TEXTO INSUFICIENTEMENTE DESENVOLVIDO E APROFUNDADO?
(Texto escrito em 28 de Setembro de 2011)
Na análise e no entendimento que faço da Declaração de
Princípios da Plataforma de Unidade (ver AQUI) considerei, na última mensagem (sobre o assunto "Declaração de Princípios") aqui
por mim colocada que, talvez erradamente, eram 5 os pontos de divergência que
alguns Companheiros Autocaravanistas tinham.
O primeiro desses pontos, embora a ordem seja arbitrária,
refere-se a que o texto da Declaração de Princípios da Plataforma de
Unidade não está suficientemente desenvolvido e aprofundado.
Na realidade não estamos perante um Ensaio sobre
Autocaravanismo, nem sequer são apontados caminhos de ordem prática.
É notório que o texto da Declaração de Princípios da
Plataforma de Unidade não tem qualquer tipo de ideias ou conceitos inovadores.
Já antes de Maio de 2010 eram muitos os Autocaravanistas que colocavam na
Internet apontamentos acerca dos princípios que deviam ser seguidos. A Cartilha
do Autocaravanista (ver AQUI), as Regras de Ouro (ver AQUI) e a Declaração de
Alenquer sobre Respeito Autocaravanista (ver AQUI) são alguns exemplos de
preocupações sobre as situações que se colocavam aos Autocaravanistas.
Uma, se não a principal, grande mais-valia da Declaração de
Princípios da Plataforma de Unidade foi registar algumas das ideias que mais
preocupavam os autocaravanistas à época (e que ainda hoje são actuais) e
congregar, pela primeira vez, o apoio de muitas entidades, conseguindo-se,
assim, uma primeira Plataforma de Unidade.
Sejamos todos humildes para reconhecer e aplaudir o esforço,
a visão de futuro, de entidades tão díspares como a Federação Portuguesa de
Campismo e Montanhismo de Portugal e o Touring Clube Autocaravanista ou como a
Associação de Comércio Automóvel e o CampingCar Portugal.
Deixem-me usar um pouco deste espaço para dizer, com mágoa e
com preocupação, que lamento que a Associação Portuguesa de Empresários de
Camping e de Hotelaria de Ar Livre não tenha, AINDA, subscrito a Declaração de
Princípios da Plataforma de Unidade e compreendido que não será com normas
restritivas impostas aos Autocaravanistas que terá lugar um maior
desenvolvimento dos Parques de Campismo.
Poderia um documento como a Declaração de Princípios da
Plataforma de Unidade ser mais desenvolvido, contemplar as tantas e tantas
situações que se colocam aos autocaravanistas e algumas ideias importantes,
como, por exemplo, a definição do conceito de Autocaravanismo? Claro que
poderia! Mas, possivelmente, algumas das entidades subscritoras não teriam
apoiado o documento. E era muito importante garantir à partida o apoio do maior
número de entidades relacionadas com o autocaravanismo. Na minha opinião,
embora não sendo perfeito, é um documento equilibrado, que aponta caminhos de
interesse para os autocaravanistas e que, considerando o âmbito e o teor das
mensagens, pode ser subscrito por qualquer entidade ou cidadão.
Já o aprofundamento das ideias da Declaração de Princípios
da Plataforma de Unidade obriga a reflectir sobre duas vertentes: a da
divulgação e a da execução prática do documento.
Divulgar um documento que possa ser fácil e rapidamente lido
e entendido é meio caminho andado para a rápida interiorização dos conceitos.
Na questão da divulgação há que considerar que Portugal não é uma ilha e que os
problemas dos autocaravanistas na Europa, designadamente no sul, podem
configurar a subscrição da Declaração de Princípios da Plataforma de Unidade
por entidades existentes nesses países, o que implica que seja feita uma
tradução que, tanto mais fácil será quanto mais sintético for o texto. E, tal
como é publico e está publicado, este caminho já está a ser trilhado.
A Declaração de Princípios da Plataforma de Unidade será
tanto mais útil quanto se leve à prática o que o documento contempla. Sendo o
documento mais aprofundado mais difícil seria obter um consenso sobre a forma
como aplicar as ideias nele contidas e reduziria o espaço de manobra.
Um exemplo prático: há quem entenda que não é necessária a
promulgação de leis sobre autocaravanismo, pois as que existem são suficientes,
logo, ficar expresso que o conceito de acampar e estacionar em Autocaravana
devia ser objecto de um diploma legal criaria, à partida, uma divisão não
desejável.
E, mais exemplos poderiam ser adiantados.
Poderão muitos Companheiros Autocaravanistas continuar a
dizer que a Declaração de Princípios da Plataforma de Unidade devia ser mais
desenvolvida e aprofundada e, até, poderão argumentar de forma sustentada, mas,
se assim fosse, as consequências políticas (mais subscritores e
internacionalização) seriam negativas.
Não quero vencer ninguém, mas quero convencer todos, pelo
menos das boas intenções (de que o inferno está cheio) desta Declaração de
Princípios da Plataforma de Unidade.
(Todas as Terças-feiras, neste
espaço (Papa Léguas Portugal), estarei a “RECORDAR…” e a transcrever alguns
escritos antigos que assinalam um período importante (pelo menos para mim) dos
meus pensamentos e forma de estar na vida.)
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