quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Desistir? NUNCA!




NUNCA DESISTA


A lição é a seguinte:
Nunca desista, nunca, nunca, nunca.
Em nada. Grande ou pequeno, importante ou não. Nunca desista.
Nunca se renda à força, nunca se renda ao poder aparentemente esmagador do inimigo.
(Winston Churchill)


Só vou onde for bem-vindo” é uma frase que circula nas redes sociais, designadamente nos espaços relacionados com o autocaravanismo, que tem como objectivo afastar os autocaravanistas dos locais onde impere a discriminação negativa do veículo autocaravana. Supõe-se, assim, que a ausência de autocaravanistas diminuirá significativamente o comércio e, desta forma, com consequente diminuição do desenvolvimento local forçar-se-ia a diminuição (ou mesmo a eliminação) da discriminação negativa.

Ao aceitar-se esta estratégia como boa está-se a ignorar vários factores como, por exemplo, o individualismo que prolifera na sociedade portuguesa e que abrange igualmente os autocaravanistas. Esse individualismo está bem patenteado na previsível diminuta percentagem de autocaravanistas que estão associados a instituições identificadas com a modalidade.

Também é uma evidência da falha desta estratégia a quantidade de autocaravanas que continuam a acampar ou a estacionar nos considerados como locais não amigos dos autocaravanistas, ou seja, os locais onde se não é bem-vindo e onde os autocaravanistas não deveriam estar se a estratégia tivesse resultado.

Poder-se-á concluir que não existe uma espirito cooperativo e/ou corporativo entre os autocaravanistas?

Mais profundas, no entanto, podem ser outras as razões que não sintonizam os autocaravanistas com esta estratégia.

Não podemos confundir uma porção de território português com um espaço privado, como por exemplo uma habitação ou um estabelecimento comercial. Numa habitação só vamos se formos convidados pelos proprietários que se nos convidam é porque somos bem-vindos; num estabelecimento comercial existem razões inerentes à actividade do estabelecimento que justificam sermos bem-vindos para que mais tarde regressemos. São pois situações distintas.

Tratando-se, consequentemente, os locais onde os autocaravanistas não são bem-vindos, de partes integrantes de Portugal, é um direito inalienável de todos os cidadãos que tenham a liberdade de aceder a todas as partes do território, pelo que abdicar de o fazer (mesmo que de motu próprio) pode ter, no que se refere aos autocaravanistas, diversos significados:

- Pode significar que desistiram de lutar pelos direitos que lhes assistem de não ser discriminados negativamente em qualquer parte de Portugal e fogem. Até quando? Até ao dia em que em todo o país forem proibidos de estacionar em igualdade de circunstância com outros veículos de igual gabarito e já não tenham mais outros locais para fugir?

- Pode significar que se “estão nas tintas” para estas questões e querem é passar uns bons momentos sem “chatices” deixando para os “idealistas” a eventual resolução dos assuntos, numa demonstração que a superioridade moral dos autocaravanistas poderá andar muito por baixo. Se algum dia estes desistentes tiverem problemas será que virão às redes sociais clamar contra as associações que nada fazem e nas quais se não associam? Uma vez mais o individualismo acerbado ao máximo. Solidariedade?! Causas Comuns?!

“Só vou onde for bem-vindo” - Este tipo de ideias, pelo que fica dito e penso, promove a desistência na luta contra a injustiça e pode mesmo, devido a essa desistência, contribuir para que a discriminação negativa prolifere cada vez mais em todo Portugal.


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI)

1 comentário:

  1. Interesante reflexión, válida para Portugal y para España, que es lo que conozco.

    Estoy de acuerdo contigo en que las actitudes individuales no llevan a ningún puerto, que el plantearse "no voy donde no me quieren" si no va respaldado de una apoyo asociativo no conduce a nada, es más alguno se alegra porque en el fondo es lo que quiere, quitarse de enmedio a los autoacaravanistas y que porduce un efecto de replica en zonas donde el turismo es tan importante como para plantearse prescindir de los autocaravanistas que haciendo uso de su libertad de circulación no comulgan con sus normas. Por eso pienso como tú que hay que resisitir, luchar y difundir nuestra oposición. Otra cosa es que debería hacerse de forma colectiva para que tuviera más impacto, pero aquí entramos en otro problema y es la falta de unidad de acción de las asociaciones, por lo menos en España. si se denunciar´na de forma conjunta ciertos actos o se plantearan bloqueos puntuales como el que se anunció al Oriente Asturiano, con grna repercusión en la prensa, se conseguiría mucho más.

    Resistirse y no conformase.

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