DISTINGUIR CAMPISMO DE
AUTOCARAVANISMO
O Relatório de Atividades e Contas de 2013 da Federação de
Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) já está disponível no Portal da
Federação (ver AQUI).
A apreciação das Contas fica para os dirigentes das
associações federadas, contudo, não quero deixar de transcrever um trecho do
Parecer do Revisor Oficial de Contas (Leopoldo Alves & Associados) que se
encontra nas páginas 47, 48 e 49 do Relatório de Atividades e Contas.
“Em nossa opinião,
as referidas demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira e
apropriada, em todos os aspetos materialmente relevantes, a posição financeira
da FEDERAÇÃO DE CAMPISMO E MONTANHISMO
DE PORTUGAL, em 31 de Dezembro de 2013 e o resultado das suas operações no
exercício findo naquela data, em conformidade com os princípios contabilisticos
geralmente aceites em Portugal.”
E não menos importante é a forma como termina a opinião do
Revisor Oficial de Contas:
“É também nossa opinião que a informação constante do
Relatório de Actividades é concordante com as demonstrações financeiras do
período”
Já sobre o Relatório de Atividades vou tecer algumas
considerações no que ao Autocaravanismo se refere.
Principio por chamar a atenção, muito veementemente, para a
página 9 do Relatório, onde na alínea 1) se lê “Campismo e Autocaravanismo”. É
de realçar que a Direção da Federação considerou (e a Assembleia Geral aprovou)
que o Campismo e o Autocaravanismo são modalidades distintas, continuando desta
forma a Direção da Federação, talvez não tão rapidamente quanto desejaríamos, a
promover politicamente esta distinção.
No texto que dá corpo ao título é referida a criação da
Comissão de Autocaravanismo da FCMP e, como trabalho realizado por esta, o
acompanhamento com os municípios e particulares
na feitura de Áreas de Serviços. Neste particular discordo que este deva ser o
trabalho primeiro de uma Comissão de uma Federação, na medida em que as
associações já vêm fazendo esse acompanhamento com os municípios e particulares,
até porque há matérias que as associações têm dificuldade em promover, logo, essas
sim, deve ser a FCMP, através da Comissão de Autocaravanismo, a dinamizá-las
Permito-me recordar (apenas algumas) das matérias que os
então candidatos a responsáveis pela FCMP se comprometeram na área do
autocaravanismo:
Dinamizar a aplicação da
Declaração de Princípios da Plataforma de Unidade subscrita pela FCMP em 31 de
Maio de 2010.
Criar um órgão de apoio e
informação Turística, Cultural e Legislativa, aos Campistas, Autocaravanistas e
Caravanistas que se deslocam para fora do país e aos mesmos Praticantes
Estrangeiros que se desloquem a Portugal.
Sensibilizar e envolver todos os
operadores para este mercado de Campistas, Autocaravanistas, Caravanistas e
Montanheiros que em si mesmo promove o desenvolvimento turístico (ACAP, PRP,
Gasolineiras, Poder Publico e Local, equipamentos, etc)
Uma intervenção prioritariamente voltada para as matérias
exemplificadas atrás é que justificam a necessidade do trabalho de uma
Federação apoiante e defensora do Autocaravanismo, porque tem a força que as
associações de per si não têm. O autocaravanismo não precisa de uma Federação
ou de uma Comissão de uma Federação que APENAS acompanhe os municípios e os
particulares a implementar Áreas de Serviço. As associações, para esse
trabalho, chegam e sobram!
Após um ano de mandato não se conhece que nestas e noutras
matérias, que constam do Programa de Candidatura dos atuais responsáveis, se
tenha promovido qualquer ação. Ou houve e o Relatório de Atividades é omisso.
Mas o Relatório é também omisso em relação a outras
atividades, no âmbito do Autocaravanismo, como, por exemplo, a presença da FCMP
nas reuniões da Comissão de Autocaravanismo da Federação Internacional de
Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo (FICC) e o porquê da importância dessa
presença. Aliás, se é referido que a FCMP marcou presença em Acampamentos e
Aniversários, porque não referir os outros eventos relacionados com o
Autocaravanismo em que também marcou presença?
Por último um
importante alerta: Nas 20 páginas do Relatório de Atividades não existe um
capítulo sobre Comunicação, cada vez mais necessário, direi mesmo imprescindível,
pois que
O direito à informação…
…passa pela obrigação de informar.
Em qualquer caso, embora ignore se foram ou não respondidas as
“Apenas 12 perguntas” que fiz (ver AQUI), o Relatório de Atividades tem a
particularidade de politicamente distinguir Campismo de Autocaravanismo.
Com calma, com bons ou maus feitios, passo a passo, com
segurança, iremos avançando na consolidação do autocaravanismo como modalidade
relevante no seio da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal e com
futuro assegurado.
(O
autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma
opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) – AQUI)
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