RALLY
FICC PORTUGAL
O
AMBIENTE –
A ECONOMIA
–
O SOCIAL –
A POLÍTICA SOLIDÁRIA
Nos
meus dois últimos artigos sobre o “Rally FICC” (ver AQUI
e AQUI)
comprometi-me a
analisar
também as intervenções mais activas e concertadas que o Movimento
Campista, Caravanista e Autocaravanista deve e pode ter, promovendo
nos “Rallies FICC” objectivos de natureza ambiental, económica,
social e política.
Para
que as mudanças relativas a estes objectivos possam vir a ser uma
realidade é importante a participação nos Rallies (e, muito
particularmente, neste que se realiza em Portugal) para que, de
alguma forma, antes da Assembleia Geral da FICC, que vai ter lugar
neste Rally, os dirigentes da FICC e os delegados à Assembleia
Geral, nomeadamente os da Federação de Campismo e Montanhismo de
Portugal e do Automóvel Clube de Portugal, sejam confrontados com a
necessidade de intervir em defesa de valores que salvaguardem os
direitos e os interesses dos associados campistas, caravanistas e
autocaravanistas.
Não
participar neste “Rally FICC” ou participar EXCLUSIVAMENTE numa
perspectiva turística e lúdica, é alijar responsabilidades
RELATIVAMENTE
A:
AMBIENTE
O
planeta Terra confronta-se com graves problemas ambientais que,
progressivamente, estão a obrigar os governos a debruçar-se sobre o
tema. Milhares de associações ecologistas promovem em todo o mundo,
diariamente, acções de sensibilização com o objectivo de melhor
equilibrar a relação do Homem com a Natureza. Não deverá a FICC
preocupar-se, igualmente, com estas temáticas ambientais, até na
medida em que as respectivas associadas e os portadores do Camping
Card International (CCI) – campistas, caravanistas e
autocaravanistas – são, ou deviam ser, amigos da natureza?
Serão
provavelmente dezenas
as iniciativas que a FICC pode concretizar
no decorrer dos “Rallies FICC”. Porque
não promover uma visita guiada, que motive
a protecção do ambiente, a um dos bonitos jardins de Ponte de Lima,
como, por exemplo, o Parque temático do Arnado?
Recordo
que a “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” e a
“QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza”
estabeleceram um Protocolo em que consideraram que os pontos 7 e 8 da
Declaração de Princípios consubstanciam a promoção de uma
política de protecção do ambiente (ver AQUI
e AQUI).
Um exemplo a seguir.
Se
a FICC, além de Protocolos estabelecidos a nível internacional com
associações de protecção e defesa do ambiente, em cada “Rally”
abordasse a temática ambiental, todos lucraríamos e os militantes
ecológicos afluiriam em maior número às actividades da FICC.
ECONOMIA
O
campismo, o caravanismo e o autocaravanismo em qualquer das vertentes
em que predominantemente se insira, especialmente enquanto turismo,
constitui uma mais valia para a economia dos locais em que se
realize.
Esta
realidade económica começa, muito lentamente é certo, a deixar de
ser um nicho de mercado. Em Portugal, por exemplo, os Parques de
Campismo já são legalmente considerados equipamentos turísticos.
Os Parques de Campismo destinados exclusivamente a autocaravanas
nasceram, com força de Lei, com o objectivo de constituírem um
apoio ao autocaravanismo entendido como uma forma de praticar turismo
itinerante. Igualmente as Áreas de Serviço para autocaravanas,
implementadas pelas autarquias enquanto equipamentos municipais, além
de importantes locais de apoio às autocaravanas, são, em si mesmas,
relevantes, na medida em que constituem mais um meio utilizado no
desenvolvimento da economia local.
A
FICC não pode, não obstante reconhecer esta realidade, deixar de a
promover e a divulgar, já através de estudos públicos, já através
de iniciativas que divulguem os produtores agrícolas (no sentido
mais amplo do termo) disponíveis para acolher gratuitamente, por
períodos muito curtos (48 horas?), autocaravanistas e/ou
caravanistas e/ou campistas tendo como contrapartida a possibilidade
(não obrigatória) de vender e/ou dar a conhecer os produtos que
disponibilizam.
Porque
não promover um contacto ou mesmo uma visita, a um destes espaços
agrícolas, como, por exemplo, a Casa
do Barreiro, produtora de vinho verde, localizada nas imediações de
Ponte de Lima e que, a vir a apoiar este tipo de turismo, veria o
mesmo servir veículo ao conhecimento internacional das respectivas
produções?
SOCIAL
Ao
falar-se de economia não se pode olvidar a situação de miséria
que alastra pela Europa (e não só) e que contribui para a
existência de dramas sociais terríveis. Torna-se, consequentemente,
urgente promover apoios sociais imediatos e necessários, sem
prejuízo das medidas políticas que venham a resolver esses dramas e
impedir a continuação dos já e ainda existentes. Ou seja, as
medidas de apoio social que impeçam a degradação (e até a morte)
de seres humanos – a CARIDADE – não é a solução definitiva,
pois que só medidas políticas tendentes a uma mais equilibrada
distribuição da riqueza – a SOLIDARIEDADE – poderão ser a
verdadeira e definitiva solução.
Enquanto
essas medidas políticas, de verdadeira solidariedade, se não
implementam, numa Europa que se mostra cada vez menos solidária, as
organizações campistas, caravanistas e autocaravanistas, sem
prejuízo de exigirem essas medidas políticas, podem, em cada evento
que realizem, promover uma recolha de fundos e/ou de bens não
perecíveis.
Porque
não a FICC, que não deve fugir a ter obrigações sociais, apelar
aos participantes no “84º Rally FICC em Portugal” para
que
adiram voluntariamente a este tipo de iniciativa social?
POLÍTICA
SOLIDÁRIA
A
política a que me pretendo referir não se reporta, desta vez, ao
campismo e ao caravanismo. Destas actividades específicas, tanto
quanto me apercebo, não emerge qualquer situação globalmente
considerada problemática. Os meios destinados à práctica destas
duas actividades estão (mais ou menos, suponho) satisfatoriamente
resolvidos.
Já
no que se refere ao autocaravanismo, entendido como uma modalidade de
turismo itinerante, a situação não é a mesma. A discriminação
negativa do veículo autocaravana, impedindo o estacionamento em
igualdade de circunstâncias com outros veículos de igual ou
semelhante gabarito, é preocupante e cerceia o amplo aproveitamento
de toda uma actividade. É uma situação que se não verifica só em
Portugal, pois prolifera em muitos outros países da Europa.
Sendo
a FICC subscritora de uma Declaração de Princípios (ver AQUI),
como o é também a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal
(ver AQUI)
justifica-se que estas duas entidades procedam em coerência com o
que livremente aprovaram e tomem iniciativas que levem à práctica
dos princípios definidos.
No
que se refere à Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal
(FCMP) foi no ano passado dado um importante passo ao promover, por
proposta e organização da respectiva Comissão de Autocaravanismo,
um Colóquio em 18 de Abril (ver AQUI).
Posteriormente, nove meses após o Colóquio, salvo uma ligeira
informação sobre uma reunião com o Automóvel Clube de Portugal, a
FCMP está incompreensivelmente silenciosa.
A
FICC, que seja publico, nada mais adiantou sobre esta matéria e, nem
mesmo a Comissão de Autocaravanismo da FICC se pronuncia, situação
que até 2014, através do anterior Presidente, era objecto de uma
informação mínima e alargada a outros temas sobre o
autocaravanismo europeu,
Porque
não, até por se realizar em Portugal, a Assembleia Geral da FICC
faça
uma analise
da
Declaração de Princípios que subscreveu e, no que respeita à
discriminação negativa do veículo autocaravana, aprove
propostas consequentes com o espírito dessa mesma declaração. E,
se o não fizer, lá devem estar os delegados da FCMP e do ACP para
recordar as responsabilidades dessa Assembleia e confrontá-la com as
propostas que se impõem, na medida em que também são subscritores
da Declaração de Princípios.
Em
2014 escrevi um artigo de opinião intitulado “PRECISA-SE
– Solidariedade europeia contra a discriminação Negativa”
(ver AQUI)
Nesse meu artigo de opinião, entre outras coisas, sugeria que a
FICC definisse como tema do “84º Rally FICC em Portugal” o
seguinte:
“Solidariedade
europeia contra a discriminação negativa”
Numa
Europa em que a palavra solidariedade é maioritariamente
desconhecida, faço votos para que a Assembleia Geral da “Federação
Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo” se torne
um exemplo de solidariedade para que o associativismo mundial seja
referenciado pelos povos.
(O
autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal,
emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo
(e não só) – AQUI)
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