sábado, 2 de abril de 2016

Autocaravanismo mais pobre




AUTOCARAVANISMO MAIS POBRE


Tomei conhecimento, no passado dia 1 de Abril, através das redes sociais (ver AQUI) da, para mim, inesperada morte de ANTÓNIO DELFIM RODRIGUES. A minha primeiríssima reacção foi de estupefacção, depois passou-me pela cabeça tratar-se de uma brincadeira de muito mau gosto e, por fim, consciencializei-me que ninguém se disponibilizava “brincar” com situações desta natureza.

As minhas relações com ANTÓNIO DELFIM RODRIGUES foram quase exclusivamente no âmbito do associativismo relacionado com o turismo de ar livre e nesse particular recordo que que na “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” exerceu os seguintes cargos:

  • 2º Secretário da Direcção – 1992/1993
  • Vice Presidente da Mesa da Assembleia Geral – 2004/2009
  • Presidente da Mesa da Assembleia Geral – 2010/2011
  • Delegado da Zona Norte – 1994/1999

Actualmente era membro da Comissão de Autocaravanismo da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal desde Outubro de 2013.


TOMO A LIBERDADE DE TRANSCREVER O TEXTO QUE CONSTA NO BLOGUE DO COMPANHEIRO AUTOCARAVANISTA DELFIM RODRIGUES



DESPEDIDA

Hoje me despeço de todos os amigos sem excepção através desta mensagem, explicando a razão porque o estou a fazer.

1º - A vida para além da morte é uma incógnita nada se sabe o que se passa, sabemos sim que deixamos de existir na vida terrena e que o nosso corpo nada vale.

2º - A partir de certo momento entrei a pensar o que será isto, então resolvi doar o corpo de pois de cadáver para a Ciência estudar o que puder e assim tentar descobrir em mim o que pode vir a salvar alguém.

3º - Hoje na vida praticamente todos os corpos são cremados, para isso então nada fica além das cinzas que serão cuidadas ao sabor de cada familiar. O meu corpo depois também será cremado.

4º - Evitam-se os contratempos dos familiares terem que visitar os cemitérios para nos colocar uma vela ou uma flor, dinheiro gasto inutilmente porque o que se encontra lá são somente ossadas e nada mais. Importa sim que enquanto estamos por cá sejamos tratados convenientemente e não desprezados como muitos.

5º - Flores, estas tenho-as na vida sempre que quero para que as quero depois de deixar de viver? Assim como, também as idas aos cemitérios causa transtorno a quem cá ficar porque será sempre uma obrigação.

6º - É uma forma de pensar, o que tem que ficar na memória dos familiares e amigos fica sempre, tanto faz que seja de uma forma ou de outra. Evitam-se as hipocrisias de dizerem, era um bom Individuo, Companheiro, Amigo etc. etc., o pensamento de cada um faz o seu juízo final.

Como costumo dizer algumas vezes: Não tenho medo de morrer mas sim tenho pena porque deixo de viver mais algum tempo, tenho a certeza que cumpri com a minha missão e espero que ninguém derrame uma lágrima mas sim sorrisos porque a vida que vivi foi bela.

Um amigo, um companheiro um bom pai, um bom marido penso que o fui, por esta razão me despeço


DELFIM RODRIGUES.


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