DAMA DE COPAS
Entre ases e
manilhas
Duque e terno
da sueca
As damas são
maravilhas
Quem as tem
que as não perca
Diz-lhe lá
então ó mesa
Qual o nome
de eleição
Eu quero ter
a certeza
Da carta em
meu coração
Naipe já tu o
disseste
E cortar com
espadas não
Nem com oiros
me fizeste
Nem paus te
chegam à mão
São copas,
venham mais taças
Vamos pois
brindar à dama
Só não quero
que o faças
No meio da
minha cama
Muito
agradecido fico
Pano verde
onde joguei
Em dinheiro
não sou rico
Mas levo a
dama do rei
Tem cuidado
com a sorte
Ó jogador
afamado
Pode a dama
ser a morte
E depois
ficas parado
Não te saia
pé de cabra
Ó meu
cavaleiro andante
Procura a
chave que abra
O seu coração
de amante
A dama de
copas canto
Bem alto os
copos erguendo
Cuidado não
seja tanto
Que a percas
anoitecendo
Dama de copas
é amor
Vence a morte
em qualquer mesa
Não tenhas
medo ou temor
O vinho
deu-me a certeza
Jornalista e escritor português, Eduardo Guerra Carneiro nasceu em 1942, em Chaves (norte de
Portugal). Frequentou a Faculdade de Letras do Porto e de Lisboa, sem embora
terminar a licenciatura.
Como jornalista, exerceu, desde o final dos anos 60, a sua
profissão em vários órgãos de informação, como o Primeiro de
janeiro, Diário Popular, O Século, República e a
revista TV Guia. Foi distinguido, duas vezes, com o prémio Júlio César
Machado que prestigia os melhores textos sobre Lisboa, na imprensa diária.
Enquanto escritor, Guerra Carneiro escreveu o seu primeiro
livro de poesia em 1961, O Perfil da Estátua, seguindo-se muitos outros
livros de poesia e de crónicas, tais como É assim que se Faz a História (1973), Damas
de Copas (1981),Contra a Corrente (1988), Profissão de Fé (1990), Lixo (1993), Outras
Fitas, (1999) e A Noiva das Astúrias (2001). A sua produção literária
manifesta-se, inicialmente, no surrealismo e, mais tarde, num lirismo
neorromântico.
Guerra Carneiro morava sozinho, no Bairro Alto, no mesmo
prédio onde também viveu o mestre Agostinho da Silva. A 3 de janeiro de 2004,
Guerra Carneiro foi encontrado sem vida.
Fonte: Infopédia – Dicionários Porto Editora
Bibliografia
- O Perfil da Estátua (poesia, 1962)
- Corpo Terra (poesia, 1966)
- Algumas Palavras (poesia, 1969)
- Isto Anda Tudo Ligado (poesia, 1970)
- É Assim Que Se Faz a História (poesia, 1973)
- Como Quem Não Quer a Coisa (poesia, 1978)
- Dama de Copas (poesia, 1981)
- Contra a Corrente (poesia, 1988)
- Profissão de Fé (poesia, 1990)
- Lixo (poesia, 1993)
- O Revólver do Repórter (crónicas, 1994)
- Outras Fitas (crónicas, 1999)
- A Noiva das Astúrias (poesia, 2001)
Fonte: Wikipédia – A Enciclopédia Livre
Sem comentários:
Enviar um comentário