Imagem do Portal “Associação dos Portos de Portugal”
ACENDER OS FARÓIS
Não sou isento
São alguns os autocaravanistas que hasteiam a bandeira da
isenção e, com isso, pretendem adquirir credibilidade para a substância das
“opiniões” que emitem, como que se ser isento fosse um passaporte que
permitisse a asneira.
Quem defende causas não é isento. Opta, tão consciente
quanto possível, por um “lado”. Mas, ter um “lado”, também não pode significar
(nem para mim significa) entrar na barbárie, em que tudo é justificável, mesmo
o injustificável. Não significa também que as “bocas” sujas dos alegados “isentos”
possam conspurcar o caracter e a honra dos que têm um “lado”. Há limites e os
que não respeitam esses limites, são os porcos, os sujos, os maus.
Ter um “lado” é mais do que estar ao lado
Ter um “lado” não (me) obriga a respeitar ideias se com elas
não concordar. Tenho o direito de as desrespeitar e até, dentro dos limites da
convivência humana, de as procurar destruir sem usar, obviamente, a força
física. Aliás, a experiência da história ensina-nos que uma ideia só é possível
de ser combatida com outra ideia. O que não tenho é o direito (ninguém tem) de
desrespeitar e vilipendiar as pessoas enquanto seres humanos.
Ter pois um “lado” não pode ser um pretexto para a
irracionalidade, para a incoerência, para a mesma irracionalidade e incoerência
que tantas e tantas vezes se concretiza nos Estádios de Futebol. Ter um “lado”
é ter uma causa, é ter um objectivo, é ter consciência e responsabilidade da
opção que fizermos, mas, sobretudo, ter um elevado sentido critico. O nosso
“lado” será tão melhor defendido e maiores êxitos poderá obter se de forma assertiva
não perdermos o sentido crítico e dispusemo-nos a lutar contra os desvios de
percurso. Os apoios irracionais dos indefectíveis conduzem tantas e tantas vezes
aos desastres.
Acender os faróis para que o apoio não seja cego
É público que apoio as mudanças importantes que a Federação
de Campismo e Montanhismo de Portugal vem promovendo (lentamente na minha
opinião) no âmbito do autocaravanismo. Não é um apoio cego. É um apoio crítico,
consciente e pode não ser eterno. Se os princípios que defendo não estiverem
minimamente consubstanciados, se os programas de actividade e as promessas das
candidaturas feitas pelos dirigentes enquanto candidatos, não forem, na teoria
e na prática, esforçadamente desenvolvidos, não terei qualquer pejo em qualquer
momento a retirar o meu apoio. Aquele deixará de ser o meu “lado”.
Definida e aprovada que está a política autocaravanista da
Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (com a qual até concordo) é
absolutamente imprescindível que se passe da teoria aos actos transmitindo uma
mensagem de competência, ânimo e esperança aos que se revêm nesta política. É
necessário acender os Faróis que iluminem e apontem o caminho.
Primeiro Farol – Projecto Técnico de Áreas de Serviço
Um dos Faróis, que a Declaração de Princípios subscrita pela
Federação refere, tem como objectivo a implementação de pelo menos uma Área de
Serviço em cada Concelho. Os dinamizadores dessas estruturas, que até têm
vontade de as implementar, necessitam de apoios para a construção das mesmas. A
Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal tem a obrigação de
disponibilizar no respectivo Portal um Projecto Técnico de Área de Serviço que
possa ser usado gratuitamente e, assim, contribuir na prática para o objectivo
de vir a ser implementada pelo menos uma em cada Concelho.
O facto de existirem algumas associações vocacionadas para o
autocaravanismo que disponibilizam Projectos Técnicos de Áreas de Serviço (como
por exemplo o do CPA – ver AQUI) não pode ser impeditivo de a Federação que
tutela a modalidade em Portugal não assumir como sua a obrigação de o fazer, até
porque as associações só ocuparam esse espaço porque o mesmo estava às escuras.
Segundo Farol – Localização de Áreas de Serviço
Outro dos Faróis que a Federação deve colocar no respectivo
Portal prende-se com a divulgação de, pelo menos e para começar, a localização
das Áreas de Serviço de responsabilidade autárquica.
Também neste particular, existindo, infelizmente, um espaço
vazio deixado pela Federação, as associações (e não só) vocacionadas para o
autocaravanismo vêm-se esforçando por manter actualizada uma relação de Áreas
de Serviço que constituem uma preciosa ajuda para os autocaravanistas (ver de
novo o caso específico do CPA, AQUI).
Este Farol pode e deve também conter uma relação dos Parques
de Campismo que tenham Estações de Serviço, assinalando as que permitem a
utilização sem necessidade de pernoita.
Apelo
Mais de dois anos depois da tomada de posse da actual Direcção
faço votos para que não termine o mandato sem que as promessas de candidatura
sejam, senão concretizadas, pelo menos iniciadas. Não estou a referir-me a uma
qualquer Federação de vão de escada, reporto-me a uma Federação a quem o
Governo de Portugal concedeu o estatuto de “Utilidade Pública”. Estou a
referir-me a uma Federação que tem que ser consequente e rápida a desenvolver o
trabalho a que os seus dirigentes se comprometeram.
Companheiros Dirigentes da FCMP vamos lá
acender estes dois Faróis.
(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do
Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o
autocaravanismo (e não só) – AQUI)
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