quinta-feira, 9 de março de 2017

PREMONIÇÕES


Imagem de “Anti Nova Ordem Mundial”




PREMONIÇÕES


Muitas são as entidades que sobressaem pelo conteúdo e pela forma assertiva das mensagens que transmitem e a que correspondem coerentemente as acções que desenvolvem. Essas são organizações com futuro.

É, manifestamente, o caso da Associação Autocaravanista de Portugal – CPA que, pelo menos desde 2006, vem progressivamente construindo pela positiva uma política autocaravanista assente numa real defesa dos interesses, regalias e direitos dos autocaravanistas.

Não é, manifestamente, o caso da FPA.

Foi numa perspectiva de defesa dos interesses,regalias e direitos dos associados que a Direcção, então em exercício, propôs à Assembleia Geral do CPA (ver AQUI), em Março de 2011, que aprovasse (o que veio a acontecer) a saída da Fédération Internacionale des Clubs de Motorhomes (FICM). Recordo que nunca os sócios do CPA foram chamados a pronunciar-se sobre a adesão à FICM, pelo que a saída da FICM ter sido deliberada em Assembleia Geral teve o significado político de que o poder de decisão voltava a ser dos associados.

A proposta de saída da FICM prestou-se (à data) aos mais diversos comentários, nomeadamente dos associados do CPA, já pelos que tinham alegados interesses comerciais, já pelos que tinham perspectivas de política autocaravanista que posteriormente concretizaram, já pelos que por pura convicção consideravam que a saída do CPA seria prejudicial.

Menos de 3 meses depois de o CPA ter saído da FICM, a 20 de Junho de 2011, era criada a FPA e, ainda antes de ter existência legal, já FPA fora admitida na FICM na qualidade de “observador”. Ou seja, a FICM admitiu, embora como observador, uma associação fantasma (ver AQUI).

Quem é agora presidente da FPA afirmava, em Fevereiro de 2011, nos debates que antecederam a saída do CPA da FICM o seguinte: “Creio que a FCMP já "perdeu o comboio" e será inevitável que, mais cedo ou mais tarde, venha a ser criada a Federação Portuguesa de Autocaravanismo. Quando os "filhos" que, em boa hora estão a ser criados - as Delegações Regionais do CPA - conquistarem dimensão crítica e por isso a sua autonomia, estarão criadas as condições para se pensar a sério no "grito do Ipiranga". O futuro (que espero próximo) nos dará razão!(sublinhados meus).

Quatro meses depois das afirmações proferidas em Fevereiro de 2011 por quem veio a ser posteriormente presidente da FPA (afirmações que estão escritas e são públicas) era criada, em Junho do mesmo ano, a FPA. Como a criação não teve origem nos “filhos” do CPA foi preciso que fizessem brotar do nada mais um clube autocaravanista, para que, juntando-se aos dois clubes então existentes, constituíssem em segredo uma federação que urgentemente substituísse o CPA na FICM. Uma federação criada de cima para baixo, uma federação criada contra o CPA, uma federação criada negativamente. A criação da FPA, que deveria ter sido um acto positivo de inclusão, de unidade, contrariamente, foi, isso sim, uma atitude (ir)reflectida e assumida contra a maior organização autocaravanista existente.

A premonição daquele que veio posteriormente a ser presidente da FPA concretizou-se, mas, como não acredito em “bruxos”, há que concluir, perante os factos, que a FPA foi um projecto pessoal amadurecido, suportado inicialmente por meia-dúzia e, depois, “vendido” ao Movimento Autocaravanista de Portugal que não se tem mostrado (Ingratos!) muito receptivo.



(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) – AQUI)




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