NUNCA DESISTA
A lição é a seguinte:
Nunca desista, nunca, nunca, nunca.
Em nada. Grande ou pequeno, importante ou
não. Nunca desista.
Nunca se renda à força, nunca se renda ao
poder aparentemente esmagador do inimigo.
(Winston Churchill)
“Só vou onde for bem-vindo” é uma frase que circula nas
redes sociais, designadamente nos espaços relacionados com o autocaravanismo,
que tem como objectivo afastar os autocaravanistas dos locais onde impere a
discriminação negativa do veículo autocaravana. Supõe-se, assim, que a ausência
de autocaravanistas diminuirá significativamente o comércio e, desta forma, com
consequente diminuição do desenvolvimento local forçar-se-ia a diminuição (ou
mesmo a eliminação) da discriminação negativa.
Ao aceitar-se esta estratégia como boa está-se a ignorar
vários factores como, por exemplo, o individualismo que prolifera na sociedade
portuguesa e que abrange igualmente os autocaravanistas. Esse individualismo
está bem patenteado na previsível diminuta percentagem de autocaravanistas que
estão associados a instituições identificadas com a modalidade.
Também é uma evidência da falha desta estratégia a
quantidade de autocaravanas que continuam a acampar ou a estacionar nos
considerados como locais não amigos dos autocaravanistas, ou seja, os locais
onde se não é bem-vindo e onde os autocaravanistas não deveriam estar se a
estratégia tivesse resultado.
Poder-se-á concluir que não existe uma espirito cooperativo
e/ou corporativo entre os autocaravanistas?
Mais profundas, no entanto, podem ser outras as razões que
não sintonizam os autocaravanistas com esta estratégia.
Não podemos confundir uma porção de território português com
um espaço privado, como por exemplo uma habitação ou um estabelecimento
comercial. Numa habitação só vamos se formos convidados pelos proprietários que
se nos convidam é porque somos bem-vindos; num estabelecimento comercial
existem razões inerentes à actividade do estabelecimento que justificam sermos
bem-vindos para que mais tarde regressemos. São pois situações distintas.
Tratando-se, consequentemente, os locais onde os
autocaravanistas não são bem-vindos, de partes integrantes de Portugal, é um
direito inalienável de todos os cidadãos que tenham a liberdade de aceder a
todas as partes do território, pelo que abdicar de o fazer (mesmo que de motu
próprio) pode ter, no que se refere aos autocaravanistas, diversos
significados:
- Pode significar que desistiram de lutar pelos direitos que
lhes assistem de não ser discriminados negativamente em qualquer parte de
Portugal e fogem. Até quando? Até ao dia em que em todo o país forem proibidos
de estacionar em igualdade de circunstância com outros veículos de igual
gabarito e já não tenham mais outros locais para fugir?
- Pode significar que se “estão nas tintas” para estas
questões e querem é passar uns bons momentos sem “chatices” deixando para os
“idealistas” a eventual resolução dos assuntos, numa demonstração que a
superioridade moral dos autocaravanistas poderá andar muito por baixo. Se algum
dia estes desistentes tiverem problemas será que virão às redes sociais clamar
contra as associações que nada fazem e nas quais se não associam? Uma vez mais
o individualismo acerbado ao máximo. Solidariedade?! Causas Comuns?!
“Só vou onde for bem-vindo” - Este tipo de ideias, pelo que
fica dito e penso, promove a desistência na luta contra a injustiça e pode
mesmo, devido a essa desistência, contribuir para que a discriminação negativa
prolifere cada vez mais em todo Portugal.
(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do
Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o
autocaravanismo (e não só) – AQUI)
Interesante reflexión, válida para Portugal y para España, que es lo que conozco.
ResponderEliminarEstoy de acuerdo contigo en que las actitudes individuales no llevan a ningún puerto, que el plantearse "no voy donde no me quieren" si no va respaldado de una apoyo asociativo no conduce a nada, es más alguno se alegra porque en el fondo es lo que quiere, quitarse de enmedio a los autoacaravanistas y que porduce un efecto de replica en zonas donde el turismo es tan importante como para plantearse prescindir de los autocaravanistas que haciendo uso de su libertad de circulación no comulgan con sus normas. Por eso pienso como tú que hay que resisitir, luchar y difundir nuestra oposición. Otra cosa es que debería hacerse de forma colectiva para que tuviera más impacto, pero aquí entramos en otro problema y es la falta de unidad de acción de las asociaciones, por lo menos en España. si se denunciar´na de forma conjunta ciertos actos o se plantearan bloqueos puntuales como el que se anunció al Oriente Asturiano, con grna repercusión en la prensa, se conseguiría mucho más.
Resistirse y no conformase.