quinta-feira, 26 de março de 2015

ACENDER OS FARÓIS


Imagem do Portal “Associação dos Portos de Portugal

ACENDER OS FARÓIS


Não sou isento

São alguns os autocaravanistas que hasteiam a bandeira da isenção e, com isso, pretendem adquirir credibilidade para a substância das “opiniões” que emitem, como que se ser isento fosse um passaporte que permitisse a asneira.

Quem defende causas não é isento. Opta, tão consciente quanto possível, por um “lado”. Mas, ter um “lado”, também não pode significar (nem para mim significa) entrar na barbárie, em que tudo é justificável, mesmo o injustificável. Não significa também que as “bocas” sujas dos alegados “isentos” possam conspurcar o caracter e a honra dos que têm um “lado”. Há limites e os que não respeitam esses limites, são os porcos, os sujos, os maus.


Ter um “lado” é mais do que estar ao lado

Ter um “lado” não (me) obriga a respeitar ideias se com elas não concordar. Tenho o direito de as desrespeitar e até, dentro dos limites da convivência humana, de as procurar destruir sem usar, obviamente, a força física. Aliás, a experiência da história ensina-nos que uma ideia só é possível de ser combatida com outra ideia. O que não tenho é o direito (ninguém tem) de desrespeitar e vilipendiar as pessoas enquanto seres humanos.

Ter pois um “lado” não pode ser um pretexto para a irracionalidade, para a incoerência, para a mesma irracionalidade e incoerência que tantas e tantas vezes se concretiza nos Estádios de Futebol. Ter um “lado” é ter uma causa, é ter um objectivo, é ter consciência e responsabilidade da opção que fizermos, mas, sobretudo, ter um elevado sentido critico. O nosso “lado” será tão melhor defendido e maiores êxitos poderá obter se de forma assertiva não perdermos o sentido crítico e dispusemo-nos a lutar contra os desvios de percurso. Os apoios irracionais dos indefectíveis conduzem tantas e tantas vezes aos desastres.


Acender os faróis para que o apoio não seja cego

É público que apoio as mudanças importantes que a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal vem promovendo (lentamente na minha opinião) no âmbito do autocaravanismo. Não é um apoio cego. É um apoio crítico, consciente e pode não ser eterno. Se os princípios que defendo não estiverem minimamente consubstanciados, se os programas de actividade e as promessas das candidaturas feitas pelos dirigentes enquanto candidatos, não forem, na teoria e na prática, esforçadamente desenvolvidos, não terei qualquer pejo em qualquer momento a retirar o meu apoio. Aquele deixará de ser o meu “lado”.

Definida e aprovada que está a política autocaravanista da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (com a qual até concordo) é absolutamente imprescindível que se passe da teoria aos actos transmitindo uma mensagem de competência, ânimo e esperança aos que se revêm nesta política. É necessário acender os Faróis que iluminem e apontem o caminho.


Primeiro Farol – Projecto Técnico de Áreas de Serviço

Um dos Faróis, que a Declaração de Princípios subscrita pela Federação refere, tem como objectivo a implementação de pelo menos uma Área de Serviço em cada Concelho. Os dinamizadores dessas estruturas, que até têm vontade de as implementar, necessitam de apoios para a construção das mesmas. A Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal tem a obrigação de disponibilizar no respectivo Portal um Projecto Técnico de Área de Serviço que possa ser usado gratuitamente e, assim, contribuir na prática para o objectivo de vir a ser implementada pelo menos uma em cada Concelho.

O facto de existirem algumas associações vocacionadas para o autocaravanismo que disponibilizam Projectos Técnicos de Áreas de Serviço (como por exemplo o do CPA – ver AQUI) não pode ser impeditivo de a Federação que tutela a modalidade em Portugal não assumir como sua a obrigação de o fazer, até porque as associações só ocuparam esse espaço porque o mesmo estava às escuras.


Segundo Farol – Localização de Áreas de Serviço

Outro dos Faróis que a Federação deve colocar no respectivo Portal prende-se com a divulgação de, pelo menos e para começar, a localização das Áreas de Serviço de responsabilidade autárquica.

Também neste particular, existindo, infelizmente, um espaço vazio deixado pela Federação, as associações (e não só) vocacionadas para o autocaravanismo vêm-se esforçando por manter actualizada uma relação de Áreas de Serviço que constituem uma preciosa ajuda para os autocaravanistas (ver de novo o caso específico do CPA, AQUI).

Este Farol pode e deve também conter uma relação dos Parques de Campismo que tenham Estações de Serviço, assinalando as que permitem a utilização sem necessidade de pernoita.


Apelo

Mais de dois anos depois da tomada de posse da actual Direcção faço votos para que não termine o mandato sem que as promessas de candidatura sejam, senão concretizadas, pelo menos iniciadas. Não estou a referir-me a uma qualquer Federação de vão de escada, reporto-me a uma Federação a quem o Governo de Portugal concedeu o estatuto de “Utilidade Pública”. Estou a referir-me a uma Federação que tem que ser consequente e rápida a desenvolver o trabalho a que os seus dirigentes se comprometeram.

Companheiros Dirigentes da FCMP vamos lá acender estes dois Faróis.



(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI)

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