quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Os 18% da FPA





OS 18% DA FPA

Andava eu a cogitar (se cogito logo existo) sobre o tema que iria abordar na próxima “Opinião das Quintas-feiras” quando sou surpreendido (?) com o 4º Comunicado da FPA (de 2015) intitulado o “Autocaravanismo no Algarve”.

Mais vale tarde que nunca, pensei. Mesmo depois de eu já me ter pronunciado sobre o assunto (ver AQUI) a FPA vai, finalmente, quis eu acreditar, pronunciar-se aprofundadamente sobre a discriminação negativa de que são vítimas os veículos autocaravanas. Vai assumir uma posição de força, clara, inequívoca, pensei. Pois, lá pensar, pensei. Mas, depois de ler o Comunicado da FPA este meu entusiasmo esmoreceu.

Dos dezasseis parágrafos que constituem o Comunicado da FPA,  aí uns 8 (50%) reportam-se a escribas mal intencionados (serei eu?!), uns 3 (apenas 18%) abordam no concreto o documento “Rede de Acolhimento ao Autocaravanismo na Região do Algarve” (ver AQUI) e os restantes parágrafos (32%) tecem comentários sobre a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP). Concluindo: são 82% a percentagem de considerações feitas no Comunicado da FPA acerca de escribas mal intencionados e sobre a FCMP. Na realidade, como demonstro, o importante para a FPA não é a discriminação negativa do veículo autocaravana, discriminação  que está subjacente no documento “Rede de Acolhimento ao Autocaravanismo na Região do Algarve”.  A FPA continua a não traçar directrizes concretas e transparentes que sejam orientadoras de uma política autocaravanista como se pode ler no meu artigo de opinião “Anatomia de uma Federação” (ver AQUI).

Neste ano de 2015 os 4 Comunicados que a FPA divulgou são reactivos. Não parece existir na FPA atitudes pró-activas. A unidade que a FPA diz querer construir com e para os autocaravanistas alicerça-se na criação de alegados inimigos: uns escribas mal intencionados e a FCMP são as desculpas para os insucessos. Ou seja: a unidade pela negativa é o caminho que a FPA vem alegremente trilhando.

Quando uma federação ao invés de se pronunciar sobre as questões que deveriam ser a razão de existir e nos apenas 4 únicos míseros Comunicados divulgados este ano, faz desses Comunicados uma tribuna simultaneamente de ataque e resposta a uns mal intencionados escribas (serei eu?) demonstra uma insegurança total. Pois o escriba (que eu sou) não se limita, como faz a FPA e alguns dos respectivos apoiantes a personalizar ofensas e divulgar opiniões (?) sem qualquer fundamentação. As minhas opiniões são fundamentadas e as respectivas fontes citadas.

Apesar de tudo a análise dos insignificantes 18% do Comunicado da FPA sobre discriminação negativa devem merecer alguma reflexão, em parte devido às contradições da FPA, o que aliás tem sido recorrente.

O documento “Rede de Acolhimento ao Autocaravanismo na Região do Algarve” é promovido, entre outros, pelo “Turismo de Portugal -  Algarve” e pelas “Associações de Turismo do Algarve”. O mesmo documento onde, segundo afirma a FPA, “(…) mostra imediatamente a influência dos interesses que estarão na sua origem” e, esclarece a FPA, que as 22 unidades de acolhimento citadas no documento são “(…) todas fonte de negócio, carecendo de verificação das apregoadas condições de acolhimento”.  Esta é uma acusação forte proferida pela FPA, mas que sem ter continuidade em procedimentos futuros será inócua.

Como é do conhecimento geral a FPA faz parte da Associação Nacional de Turismo (ANT) onde também nos parece que se encontram, directa e /ou indirectamente, associações de turismo que são promotoras do documento  “Rede de Acolhimento ao Autocaravanismo na Região do Algarve” e que, segundo a própria FPA “(…) mostra imediatamente a influência dos interesses que estarão na sua origem”. Não é um escriba mal intencionado que o diz. É a FPA que o diz e critica (?) o documento por isso mesmo. Ou seja, e em jeito de conclusão, será licito afirmar (pergunto) que há associados da ANT, de que a FPA faz parte, que promovem a influência de interesses que não são os dos autocaravanistas?

Quererá a FPA, na defesa dos interesses dos autocaravanistas, exigir à Associação Nacional de Turismo uma clarificação da política que a mesma preconiza ser de interesse para o turismo em autocaravana, nomeadamente no aspecto que concerne a ser  contra (ou não) a discriminação negativa do veículo autocaravana, uma discriminação que está subjacente no texto do documento “Rede de Acolhimento ao Autocaravanismo na Região do Algarve” e que é um documento que foi promovido por associações turísticas? Quererá a FPA?

O caminho será o da coragem ou o da subserviência? O futuro o dirá!



(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI)

2 comentários:

  1. O Sr. Papa Léguas nunca conseguiu que a FCMP fizesse nada pelo autocaravanismo a não ser assinar a "SUA" "Declaração de Princípios" e agora vem apregoar que a FPA faça algo dentro de uma Associação que a acabou de receber???? Todos provamos o que queremos consoante a nossa verdade, e como sabe teria muito para dizer e contrapor, faça-se útil !!! Mude primeiro a FCMP !!!! Só assim me conseguiria fazer mudar de ideias !!!! E mais que tudo deixe de se preocupar com a FPA, pois pelo menos para si demonstra ser uma grande pedra no seu sapato, pois dedica-lhe 90% de importância nos seus comentários !!! Com todo o respeito, Daniel Beja

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      Sr. Daniel Beja,
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      O seu comentário em nada contradiz às afirmações constantes deste meu artigo de opinião.
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      A FPA acusa o documento “Rede de Acolhimento ao Autocaravanismo na Região do Algarve” de mostar “(…) imediatamente a influência dos interesses que estarão na sua origem” e que as 22 unidades de acolhimento citadas no documento são “(…) todas fonte de negócio, carecendo de verificação das apregoadas condições de acolhimento”. Sendo este documento subscrito por entidades turisticas do algarve e directa e/ou indirectamente inseridas na Associação Nacional de Turismo (ANT) de que a FPA faz parte como devem ser entendidas as acusações que a FPA faz?
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      Se há alguma imprecisão ou inverdade (total ou parcial) nalguma das afirmações que escrevo neste artigo de opinião não deixe de o dizer e FUNDAMENTAR.
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      Saudações Autocaravanistas
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