quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Rally FICC Portugal - Mundo Solidário




RALLY FICC PORTUGAL

O AMBIENTE A ECONOMIA O SOCIAL A POLÍTICA SOLIDÁRIA


Nos meus dois últimos artigos sobre o “Rally FICC” (ver AQUI e AQUI) comprometi-me a analisar também as intervenções mais activas e concertadas que o Movimento Campista, Caravanista e Autocaravanista deve e pode ter, promovendo nos “Rallies FICC” objectivos de natureza ambiental, económica, social e política.

Para que as mudanças relativas a estes objectivos possam vir a ser uma realidade é importante a participação nos Rallies (e, muito particularmente, neste que se realiza em Portugal) para que, de alguma forma, antes da Assembleia Geral da FICC, que vai ter lugar neste Rally, os dirigentes da FICC e os delegados à Assembleia Geral, nomeadamente os da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal e do Automóvel Clube de Portugal, sejam confrontados com a necessidade de intervir em defesa de valores que salvaguardem os direitos e os interesses dos associados campistas, caravanistas e autocaravanistas.

Não participar neste “Rally FICC” ou participar EXCLUSIVAMENTE numa perspectiva turística e lúdica, é alijar responsabilidades RELATIVAMENTE A:


AMBIENTE

O planeta Terra confronta-se com graves problemas ambientais que, progressivamente, estão a obrigar os governos a debruçar-se sobre o tema. Milhares de associações ecologistas promovem em todo o mundo, diariamente, acções de sensibilização com o objectivo de melhor equilibrar a relação do Homem com a Natureza. Não deverá a FICC preocupar-se, igualmente, com estas temáticas ambientais, até na medida em que as respectivas associadas e os portadores do Camping Card International (CCI) – campistas, caravanistas e autocaravanistas – são, ou deviam ser, amigos da natureza?

Serão provavelmente dezenas as iniciativas que a FICC pode concretizar no decorrer dos “Rallies FICC”. Porque não promover uma visita guiada, que motive a protecção do ambiente, a um dos bonitos jardins de Ponte de Lima, como, por exemplo, o Parque temático do Arnado?

Recordo que a “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” e a “QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza” estabeleceram um Protocolo em que consideraram que os pontos 7 e 8 da Declaração de Princípios consubstanciam a promoção de uma política de protecção do ambiente (ver AQUI e AQUI). Um exemplo a seguir.

Se a FICC, além de Protocolos estabelecidos a nível internacional com associações de protecção e defesa do ambiente, em cada “Rally” abordasse a temática ambiental, todos lucraríamos e os militantes ecológicos afluiriam em maior número às actividades da FICC.


ECONOMIA

O campismo, o caravanismo e o autocaravanismo em qualquer das vertentes em que predominantemente se insira, especialmente enquanto turismo, constitui uma mais valia para a economia dos locais em que se realize.

Esta realidade económica começa, muito lentamente é certo, a deixar de ser um nicho de mercado. Em Portugal, por exemplo, os Parques de Campismo já são legalmente considerados equipamentos turísticos. Os Parques de Campismo destinados exclusivamente a autocaravanas nasceram, com força de Lei, com o objectivo de constituírem um apoio ao autocaravanismo entendido como uma forma de praticar turismo itinerante. Igualmente as Áreas de Serviço para autocaravanas, implementadas pelas autarquias enquanto equipamentos municipais, além de importantes locais de apoio às autocaravanas, são, em si mesmas, relevantes, na medida em que constituem mais um meio utilizado no desenvolvimento da economia local.

A FICC não pode, não obstante reconhecer esta realidade, deixar de a promover e a divulgar, já através de estudos públicos, já através de iniciativas que divulguem os produtores agrícolas (no sentido mais amplo do termo) disponíveis para acolher gratuitamente, por períodos muito curtos (48 horas?), autocaravanistas e/ou caravanistas e/ou campistas tendo como contrapartida a possibilidade (não obrigatória) de vender e/ou dar a conhecer os produtos que disponibilizam.

Porque não promover um contacto ou mesmo uma visita, a um destes espaços agrícolas, como, por exemplo, a Casa do Barreiro, produtora de vinho verde, localizada nas imediações de Ponte de Lima e que, a vir a apoiar este tipo de turismo, veria o mesmo servir veículo ao conhecimento internacional das respectivas produções?


SOCIAL

Ao falar-se de economia não se pode olvidar a situação de miséria que alastra pela Europa (e não só) e que contribui para a existência de dramas sociais terríveis. Torna-se, consequentemente, urgente promover apoios sociais imediatos e necessários, sem prejuízo das medidas políticas que venham a resolver esses dramas e impedir a continuação dos já e ainda existentes. Ou seja, as medidas de apoio social que impeçam a degradação (e até a morte) de seres humanos – a CARIDADE – não é a solução definitiva, pois que só medidas políticas tendentes a uma mais equilibrada distribuição da riqueza – a SOLIDARIEDADE – poderão ser a verdadeira e definitiva solução.

Enquanto essas medidas políticas, de verdadeira solidariedade, se não implementam, numa Europa que se mostra cada vez menos solidária, as organizações campistas, caravanistas e autocaravanistas, sem prejuízo de exigirem essas medidas políticas, podem, em cada evento que realizem, promover uma recolha de fundos e/ou de bens não perecíveis.

Porque não a FICC, que não deve fugir a ter obrigações sociais, apelar aos participantes no “84º Rally FICC em Portugal” para que adiram voluntariamente a este tipo de iniciativa social?


POLÍTICA SOLIDÁRIA

A política a que me pretendo referir não se reporta, desta vez, ao campismo e ao caravanismo. Destas actividades específicas, tanto quanto me apercebo, não emerge qualquer situação globalmente considerada problemática. Os meios destinados à práctica destas duas actividades estão (mais ou menos, suponho) satisfatoriamente resolvidos.

Já no que se refere ao autocaravanismo, entendido como uma modalidade de turismo itinerante, a situação não é a mesma. A discriminação negativa do veículo autocaravana, impedindo o estacionamento em igualdade de circunstâncias com outros veículos de igual ou semelhante gabarito, é preocupante e cerceia o amplo aproveitamento de toda uma actividade. É uma situação que se não verifica só em Portugal, pois prolifera em muitos outros países da Europa.

Sendo a FICC subscritora de uma Declaração de Princípios (ver AQUI), como o é também a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (ver AQUI) justifica-se que estas duas entidades procedam em coerência com o que livremente aprovaram e tomem iniciativas que levem à práctica dos princípios definidos.

No que se refere à Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) foi no ano passado dado um importante passo ao promover, por proposta e organização da respectiva Comissão de Autocaravanismo, um Colóquio em 18 de Abril (ver AQUI). Posteriormente, nove meses após o Colóquio, salvo uma ligeira informação sobre uma reunião com o Automóvel Clube de Portugal, a FCMP está incompreensivelmente silenciosa.

A FICC, que seja publico, nada mais adiantou sobre esta matéria e, nem mesmo a Comissão de Autocaravanismo da FICC se pronuncia, situação que até 2014, através do anterior Presidente, era objecto de uma informação mínima e alargada a outros temas sobre o autocaravanismo europeu,

Porque não, até por se realizar em Portugal, a Assembleia Geral da FICC faça uma analise da Declaração de Princípios que subscreveu e, no que respeita à discriminação negativa do veículo autocaravana, aprove propostas consequentes com o espírito dessa mesma declaração. E, se o não fizer, lá devem estar os delegados da FCMP e do ACP para recordar as responsabilidades dessa Assembleia e confrontá-la com as propostas que se impõem, na medida em que também são subscritores da Declaração de Princípios.

Em 2014 escrevi um artigo de opinião intitulado “PRECISA-SE – Solidariedade europeia contra a discriminação Negativa” (ver AQUI) Nesse meu artigo de opinião, entre outras coisas, sugeria que a FICC definisse como tema do “84º Rally FICC em Portugal” o seguinte:

Solidariedade europeia contra a discriminação negativa

Numa Europa em que a palavra solidariedade é maioritariamente desconhecida, faço votos para que a Assembleia Geral da “Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo” se torne um exemplo de solidariedade para que o associativismo mundial seja referenciado pelos povos.


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) – AQUI)

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