quinta-feira, 7 de maio de 2015

O silêncio dos bons




O SILÊNCIO ACOMODADO DOS BONS


O medo de uma opinião livre

Têm vindo alguns detractores da minha pessoa, muitos sem sequer me conhecerem de nenhum lado, a adiantar, além de impropérios, as mais falsas informações que vão, progressivamente, mudando ao sabor das considerações do momento.

Uma das ideias base relaciona-se com o direito ético (o estatutário não o impede) que um sócio do CPA tem de se pronunciar sobre a associação em que está.

A estultícia desta interpretação assenta na ideia, errada, de que apenas a Direcção de uma qualquer entidade deve poder pronunciar-se sobre os assuntos que à mesma respeitem. Desta forma, a aceitarmos esta estulta ideia, estariam todos os cidadãos impedidos de expressar as suas opiniões sobre o quer que seja de que não fossem dirigentes. Esta concepção nega a existência da liberdade de opinião e promove a autocensura. Levada às últimas consequências impediria que quem quer que fosse fizesse uma crítica, favorável ou não, sobre o quer que tivesse conhecimento.


Há também quem arrogantemente pretenda reservar-se o direito de definir (talvez delirantemente se arvore a capacidade de ordenar) quem pode e não pode pronunciar-se sobre autocaravanismo.

É dentro desta aberração de pensamento que alguns exprimem, violenta e agressivamente, a opinião de que não tenho o direito de me pronunciar sobre o CPA ou sobre o Autocaravanismo ou sobre a FPA ou sobre a Federação de Campismo e Montanismo de Portugal ou sobre o quer que seja desde que não represente essas entidades.


Os saudosistas do antigamente

Na realidade o que pretendem é impor a autocensura através de pressão psicológica. Na verdade o que me parece é que têm saudades dos tempos idos do antes do 25 de Abril em que através da censura era imposto o silêncio. Querem o cinzentismo. Houve já, recentemente, quem censurasse as ideias que expresso a pretexto de (passo a citar) “ (…) infelizmente, por vezes é impossível manter as polémicas longe deste espaço, e aí temos de ter uma resposta firme.”. E a resposta firme foi ter uma acção que coartou a minha liberdade de expressão. Já no chamado “Estado Novo” estas respostas firmes existiam. Mas, os saudosistas do passado têm discípulos que estão um pouco por todo o lado e, já noutro espaço virtual, alguns fazem apelos à minha expulsão para me silenciar.

Enquanto não conseguem a expulsão dos que os incomodam e os perturbam com as críticas que lhes fazem, não a eles, mas aos objectivos que almejam, resta-lhes enveredar pela ofensa e pelo assassinato (ou tentativa de assassinato) do carácter de uma pessoa, como a única resposta (?) às ideias defendidas publicamente por essa pessoa, fazendo juízos de intenção escabrosos que não podem deixar de merecer o repúdio social dos cidadãos, pois, como Martin Luther King dizia, “o que me preocupa (…) é o silêncio dos bons”.

A liberdade de expressão (onde se inclui a de opinião) é um valor que tem que ser conjugado com o exercício de outras liberdades igualmente fundamentais como, por exemplo, o direito ao bom nome, pelo que a calúnia ou reiterado ataque ao carácter de uma pessoa não pode ser enquadrado como um direito.

A forma habilidosa como o fazem demonstra uma grande sagacidade e, até, inteligência. E se é verdade que a inteligência é um predicado, não é, porém, em si mesma, uma qualidade moral. Estaline, Hitler, Mussolini, Salazar, eram inteligentes.


A acusação gratuita

Recentemente fui vilipendiosamente insultado e acusado de “descaracterizar o CPA que hipotecou à Federação de Campismo”. Esta afirmação gratuita é facilmente rebatida através de um texto que escrevi em 20 de Janeiro de 2010, texto público, em que afirmava (e afirmo) que os Estatutos do CPA de então, anteriores a 17 de Novembro de 2012, se regulavam pela doutrina estabelecida na orgânica da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP), e, prosseguindo na minha análise feita à data, dizia que qualquer Direcção eleita com esses estatutos não tinha campo de manobra democrática para inflectir a prevalência campista do CPA dando prioridade ao autocaravanismo, entendido como uma modalidade de turismo itinerante.

A reposição da verdade

E que diziam os Estatutos do CPA no que respeita à FCMP:

Art.º 2º, a) (consequência do objecto do Clube) – Filiar-se na federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (…);

Art.º 6º, b) (dos direitos dos sócios) – Requerer a Carta Campista Nacional, a Carta Juvenil, a Carta de Montanheiro, e o Carnet-Camping Internacional, nas condições estatutárias da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal;

Art.º 7º, c) (dos deveres dos sócios) – Cumprir estes Estatutos e outros regulamentos, bem como os da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (…);

Art.º 8º, §1º, f) (das penalidades) – Proposta à Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal da sua (dos sócios) irradiação do movimento campista;

Art.º 11º, e) (da competência da Direcção) – Nomear um elemento para ocupar funções em prol do desenvolvimento do autocaravanismo na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (…);

Art.º 16º, § único (da dissolução) – Aprovada a dissolução os bens representados por material ou instalações campistas deverão ser entregues à Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal. (…);

Art.º 17º (dos casos omissos) – Os casos omissos nestes estatutos poderão ser objecto de regulamentos especiais (eleições, por exemplo) desde que não contrariem o seu espírito ou regular-se-ão pela doutrina estabelecida na orgânica da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, (…).

Esses Estatutos do CPA estavam realmente virados para uma filosofia campista em autocaravana.

Pois foi com esses estatutos campistas que todas as Direcções do CPA, anteriores à minha, foram eleitas e que nunca propuseram alterações estatutárias. E o meu acusador fez parte dessas Direcções que nunca propuseram qualquer alteração estatutária.

Foi uma Direcção de que eu fiz parte que alterou totalmente os Estatutos do CPA, onde não se encontra uma única menção à FCMP. Também foi nesses mesmos estatutos que foram introduzidos os conceitos de turismo e de autocaravanismo.


Para além das evidências que só o futuro esclarecerá

Como é possível que alguém que seja intelectualmente honesto se permita fazer afirmações gratuitas como o comprovo?

Porque se sentem impunes? Porque sabem que a “sujidade” verbal com que profanam os outros não consegue ser desmentida com a mesma intensidade? Quantos estarão a ler este texto? Quantos “dos bons”, como se lamentava e preocupava Martin Luther King, sairão do silêncio acomodado?


Com tudo isto o presidente da FPA deve estar preocupado e incomodado com o futuro.
Já há quem lhe esteja a fazer a cama…



(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI).



ESCLARECIMENTO


No período compreendido entre 1 de Junho e 30 de Setembro de 2015 a habitual “Opinião das Quintas-feiras” fica suspensa.

Nas páginas do Facebook, no mesmo período, não serão colocados “postes”.

O Blogue “Papa Léguas Portugal AUTOCARAVANISMO” continuará, sem interrupção, a produzir informação diária.



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