segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

AS VERDADES A QUE SE NÃO FOGE



Imagem obtida em www.comregras



AS VERDADES A QUE SE NÃO FOGE


A “NAUTICAMPO” 2019, que se realizou pela 50ª vez, contou com a presença, como vem acontecendo desde pelo menos 2009 (ver AQUI), da “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA”.

De novo num espaço autónomo, mas tendo ao lado o parceiro “Castela & Veludo – Mediador de Seguros” (parceria que permite aos associados aceder ao melhor seguro numa relação de qualidade / preço) o CPA deu as boas vindas aos muitos autocaravanistas que ali se quiseram associar.

O momento alto desta participação do CPA na “NAUTICAMPO” teve lugar durante o colóquio organizado pela Direcção sob o tema “O Autocaravanismo e a Sociedade” com a presença da “ANIMAR” (ver AQUI).

Ficámos a saber no colóquio e no decorrer da intervenção de Vítor Andrade, dirigente da “ANIMAR” (e ele próprio autocaravanista) que está em preparação uma plataforma digital de âmbito nacional com o objectivo de divulgar os eventos a desenvolver pelos produtores a nível de cada região ou localidade, proporcionando aos autocaravanistas informação diversa.

Porém, o que mais me agradou ouvir (e que a “ANIMAR” me desculpe a opção) foi o Presidente da Direcção do CPA informar publicamente que em Junho de 2018 tinha sido interposta em Tribunal uma “Providência Cautelar” contra a Postura Municipal de uma determinada Câmara (que não identificou) e na medida em que a Direcção do CPA considerou a referida Postura lesiva dos interesses e direitos dos autocaravanistas.

Mais acrescentou o Presidente da Direcção do CPA que o Tribunal tinha aceite a “Providência Cautelar” e que notificara a Câmara Municipal para a contestar, o que a Câmara fez. O CPA, dentro dos prazos legais, rebateu a contestação da Câmara, aguardando agora (desde Agosto de 2018) que o Tribunal se pronuncie.

Em qualquer circunstância, esclareceu o Presidente da Direcção do CPA, o assunto será levado a Tribunal.

Tanto quanto me é dado saber será a primeira vez que uma associação autocaravanista recorre à justiça para defender os direitos de TODOS os autocaravanistas (sócios e não sócios do CPA, portugueses e estrangeiros), não obstante ter recursos financeiros limitados. E é, perante este facto, o momento de conscientemente e com verdade, reflectirmos...

Calculo em 75% (por baixo) os autocaravanistas que não são associados em nenhuma organização de base com personalidade jurídica. Porquê?

Por inércia e comodismo?

Porque afirmam e se desculpam com o facto (falso) que as associações nada lhes dão em contrapartida?

Porque são por natureza individualistas (o que também é uma forma de egoísmo) e, consequentemente, são incapazes de assumir um compromisso associativo?

O CPA está a despender as verbas que lhe são entregues por via das quotizações dos respectivos associados para em Tribunal defender os direitos de TODOS os autocaravanistas. Uma acção meritória destes associados do CPA que não se deixam levar pela inércia e comodismo, que não evocam falsos argumentos, que assumem voluntariamente que é no associativismo que os interesses colectivos melhor são defendidos e que colocam o bem comum acima dos seus interesses imediatos.

E os outros? Os outros que se não associam por inércia e comodismo? Ou os outros que para justificar não se associarem evocam desculpas sem sentido? Ou, ainda, os outros que se não preocupam com o companheiro do lado e apenas consigo próprios? E há tantos exemplos desse egoísmo! Os que num estacionamento ocupam com a autocaravana dois ou mais lugares em prejuízo do estacionamento de terceiros; os que se não preocupam com os ruídos dos rádios e televisões demasiado altos incomodando quem está em redor; os que deixam os seus animais vaguearem livremente por tudo o que é sítio; os que despejam as sanitas às escondidas poluindo o ambiente; e tantos e tantos e tantos exemplos que poderiam ser apresentados.

E os outros?, volto a perguntar. Não se sentirão minimamente incomodados (pelo menos incomodados!) por haver quem esteja a pagar a defesa dos direitos para os quais também deveriam contribuir?

Estive na “NAUTICAMPO”. Estive no colóquio do CPA. Valeu a pena!




domingo, 24 de fevereiro de 2019

Autocaravanismo solidário (A RESPOSTA)




Porque não devem os Autocaravanistas 
comprar nas grandes superfícies 
aos 
Domingos e Feriados?


A RESPOSTA




quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Estrada Nacional 2 - O Livro






ESTRADA NACIONAL 2
O Livro


Autocaravanismo é o nome pelo qual se designa o turismo com recurso a uma autocaravana. Esta modalidade de turismo não obriga a uma planificação prévia, mas, diz-me a minha pouca experiência que a planificação de uma viagem tem vantagens, nomeadamente no que se refere aos custos.

As minhas viagens em autocaravana são planificadas. Essa planificação permite-me viajar por antecipação. A leitura de livros, as pesquisas na internet, o estudo dos percursos, a recolha de locais possíveis de pernoita dão-me acesso antecipado à gastronomia, história, costumes, eventos culturais e muito mais, das regiões e locais que tenciono visitar.

Em 2019 decidi ir VIAJAR ao longo da Estrada Nacional 2 (EN2). E digo VIAJAR; não digo percorrer. Para o efeito comecei a estabelecer os parâmetros dessa viajem, tendo logo sentido a necessidade de informação. Soube que existia uma Associação de Munícipios da EN2, mas não consegui contactos que me ajudassem a obter elementos. Através da “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” tomei conhecimento que existia um livro intitulado, precisamente, “Estrada Nacional 2”, (ver AQUI) produzido e editado pela “Foge Comigo! Lda”.

À falta de melhor, não muito convencido que seria uma boa opção, decidi adquirir o livro. E em boa altura o fiz, porque excedeu todas as minhas expectativas.

Trata-se de um livro apresentado em “papel couché” (com brilho, brancura e opacidade), com mais de 500 páginas e todas com gravuras, fotos, chamadas de atenção especiais, explicações históricas, datas festivas, artesanato, gastronomia, restaurantes aconselhados, relação de museus e monumentos, ciclovias, percursos de BTT e pedestres, sugestão de paisagens e miradouros, parques temáticos, praias fluviais e costeiras, termas, parques para descanso, locais de pernoita (hotéis, pousadas, pensões, parques de campismo e Áreas de Serviço para Autocaravanas) e postos de turismo.

O Livro está repleto de endereços e de coordenadas que permitem um acesso facilitado aos locais que são aconselhados em cada uma das 20 etapas em que o percurso pela EN2 se divide.

Mais do que um livro de leitura é, essencialmente, um livro de consulta. O livro divide-se em 4 capítulos: Descobrir a EN2, Conhecer a EN2, Sentir a EN2 e Apoio ao visitante. Mesmo os que não pretendam viajar pela EN2 encontram no livro as descrições de locais que eventualmente pretendam visitar

Ao longo do livro, quilómetro a quilómetro, já nos sentimos a viajar ao longo da EN2.

Um livro útil para os que pretendam (com ou sem autocaravana) viajar pela EN2 e cuja compra aconselho veementemente.




DECLARAÇÃO DE INTERESSES – O autor deste texto não é sócio da firma editora do livro nem recebe comissões pela venda do mesmo.




domingo, 17 de fevereiro de 2019

Autocaravanismo solidário (Exemplos do norte da Europa)





Autocaravanismo solidário
(Exemplos do norte da Europa)


Os autocaravanistas que defendem que se não deve comprar nas grandes superfícies comerciais aos Domingos e dias feriados estão a ser coerentes porque são solidários com o pequeno comércio, além de irem ao encontro de quem tem preocupações sociais e não se revê numa economia que tem como objectivo prioritário o lucro. Lucro de que apenas uma minoria é beneficiária.


NA DEFESA DA FAMÍLIA E DA SAÚDE

Por outro lado, a opção de se não fazerem compras nas grandes superfícies comerciais aos Domingos insere-se, também, na luta contra a obrigatoriedade de trabalhar ao Domingo e para a defesa do direito à conciliação da vida em família e da vida profissional, mas, igualmente, para preservar a saúde física e mental dos trabalhadores.

Realço que, de acordo com o Código do Trabalho, numa empresa que esteja autorizada a laborar ao Domingo os respectivos trabalhadores, que se enquadrem no horário de trabalho normal, não têm direito a compensação remuneratória ou a descanso por trabalharem ao Domingo. São, no mínimo, duplamente prejudicados: Não convivem com com a família e os amigos que por norma só estão mais disponíveis ao Domingo e não recebem qualquer remuneração suplementar.


HÁ PREJUÍZO PARA OS CONSUMIDORES?

Outra questão que se coloca tem a ver um alegado prejuízo dos consumidores. Trata-se de uma falsa questão. A abertura das grandes superfícies comerciais de Segunda a Sábado, normalmente até às 22 horas, permite que qualquer cidadão, por mais atarefado, disponha de tempo suficiente para optar nesse período por uma grande superfície comercial para fazer as compras. A opção de não comprar aos Domingos e feriados nas grandes superfícies comerciais, não é só um apoio aos comércios locais, é também um forte estímulo aos relacionamentos sociais.


A FALSA QUESTÃO DO DESEMPREGO

Alguns, com menos informação sobre esta problemática, contraporão que não comprar nas grandes superfícies comerciais aos Domingos e feriados promove o encerramento nesses dias destas unidades comerciais com o consequente despedimento de trabalhadores.

Princípio por referir que países como, por exemplo, a Alemanha, a Áustria, a Holanda e a Suíça não permitem a abertura ao Domingo de serviços não essenciais, enquanto que há países que reduziram os direitos dos trabalhadores como são o caso da Espanha, da Grécia e da Rússia. Constata-se, no entanto, que as taxas de desemprego nos países que permitem horários de abertura livres não produzem um desenvolvimento significativo nem, sequer, a criação exponencial de postos de trabalho.



Segundo dados (Eurostat) do ano passado o desemprego na Alemanha foi de 3,6%, na Áustria de 5,5%, na Holanda de 4,2% e na Suíça de 3,1%. E nos países que permitem a abertura das grandes superfícies comerciais ao Domingo? Em Espanha de 16,3%, em Itália de 11,1% e em Portugal de 8%. Os números comprovam que a abertura das grandes superfície comerciais não aumentam o emprego e, na minha opinião, prejudicam a qualidade do mesmo.


É POSSÍVEL ALTERAR A SITUAÇÃO ACTUAL?

Por ser oportuno recordo que a Polónia em 2017 aprovou uma Lei cuja implementação irá progressivamente impedindo o comércio ao Domingo até 2020, data em que será totalmente banido.

Citando Carlos Frederico Cunha, economista e professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFSC-RS, Erechim) pergunto se a abertura das grandes superfícies aos Domingos e feriados não consubstancia um projecto em que estejam a ser substituídas as atribuições de um Estado de Bem-Estar Social por um Estado Neoliberal, em que se reduzam os gastos sociais com o desemprego pelo subemprego ou emprego de baixa remuneração.


UMA REALIDADE DIFERENTE NUM PAÍS DESENVOLVIDO

Sugiro, a crentes e ateus, uma reflexão sobre o que diz Claudete Beise Ulrich, professora de Teologia no Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões na Faculdade Unida, em Vitória/ES, que viveu na Alemanha durante seis anos e fala sobre os horários de funcionamento do comércio na Alemanha e reflecte sobre a necessidade do descanso.





OPTAR PELOS MAIS FRACOS E POR MELHOR QUALIDADE DE VIDA

Nesta questão (Não comprar aos Domingos e feriados nas grandes superfícies comerciais) optei estar ao lado dos pequenos comerciantes (que são os que mais dão emprego) e dos trabalhadores das grandes superfícies comerciais. Porquê? Porque não vendo as minhas convicções por um punhado de Áreas de Serviço de Autocaravanas, implementadas por uma qualquer superfície comercial, independentemente de nelas reconhecer uma mais valia. Uma mais valia, TAMBÉM, para as superfícies comerciais que as implementam (as Áreas de Serviço) e que procuram, assim, captar o nicho de mercado que é o autocaravanismo. Porque não há almoços grátis.


SOZINHO? NÃO! ACOMPANHADO COM OS BISPOS DE ROMA

Mas, felizmente, não estou sozinho (a dar tiros nos pés) nesta opção de assumir o Domingo como o dia em que a solidariedade autocaravanista com o pequeno comércio seja evidente. Foi o Papa Francisco que disse: Mesmo que os pobres necessitem de trabalho, abrir as lojas e outros negócios aos Domingos como forma de criar empregos não é benéfico para a sociedade . Também Bento XVI, numa visita à Áustria, afirmou que é bom e faz bem ao ambiente reencontrar o sentido do descanso de domingo. Será que estes Bispos de Roma andaram (andam) a “dar tiros nos pés”?


NÃO COMPRAR NAS GRANDES SUPERFÍCIES COMERCIAIS
AOS DOMINGOS E FERIADOS
É MUITO MAIS DO QUE SER SOLIDÁRIO COM O PEQUENO COMÉRCIO




domingo, 10 de fevereiro de 2019

Autocaravanismo solidário (com a tradição de não trabalhar ao Domingo)





Autocaravanismo solidário
(com a tradição de não trabalhar ao Domingo)


Não comprar nas grandes superfícies aos Domingos e Feriados não é só uma demonstração de solidariedade com o pequeno comércio como permite aos trabalhadores das grandes superfícies terem semanalmente um dia de descanso SIMULTÂNEO com a maioria dos restantes familiares.

Esta forma de regular o quotidiano das populações e uniformizar os hábitos de gestão do calendário entre dias de trabalho e o dia de descanso, no ciclo semanal de 7 dias, deve-se ao imperador Constantino que a 7 de Março de 321 assim o decretou para todo o Império Romano.

Que no venerável Dia do Sol, os magistrados e os que residem nas cidades descansem, e que todas as oficinas estejam fechadas. Porém, nos campos, os que se ocupam da agricultura poderão livremente continuar seus afazeres, pois pode ocorrer que outro dia não seja tão conveniente para as sementeiras ou a plantação de vinhas”.

Em 2017, na cidade de Génova, o Papa Francisco “convidou a respeitar o domingo e os dias de festa, para não "escravizar" quem trabalha

Já em 2014 o Papa tinha lamentado o abandono da tradição cristã que veta o trabalho aos domingos e disse que a prática tem um impacto negativo para as relações familiares e de amizade. Considerou ainda que “Mesmo que os pobres necessitem de trabalho, abrir as lojas e outros negócios aos Domingos como forma de criar empregos não é benéfico para a sociedade”, tendo deixado uma pergunta: “Talvez seja a hora de nos perguntarmos se trabalhar aos Domingos é uma liberdade verdadeira

É licito concluir que:

1º – Em 321 o dia de descanso passa a ser, em todo o império romano, o “Dia do Sol”, ou seja, o “Dia do deus Sol”, ou seja, “Domingo”;

2º – Nos países que não são de expressão latina a designação “Domingo” ainda hoje é “Sunday” que literalmente se traduz como “Dia do Sol” (Sun=Sol – day=dia);

3º – Note-se que na Bíblia o Domingo não é referido nem como dia de descanso, nem como dia consagrado a deus, o que não impediu a Igreja de no Concilio de Laodicéia (em 364), em apenas duas sessões, ter, na prática, aprovado o édito do Imperador Constantino: "Os cristãos não devem judaizar e descansar no sábado, mas sim trabalhar neste dia; devem honrar o dia do Senhor e descansar, se for possível, como cristãos. Se, entretanto, forem encontrados judaizando, sejam excomungados por Cristo."

4º – Assim, há quase 1700 anos que é tradição (uma boa tradição, diga-se) e fruto de sucessivas legislações, não se trabalhar ao Domingo, excepto (como é óbvio) no que concerne às profissões que pela sua especificidade são suporte imprescindível da comunidade;

5º – Não existe, pois, argumentação plausível, nem social nem religiosa, que possa considerar que as grandes superfícies comerciais são um suporte imprescindível da comunidade que necessita que estejam abertas aos Domingos, a exemplo dos hospitais, da restauração, dos transportes e outros.





NÃO COMPRAR NAS GRANDES SUPERFÍCIES COMERCIAIS
AOS DOMINGOS E FERIADOS
É MUITO MAIS DO QUE SER SOLIDÁRIO COM O PEQUENO COMÉRCIO