ENCONTROS COMPEROCHAS
JANAS
(2001)
No âmbito dos Encontros dos Comperochas
(Companheiros Amigos das Peras Rochas), espaço de liberdade e companheirismo cimentado ao longo de
anos, Janas foi um pretexto para um Encontro de Convívio, Turismo Cultura e
troca de opiniões.
Nesta foto reportagem, que interessa
essencialmente aos participantes, podem, contudo, ver-se alguns apontamentos de
Janas.
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Janas
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JANAS
Janas é uma aldeia situada a cerca de 1 km de Azenhas do Mar
e de 2 km da Praia das Maçãs, no concelho de Sintra. É terra de pinhais, campos
de cultivo e vinho de Colares. É uma povoação predominantemente rural,
portanto.
Há em Janas uma capela que tem a particularidade de ter
planta circular, em vez de a ter retangular ou quadrada, e que é dedicada a São
Mamede. Não há muitas capelas como esta em Portugal. De momento, só me lembro
de uma outra capela que tem planta circular, existente em Cabanas de Azeitão,
no concelho de Setúbal, e sobre a qual nada sei.
Porque é que a capela de São Mamede de Janas tem planta
circular? Diz-se que a razão reside no facto de ela ter sido construída no
local em que terá existido uma edificação anterior à ocupação romana e que os
romanos terão aproveitado para erguer, por sua vez, um templo dedicado à deusa
da caça, Diana. Há quem diga, mesmo, que o topónimo Janas deriva precisamente
de Diana. A capela atual data provavelmente do séc. XVI ou XVII.
A capela circular de Janas é o centro de uma romaria
dedicada a São Mamede, que se realiza todos os anos entre os dias 15 e 17 de
agosto. Ora São Mamede é considerado protetor do gado. Por isso, os lavradores
da região de Colares, Sintra, Mafra e mesmo de Torres Vedras levam o seu gado
até à festa de São Mamede de Janas. Bois, cavalos, burros e outros animais são
então levados a dar três voltas em redor da capela, no sentido contrário ao dos
ponteiros do relógio. Esta tradição é já antiga. Por exemplo, nos seus
"Apólogos Dialogais" escreveu D. Francisco Manuel de Melo, que viveu
no séc. XVII: «Porem agora, que huma
Corte tão luzida, como a da nossa Lisboa; a qual não há inveja a nenhuma
Christandade, vos anda à roda sempre, como gado vacum, em torno da Ermida de S.
Mamede, que podeis envejar que não seja vicio?»
Fonte: Blogue “A Matéria do Tempo”
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