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rESPONSABILIDADE
sOCIAL
A
responsabilidade social das empresas tem vindo a ser alardeada porque também é uma forma de as grandes mais valias que as empresas obtêm serem menos
criticadas, procurando-se desviar-se as atenções para o cada vez maior fosso entre os grandes
beneficiários do capital e os que vivem com salários mínimos (ou
pouco mais) provenientes exclusivamente dos rendimentos do trabalho.
(Não
se duvide que uma parte considerável da mais valia das empresas é obtida à
custa do trabalho mal pago. Recordo que o custo de um
produto corresponde, essencialmente, ao valor que é incorporado através do trabalho de transformação da matéria prima que o constitui. Não obstante
já outros terem teorizado, muito bem e melhor sobre esta questão, permita-se-me uma clarificação com um exemplo: Um martelo é constituído por um pedaço
de ferro e um pedaço de madeira, no entanto, para que aquele ferro e aquela madeira se transformem num martelo, alguém teve de o produzir utilizando a força do seu trabalho. Sem trabalho aquelas matérias
primas não teriam qualquer valor acrescido. Pode dizer-se que foi devido ao trabalho que se incorporou uma
mais valia naquele produto (ou seja, no martelo, do meu
exemplo). Daqui poderíamos partir para analisar
não só a percentagem de mais valia que deveria caber ao
executante do trabalho, como a detenção dos meios de
produção e a propriedade das matérias primas, mas isso
afastar-me-ia dos objectivos deste escrito).
Admito,
contudo, que algumas empresas, com gestores com um apurado sentido de justiça e de fortes raízes
humanistas, tenham reais preocupações sociais e procurem levar à
práctica iniciativas que de algum modo correspondam a essas
preocupações.
Intervir
socialmente foi o que as empresas de materiais e de veículos
recreativos (autocaravanas) decidiram em Dezembro de 2010 através do
compromisso assumido pela ACAP - “Comissão Especializada de
Caravanas e Autocaravanas da Associação de Comércio Automóvel de
Portugal” - (ver AQUI)
O
primeiro compromisso reportou-se a “Apoios
no âmbito da informação turística a prestar a autocaravanistas e
a concretizar eventualmente através da emissão de um mapa de
Portugal contendo informações diversas, designadamente sobre a
localização de Estações de Serviço para Autocaravanas,
monumentos e gastronomia;”
Este
ponto foi entretanto ultrapassado pela circunstância de muitas
associações autocaravanistas, de forma muito expedita,
proporcionarem à generalidade dos autocaravanistas não só
informações sobre Áreas de Serviço para autocaravanas (ver AQUI)
como sugestões gastronómicas, monumentais e outras (ver AQUI).
O
segundo compromisso estabeleceu a “Dinamização
de Mostras e Feiras relacionadas com o Autocaravanismo designadamente
através da participação activa no Dia do Autocaravanismo a
promover sob a égide da Federação de Campismo e Montanhismo de
Portugal;”
Não
tenho conhecimento que a ACAP tenha contactado as associações
autocaravanistas no sentido de dinamizar Mostras e Feiras
relacionadas com o autocaravanismo. Já no que se refere ao DIA do
AUTOCARAVANISMO a promover sob a égide da Federação de Campismo e
Montanhismo de Portugal recordo que a recente alteração de política
autocaravanista desta federação (ver AQUI) não é de molde
a manter a criação desse Dia sob tal orientação.
O
terceiro compromisso dispensa muitas explicações:
“Declaração de Princípios, constante da
Plataforma de Unidade, documento que, após análise, a “Comissão
Especializada de Caravanas e Autocaravanas” deliberou subscrever.
“
Sobre este último compromisso, a que as empresas representadas pela
ACAP se vincularam, urge reflectir, não só pela
oportunidade do tema (Discriminação Negativa dos Veículos
Autocaravanas), como também pela responsabilidade social a que me venho
referindo. A óbvia conclusão da reflexão, considerando que são
muitos (?) os autocaravanistas que não conhecem os princípios
básicos e legais em que deve basear-se a práctica do
autocaravanismo, acentua a necessidade da distribuição da “Declaração de
Princípios” (ver AQUI) pelas empresas no momento da aquisição de material, pois contribuiria para proporcionar um
melhor e maior conhecimento ao Movimento Autocaravanista de Portugal
e seria uma demonstração clara do assumir de responsabilidades
sociais.
Só
há que recordar às empresas o compromisso que assumiram através da
ACAP.
(O
autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal,
emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo
(e não só) - AQUI)
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