NOS 31 ANOS DO CPA
Em 1 de Fevereiro de 1997, os associados do CPA, reunidos em Assembleia Geral, entenderam a importância que justifica a evocação de algumas datas, pelo que aprovaram que o dia vinte e cinco de Janeiro passasse a ser o “Dia do Clube” e que todos os anos, nessa mesma data, a sede do CPA devia estar sempre aberta aos associados. E, assim, deveria ser sempre feito, dando cumprimento a uma decisão com agora vinte e quatro anos.
Infelizmente, este ano, por razões óbvias, a deliberação não pode ser concretizada.
Também este ano o CPA é posto à prova com a entrada em vigor do artigo 50A do Código da Estrada que proíbe o estacionamento dos veículos autocaravanas, num período nocturno, com pessoas no interior. Esta medida, aprovada pelo Governo, sob pressão de várias entidades relacionadas com o campismo e com a hotelaria, vem discriminar negativamente os veículos autocaravanas e pôr em causa a liberdade responsável do autocaravanismo.
O artigo 50A do Código da Estrada coloca o CPA numa situação que constituirá o sexto momento de importância capital verificado ao longo destes 31 anos. Não obstante estar o CPA a desenvolver esforços para revogar, na prática, este artigo, esses esforços centram-se, tanto quanto é conhecido, em propostas de natureza jurídica e acções que pretendem jogar no campo das influências.
RECORDO O QUE JÁ FOI DITO NO PASSADO:
O primeiro momento de importância capital na vida do CPA foi, obviamente, o nascimento, que teve lugar a 25 de Janeiro de 1990, não obstante estar o evento a ser planeado desde Setembro de 1988 numa primeira reunião que se realizou no Parque de Campismo de Escaropim. Depois dessa data os fundadores reuniram-se ainda pelo menos mais quatro vezes e sempre em Parques de Campismo.
O facto de a associação, que se veio a denominar como “Clube Português de Autocaravanas”, ter tido o nascimento programado em Parques de Campismo, por campistas, revela bem o espírito que presidiu à criação. Tudo evidencia que se não tratava de fazer emergir uma modalidade autocaravanista. O espírito era campista, embora o material de campismo a ser utilizado deixasse de ser a tenda e passasse a centrar-se na autocaravana, material que à época só alguns poucos dispunham. Muitas destas autocaravanas eram até “construídas” junto à primeira sede do CPA, na Rua dos Lagares, em Lisboa. Registe-se, ainda, que o campismo estava de tal forma presente na forma de pensar dos fundadores, que os primeiros estatutos do CPA “obrigavam” à filiação na “Federação Portuguesa de Campismo e Caravanismo", actual “Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal”.
O segundo acontecimento marcante na vida do CPA teve lugar quatro anos depois da fundação, mais precisamente em 1994, com a partida para a "Primeira Volta a Portugal" iniciada na margem do Rio Tejo, perto da Torre de Belém, em Lisboa, a 26 de Março. Os autocaravanistas que tinham chegado ao local na véspera terão cantado no momento da partida, talvez pela primeira vez em público, a Marcha do CPA, “hino oficioso”, na medida em que até à presente data nunca uma Assembleia Geral o tornou oficial.
Este evento constituiu um momento marcante na vida do CPA, bastante bem organizado, que contou com a presença de médicos e de mecânicos e a que não faltou animação, convívio e entre-ajuda, numa demonstração evidente de companheirismo.
A terceira iniciativa marcante deu-se em 2010 com a coo-autoria e divulgação da “Declaração de Princípios”, subscrita por inúmeras entidades, o que constituiu a base, agora escrita, dos valores a serem seguidos por todos quantos entendessem o autocaravanismo como uma modalidade autónoma.
Talvez por não renegar e não se opor ao campismo a Declaração foi assumida pela Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo; mas, porque na Declaração eram evidenciadas preocupações ambientais também a Quercus a subscreveu; e também porque a autocaravana é um veículo automóvel o ACP considerou como importantes os conceitos de estacionar / pernoitar em autocaravana.
A "Declaração de Princípios", que ainda hoje se mantém actual, continua a marcar a política autocaravanista seguida pelo CPA.
A quarta modificação significativa que se verificou na vida do CPA foi consubstanciada com a alteração estatutária que teve lugar em Novembro de 2012. Efectivamente os Estatutos aprovados fazem um corte, não direi radical, mas profundo, com o Campismo, sem, contudo, renegar as origens campistas, nem discriminar negativamente os autocaravanistas campistas.
Os caminhos escolhidos pelos associados são claramente evidenciados nos Estatutos:
1 – Alteração do nome. Deixa o CPA de ser um clube de autocaravanas, meio pelo qual se pode fazer campismo, para passar a ser uma associação de autocaravanismo, meio pelo qual se faz turismo, sem prejuízo de também se poder fazer outras actividades, como o campismo. A ordem dos valores, dos objectivos, altera-se, inverte-se.
2 – Cessa a obrigatoriedade estatutária de estar filiado numa federação específica, como era no passado a filiação na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal. Os associados, em cada momento, decidem.
3 – São definidos de forma clara e pormenorizada os direitos e deveres dos associados e dos Órgãos Sociais, incrementando-se a institucionalização da associação, o que demonstra uma evolução. O CPA deixa de ser um “clube de amigos” para passar a ser uma associação autocaravanista de Portugal onde os amigos se encontram.
Sintetizando: O CPA deixa oficialmente de ser um clube campista de autocaravanas para passar a ser uma associação autocaravanista de Portugal.
O
quinto e não menos importante momento marcante da vida do CPA,
tem lugar em 2016 com a constituição do "Welcome Friendly
Place" (WFP-Portugal), uma marca direccionada a
autocaravanistas portugueses e estrangeiros, com informação
turística sobre Portugal e as localidades que não pratiquem uma
política de discriminação negativa dos veículos autocaravanas.
Significativo é o facto de no Portal do "WFP - Portugal"
se poder ler: "A Associação Autocaravanista de Portugal –
CPA, detentora da marca WELCOME FRIENDLY PLACE, subscreve a
Declaração de Princípios como compromisso de interesses entre as
comunidades e o autocaravanismo".
A constituição
do "WFP - Portugal" foi o reafirmar, agora "preto no
branco", de uma forma muito expressiva, de uma política
autocaravanista virada para o desenvolvimento local.
Estes são os cinco momentos mais marcantes na vida do CPA, pois que, em si mesmos, influenciaram o Movimento Autocaravanista de Portugal, mas que não esgotam a importância do CPA que, sem exagero, fez e continua a fazer, a história do autocaravanismo.
Fazemos votos sinceros que o sexto momento marcante na vida do CPA passe, como inicialmente dissemos, pela condução dos autocaravanistas portugueses na luta vitoriosa pela revogação do artigo 50A do Código da Estrada e em diferentes frentes
O CPA que é a mais antiga associação autocaravanista de Portugal:
- Tem cerca de mil sócios no pleno gozo dos direitos associativos;
- Tem numa relação qualidade preço o melhor seguro de autocaravanas:
- Tem sócios de várias nacionalidades;
- Tem sócios com múltiplas profissões cujos estatutos profissionais os não divide;
- Tem protocolos para aproveitamento de meios e assim evitar a duplicação de esforços;
- Tem um regulamento de quotizações que defende os novos associados;
- Tem aconselhamento jurídico gratuito para os sócios desde 2011;
- Tem uma Declaração de Princípios subscrita entre outras pelas seguintes entidades: Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo (FICC) e pela QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza;
- Tem um Fórum que já foi visualizado milhões de vezes;
- Tem informação mensal dirigida especificamente para os sócios;
- Tem apoiado e é sócio de movimentos e associações que promovem o Desenvolvimento Local;
- Tem apoio médico e veterinário aos sócios não só na residência como na autocaravana;
- Tem protocolos de reciprocidade com associações campistas e autocaravanistas;
- Tem espaço virtual disponível para os sócios relatarem as viagens que realizam;
- Tem disponível informação sobre todos os aspectos da vida associativa no âmbito de um conceito de transparência;
- Tem obtido descontos para os sócios em mais de uma centena de firmas.
O CPA é, acima de tudo, uma associação essencialmente vocacionada para o autocaravanismo que pratica a inclusão de todos os autocaravanistas independentemente do conceito que cada um tenha sobre a práctica da modalidade.
Inspirar as pessoas, as organizações de desenvolvimento local e os territórios num movimento de reflexão e promoção da cidadania e igualdade é também o contributo social do CPA para o Movimento Autocaravanista de Portugal.
Contudo, para além da história, porque também fazem parte da história, há que recordar os fundadores, sem os quais não estaríamos hoje a comemorar os 31 anos da Associação Autocaravanista de Portugal:
Ana Catarina Santos - Ana Maria Santos - Cipriano Gomes
Eduardo Silva Lopes - João Tavares - Joaquim Malpique
Jorge Baeta - Manuel Carvalho - Manuel Pinto Ribeiro
Mário Santos - Olga Baeta - Otília Malpique
Paula Baeta - Vítor Tavares
Ajude o CPA a continuar a ser
a maior, a melhor e a mais antiga
associação autocaravanista de Portugal
Neste trigésimo primeiro aniversário
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