Declaração de Princípios -
Introdução
(Texto escrito em 27 de Setembro de 2011)
Nos anos anteriores a 2010 eram muitos os Companheiros
Autocaravanistas que neste e noutros Fóruns, em blogues e em tertúlias,
defendiam muitas das ideias referidas na Declaração de Princípios da Plataforma
de Unidade (ver AQUI).
Sem questionar o direito, o interesse e até a necessidade,
de os cidadãos individualmente considerados se expressarem, é uma evidência que
as intervenções individuais, por si só, não alteram o “status quo”, sem
prejuízo, contudo, de contribuírem para a formação de opiniões que
progressivamente vão mudando mentalidades.
São grupos de cidadãos organizados das mais diversas formas
e que levam uma ideia para a respectiva organização que, depois, a vem a
assumir, a difundir e, assim, a ideia assume um peso muito mais elevado e
credível, que de outra forma não teria, quando expressa isoladamente por um
cidadão.
No que é dito no parágrafo anterior reside, também, a
importância do associativismo. No que é dito e no que, algumas vezes, terão
dito utentes deste e de outros Fóruns, apelando às associações para levarem a
cabo acções neste e naquele sentido. Ao fazê-lo reconhecem a necessidade da
existência de associações, reconhecem que é nas associações que está a
representatividade do autocaravanismo, reconhecem que é através da intervenção
das associações que se podem alcançar objectivos que melhorem a prática do
autocaravanismo, mas, contraditoriamente com o que expressam, muitos são os que
não estão inscritos em qualquer associação ou, mesmo que inscritos, não contribuem
para a formação da vontade colectiva através de uma participação activa.
Em Maio (e não só) de 2010 subscreveram a Declaração de
Princípios da Plataforma de Unidade pelo menos as entidades seguintes:
- Amigos do Centro Forumeiros
- Associação de Comércio Automóvel (ACAP)
- Automóvel Clube de Portugal (ACP)
- Círculo de Autocaravanistas da Blogo-esfera (CAB)
- Clube de Campismo e Caravanismo de Barcelos
- Clube Flaviense de Autocaravanismo
- Clube Português de Autocaravanas (CPA)
- Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP)
- Movimento Independente pelo Autocaravanismo (MIDAP)
- Portal CampingCar Portugal
- Touring Clube Autocaravanista
Não obstante muitos companheiros autocaravanistas ainda não
compreenderem o significado político deste acto é necessário realçar que
entidades que, no seu todo, representam milhares de autocaravanistas estão,
através desse documento, colectivamente, a manifestar-se contra a discriminação
negativa do autocaravanismo, a definir o que é acampar e estacionar em
autocaravana e, também, a considerar que o autocaravanismo tem que ser
protegido e criadas condições para a prática do mesmo.
Não considerar esta manifestação colectiva
significativamente importante, na medida em que estas entidades se
comprometeram publicamente, não é compreensível por parte de quem defenda os
direitos e obrigações dos autocaravanistas.
(Seria estultícia sonhar, sequer, que todas estas entidades,
que subscreveram a Declaração de Princípios da Plataforma de Unidade,
representando milhares de autocaravanistas, o tivessem feito de ânimo leve, sem
qualquer sentido de responsabilidade).
Perante o que é uma evidência, há que concluir que a
Declaração de Princípios da Plataforma de Unidade é o mais importante e
significativo documento existente no âmbito do Autocaravanismo, que esse
documento representa a vontade dos autocaravanistas expressa através das
entidades que os representam e até são as mais representativas, considerando
que a representação dos autocaravanistas, não existindo uma melhor forma de
aferir das vontades, está nas suas associações.
Alguns Companheiros Autocaravanistas irão protestar veemente
dizendo que não estão inscritos em nenhuma associação ou que estão inscritos
numa associação que não subscreveu a Declaração de Princípios da Plataforma de
Unidade ou ainda que a maioria dos autocaravanistas não está inscrita em
nenhuma associação. Por isso, pretenderão que se conclua que esse documento não
pode ser apresentado como representando a vontade dos autocaravanistas.
Não aceito, mesmo que a maioria dos autocaravanistas não
esteja inscrito em nenhuma associação, que o documento não possa ser presente
onde quer que seja como a expressão da vontade política do Movimento
Autocaravanista. Alguns exemplos podem ser avocados neste sentido.
Alguns Companheiros Autocaravanistas afirmam, no que se
refere à Declaração de Princípios da Plataforma de Unidade:
1 – Que não tem as ideias suficientemente desenvolvidas e
aprofundadas;
2 – Que está subentendida a obrigatoriedade de as
autocaravanas só poderem estacionar nas Áreas de Serviço;
3 – Que considera que toda a sinalização que se venha a
criar é discriminatória o que não é aceitável;
4 – Que a existência de discriminação negativa como
contrapartida da discriminação positiva devia constar do documento;
5 – Considerar que a utilização das Estações de Serviço em
Parques de Campismo não pode ser só Municipal.
É sobre cada uma destas questões que são evocadas que
assenta a base da contestação da Declaração de Princípios da Plataforma de
Unidade e porque alguns dos intervenientes são “fazedores de opinião”
proponho-me intervir, progressivamente, na defesa da interpretação que
considero correcta.
(Todas as Terças-feiras, neste
espaço (Papa Léguas Portugal), estarei a “RECORDAR…” e a transcrever alguns
escritos antigos que assinalam um período importante (pelo menos para mim) dos
meus pensamentos e forma de estar na vida.)
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