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obtida em CPA-Autocaravanismo (Facebook)
PARA
QUE SERVEM OS COLÓQUIOS?
Promover
encontros de autocaravanistas (e não só) para debater as questões
relacionadas com o turismo em autocaravana e as situações de
discriminação negativa de que os veículos autocaravanas são
vítimas parece-me um bom ponto de partida para, além de se
consciencializar toda a sociedade, se promover o associativismo como
uma das melhores formas de mudar comportamentos e de proteger os
autocaravanistas (e não só).
Algumas
associações vocacionadas para o autocaravanismo têm vindo a
promover colóquios (mais restritos ou mais abertos) nos quais,
diga-se em abono da verdade, a “Associação Autocaravanista de
Portugal – CPA” tem sido um exemplo. Neste particular o CPA
distingue-se da maioria das associações congéneres que,
normalmente, se dedicam a promover aspectos lúdicos, gastronómicos
e culturais quanto baste, nos encontros autocaravanistas que
promovem. Ultimamente até começa a proliferar o, erradamente
denominado, autocaravanismo solidário. Erradamente, porque, nada
tendo de solidário, promove apenas o exercício da caridade.
Para
que não subsistam dúvidas acerca do meu conceito de solidariedade e
de caridade transcrevo uma minha opinião que, embora já datada de 2004, mantenho:
(A
grande, a enorme diferença entre caridade e solidariedade assenta na
atitude que se tem na prestação de uma ajuda imediata (caridade)
sem que de alguma forma desenvolvamos esforços para transformar a
situação do carente (solidariedade).
Praticarei
a caridade (e talvez fique de bem com a minha consciência) ao dar a
um pedinte uma moeda sem me voltar a preocupar com o problema,
excepto quando outro pedinte me voltar a confrontar com a miséria.
Serei
solidário se, para além da moeda, como forma de resolução
imediata de um problema, desenvolver todos os esforços ao meu
alcance para modificar a situação de carência, por forma a não
ser de novo abordado e ter de praticar caridade.
Passando
do exemplo restrito, individual, para uma aplicação ao nível de
uma instituição que se reclama da “solidariedade” teremos de
considerar que, para além da intervenção imediata possível,
também está obrigada a acções que alterem a situação dos
indivíduos a quem se dirige, nomeadamente através de acções de
natureza política.
A
não ser que a nossa política se limite à caridade.)
Como,
por vezes, “a conversa é como as cerejas” afastei-me do
cerne da questão que aqui quero equacionar (ou seja, para que servem
os colóquios sobre as questões relacionadas com o autocaravanismo)
pelo que peço que me desculpem esta minha prolixidade e regresso de
imediato ao tema.
As
associações que promovem debates sobre autocaravanismo (entre as
quais se encontra o CPA) têm todo o interesse em que as questões
debatidas se tornem públicas e que, pelo menos, as intervenções
dos oradores sejam divulgadas para além da sala onde foram
proferidas. Como é óbvio, aos debates a maioria dos
autocaravanistas não comparece e, mesmo que todos desejassem estar
presentes, não seria física, financeira e logisticamente viável
encontrar um local que albergasse mais de 5000 pessoas.
A
impossibilidade atrás referida justifica que os colóquios sejam
participados pelos autocaravanistas mais activistas e que,
posteriormente, a organização divulgue publicamente as intervenções
e, até, eventuais conclusões se as houver. Mas, se as entidades
promotoras dos colóquios não divulgam as
intervenções e eventuais conclusões que neles têm
lugar, a questão, a dúvida, a pergunta que se
coloca pode ser a seguinte: PARA
QUE SERVEM OS COLÓQUIOS?
Recentemente foram promovidos dois
colóquios por duas entidades entidades distintas e, sem pôr em causa
o direito que lhes assiste de manterem confidencial (?) o teor da
matéria tratada, interrogo-me para que terão servido a prévia e
pública publicidade dos eventos, o gasto de tempo… de dinheiro…
Que mensagem foi passada?… Que contributo para o autocaravanismo?!
Ou, o que se pretendia, realmente, com a concretização desses
colóquios?
Termino
com uma nota de apreço à Direcção da “Associação
Autocaravanista de Portugal - CPA” que, estando representada
através do respectivo Presidente num dos colóquios referidos, não deixou de
divulgar, para conhecimento do Movimento Autocaravanista de Portugal,
a intervenção que proferiu e que pode ser lida AQUI.
(O
autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal,
emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo
(e não só) -AQUI)
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