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Identidade
O que diz
Pátria mas não diz glória
Com um
silêncio de cobardia,
E ardendo em
chamas, chamou vitória,
Ao medo e à
morte daquele dia
A esse eu
quero negar-lhe a mão,
Negar-lhe o sangue
da minha voz,
Que foi ferida pela traição
E teve o nome
de todos nós
O que diz
Pátria sem ter vergonha
E faz a
guerra pela verdade
Que ama o
futuro, constrói e sonha
Pão e poesia
para a cidade
A esse eu
quero chamar irmão
Sentir-lhe o
ombro junto do meu
Ir a caminho
de um coração
Que foi de
todos e se perdeu
António Manuel Couto
Viana (Viana do Castelo, 24 de
Janeiro de 1923 - Lisboa, 8 de Junho de 2010) foi um encenador,
tradutor, poeta, dramaturgo e ensaísta português.
António Manuel Couto Viana era irmão de Maria Manuela Couto Viana.
Estreou-se por intermédio de David Mourão-Ferreira como actor e
figurinista em 1946 no Teatro Estúdio do Salitre,
em Lisboa.
Foi também empresário e director do Teatro do Gerifalto,
companhia onde se estrearam nomes como Rui Mendes ou Morais
e Castro. Esteve sempre ligado a companhias de teatro para a infância.
Tinha recebido, muito novo, como herança do avô, o Teatro Sá de Miranda em
(Viana do Castelo).
Pertenceu à Direcção do Teatro da Mocidade, Teatro de Ensaio (Teatro
Monumental), foi diretor e empresário da Companhia Nacional de
Teatro (Teatro da Trindade) e orientador artístico
da Oficina
de Teatro da Universidade de Coimbra. Igualmente encenou e dirigiu as
companhias de ópera, como mestre de cena, do Teatro Nacional de São Carlos,
do Círculo Portuense de
Ópera e da Companhia Portuguesa
de Ópera.
Em 1948, publica o primeiro livro de poemas O Avestruz Lírico.
Entre 1949 e 1951, dirige a revista
infanto-juvenil Camarada.
Entre 1950 e 1960 dirigiu a publicação de várias revistas literárias e
de cultura, tais como os cadernos de poesia Graal, Távola
Redonda e fez parte do conselho de redação da revista "Tempo Presente"
(1959-1961).
Leccionou no Liceu D. Leonor, em Lisboa, assim
como quando viveu dois anos em Macau, entre 1986 e 1988, foi docente do Instituto Cultural de
Macau.
Viveu os últimos anos na Casa
do Artista e continuando a escrever e a publicar. Aí foi convidado
pela Ordem dos Frades Menores a colaborar
na dramaturgia sagrada.
Tem mais de uma centena de livros publicados e a sua poesia
está traduzida em francês, inglês, espanhol e chinês.
Fez programas de poesia para a RTP, foi membro da Academia de Ciências de Lisboa e
recebeu vários galardões literários: o Prémio de Poesia Luso-Galaica
Valle-Inclan, o Prémio Antero de Quental, o Prémio Nacional de Poesia, o Prémio
Fundação Oriente e o Prémio Academia das Ciências de Lisboa, entre outros.
Assim como foi condecorado com a Banda da Cruz de Mérito,
Grão Cruz da Falange Galega, o Grande Oficialato da Ordem do Infante D. Henrique e a
medalha de Mérito Cultural da Cidade de Viana do Castelo.
Sendo conselheiro do Conselho de Leitura da Fundação Gulbenkian, quando morreu Couto Viana
encontrava-se a escrever a história da Companhia Nacional de Teatro.
A 9 de Junho de 1995 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Entre outras obras
publicou:
- O Avestruz Lírico (1948)
- No Sossego da Hora (1949)
- O Caminho É por Aqui (1949)
- Era uma Vez... Um Dragão (1950)
- O Coração e a Espada (1951)
- Em Louvor do Teatro Infantil (1951)
- Auto das Três Costureiras (1952)
- A Face Nua (1954)
- O Fidalgo Aprendiz (1955)
- A Tentação do Reino (1956)
- O Acto e o Destino (1957)
- Um Espinho da Flor (1959)
- Mancha Solar (1959)
- O Milagre de Ourique (1959)
- A Rosa Sibilina (1960)
- Do Cimo desse Telhado (1962)
- Relatório Secreto (1963)
- Poesia (1948/1963) (1965)
- O Teatro ao Serviço da Criança (1967)
- Desesperadamente Vigilante (1968)
- Antígona, Ajax e Rei Édipo (1970)
- O Avarento (1971)
- O Senhor de Pourceaugnac (1971)
- Pátria Exausta (1971)
- Em Redor da Mesa (1972)
- 10 Poesias de Agustin de Foxá (1973)
- Raiz da Lágrima (1973)
- O Almada Que Eu Conheci (1974)
- 2 "Modernistas" do Alto Minho (1976)
- 709 Poesias de Reclamo à Casa Brasileira (1977)
- “Coração Arquivista” (1977)
- Nado Nada (1977)
- Voo Doméstico (1978)
- João de Deus e um Século de Literatura Infantil em Portugal (1978)
- As Pedras do Céu (1979)
- Júlio de Lemos, num Retrato Breve e Leve (1979)
- Retábulo para Um Íntimo Natal (1980)
- As (E)vocações Literárias (1980)
- Morte e Glória de Narciso no Poeta Alfredo Pimenta (1982)
- Frei Luís de Sousa à Luz de Novas Luzes (1982)
- Ponto de Não Regresso (1982)
- Para um Encontro com o Poeta Alfredo Pimenta (1983)
- Versos de Cacaracá (1984)
- Uma Vez uma Voz: Poesia Completa - 1948-1983 (1985)
- As antologias “Tesouros da Poesia Popular Portuguesa” (1984)
- Postais de Viana (1986)
- O Senhor de Si (1991)
- Colegial de Letras e Lembranças (1994)
- A Gastronomia no Teatro e na Poesia Portuguesa (1994)
- Bom Garfo e Bom Copo (1997)
- Por Outras Palavras (1997)
- Comeres em Lisboa: Roteiro Gastronómico (1998)
- Prefiro Pátria às Rosas (1998)
- Dez Peças de Teatro Infantil
- Teatro Português d'Outrora Agora
- Restos de Quase Nada (2007)
- Disse e Repito (2008)
- Bichos diversos em verso (2008)
- Que é que eu tenho Maria Arnalda? (2009)
- “Cancioneiro do Rio Lima” (2001).
- 60 anos de poesia (2 vols.) (2004)
Os seus poemas estão traduzidos em francês, inglês,
espanhol, chinês, alemão e russo.
Fonte: Wikipédia – A Enciclopédia Livre
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