO ACEDER
AO CENTRO HISTÓRICO? QUE VISITAR?
Não havia
nenhum painel de informação turística. Um painel que tivesse um
mapa com, pelo menos, as principais artérias da cidade e onde
estivesse a localização da paragem de transportes públicos mais
próximos do local onde me encontrava e com destino ao centro, bem
como sugestões de sítios a visitar e números de telefone para
eventuais emergências ou pedido de táxis.
Este
“esquecimento” também já constatei existir em algumas Áreas de
Serviço em Portugal.
Não é
compreensível que os Municípios construam equipamentos municipais,
com dinheiros públicos, como são as Áreas de Serviço para
Autocaravanas e, depois, não providenciam os meios minimamente
necessários para que os respectivos munícipes tirem daqueles
equipamentos o necessário proveito. O autocaravanismo pode ser um
factor (entre outros) que contribui para o desenvolvimento local, mas
é imprescindível que exista informação apelativa nos locais onde
são aconselhados a estacionar para que o turismo e o comércio se
concretize.
Colocar um
painel com regulamentação de uma Área de Serviço para
Autocaravanas é importante, mas, mais importante, para que haja um
retorno do investimento feito na edificação da Área, é a
existência de painéis informativos da oferta turística,
gastronómica e comercial que o Município pode disponibilizar a quem
o visita.
Os
autocaravanistas agradecem a existência desses painéis turísticos,
mas, não tenham dúvidas senhores autarcas, é uma evidência os
motivos pelos quais os vossos respectivos munícipes agradecerão
muito mais.
(O
autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal,
emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo
(e não só) – AQUI)
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