Vaduz
Europa
A Viagem
Liechtenstein
Foto Reportagem
Fotos obtidos sequencialmente numa viagem iniciada em 2 de
Julho de 2008 com o objectivo de visitar a Suiça, o Liechtenstein e a Austria
e, no regresso, percorrer o Vale do Loire (França), terminando, a viagem, em
finais de Agosto de 2008. Visitas pontuais a Portugal a Espanha e a Alemanha.
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Liechtenstein
Liechtenstein ou Listenstaine (forma
usada oficialmente pela União Europeia), oficialmente Principado de Liechtenstein ou do
Liechtenstein) (em alemão: Fürstentum
Liechtenstein), é um minúsculo principado, um microestado, localizado no centro da Europa, encravado nos Alpes,
entre a Áustria, a leste, e a Suíça a oeste. Pouco mais de 34 mil
habitantes moram no principado de apenas 160 km².
Desde o século XV goza praticamente do mesmo território e
o principado é comandado pela mesma família, a Casa de Liechtenstein.
Tendo se tornado independente do Sacro
Império Romano Germânico (976-1806),
quando este foi desmembrado, em 1806. Por ter feito parte deste império
germânico e descender diretamente dele, a língua falada no país é o alemão, mas
o Liechtenstein se diferencia de Alemanha e Áustria, por ser um micro-estado, considerado um dos mais ricos do
mundo, e que é constantemente citado como um local onde a prática de lavagem de dinheiro (ou
branqueamento de capitais) é frequente.
Etimologia
Listenstaine (em alemão: Liechtenstein) significa
literalmente, na língua local, "pedra clara" (liechten stein).
A sua associação com o principado deve-se a ter sido a família Liechtenstein a
comprar e unir os condados de Schellenberg e Vaduz,
dando origem ao atual território do país. O Sacro
Imperador Romano-Germânico permitiu à dinastia o rebatismo da sua
nova propriedade com o próprio apelido de família.
Tal sobrenome, por sua vez, vem do castelo de
Liechtenstein, na Áustria, habitado pela
família séculos antes.
A grafia alemã é
a mais comumente utilizada, sendo que o Dicionário Houaiss e Dicionário Aurélio (brasileiros),
bem como o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado (português)
a usam. Também, os órgãos de imprensa brasileiros como Rede Globo, Folha de São Paulo e O Estado de S. Paulo,
e os portugueses Público e Rádio e
Televisão de Portugal, preferem a grafia germânica. Também, o Ministério
das Relações Exteriores do Brasil e o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal concordam,
ambos, com esta primeira grafia.
Em português existe,
no entanto, a opção Listenstaina, com pouco uso, mas que pode ser utilizada, já
que se encontra citada no Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves e no Prontuário
da Língua Portuguesa, bem como no Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa da Porto Editora.
Em crescendo de
uso ocorre a grafia Listenstaine, oficialmente adotada pelo Código
de Redacção Interinstitucional da União Europeia, e preconizada no Dicionário
da Academia das Ciências de Lisboa, no VOLP da
Porto Editora, noDicionário
de Gentílicos e Topónimos do Portal da
Língua Portuguesa do ILTEC e no
Vocabulário da Priberam.
O sítio Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, na pessoa
do linguista A. Tavares Louro, preconiza ainda a alternativa Listensteine, que
parece recolher pouca aceitação.
Como gentílicos
existem as opções liechtensteinense, listensteiniense, liechtensteiniense,
liechtenstense, liechtensteiniano, listenstainiano, lischtensteiniano e
listenstainês.
História
O Principado do
Liechtenstein desfrutou de um território incorruptível ao longo da História. As suas fronteiras permaneceram quase imutáveis desde 1434,
quando o Reno estabelecia a fronteira entre o Sacro
Império Romano Germânico e os cantões da Suíça.
Uma estrada
romana atravessa a região de sul para norte,
atravessando os Alpes pelo desfiladeiro
de Splügen até
às margens do Reno, num terreno cujas custosas e frequentes inundações impediam
a sua habitação. Villas romanas
foram edificadas no sul, e para seus criados, os senhores romanos permitiam o fluxo de cidadãos germânicos, através das terras do norte. Como
marca da sua passagem pelo Vale do Reno e pelo norte de Liechtenstein, foi
edificado em Schaan um pequeno forte da época. Os romanos
estabelecem-se no sopé dos Alpes, permanecendo em Vaduz,
junto ao Reno, ou no Vale de Samina e Triesenberg.
A área, parte da Récia, foi incorporada ao Império Carolíngio e
dividida em condados administrativos, mantendo-se assim dividida ao longo dos
séculos que a História já levou consigo. O Ducado
da Suábia perdeu
o seu Duque e
senhor em 1268 e
nunca foi restaurado. Todos os vassalos do duque passaram a ser vassalos do
Império Carolíngio.
O medieval
condado de Vaduz,
formado em 1342, era
uma pequena divisão do condado de Werdenberg, pertencente à dinastia de Monfort de Vorarlberg. No século XV, pelo menos três guerras devastaram o local. Embora o comércio
colonial o enriquecesse, como à Suíça, sendo o país um vivo ponto comercial,
por onde passavam as especiarias vindas de África, as quais comercializavam com
mercadores do restante da Europa, ou seja, a função de Liechtenstein foi sanear
os produtos de luxo vindos das colónias portuguesas para o resto da Europa. Mas no século XVII o Liechtenstein perdeu parte dos seus
cidadãos na Guerra dos Trinta
Anos. Mais de cem pessoas foram perseguidas e executadas em praça
pública.
A dinastia
de Liechtenstein, cujo principado tomou por seu o nome do Castelo de
Liechtenstein, na Áustria e onde vivia a família aristocrata.
Johann-Adam Liechtenstein, um príncipe de Viena,
com possessões na Boémia, na Baixa Áustria, na Styria e na Morávia, teve barrada sua entrada para o
conselho de Príncipes, que rodeava e influenciava directamente os Habsburgos. Então comprou Schellenberg em 1699 e
Vaduz em 1712.
Tudo isto, devido à corrida desenfreada dos nobres e senhores às terras
circundantes da família Habsburgo. É elevado, então, a Principado
Imperial de Liechtenstein, como um feudo do Sacro
Império Romano-Germânico
Liechtenstein
tornou-se um estado soberano em 1806,
quando ratificou a Confederação do Reno,
junto a Napoleão I, após a dissolução do Sacro
Império. O condado foi ocupado pelas tropas francesas
durante alguns anos,
mas recupera a sua independência em 1815 com a
Confederação Germânica. Em 1862 a Constituição é promulgada, com o Landtag sendo o representante das camadas
populares nasociedade. Em 1868,
a Confederação foi dissolvida, e o Liechtenstein abole o seu exército,
declarando a sua permanente neutralidade, respeitada até durante os anos das
Guerras Mundiais.
Em 1852,
Liechtenstein consentiu uma união econômica com a Áustria-Hungria.
Encerrou esta
união após a Primeira Guerra
Mundial devido
a devastação econômica sofrida pela Áustria. Em 1924,
Liechtenstein estabeleceu uma união aduaneira e monetária com a Suíça. Mas foi forçada a união com a Suíça,
que lhe valeu até na Segunda Grande Guerra,
servindo de centro europeu de lavagem de dinheiro (pt.
branqueamento de capitais) dos nazistas.
Em 1978 adere
ao Conselho da Europa,
em 1990 é
aceite na ONU,
três anos mais tarde junta-se à EFTA,
com Portugal já fora da associação de livre comércio, e em 1995 entra
para a Área Económica
Europeia e
torna-se membro da OMC.
A 15 de agosto de 2004, Hans-Adam II
do Liechtenstein formalmente delegou o seus poderes no
seu filho, Alois de Liechtenstein.
Hans Adam II, contudo, mantém-se como soberano.
Política
O Liechtenstein
é um estado democrático, uma monarquia
constitucional, encabeçada actualmente pelo príncipe Hans Adam II,
seguido pelo príncipe regente, Alois e o primeiro-ministro Otmar Hasler.
O parlamento é eleito livremente através do voto eleitoral, sendo o povo que escolhe e
elege os seus membros. O príncipe encontra-se isento de votar. O Parlamento do Liechtenstein, o Landtag, compõe-se por 25 representantes
escolhidos pela população votante. Uma câmara de cinco integrantes
responsabiliza-se pelo trato dos assuntos diários.
O governo é nomeado pelo parlamento que é, por
sua vez, renovado de quatro em quatro anos. A última vez que foi eleito foi em 2005.
Os dois partidos políticos principais são o Partido dos Cidadãos Progressistas (FBP,
sigla segundo a grafia alemã, utilizada no país) e a União Patriótica. Ambos dominam a vida
política liechtensteinense, e dirigiram o país, em coligação, de 1938 a 1997,
até que neste último ano venceu o VU, que ilegitimou a coligação, e assim, o
governo tem alternado entre os dois partidos. A constituição permite referendos legislativos.
O
príncipe-soberano atual, Sua Alteza
Sereníssima Hans Adams
II de Liechtenstein, que assumiu o trono em 1989.
Em 1924,
o Liechtenstein, tendo em conta as inúmeras transacções com a vizinha Suíça, realizou uma união com este outro país
alpino, e adoptou o franco suíço como moeda nacional. Num acordo particular,
ficou expressa a exigência da Suíça em que todos os acordos internacionais
concluídos para e pelo Liechtenstein, tinham que ter a sua aprovação. Tal
registra a dependência política do
Liechtenstein da Suíça.
Num referendo
levado a cabo a 1 de julho de 1984,
os votantes masculinos concederam às mulheres o direito de votar nas eleições
nacionais, ainda que continuem sem o direito ao voto na
eleições locais, nos municípios.
1990 foi o
ano em que o país se tornou membro da ONU,
confirmando a sua posição democrática na política europeia. No ano seguinte
torna-se membro integrante da EFTA.
Os seus interesses, concordante com o acordo com a Suíça, são representados por
esta. Em 1995 entra
efectivamente para a Área Económica
Europeia, sem a companhia da Suíça.
Em Março de 2003 um
polémico referendo posto em pauta pelo príncipe Hans Adams,
que exigia o reforço dos poderes do soberano, levantou os ânimos da oposição que
exigia a deposição do príncipe. Este, por seu turno, ameaçou exilar-se nas suas
residências austríacas, caso não visse os seus poderes
acrescidos. A acção movida pelo soberano foi muito criticada
internacionalmente, inclusive, pela Comissão de Veneza.
A democracia do estado foi posta em causa e a
monarquia apelidada de autoritária. Mas o
príncipe venceu e viu os seus poderes alargados. A oposição foi notoriamente
desacreditada com os resultados deste referendo.
Infraestrutura
Educação
O Liechtenstein
tem uma complexa e eficaz estrutura escolar, que passa pela pré-educação, a educação
primária, a educação secundária e, opcionalmente, a educação universitária.
Resultante destas bases educacionais, segundos registos oficiais, 0% da
população é analfabeta.
A educação
primária, no Liechtenstein, completa-se em cinco anos. O nível Baixo Secundário
completa-se, no máximo, em quatro anos, enquanto o Secundário Superior
completa-se em somente um ano. O Secundário Sénior tem uma longitude de três
anos.
A longevidade
durante o nível Baixo Secundário provém de três tipos escolas diferentes: Oberschule (4
anos), Realschule (4
anos), e Gymnasium (3
anos). No Secundário Superior é um ano voluntário, ou seja, somente se inscreve
quem o quiser fazer. Este ano é passado no ginásio, onde os alunos têm novas
ofertas disciplinares, como novas línguas, educação musical e artística, leis/economia, matemática e ciências, num grau mais avançado.
Depois os
estudos são completados no Secundário Sénior, onde depois de terminarem o exame Matura,
que tem a mesma função que os exames do Secundário em Portugal, o aluno recebe o certificado Matura,
reconhecido pelas universidades suíças, austríacas e pela Universidade de
Tübingen, na Alemanha. Na universidade, os estudantes têm
que enfrentar três níveis. O primeiro é o Bacharelato, o segundo é o Mestrado e o terceiro é o Doutoramento. Em 2007,
o Liechtenstein entrou no programa Erasmus.
Todos os professores,
antes de leccionarem, recebem um treino prévio na Áustria, Suíça ou Alemanha. Somente depois deste demorado
processo é que os professores recebem o certificado, com o qual podem
leccionar.
A escolaridade
obrigatória é custeada pelo próprio estado, a exemplo dos países da Europa
ocidental. Contudo, esta regalia, a educação gratuita, muda de cenário quando se
trata de migrantes. A educação das crianças migrantes que já tenham iniciado a
sua educação noutro país, nomeadamente, o seu país de origem, fica à mercê do
poder económico dos seus pais e/ou familiares responsáveis.
Saúde
O Sistema de Saúde do
Liechtenstein é bom e tecnologicamente avançado, comparável ao suíço. Boa parte dos fundos governamentais do
país são investidos na manutenção dos aparelhos de saúde distribuídos pelo país
e em novas tecnologias, para fornecer aos cidadãos um
sistema de saúde topo de gama, eficaz e com tecnologia de ponta.
Contudo, a saúde pública custa
caro aos cidadãos e de quem dela usufrui. Para os turistas, por exemplo, caso
tenham algum incidente no país, antes da viagem as agências promotoras
intermedeiam contratos com o estado, tornando os custos dos atendimentos
médicos mais baratos para o cliente. Inclusive, mesmo os pequenos atendimentos
médicos e os serviços de emergência são pagos.
O principal
hospital do país é o Hospital Nacional, localizado em Vaduz. Parte dos médicos
activos no país são estrangeiros, maioritariamente suíços. Os serviços
farmacêuticos estão resguardados para os cidadãos, sendo que estes dispõem de
várias farmácias pelo país.
Para quem visite
o país, somente terá que ter a vacina do tétano em dia. Malária, febre amarela, tifóide, difteria, entre outras não constam na lista de
vacinas obrigatórias.
Apta a beber, a
água nacional, proveniente dos rios locais como o Saminatol, é de excelente qualidade. Antes de
ser devolvida aos rios, a água passa por um complexo e competente processo de
tratamento, igualando-se à maior parte dos países europeus.
O organismo que rege a segurança alimentar pública é o
Instituto de Inspecção da Segurança Alimentar e Veterinária, cujas
funções se assemelham à portuguesa ASAE.
Este instituto supervisiona todos os produtos alimentares que entram e saem do
país, antes de serem consumidos pelo público, tendo uma acção directa na
regulamentação e manutenção da saúde pública do país. Inspeccionam a qualidade,
a higiene do produto, as embalagens e a sua
qualidade e viabilidade, e o tratamento da comida.
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