quinta-feira, 8 de maio de 2014

Campismo e Autocaravanismo no Relatório da FCMP



DISTINGUIR CAMPISMO DE AUTOCARAVANISMO


O Relatório de Atividades e Contas de 2013 da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) já está disponível no Portal da Federação (ver AQUI).

A apreciação das Contas fica para os dirigentes das associações federadas, contudo, não quero deixar de transcrever um trecho do Parecer do Revisor Oficial de Contas (Leopoldo Alves & Associados) que se encontra nas páginas 47, 48 e 49 do Relatório de Atividades e Contas.

Em nossa opinião, as referidas demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspetos materialmente relevantes, a posição financeira da FEDERAÇÃO DE CAMPISMO E MONTANHISMO DE PORTUGAL, em 31 de Dezembro de 2013 e o resultado das suas operações no exercício findo naquela data, em conformidade com os princípios contabilisticos geralmente aceites em Portugal.

E não menos importante é a forma como termina a opinião do Revisor Oficial de Contas:

É também nossa opinião que a informação constante do Relatório de Actividades é concordante com as demonstrações financeiras do período

Já sobre o Relatório de Atividades vou tecer algumas considerações no que ao Autocaravanismo se refere.

Principio por chamar a atenção, muito veementemente, para a página 9 do Relatório, onde na alínea 1) se lê “Campismo e Autocaravanismo”. É de realçar que a Direção da Federação considerou (e a Assembleia Geral aprovou) que o Campismo e o Autocaravanismo são modalidades distintas, continuando desta forma a Direção da Federação, talvez não tão rapidamente quanto desejaríamos, a promover politicamente esta distinção.

No texto que dá corpo ao título é referida a criação da Comissão de Autocaravanismo da FCMP e, como trabalho realizado por esta, o acompanhamento com os municípios e particulares na feitura de Áreas de Serviços. Neste particular discordo que este deva ser o trabalho primeiro de uma Comissão de uma Federação, na medida em que as associações já vêm fazendo esse acompanhamento com os municípios e particulares, até porque há matérias que as associações têm dificuldade em promover, logo, essas sim, deve ser a FCMP, através da Comissão de Autocaravanismo, a dinamizá-las

Permito-me recordar (apenas algumas) das matérias que os então candidatos a responsáveis pela FCMP se comprometeram na área do autocaravanismo:

Dinamizar a aplicação da Declaração de Princípios da Plataforma de Unidade subscrita pela FCMP em 31 de Maio de 2010.

Criar um órgão de apoio e informação Turística, Cultural e Legislativa, aos Campistas, Autocaravanistas e Caravanistas que se deslocam para fora do país e aos mesmos Praticantes Estrangeiros que se desloquem a Portugal.

Sensibilizar e envolver todos os operadores para este mercado de Campistas, Autocaravanistas, Caravanistas e Montanheiros que em si mesmo promove o desenvolvimento turístico (ACAP, PRP, Gasolineiras, Poder Publico e Local, equipamentos, etc)

Uma intervenção prioritariamente voltada para as matérias exemplificadas atrás é que justificam a necessidade do trabalho de uma Federação apoiante e defensora do Autocaravanismo, porque tem a força que as associações de per si não têm. O autocaravanismo não precisa de uma Federação ou de uma Comissão de uma Federação que APENAS acompanhe os municípios e os particulares a implementar Áreas de Serviço. As associações, para esse trabalho, chegam e sobram!

Após um ano de mandato não se conhece que nestas e noutras matérias, que constam do Programa de Candidatura dos atuais responsáveis, se tenha promovido qualquer ação. Ou houve e o Relatório de Atividades é omisso.

Mas o Relatório é também omisso em relação a outras atividades, no âmbito do Autocaravanismo, como, por exemplo, a presença da FCMP nas reuniões da Comissão de Autocaravanismo da Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo (FICC) e o porquê da importância dessa presença. Aliás, se é referido que a FCMP marcou presença em Acampamentos e Aniversários, porque não referir os outros eventos relacionados com o Autocaravanismo em que também marcou presença?

Por último um importante alerta: Nas 20 páginas do Relatório de Atividades não existe um capítulo sobre Comunicação, cada vez mais necessário, direi mesmo imprescindível, pois que

 O direito à informação…
…passa pela obrigação de informar.


Em qualquer caso, embora ignore se foram ou não respondidas as “Apenas 12 perguntas” que fiz (ver AQUI), o Relatório de Atividades tem a particularidade de politicamente distinguir Campismo de Autocaravanismo.

Com calma, com bons ou maus feitios, passo a passo, com segurança, iremos avançando na consolidação do autocaravanismo como modalidade relevante no seio da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal e com futuro assegurado.


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI)  

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