Imagem do Blogue “AdrenAline”
OS AIS
Em Fevereiro de 2014 (ver AQUI) recordei um texto que escrevi
em 2009 e que intitulei “Os ais dos Autocaravanistas”.
Mais de um ano depois “Os ais dos Autocaravanistas”
continuam-se a ouvir, mas agora acompanhados de “Os ais da FPA”.
Nascida para dividir
A minha discordância com a FPA, a começar na sua criação, é
bem evidente e assenta em questões muito concretas que o passar do tempo vem
confirmando como correctas. A falta de maturação de um projecto que alguns
acreditavam transformar-se numa vaga de fundo do Movimento Autocaravanista de
Portugal contribuiu para dividir os autocaravanistas e descredibilizar o
Movimento, tornando-o mais enfraquecido.
Porque os autocaravanistas são, em Portugal, uma minoria, o
caminho deveria ter sido outro: A constituição de uma Plataforma de Unidade,
inorgânica, a que poderiam aderir as associações com personalidade jurídica
vocacionadas essencialmente para o autocaravanismo.
O caminho da divisão foi, no entanto, o que uma parte (pequena)
do Movimento Autocaravanista de Portugal considerou o que melhor serviria os
interesses dos autocaravanistas. Quatro anos depois da concretização dessa
divisão, com a constituição da FPA, quais têm sido os benefícios para os
autocaravanistas?
Que orientação autocaravanista para Portugal?
Presentemente os autocaravanistas, quando praticando uma
actividade não-campista, têm um documento orientador da politica
autocaravanista (a Declaração de Princípios) que, graças à visão de futuro de
muitas entidades interessadas nas questões do autocaravanismo que a subscreveram,
já é tema de conversa e de análise a nível internacional. Não sendo uma lei,
como é mais que óbvio, é um documento de reflexão que vem contribuindo, embora
lentamente, para fazer compreender às autarquias e à sociedade, que os
autocaravanistas são pessoas de bem que se querem reger por princípios. Poucos
serão os autocaravanistas que desconhecerão a existência da Declaração de
Princípios.
A pergunta que cada autocaravanista deve fazer a si próprio e
a que deve responder honestamente é a seguinte: Onde está o documento (ou
documentos) em que a FPA define a orientação de política autocaravanista para
Portugal?
Na realidade a FPA é criada sem ter subjacente um Projecto
político autocaravanista que a defina. E porque assim se continua a verificar a
FPA está ao nível de qualquer outra associação de base dedicando-se, de forma
bem visível, aos aspectos lúdicos do autocaravanismo (que também são
importantes) mas que não podem ser a razão principal e muito menos única, pelos
quais se justifica a existência de uma Federação.
Com o imediato alcançar o mediático
A imaturidade da FPA, a falta de visão do futuro do Movimento
Autocaravanista, fá-la correr atrás do imediato e do mediático:
Escreve cartas “a torto e a direito” banalizando desta
forma, sem resultados positivos, a intervenção que uma Federação consciente deve
ter. Não tendo capacidade de “acudir a todos os fogos”, e não voltando a
questionar as entidades com quem inicialmente contacta, a FPA “deita foguetes e
corre em todas as direcções para apanhar as canas”;
Não define, a FPA, dois ou três objectivos de intervenção,
concentrando esforços nesses objectivos, pelo que se dispersa e acorre muito,
pondo-se em bicos de pés, às questões mais mediáticas, que publicita, sem
posteriormente vir dar conhecimento dos resultados obtidos;
Programa, apressadamente, no âmbito de política
autocaravanista que não tem, umas “Jornadas Autocaravanistas” em que se
predispôs a assumir os conteúdos que nessas Jornadas fossem aprovados, o que em
si mesmo é um indicativo de quem não tem quaisquer projectos, pois nem sequer
elabora um documento de trabalho orientador a apresentar. A FPA já só pretende
apenas sobreviver, nem que para isso tenha que seguir os caminhos que do
exterior lhe ditem;
Não obstante as Jornadas terem estado condenadas ao fracasso
decide (erradamente) cancelá-las, alegando em Comunicado que o faz porque
ninguém responde aos apelos de participação. A FPA não consegue compreender que o fracasso ou êxito de um evento
desta natureza se não mede pela quantidade de participantes, mas pela qualidade
dos mesmos e, muito especialmente, pelo enquadramento e justificação dos
objectivos defendidos que transmitam uma mensagem assertiva a ser interiorizada
pelo maior número de autocaravanistas. Se a FPA não acredita em si mesma,
independentemente de poder estar em minoria e se nada tem para oferecer, como
podem os autocaravanistas acreditar na FPA?
E de cancelamento em cancelamento se vai até ao
cancelamento final da FPA.
(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do
Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o
autocaravanismo (e não só) – AQUI)
Sem comentários:
Enviar um comentário