sábado, 31 de maio de 2014

Ausente... mas pouco



AUSENTE… mas pouco


Desconfiai daquele que detrai no amigo ausente, e o não defende quando o deprimem.
Quintus Horatius Flaccus


Quando o dia 1 de junho anoitecer já o “Papa Léguas” correrá pelas estradas de Espanha a caminho dos Países Bálticos numa viagem estimada em dois meses.

Durante esse período o Blogue do “Papa Léguas Portugal” manterá apenas as rubricas semanais “Poesia de…” à segunda-feira e “Recordando…” à terça-feira. Os espaços do Facebook não contarão com colaboração habitual do “Papa Léguas” e, muito menos, o debate de ideias.

Em setembro espero voltar ao convívio dos autocaravanistas e dos leitores do Blogue do “Papa Léguas Portugal”.

Até lá desejo as maiores felicidades e boas viagens.


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Anatomia de uma federação



UM RETRATO

Uma Federação nasce da vontade e da necessidade de associações que, já existindo geograficamente dispersas ou não e em quantidade elevada, consideram que para uma melhor defesa dos interesses estatutariamente estabelecidos se devem organizar no âmbito de uma estrutura superior.



FPA – Representa 4% dos autocaravanistas

Em 20 de junho de 2011 nasceu por decisão de 3 associações, uma das quais criada especificamente para o efeito, uma instituição federativa que adotou a sigla FPA. Pouco tempo passado sobre o nascimento e já um dos fundadores abandonava essa associação federativa por razões que até hoje não foram tornadas públicas.

Quase 3 anos depois da criação a FPA continua com um número de associados inferior aos que tinha à data da criação o que pode suscitar juízos de valor bem pouco positivos por parte de quem acompanha o Movimento Autocaravanista de Portugal. Considerando o número estimado de sócios que as associações que ainda se mantêm na FPA têm (uns 250) constata-se que representa objetivamente cerca de 4% dos autocaravanistas portugueses cuja existência se estima, por baixo, em 6000. Claro que se aumentássemos a estimativa do número de autocaravanistas existentes em Portugal para uns 7 ou 8 mil a percentagem seria muito menor. Note-se que o CPA, que é uma simples associação, represente mais que 16% dos autocaravanistas portugueses.

Deixemos, no entanto, os números, até porque a qualidade de uma qualquer associação não passa apenas pela quantidade. Vejamos pois as atividades desta associação federativa que se quer e diz dedicar exclusivamente ao autocaravanismo. E, tal como nos parágrafos anteriores fiz, esforçar-me-ei por me cingir aos factos.


FPA – Sem atividade publicamente assumida

Os “Orçamentos e Planos de Atividade” da FPA para os anos de 2012, 2013 e 2014 não são públicos, contrariamente ao que se verifica na maioria das associações similares. Mas também os “Relatórios e Contas” de 2011, 2012 e 2013 são desconhecidos. Ou seja, existe uma impossibilidade prática não só de analisar o que a FPA preconizou por comparação com o que fez, como também se desconhece o trabalho realizado anualmente. A questão da não publicação ou mesmo inexistência de “Orçamentos e Planos de Atividade” e de “Relatórios e Contas” não é uma questão de somenos. Quando uma instituição (Câmara Municipal, por exemplo) se relaciona com uma associação, os “Relatórios e Contas” constituem documentos de avaliação importantes, embora não únicos. Terá esta situação contribuído para que a Secretaria de Estado do Turismo, o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Lisboa se tenham alheado do 37º EUROCC conforme se lamenta, despeitada e chorosa, a FPA no Comunicado 04/2014 de 20 de maio?

Não existindo, acessíveis e públicos, nem “Orçamentos e Planos de Atividade”, nem Relatórios e Contas”, encontrámos no Portal oficial da FPA apenas 12 Comunicados que poderão ser úteis nesta pesquisa. Analisemos pois, a “vida” da FPA, através desses 12 Comunicados, desses escasso documentos, que nos dão uma perspetiva do muito pouco que esta associação fez em quase 3 anos numa atividade em que os problemas são mais que muitos.


Críticas fraturantes escondem fragilidades

Contávamos que o primeiro Comunicado da FPA, publicado mais que um ano depois da criação desta associação, fosse uma Saudação aos autocaravanistas e, sobretudo, um apontar de caminhos para o futuro. Contávamos, mas contámos mal.

O Comunicado 01/2012 de 14 de agosto da FPA é uma reação ao Comunicado 2012/17 de 9 de agosto do CPA (ver AQUI) em que de forma prolixa, mistura assuntos, utiliza uma linguagem de suspeição. Para um primeiro Comunicado que seria desejável que tivesse uma linguagem aglutinadora, a FPA opta por uma crítica fraturante, nada institucional, onde é notória a preocupação de esconder as fragilidades de que padece.


Na senda da vitimização do autocaravanismo

O segundo Comunicado da FPA, emitido com data de 24 de setembro de 2012, cai no lugar-comum, com muitas “palissadas” à mistura e rebuscadas em estudos publicados sobre autocaravanismo. Nota-se uma grande preocupação em referir números em detrimento de valores. Cai-se, inclusive, na vitimização do autocaravanismo ao afirmarem que salvo poucas e honrosas exceções o autocaravanismo é maltratado, o que não é de todo verdade na generalidade, mesmo na atualidade.


Coitada da FPA!

O terceiro Comunicado da FPA (03/2012 de 6 de dezembro) a propósito de um pedido de extinção judicial da FPA por parte da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal continua a expor perante os leitores o desenvolvimento de um sentimento de vitimização que permite esconder as incapacidades, pois termina o Comunicado esclarecendo que estão agora “ (…) mais libertos para outras tarefas”, o que pode significar que devido ao processo não teriam tido tempo para ações em defesa do autocaravanismo.

Concluindo: Em dois anos de existência (2011/2012) a FPA, que seja público, até porque não existem “Relatórios e Contas” que também sejam públicos, apenas fez 3 Comunicados em que por norma teve uma atitude reativa, se vitimizou, se desculpou e acusou os outros.

Coitada da FPA!


Deputados assustados pelo CPA?!

Chegado o ano de 2013 era esperado que estando a FPA, após a conclusão do Processo Judicial que lhe tinha sido movido e encontrando-se, assim, mais liberta para se dedicar aos problemas do autocaravanismo, se iniciasse uma verdadeira revolução nas teorias e nas práticas autocaravanistas.

Vejamos o que diz o primeiro Comunicado de 2013 da FPA, datado de 15 de janeiro, mas que só foi divulgado posteriormente.

Logo no primeiro parágrafo é afirmado que o autocaravanismo português é uma criança e por isso não iriam deixar de acontecer casos como o de Quarteira. Não, não pode ser verdade. Por muito que eu queira nunca me atreveria a dizer que a FPA está a chamar crianças aos autocaravanistas, na medida em que não há autocaravanismo sem autocaravanistas. Longe de mim supor que a FPA tenha ido tão longe nas suas intenções!

Este Comunicado 01/2013 da FPA é uma evidente reação ao Comunicado do CPA, datado de 15 de janeiro e divulgado na mesma data (ver AQUI) e que ao longo de 8 páginas fez uma análise exaustiva da Discriminação Negativa do veículo autocaravana e refere “ (…) uma federação que escreve ao Deputado José Mendes Bota, autor de um Projeto de Lei que pretendia impedir as autocaravanas de estacionarem em locais que lhe não fossem destinados, lamentando ainda, essa federação, que o Projeto de Lei não tivesse sido aprovado e tendo esperança que pudesse vir a ser reacendido.

O mais caricato é que neste Comunicado da FPA é dito que foi um texto do CPA (ver AQUI) “ (…) que foi enviado para as forças politicas (leia-se deputados e grupos parlamentares) envolvidas, que se “assustaram” com a possível polémica e “saíram de cena””. Deputados assustados pelo CPA?! Desistiram de uma lei porque tiveram medo do CPA?!

(Vou ter que parar por momentos porque não consigo continuar a escrever e a rir-me ao mesmo tempo)

Este primeiro Comunicado de 2013 prossegue na senda da vitimização, reagindo às políticas do CPA, mas sem um objetivo claro, sem uma estratégia delineada, pois que se limita a ser reativa.


FPA põe-se em “bicos dos pés”

Mas eis que surge o Comunicado 2/2013 de 7 de março, reagindo, já não a um Comunicado, mas a um texto inserido num simples Fórum sob o título “A cidade de Lisboa e o autocaravanismo” (ver AQUI). Pasmai ou gentes incrédulas! Uma associação que pretende representar exclusivamente o autocaravanismo já responde a textos inseridos num Fórum. E para quê? Para contestar? Para apresentar propostas que valorizem o autocaravanismo? Não! Infelizmente para se por em “bicos dos pés” e clamar que “nós chegámos primeiro. Nós falámos primeiro com a Câmara Municipal. O CPA veio depois.” Será que emitir um Comunicado, para dizer em síntese e com algum humor o que atrás mencionei, dignifica uma Federação? Não há assuntos mais importantes para uma federação tratar?


Auto elogio

O 3º Comunicado de 2013 da FPA emitido no início do Verão poderia perspetivar o anúncio de uma estratégia de combate à discriminação negativa do autocaravanismo. Mas… não.

Este 3º Comunicado que anunciou a realização do 37º EUROCC em Portugal foi um auto elogio à FPA (?) ao referir que o projeto de realização do EUROCC em Lisboa tinha sido muito apreciado, mas foi também o lugar onde se elevou a fasquia da participação a umas possíveis 1000 autocaravanas de 10 países. Na realidade apenas estiveram presentes 265 autocaravanas de 8 países.


Há grupos de autocaravanistas teimosos

O ano de 2014 poderia ser um ano de viragem e de esperança para o autocaravanismo em Portugal.

Com alguma curiosidade lê-mos o primeiro Comunicado de 2014 da FPA e ficámos embatucados:

É afirmado que a “ (…) situação do autocaravanismo nacional não tem evoluído em termos institucionais” que numa interpretação muito pessoal eu transcrevo da seguinte forma: “Infelizmente os autocaravanistas não constituem novos clubes e aderem à FPA”.

E, logo de seguida a FPA regista que há “ (…) grupos que teimam em não se institucionalizar formando clubes que, por sua vez, poderiam dar força a uma federação que a todos representasse” Então não é que esses grupos são uns teimosos?! Fizemos uma federação para vocês e vocês são uns ingratos!

E o Comunicado prossegue neste tom, culpando tudo e todos e termina sem apontar um objetivo, uma solução, uma nesga de esperança.

Para dizer isto e desta forma era melhor estarem calados.


Dirigir a FPA com quezílias internas é penoso

O 2º Comunicado de 2014 não podia ser pior.

Leia-se este parágrafo do comunicado: “Infelizmente ainda não despertámos e continuamos divididos teimando em não criar instituições que nos reúnam e organizem. Apoiamos quem nos bateu e combatemos quem nos quer ajudar! É pelo menos estranho! Não esqueceremos de referir a oposição destrutiva que sempre nos acompanhou. Interesses estranhos?! Recusamos desenvolver uma análise crítica que não iria melhorar a situação.

O completo desnorte. Aconselho, muito seriamente uma leitura atenta deste Comunicado 2/2014 de 25 de fevereiro, porque até para mim, com toda a sinceridade, é triste de ler.

Até se afirma: “Dirigir uma instituição, nestas condições, é penoso e lidar com estas quezílias leva o tempo e a paciência.


Discriminação negativa: - Para quando uma clarificação?

 O 3º Comunicado da FPA de 2014 que pretende ser um relato da  “expulsão” de autocaravanistas em Silves (2014-02-21) não analisa convenientemente o assunto com a objetividade que seria desejável e sempre numa perspetiva do direito à não discriminação negativa do veículo autocaravana.

O comunicado, relativamente à situação verificada em Silves, a breve trecho refere o autocaravanismo como uma forma de turismo itinerante. Convenhamos que muitos e muitos dos autocaravanistas ACAMPADOS em Silves, em plena via pública, não eram muito itinerantes. E não vemos o Comunicado fazer a destrinça entre os que estavam ACAMPADOS e os que estavam ESTACIONADOS. Há que separar águas.

Os três últimos parágrafos desse Comunicado são altamente questionáveis se não forem devidamente explicados no que se pretende dizer com a existência de soluções alternativas. Soluções alternativas a quê? Ao direito de uma autocaravana estar estacionada em igualdade de circunstâncias com qualquer outro veículo de igual gabarito? A única alternativa é garantir esse direito como inalienável. Soluções alternativas ao não direito de um autocaravanista estar acampado na via pública? A única alternativa é ir para um Parque de Campismo, exclusivo ou não de autocaravanas.

Exige-se (?) no último parágrafo que “Devem ser construídas infraestruturas de apoio ao autocaravanismo que não terão de ser gratuitas ”, com o que concordo, desde que não seja uma contrapartida para impedir as autocaravanas de estacionarem na via pública em igualdade com outros veículos do mesmo gabarito. Não deixar esta situação clara é estar a apoiar os objetivos defendidos pela CCDR-Algarve.

Neste Comunicado a FPA não soube ou não quis clarificar a questão da não discriminação negativa do veículo autocaravana e da diferença entre acampar em autocaravana e estacionar. Porquê?

A questão de Silves devia e podia ser referida para fazer pedagogia. Foi o que fiz em três artigos de opinião que podem ser lidos AQUI, AQUI e AQUI.


Organizar festas justifica a existência de uma federação?

O 4º Comunicado da FPA datado de 20 de maio de 2014 aborda a questão do 37º EUROCC e, mais uma vez, não tem algum pudor em auto elogiar-se, olvidando que em 1 de Junho de 2013 tinha como objetivo possível reunir até 1000 autocaravanas de 10 países. Só compareceram 265 autocaravanas. Pouco mais de a quarta parte do estimado.

Afirmei recentemente que 260 autocaravanas num evento não é um número que envergonhe ninguém, mas daí a supor-se que é um feito extraordinário… vai uma grande distância. (ver AQUI). Mas, sobre o mesmo assunto, concluí que mais importante que as conclusões sobre a capacidade ou não da entidade organizadora, deverão ser as deliberações sobre as eventuais propostas que no decorrer deste evento poderão ser feitas e que, a existirem, suponho que ainda irão ser divulgadas. Sobre isso nada é dito. Por esquecimento?

Reunir anualmente uma quantidade relativamente importante de autocaravanistas de vários países europeus e não dedicar algum tempo a analisar, por exemplo, a discriminação negativa do veículo autocaravana ou qualquer outro tema relevante para o autocaravanismo, far-me-ia considerar que a Federação Internacional de Autocaravanas (FICM) é uma ótima e bem-sucedida associação de turismo recreativo e cultural.

Que fique muito claro que não há qualquer mal em organizar encontros festivos, recreativos e culturais, porem, o bom senso não me permite aceitar que só para organizar festas seja necessário existir uma Federação.


Baralhados e desesperados

A 26 de maio, sai o 5º Comunicado da FPA que alerta para as eleições que irão ter lugar e, foi com surpresa que li que “(…) é chegada a hora de aqueles que têm vindo a personificar a oposição que, sem apresentar soluções, têm tentado criar dificuldades, se apresentarem nas eleições, para que, depois de serem eleitos, mostrarem o seu valor e fazerem mais e melhor do que nós.”

Só há dois sócios na FPA com direito a voto e a poderem, cada um deles, apresentar uma Lista concorrente. Como é dito, nesse mesmo comunicado, que a “quase a totalidade dos nossos federados, têm dado o seu apoio ao trabalho que fomos realizando” é de deduzir que, não são todos os sócios que têm dado apoio e só existindo 2 sócios federados na FPA, a atual Direção da FPA tem apenas 50% de apoio.

Não sou eu que o digo, é o 5º Comunicado da FPA, de 2014, que o diz e até acusa um dos sócios de ser opositor pela negativa porque não apresenta soluções e, recordando eu que apenas as associações podem ser sócias (e na FPA só existem 2 associações que são sócias) e que, de acordo com o Regulamento Eleitoral são as únicas que podem apresentar Listas Candidatas, está-se perante um Comunicado que mete os pés pelas mãos.

O desespero, de quem considerava que depois de constituída uma Federação iria surgir uma vaga de fundo e que dezenas de pequenos Clubes brotariam de todo o País para se federarem na FPA, nota-se no seguinte trecho do comunicado: “Preferem-se juntar em grupos sem carater institucional, continuam associados nos tradicionais clubes de campismo que não podem pertencer à FPA por aplicação dos nossos estatutos ou, pertencendo a clubes de autocaravanismo que não são federados na FPA, não exercem a sua força de voto para, nas respetivas Assembleias Gerais, os conduzirem para a Federação que representa em exclusivo o autocaravanismo em Portugal

Mas porque o apelo à revolta dos sócios de outras associações pode não ser suficiente já se dispõem a tudo, inclusive a que os valores que vinham defendendo possam ser alterados, ao exortarem os que não estejam de acordo com os caminhos trilhados pela FPA a filiarem-se em clubes de autocaravanismo que sejam membros da FPA e, pela via democrática, das Assembleias Gerais, a modificar o caminho que a FPA tem seguido, mas (gritam) “ (…) juntem-se (à FPA) porque assim dispersos não chegaremos a lado nenhum”.


A FPA quer que as autocaravanas sejam discriminadas.

Depois de ter economizado nos Comunicados a FPA, no mesmo dia, emite dois.

Este 6º Comunicado é muito técnico, mas não deixa de por isso ser uma mais-valia nesse aspeto, para o autocaravanismo.

È um Comunicado que subscrevo na generalidade e digo na generalidade porque há pontos em que veemente discordo, nomeadamente o conceito de estacionamento de curta duração (até 48 horas) que se for por um período superior, só aplicável às autocaravanas, obriga as mesmas a ser encaminhadas para parques de especialidade. Isto é discriminação negativa do veículo autocaravana.

A FPA vem de forma reptícia afirmar que as autocaravanas não têm direito a estacionar em condições iguais aos outros veículos de igual gabarito, exceto se o seu estacionamento não ultrapassar as 48 horas. Igualdade, sim, mas quanto baste, é o que diz a FPA.

Com este propósito a FPA volta a insistir no Projeto Lei 778/X que “Cria o regime relativo às condições de circulação, parqueamento e estacionamento de autocaravanas” que foi apresentado pelos Deputados Mendes Bota e Nuno da Câmara Pereira, em 13 de Maio de 2009 e que foi objeto de um Comunicado do CPA (ver AQUI).

Porque o tema é importante recordo o número 2 do Artigo 5º desse projeto que era o seguinte: “Nos locais onde não exista Estacionamento Exclusivo de Autocaravanas, estas podem ser estacionadas no espaço público não reservado a certas categorias de veículos motorizados previstas no Código da Estrada, desde que por um período não superior a 48 horas”. Veja-se a semelhança (só a forma como a frase se articula é que é diferente) da ideia apresentada.

Se esta nova forma que a FPA defende fosse colocada em forma de Lei, verificar-se-ia o seguinte:

1º - As autocaravanas poderiam estar estacionadas em qualquer local em igualdade de circunstâncias com qualquer veículo de igual gabarito, mas só até um máximo de 48 horas;

2º - Após 48 horas qualquer outro veículo de igual gabarito ao da autocaravana poderia manter-se no mesmo local até um máximo de 30 dias, enquanto a autocaravana seria obrigatoriamente encaminhada para parques de especialidade que até poderiam ser pagos;

3º - Os autocaravanistas com este tipo legislação defendida pela FPA seriam obrigatoriamente encaminhados para Parques (de Campismo ou outros), pois a sua igualdade e liberdade só durava 48 horas.

A FPA quer que as autocaravanas sejam discriminadas.


O nascimento de uma federação

A FPA foi criada de cima para baixo. Alguns autocaravanistas, pelas mais diversas razões, julgaram que numa federação estaria a resolução de todos os problemas do autocaravanismo (e não só) pelo que até dinamizaram a formação de pelo menos uma associação, com o propósito de constituírem uma federação, tendo-o até feito, como mais tarde se acabou por saber, em grande segredo. A FPA, como hoje a evidência o demonstra, resulta, não de uma necessidade positiva, mas de uma unidade contra o que entendem ser um adversário (inimigo?) comum. Associações que não são feitas pela positiva tarde ou cedo desmoronam-se.

Uma Federação nasce da vontade e da necessidade de associações que, já existindo geograficamente dispersas ou não e em quantidade elevada, consideram que para uma melhor defesa dos interesses estatutariamente estabelecidos se devem organizar no âmbito de uma estrutura superior.


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI)

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Alcácer do Sal - Um destino de excelência

(foto do Portal da Câmara Municipal de Alcácer do Sal)

Encontro Autocaravanista

CPA APOIA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

A Associação Autocaravanista de Portugal – CPA dá apoio à Câmara Municipal de Alcácer do Sal por ocasião da PIMEL - Feira de Turismo e das Atividades Económicas que se realiza nos dias 20 a 24 de junho de 2014, no Parque de Feiras e Exposições de Alcácer do Sal, tendo como tema:

"Alcácer do Sal - Um destino de excelência"

A edilidade reservou gratuitamente um espaço de estacionamento exclusivo para as autocaravanas garantido mediante inscrição prévia.

Os autocaravanistas podem também participar num almoço de confraternização (1 prato - Feijoada de chocos. 1 bebida - água. sumo, cerveja, copo de vinho, 1 sobremesa á escolha dentro das disponíveis) mediante o pagamento de 7,50 euros por pessoa, devendo a inscrição ser feita até ao próximo dia 6 de junho

Mais informação pode ser obtida no Fórum do CPA (ver AQUI), por mensagem eletrónica (geral@cpa-autocaravanas.com) ou por telefone ( (+351) 218983137).


terça-feira, 27 de maio de 2014

Recordar… “Sou autocaravanista e não roubo nada a ninguém”



Sou autocaravanista e não roubo nada a ninguém
 (Texto escrito em 25 de Fevereiro de 2010)


Algumas considerações sobre um texto publicado no “Barlavento online” – Jornal de Informação Regional do Algarve - (AQUI) (1).

É tudo uma questão de negócio

O artigo intitulado “Caravanismo ilegal rouba 8 milhões ao Algarve” é abusivo porquanto, mesmo que não tenha sido essa a intenção, transmite uma mensagem subliminar, independentemente do que se pretenda com a utilização do adjectivo “ilegal”. Também mistura conceitos distintos, como caravana, autocaravana, estacionar/pernoitar e acampar, além de, até demonstração em contrário, se colocar ao lado dos proprietários dos Parques de Campismo na discriminatória ideia de “obrigar” os autocarvanistas a pernoitar nos Parques, para que, o que é mais grave, o negócio seja mais rentável.

É a pequenina diferença entre mais 8 milhões ou menos 8 milhões de euros, presentes na afirmação do presidente da Associação Portuguesa de Empresários de Camping e Hotelaria ao ar livre e também Administrador do Grupo Orbitur ao afirmar que as autarquias e as autoridades deveriam «actuar em conjunto e levar os autocaravanistas a criar valor económico nos parques de campismo» que levam a que se diga o que se disse.

Pretende-se que existam medidas lesivas e discriminatórias para a prática do Autocaravanismo, entendido como uma modalidade de turismo itinerante em autocaravana, e que também serão lesivas dos interesses das populações e do comércio local.

Estão nessas medidas incluídas as que (de forma discriminatória e muitas vezes ilegal) proíbem o estacionamento de autocaravanas (veículos devidamente homologados) nas mesmas condições de qualquer outro veículo do mesmo gabarito em conformidade com o disposto no Código da Estrada.


A indefinição só beneficia quem?

Porque se pretende que exista alguma indefinição entre ACAMPAR (que deve ser penalizado quando fora dos locais autorizados para o efeito) e ESTACIONAR, é necessário que se definam estes dois conceitos:

ACAMPAR: A imobilização da autocaravana, ocupando um espaço superior ao seu perímetro, em consequência da abertura de janelas para o exterior, uso de toldos, mesas, cadeiras e similares, para a prática de campismo.

ESTACIONAR: A imobilização da autocaravana na via pública, respeitando as normas de estacionamento em vigor, designadamente o Código da Estrada, independentemente da permanência ou não de pessoas no seu interior.

O acto de acampar, conforme é acima definido, só é permitido em locais consignados na Lei e, consequentemente, salvo excepções, também consignadas na Lei, é proibido na via pública independentemente da hora a que ocorra, devendo, na salvaguarda do interesse público, ser penalizado.

O acto de estacionar, conforme é acima definido, pode ser efectuado em qualquer local, não proibido por Lei (nomeadamente no Código da Estrada) não podendo as autocaravanas, pelo simples facto de o serem, nomeadamente através de sinalética que não consta dos diplomas legais, ser impedidas de o fazer.

Estes são os princípios que num estado de direito há que respeitar e que os autocaravanistas que se assumem como turistas itinerantes defendem.


Não à discriminação!

A existência de diplomas que legislem de forma discriminatória, impedindo especificamente o veículo autocaravana de estacionar onde outros veículos de igual ou semelhante gabarito o podem fazer, é lesiva da igualdade de tratamento a que todos temos direito.

Por outro lado, o turismo itinerante em autocaravana é um factor de desenvolvimento económico para as populações.

Para que essa mais valia se possa melhor concretizar, para que o ambiente seja ainda melhor protegido e para que os autocaravanistas se sintam bem acolhidos nos diferentes municípios do País (como se sentem nas diferentes localidades da quase totalidade da restante Europa) e, inclusive, recorrendo ao comércio local, é necessário criar condições mínimas que se consubstanciam, também, na construção de “Áreas de Serviço para Autocaravanas” em, pelo menos, uma por Concelho.

Nas diferentes organizações de autocaravanistas podem ser encontradas preciosas ajudas para a criação de Áreas de Serviço.

O resto… são interesses!

(1) A ligação ao texto publicado no “Barlavento online” – Jornal de Informação Regional do Algarve foi interrompida eventualmente por o artigo ter sido eliminado.


NOTA: Sobre este mesmo assunto leia-se (AQUI) o que já em 2006 o “Autocaravanista”, Boletim do Clube Português de Autocaravanas, escrevia pela mão de Raul Lopes.



(Todas as Terças-feiras, neste espaço (Papa Léguas Portugal), estarei a “RECORDAR…” e a transcrever alguns escritos antigos que assinalam um período importante (pelo menos para mim) dos meus pensamentos e forma de estar na vida.)

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Poesia de… Gonçalves Crespo


ALGUÉM

Para alguém sou o lírio entre os abrolhos,
E tenho as formas ideais de Cristo;
Para alguém sou a vida e a luz dos olhos,
E, se na Terra existe, é porque existo.

Esse alguém, que prefere ao namorado
Cantar das aves minha rude voz,
Não és tu, anjo meu idolatrado!
Nem, meus amigos, é nenhum de vós!

Quando, alta noite, me reclino e deito,
Melancólico, triste e fatigado,
Esse alguém abre as asas no meu leito,
E o meu sono desliza perfumado.

Chovam bênçãos de Deus sobre a que chora
Por mim além dos mares! esse alguém
É de meus olhos a esplendente aurora;
És tu, doce velhinha, ó minha mãe!

 (Gonçalves Crespo – 1846-1883)





António Cândido Gonçalves Crespo (Rio de Janeiro, 11 de Março de 1846 — Lisboa, 11 de Junho de 1883) foi um jurista e poeta de influência parnasiana, membro das tertúlias intelectuais portuguesas do último quartel do século XIX. Nascido nos arredores da cidade do Rio de Janeiro, filho de mãe escrava, fixou-se em Lisboa aos 10 anos de idade e estudou Direito na Universidade de Coimbra. Dedicou-se essencialmente à poesia e ao jornalismo. Faleceu em Lisboa com apenas 37 anos de idade.

Nasceu nos arredores da cidade do Rio de Janeiro, Brasil, filho de um comerciante português António José Gonçalves Crespo e de Francisca Rosa da Conceição, uma mestiça escrava à data do seu nascimento. Aos 10 anos de idade mudou-se para Portugal.

Depois de estudos preparatórios em Lisboa, matriculou-se em Direito na Universidade de Coimbra, onde se formou em 1877.

Fixou-se em Lisboa, onde apesar de ter adquirido a nacionalidade portuguesa, ao tempo requisito para o exercício da advocacia, pouco exerceu aquela profissão, optando antes pelo jornalismo. Foi colaborador de diversos periódicos, entre os quais O Ocidente (1877-1915) e a Folha, o jornal de Coimbra em que era director João Penha, o poeta que introduziu o parnasianismo em Portugal, e também nas revistas A Mulher (1879), Jornal do domingo (1881-1888), A Leitura ((1894-1896), Branco e Negro (1896-1898) e Serões (1901-1911) Como poeta estreou-se com a colectânea Miniaturas, publicada em 1870. Também se dedicou à tradução, publicando versões em português de poemas de Heinrich Heine.

Em 1874, ainda estudante, casou com a poetisa e escritora Maria Amália Vaz de Carvalho, ingressando, graças a ela e ao seu círculo de amigos, no mundo das tertúlias intelectuais de Lisboa. Nesses círculos a avançou na sua carreira como poeta e publicista, ganhando grande nomeada. Influenciado pela escola parnasiana, nas suas obras poéticas abandonou a estética romântica, afirmando-se como poeta de grande qualidade, particularmente após a publicação póstuma da sua obra completa (1887). A sua colectânea Nocturnos conheceu várias edições (1882, 1888, 1897, 1923, 1942). Em colaboração com a esposa publicou o livro Contos para os Nossos Filhos (1886).

Foi também atraído para o mundo da política e em 1879 foi eleito deputado às Cortes pelo círculo do Estado da Índia. Faleceu em 1883, vítima da tuberculose, com apenas 37 anos de idade.

A sua afirmação como poeta foi reforçada em 1887, quando foram publicadas as suas Obras Completas, com prefácio de Teixeira de Queirós e de Maria Amália Vaz de Carvalho.

Fonte: Wikipédia – A enciclopédia livre

sábado, 24 de maio de 2014

Viajar sem os "amigos do alheio"




Viaje com mais segurança

A partir previsivelmente de 1 de junho os autocaravanistas, aproveitando o bom tempo que o verão normalmente traz, far-se-ão à estrada e, além dos eventuais imprevistos, na maior parte das vezes sem grandes consequências, nas paragens que efetuarem devem, tanto quanto possível, prevenir-se contra os chamados “amigos do alheio”.

Aqui ficam…


10 Conselhos para prevenir roubos
em parqueamentos e áreas de serviço de autocaravanas não vigiadas


1. Estacione em áreas bem iluminadas. Lembre-se que a escuridão é um bom aliado dos ladrões

2. Quando estacionar assegure-se que não há restrições para o seu veículo. Evite as surpresas desagradáveis.

3. Estacione sempre em lugares apropriados ao seu tipo de veículo e, em particular, evite tapar a visão de montras ou lojas, etc.

4. Feche bem as portas – mesmo quando está descansando ou dormindo -; também não se esqueça de verificar se todas as janelas estão fechadas. Se necessita de ventilação abra as claraboias.

5. Se vai pernoitar é aconselhável que o faça numa área de serviço para autocaravanas ou num sítio apropriado; recomenda-se que utilize sempre uma área vigiada para estadias de longa duração. 

6. Não deixe objetos de valor ou similares perto do para-brisas ou do painel de instrumentos; evite ser o alvo dos ladrões.

7. Se a autocaravana leva bicicletas não se esqueça de verificar que tudo está corretamente seguro, mesmo quando está estacionado.

8. Se a autocaravana tem fixa uma escada na parte posterior troque-a por outro tipo de escada dobrável e, se for possível, que a possa retirar quando não está em uso. Não facilite que pessoas indesejadas subam para o seu veículo.

9. Como rotina anote sempre a direção donde está estacionado; em caso de emergência, assim, poderá chamar a polícia com dados precisos, a assistência médica, etc.

10. Especialmente, quando viagem para o estrangeiro tenha sempre à mão um bloco com telefones de emergência, consulados e uma pessoa de contacto. Além disso não se esqueça de ter fotocopiado os passaportes e o cartão de identificação; em caso de extravio ou roubo será muitíssimo mais rápido e fácil qualquer diligência ou participação.


quinta-feira, 22 de maio de 2014

Solidariedade precisa-se



PRECISA-SE

Solidariedade europeia contra a discriminação negativa

  
Na passada quinta-feira (ver AQUI) expus neste espaço as minhas preocupações sobre o que se teria passado na reunião da Comissão de Autocaravanismo da Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo que teve lugar em Lisboa e que abordou a “Discriminação (negativa) no estacionamento que afeta os autocaravanistas (portugueses e estrangeiros) em Portugal”.

Quero estar convicto que as intervenções dos Companheiros presentes nessa reunião terão contribuído para que rapidamente se venham a iniciar ações contra a discriminação negativa do veículo autocaravana.

Desconhecendo, porém, qualquer resultado obtido com a reunião, pus-me a imaginar o que, naquelas circunstâncias, eu diria aos… 




Companheiros Autocaravanistas da Comissão Europeia de Autocaravanismo da
Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo (FICC).


Em 19 de abril de 2013, na reunião da Comissão Europeia de Autocaravanismo da FICC, em Zadar, Croácia, fui autorizado a dirigir-vos algumas palavras que permitiram dar-vos a conhecer a discriminação negativa que se verificava em Portugal (e ainda verifica) sobre o autocaravanismo (ver AQUI).

Na data informei-vos que o Gabinete Jurídico da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) tinha concluído que as posturas municipais e a sinalização proibitiva do estacionamento e pernoita de autocaravanas eram ilegais, na medida em que contrariavam normas legais de nível superior - o Código da Estrada - e operavam uma discriminação infundada (ver AQUI).

Também vos recordei que a FICC, por deliberação em 2011 de um dos seus órgãos mais representativos, se tinha pronunciado contra a discriminação negativa do autocaravanismo nos termos que constam da “FICC News”, número 4 de 2012 (ver AQUI).

Terminei a intervenção apelando para que se iniciasse uma ação consequente, mobilizadora e de protesto com o objetivo de erradicar a discriminação negativa do autocaravanismo e fazer prevalecer os princípios já aprovados pela FICC.

Permito-me, pois, tirar já as conclusões seguintes:

1º - Existe enquadramento político definido pela FICC que permite à Comissão Europeia de Autocaravanismo definir um Programa Estratégico de combate à discriminação negativa;

2º - Existe uma opinião jurídica suportada politicamente pela FCMP para o território português;

3º - Existe conhecimento concreto de medidas legislativas em Portugal, já ao nível autárquico (que se sobrepõem à convenção internacional “Código da Estrada”) e também ao nível governamental, em que ambas discriminam negativamente o veículo autocaravana.

Estou consciente, sem necessidade de mais quaisquer investigações, que a discriminação negativa do autocaravanismo é uma realidade não só em Portugal como em Espanha e na Croácia. E, se em muitos países europeus esta discriminação negativa não existe pode dever-se a que os autocaravanistas nesses países têm o hábito e/ou são obrigados a instalarem-se em Parques de Campismo ou locais similares.

Os factos são conhecidos, os pressupostos políticos estão definidos e são sustentáveis, o diagnóstico está feito.

O Homem desde sempre se associou para que com essa associação obtivesse mais-valias e a proteção de cada individuo pelo coletivo. É neste âmbito que se compreende a constituição de federações e o pressuposto de solidariedade que não deve ficar só pelas palavras ou pelas boas intenções. Os membros da FICC devem ajuizar dos princípios que estão em causa. E já o fizeram, quando aprovaram e divulgaram um texto contra a discriminação negativa (como atrás referi) e que não mereceu uma única contestação. É também o princípio da solidariedade, da entre ajuda, do desencanto, que pode estar em causa se a FICC não agir. 

É imprescindível agir! Agir, já! Não agir rapidamente é matar o sentimento de liberdade que a prática do autocaravanismo desenvolve.

Proponho que sejam levadas à prática algumas ações, não necessariamente todas, não necessariamente em simultâneo, não necessariamente estas ou apenas estas, mas devidamente calendarizadas para que não ultrapassem mais que dois anos a serem concretizadas.

Proponho-vos e por vosso intermédio à FICC, de forma sintética, o seguinte:
  • A partir de hoje em todas as “FICC News” deve ser abordada a questão da discriminação negativa;
  • A partir de hoje em todas as atividades a que a FICC compareça devem ser, tanto quanto for possível, feitas referências à discriminação negativa;
  • Deve ser pedida pela FICC uma reunião com a Associação Nacional de Municípios Portugueses para analisar e encontrar solução ou soluções;
  • Deve ser solicitada pela FICC uma reunião com o 1º Ministro e com a Assembleia da República de Portugal para expor a situação e sensibilizá-los para a temática;
  • Deve ser solicitado pela FICC o apoio de todos os industriais e comerciantes europeus de autocaravanas para uma intervenção ativa contra a discriminação negativa;
  • O tema do “Rally FICC 2016” que terá lugar em Portugal deverá ser: “Solidariedade europeia contra a discriminação negativa”;
  • Deve a FICC apresentar no Parlamento Europeu um texto para uma eventual proposta de Diretiva que impeça que a legislação municipal em Portugal e noutros países possa modificar o espirito e a letra da convenção internacional sobre o “Código da Estrada” numa perspetiva de discriminação negativa.

Já vejo o ar de espanto (e não só) pela ousadia das minhas propostas. Propostas irrealistas, dirão. “Sem pernas para andar”, acrescentarão.

A minha poética resposta à ousadia das minhas eventualmente consideradas irrealistas propostas é deixar-vos um trecho do poema “Pedra Filosofal” de António Gedeão, um poeta português que foi (não se admirem!) um químico, um professor de físico-química, um pedagogo, um investigador de História da ciência e um divulgador da ciência:

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

Quero uma FICC que me faça sonhar e que promova inequivocamente a solidariedade, para que o autocaravanismo pule e avance, numa viagem colorida, num mundo melhor, entre as mãos de um autocaravanista sonhador.

E o que querem os Companheiros Autocaravanistas da Comissão da FICC?


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI)





terça-feira, 20 de maio de 2014

Recordar… “Autocaravanismo e Ambiente”

(Foto de Danilo Prudêncio Silva)


AUTOCARAVANISMO E AMBIENTE
 (Texto escrito em 22 de Janeiro de 2010)


Preocupam-se (e bem) os autocaravanistas (e outras pessoas) pelos impactos ambientais que a intervenção humana provoca.

Vamos Limpar Portugal (assunto que merece um pouco mais de reflexão), vamos não despejar as águas negras e as cinzentas fora dos locais apropriados, vamos utilizar menos sacos plásticos, vamos contribuir para a não poluição sonora, vamos poupar água, vamos reciclar, vamos não imprimir todas as mensagens electrónicas para poupar as nossas florestas, vamos… vamos… vamos…

Recebi hoje em minha casa a revista “O Autocaravanista” (Ano 4, Número 14 – Outubro/Novembro/Dezembro) feita em bom papel e com uma tiragem de 2500 exemplares.

O CPA tem cerca 1700 sócios, segundo consta, logo os restantes 800 exemplares que sobram, para além de serem canalizados para os locais para onde, por Lei, se é obrigado a enviar e ficarem alguns no arquivo histórico do Clube, são, suponho, os restantes distribuídos por patrocinadores, por associações congéneres, por entidades e personalidades com quem se deve procurar manter uma relação de proximidade.

Tenhamos, também, consciência que relação quantidade / preço varia. Quanto maior quantidade menor pode ser o preço por unidade.

Mas, nos custos têm também de se incorporar as taxas de correio, as etiquetas para endereçamento e os sacos de plástico transparente (algumas vezes pagos através de publicidade).

Um dinheirão!

Contudo, todos os que têm acesso à Internet, têm acesso à revista. Sejam ou não sócios do CPA, sejam ou não autocaravanistas.

Porque não solicitar a todos os sócios, com correio electrónico, que aceitem, voluntariamente, não receber a revista em papel? Do facto resultaria uma economia de custos e o Ambiente agradeceria. Do facto resultaria um exemplo “clube / sócio” a poder ser seguido por outras entidades.

Contrapartidas? O sócio com acesso à Internet passaria a receber a revista em formato “PDF” imediatamente antes de ser imprimida.

Este “contracto” podia ser sempre denunciado e o sócio voltaria a receber a revista em casa, em papel, como antes.

A medida pode, em termos absolutos, não significar muito para o Ambiente, mas tem, indiscutivelmente, um elevado valor simbólico.


Comentário actual: O autor enquanto Presidente do CPA não teve, infelizmente, nem oportunidade, nem engenho e arte, para concretizar a medida preconizada no texto acima.

(Todas as Terças-feiras, neste espaço (Papa Léguas Portugal), estarei a “RECORDAR…” e a transcrever alguns escritos antigos que assinalam um período importante (pelo menos para mim) dos meus pensamentos e forma de estar na vida.)