terça-feira, 26 de agosto de 2014

Lisboa - A muralha que nunca cedeu (I)



Túmulo de José Saramago em frente à Casa dos Bicos



A CONQUISTA DE LISBOA
HISTÓRIA DA MURALHA QUE NUNCA CEDEU


O roteiro promovido por “Conta-me histórias, Lisboa” (ver AQUI) consistiu numa visita guiada em Lisboa ao longo de parte da “Muralha que nunca cedeu” no dia 24 de Agosto de 2014.

O Roteiro iniciou-se na Igreja de Santo António e terminou junto ao Chafariz d’El Rey, com passagem pelo - Largo de Santo António da Sé, Rua da Padaria, Rua dos Bacalhoeiros, Campo das Cebolas, Rua da Alfândega, Rua Cais de Santarém, Largo Terreiro do Trigo, Arco do Rosário, Rua da Judiaria, Largo de S. Rafael, Rua de S. João da Praça e Travessa do Chafariz d'El Rey

As fotos foram obtidas sequencialmente no percurso e representam duas visões deste roteiro.

Para ver as fotos em “tela inteira” prima a tecla “F11”. Para voltar ao formato inicial prima de novo “F11”.


LISBOA – A muralha que nunca cedeu
(Parte 1 de 2)

Para ver as fotos prima AQUI




CASA DOS BICOS

A Casa dos Bicos ou Casa de Brás de Albuquerque localiza-se em Lisboa. A casa foi construída em 1523, a mando de D. Brás de Albuquerque, filho natural legitimado do segundo governador da Índia portuguesa

É situada a oriente do Terreiro do Paço, perto de onde ficavam a Alfândega, o Tribunal das Sete Casas e a Ribeira Velha (mercado depeixe e de produtos hortícolas, com inúmeras lojas de comidas e vinhos).

A fachada está revestida de pedra aparelhada em forma de ponta de diamante, os "bicos", sendo um exemplo único de arquitectura civil residencial no contexto arquitectónico lisboeta. Os "bicos" demonstram uma clara influência renascentista italiana. Na verdade, o proprietário da Casa dos Bicos mandou-a construir após uma viagem sua a Itália, onde terá visto pela primeira vez o Palácio dos Diamantes ("dei diamanti") de Ferrara e o Palácio Bevilacqua, em Bolonha. No entanto, sendo naturalmente menor que estes palácios, a distribuição irregular das janelas e das portas, todas de dimensões e formatos distintos, conferem-lhe um certo encanto, reforçado pelo traçado das janelas dos andares superiores, livremente inspiradas nos arcos trilobados da época.

Na sua planta inicial tinha duas fachadas de pedras cortadas em pirâmide e colocadas de forma desencontrada, onde sobressaltavam dois portais manuelinos, o central e o da extremidade oriental, e ainda dois andares nobres. A fachada menos importante, encontrava-se virada ao rio.

Com o terramoto de 1755 tudo isto se destruiu e desapareceram estes dois últimos andares. A família Albuquerque vendeu-a em 1973, tendo até então sido utilizada como armazém e como sede de comércio de bacalhau.

Em 1983, por iniciativa do comissariado da XVII Exposição Europeia de Artes, Ciência e Cultura, foi reconstruída e foi reposta a sua volumetria inicial (foram acrescentados os dois andares que haviam desaparecido na tragédia), tendo servido como local de exposições.

A muralha pertencente à Cerca Moura passava por este local, tendo sido destruída para que pudesse ser construído o palácio. Escavações arqueológicas datadas da década de 1980 revelaram vestígios da muralha. Foram também revelados no seu interior outros elementos como tanques de salga da época romana, uma torre da época medieval e pavimento mudéjar. (Estilo artístico e arquitectónico para os cristãos e que incorpora influências, elementos ou materiais de estilo hispano-muçulmano, tratando-se de um fenómeno autóctone e exclusivamente peninsular)

Na Casa dos Bicos funciona hoje a Fundação José Saramago, acolhendo a biblioteca do escritor prémio Nobel da Literatura, assim como uma exposição permanente sobre a vida e obra de José Saramago.

Fonte: Wikipédia – A Enciclopédia Livre



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