quinta-feira, 16 de novembro de 2017

“ANIMAR” - o desenvolvimento local



Imagem adaptada de "el blog alternativo"




ANIMAR” - o desenvolvimento local

(O CPA e a Economia Social)



CPA E RAZÕES DA ADESÃO À ANIMAR

A Animar é a REDE de sinergias do desenvolvimento local, unindo agentes de desenvolvimento e organizações na construção de uma estratégia desafiante, que se apresenta com as suas propostas, independentes e arrojadas, para o fortalecimento do desenvolvimento local, enquanto modelo estruturante de valorização dos territórios, das pessoas e de todos os seres vivos.”

Esta é uma das referências com que a Direcção da “ANIMAR” (ver AQUI) se apresenta. Mas, o que é a “ANIMAR” e que relação tem (ou pode ter) com o Movimento Autocaravanista de Portugal? Ou vice-versa.

Quando no passado mês de Março na Assembleia Geral da “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” votei favoravelmente a proposta de adesão do CPA à “ANIMAR” fi-lo não só pelas razões contidas na proposta (ver AQUI), mas, essencialmente, pelos objectivos a que a “ANIMAR” se propõe, nomeadamente:

Valorizar, promover e reforçar o desenvolvimento local, a cidadania ativa, a igualdade e a coesão social na sociedade portuguesa, enquanto pilares de uma sociedade mais justa, equitativa, solidária e sustentável.

Assumir a sua identidade na diversidade de organizações, indivíduos, territórios e contextos de atuação, e daí, destacar a multiplicidade de modelos de desenvolvimento local

Acreditar numa sociedade mais justa, equitativa e sustentável reconhecendo que a Animar do futuro, terá em consideração o valor que acrescentou no passado e pelo qual se destaca no presente, e por aquele que ambiciona para o futuro.



CPA NA HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO LOCAL

Tanto quanto é do meu conhecimento já em 2010 (ver AQUI) é aprovado no Plano de Actividades para 2011 “Estabelecer parcerias com as organizações de apoio ao desenvolvimento local (...)“ demonstrativo da necessidade de envolvimento do CPA em actividades viradas para o exterior e envolvendo de alguma forma o Movimento Autocaravanismo de Portugal.

Dando continuidade ao Plano de Actividades para 2011 a Direcção do CPA, logo no 1º trimestre desse ano, deliberou (ver AQUI) apoiar o projecto “PORTUGAL TRADICIONAL”, projecto que pretendia proporcionar a junção entre o autocaravanismo e os espaços genuínos do nosso país, sendo esses espaços quintas agrícolas, produtores de vinhos, criadores de animais, complexos de produção de artesanato, associações e projectos de desenvolvimento local, etc…

Das intenções a Direcção do CPA passou aos actos e, nesse ano de 2011, promove uma reunião dos Corpos Gerentes e dos Membros das Comissões Coordenadoras na Cooperativa “Terra Chã” (Abril), participa na sessão de Debate “O Tejo a Pé“ projecto formulado pela “ARH do Tejo” (Maio) e comparece no “MANIFesta 2011” em Peniche (ver AQUI). Em 2012 apoia oficialmente o ”Gesto Ecosolidário” em S. Pedro do Sul e nele comparece nos anos seguintes (ver AQUI).

A aposta em participar, agora com efeitos concretos imediatos, no desenvolvimento local, tem lugar em 2013 com o projecto “Montanhas Mágicas” no qual o CPA foi considerado parceiro no âmbito do autocaravanismo. (ver AQUI e AQUI)

Já na “NAUTICAMPO 2015” a intervenção do CPA foi decisiva para a cedência de tempo e espaço a um dirigente do “Portugal Tradicional” para que pudesse apresentar este projecto no âmbito de uma política de desenvolvimento turístico com base na divulgação dos produtos tradicionais portugueses. É também nessa mesma ocasião que o CPA divulga o programa “Welcome Friendly Place” (ver AQUI) que se destina, junto da comunidade autocaravanista, nacional e internacional, a promover os Concelhos (que não pratiquem discriminação negativa) e Regiões Turísticas onde o autocaravanismo é reconhecido como uma actividade de interesse.

Dois mil e dezasseis é um ano de mudança. O projecto “Portugal Tradicional” dá lugar a “um protocolo de parceria entre a “ASSOCIAÇÃO AUTOCARAVANISTA DE PORTUGAL – CPA”, o “GRUPO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL, DESPORTIVO, CULTURAL E RECREATIVO DE MIRO”, a “ANIMAR - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL” e a “CORESYS– TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO, LDA (OllinGroup)” com a finalidade de contribuir para a construção de um modelo de parceria inovador, com a introdução da lógica financeira e empresarial na lógica social.”



CPA NUM PROJECTO DE DIMENSÃO NACIONAL

A realidade de toda uma experiência acumulada ao longo de 7 anos culminou no dia 25 de Março de 2017 com a adesão da “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” à “ANIMAR – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local”.

A dúvida que se pode pôr reside em saber se os autocaravanistas portugueses têm consciência da importância da participação do Movimento Autocaravanista de Portugal no Desenvolvimento Local; se os sócios que votaram a adesão do CPA à “ANIMAR” o fizeram com conhecimento das implicações daí resultantes; se a Direcção do CPA está disponível para junto e em conjunto com as outras associações congéneres dar conteúdo real a uma economia social que a “ANIMAR” também promove.

Será que todas estas preocupações cívicas que resultam da decisão de aderir à “ANIMAR” preocupam e motivam os sócios do CPA e os autocaravanistas em geral? Tenho grandes dúvidas que maioritariamente assim seja, mas o futuro o dirá. E, sinceramente, porque sou optimista e acredito numa sociedade diferente (pela qual luto) ficaria muito feliz se estivesse enganado neste particular.



CPA NO CENTRO DAS DECISÕES SOCIAIS

No entanto, a realidade da adesão à “ANIMAR” coloca o CPA no centro das grandes decisões. Foi no passado dia 14 de Novembro que teve lugar a Sessão Final do “Congresso Nacional da Economia Social 2017” com um Programa (ver AQUI) que conta com a participação, por direito próprio, da “ANIMAR”, além de outras conhecidas estruturas associativas, de personalidades nacionais, governamentais e não só, ao mais alto nível.

Realço o facto, importante, de neste “Congresso Nacional da Economia Social 2017” ir ser equacionada a constituição da "Confederação da Economia Social Portuguesa”, o que trará, a concretizar-se, responsabilidades acrescidas ao CPA através da “ANIMAR”.

Uma associação que no âmbito do turismo em autocaravana apenas se preocupe com o imediatismo, com as actividades lúdicas, não contribuindo para a sociedade em que se insere, não terá grande futuro. Não é, não será, o caso do CPA, assim o queira a Direcção, as Direcções futuras e, sobretudo, os sócios. Faço votos para que no futuro se verifique um ainda maior empenhamento do CPA e, muito especialmente, do Movimento Autocaravanista de Portugal.



Inspirar as pessoas, as organizações de desenvolvimento local e os territórios num movimento de reflexão e promoção da cidadania e igualdade deve ser também o contributo social do Movimento Autocaravanista de Portugal

 



(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) - AQUI)



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