LIBERDADE
Viemos
com o peso do passado e da semente
Esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente
Vivemos tantos anos a falar pela calada
Só se pode querer tudo quando não se teve nada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só há liberdade a sério quando houver
A paz, o pão
Habitação
saúde, educação
Só há liberdade a sério quando houver
Liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir
Sérgio de Barros
Godinho mais conhecido por Sérgio
Godinho (Porto, 31 de
agosto de 1945)
é um poeta, compositor e
intérprete português.
Como autor, compositor e cantor, personifica
perfeitamente a sua música “O Homem dos Sete Instrumentos”. Multifacetado,
representou já em filmes, séries televisivas e peças teatrais. A dramaturgia surge
com a assinatura de algumas peças de teatro assumindo-se também como
realizador.
Sérgio Godinho nasceu em 1945, no Porto. Com apenas 18
anos de idade parte para o estrangeiro. Primeiro destino: Suíça, onde estuda
psicologia durante dois anos. Mais tarde muda-se para França. Vive o Maio de 68
na capital francesa. No ano seguinte integra a produção francesa do musical
"Hair",
onde se mantém por dois anos. Em Paris priva com outros músicos portugueses,
como Luís Cília e José Mário Branco. Sérgio Godinho ensaiava então
as suas primeiras composições, na altura em francês.
Em 1971 participa no álbum de estreia a solo de José Mário
Branco, "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades", como músico e
como autor de quatro das letras. Em 1971 faz a sua estreia discográfica com a
edição do EP "Romance de Um Dia na Estrada" e do seu primeiro
longa-duração, "Os Sobreviventes". Três dias após a sua edição é
interditado, depois autorizado, depois novamente interditado. O disco é eleito
"Melhor Disco do Ano" e Godinho recebe o prémio da Imprensa para
"Melhor Autor do Ano".
Em 1972, Sérgio apresenta um novo álbum, "Pré-Histórias", que inclui um dos temas mais
emblemáticos da sua carreira: "A Noite Passada". Colabora
como letrista no álbum "Margem de Certa
Maneira" de José Mário Branco.
Em 1973 muda-se para o Canadá, onde
casa com Shila, colega na companhia de teatro The Living Theatre. Integra
a companhia de teatro Génesis. Estabelece-se numa comunidade hippie em Vancouver, e
é aqui que recebe a notícia da revolução do 25 de Abril, que o leva a
regressar a Portugal. Já em terras lusitanas, edita o álbum À
queima-roupa (1974)
um sucesso que o faz correr o país, atuando em manifestações populares,
frequentes no pós 25 de Abril.
Tendo regressado a Portugal após a revolução democrática do
25 de Abril de 1974, Sérgio Godinho tornou-se autor de algumas das canções mais
unanimemente aclamadas da música portuguesa - "Com Um Brilhozinho Nos
Olhos", "O Primeiro Dia", "É Terça-Feira", apenas
para citar três.
Em 1975 participa, com José Mário Branco e Fausto, na banda
sonora do filme de Luís Galvão Teles, "A Confederação". No ano seguinte escreve a
canção-tema do filme de José Fonseca e Costa "Os Demónios de Alcácer Quibir",
onde participa como ator. O tema viria a ser incluído no seu novo álbum,
"De Pequenino se Torce o Destino" (1976).
Em 1977 colabora em dois temas da banda sonora do filme
"Nós Por Cá Todos Bem", realizado
por Fernando Lopes. O seu quinto álbum de originais,
"Pano-cru",
é editado no ano seguinte. Em 1979 é editado o álbum "Campolide". O
disco viria a ser premiado com o "Prémio da Crítica Música & Som"
para melhor álbum de música portuguesa desse ano.
Em 1980 volta a colaborar com o realizador José Fonseca e
Costa, desta vez no clássico do cinema português, "Kilas, o Mau da Fita". O álbum com a
banda sonora do filme é editado nesse mesmo ano. "Canto
da Boca", novo álbum de originais, é também editado em 80, tendo recebido
o prémio de "Melhor Disco Português do Ano", atribuído pela Casa da Imprensa e,
ainda, o Sete de Ouro para o "Melhor Cantor Português do Ano".
Em 1983, no seu álbum "Coincidências", incluiu
temas compostos em parceria com alguns dos mais reputados músicos brasileiros -
nomes como Chico Buarque, Ivan Lins ou Milton
Nascimento - algo até então inédito na produção musical portuguesa.
Nos seis anos que se seguiram, Sérgio Godinho gravou mais
três álbuns de originais - "Salão de Festas", "Na Vida
Real" e "Aos Amores". Foi também editada a coletânea "Era
Uma Vez Um Rapaz" (1985) e o álbum para crianças "Sérgio Godinho
Canta com os Amigos do Gaspar" (1988).
Em 1990 apresentou o espetáculo "Sérgio Godinho, Escritor de Canções",
onde revisitou as suas músicas sob uma nova perspetiva - apenas dois músicos
acompanhantes e num auditório mais pequeno, neste caso o Instituto
Franco-Português, onde fez 20 espetáculos de grande êxito. Desses espetáculos
saiu o álbum ao vivo "Escritor de Canções".
Foi autor da série "Luz na Sombra", exibida pela
RTP 2 no verão de 1991, onde abordou seis programas sobre algumas das
profissões menos conhecidas do mundo da música: letristas, técnicos de som,
produtores, etc.; . Em 1992 realizou três filmes de ficção, de meia hora cada,
com argumento e música igualmente seus. Estes filmes, com o título genérico de
"Ultimactos", foram produzidos para a RTP, que os exibiu em 1994.
Escreveu ainda "O Pequeno Livro dos Medos", obra
infanto-juvenil, que também ilustrou.
Voltou à música em 1993 com o disco "Tinta
Permanente" e o espetáculo "A Face Visível", ambos merecedores
dos maiores elogios da crítica e do público.
Em Novembro de 1995 é editado o disco "Noites
Passadas" que foi gravado ao vivo em três espetáculos realizados no Teatro
S. Luiz em Novembro de 1993 e no Coliseu de Lisboa em Novembro de 1994. Neste
ano de 1995, Sérgio Godinho é convidado por Manuel Faria a participar na compilação
de Natal "Espanta Espíritos" com o tema
original "Apenas um Irmão" em dueto com PacMan (vocalista da
banda Da
Weasel).
Em Junho de 1997 é editado o disco "Domingo
no Mundo", disco que conta com a participação de músicos e
arranjadores de diferentes áreas musicais: (Pop, Rock, Popular, Erudita, Jazz).
O disco foi apresentado com enorme êxito no teatro Rivoli do Porto e no Coliseu
de Lisboa, nos espetáculos de nome "Godinho no mundo".
Em 1998 foi editado o álbum "Rivolitz", gravado ao
vivo nos espetáculos do Teatro Rivoli e no Ritz Clube,
em Lisboa.
Em 2000 Sérgio Godinho volta com o disco “Lupa”, com dez
canções originais e produção de Hélder Gonçalves e Nuno Rafael. O disco é apresentado
ao vivo, em Novembro desse ano, com dois espetáculos em Lisboa, no Centro
Cultural de Belém, e um no Coliseu do Porto, tendo os três concertos obtido um
grande sucesso.
2001 é o ano dos 30 anos de carreira. O aniversário é
marcado pelo lançamento em 2001 de “Biografias do Amor”, uma colectânea de
canções de amor, e de “Afinidades”, uma gravação dos espetáculos em conjunto
com os Clã. Em 2003 é lançado o disco “Irmão do Meio” onde Sérgio Godinho junta
alguns amigos com quem partilha 15 canções. Entre muitos outros artistas
participam neste disco Camané, Da Weasel, Jorge Palma, Teresa
Salgueiro, Tito Paris, Xutos e Pontapés e alguns grandes nomes da
música popular brasileira.
"Ligação Directa" foi álbum de originais que se
seguiu. Editado a 23 de Outubro de 2006, pôs termo a um interregno de 6 anos
durante o qual o cantautor não produzira novos discos de originais. O álbum é
composto por 10 temas, todos da autoria de Sérgio Godinho, com exceção de
"O Big-One da Verdade", cuja música é de Hélder Gonçalves (dos Clã),
e de "O Ás da Negação", cuja música é de Nuno Rafael. Nuno Rafael foi
também responsável pela produção e direção musical do álbum, que conta ainda
com a participação de Manuela Azevedo, Hélder Gonçalves, Joana Manuel, Tomás
Pimentel, Nuno Cunha, Jorge Ribeiro e Jorge Teixeira como músicos convidados.
12 de setembro de 2011 marcou o seu regresso aos discos de
originais, com "Mútuo Consentimento". Com o habitual grupo de
Assessores - os músicos que o acompanham há vários anos - Sérgio Godinho gravou
12 novas canções, que resultaram do seu método habitual de composição, ao longo
dos 40 anos de carreira: "Olhar à volta e ver o que se passa", disse
o músico.
"Eu o que faço é tentar contar coisas, falar de coisas,
fazer interrogações à minha maneira e saber que há pessoas que são tocadas por
isso", sublinhou o cantautor, hoje com 66 anos. Essas interrogações são
"contos de um instante", como canta numa das canções do novo disco, e
tanto podem falar de amor ("Intermitentemente"), como da situação do
país e das incertezas do presente ("Acesso bloqueado").
Discografia
Álbuns de originais
- Os sobreviventes (1971)- Guilda da Música
- Pré-histórias (1972) - Guilda da Música
- À queima-roupa (1974) - Guilda da Música
- De pequenino se torce o destino (1976) - - Guilda da Música
- Pano-cru (1978) - Orfeu
- Campolide (1979) - Orfeu
- Canto da boca (1981) - Polygram
- Coincidências (1983) - Polygram
- Salão de festas (1984) - Polygram
- Na vida real (1986) - Polygram
- Os amigos de Gaspar (1988) - Polygram
- Aos amores (1989) - EMI
- Tinta permanente (1993) - EMI
- Domingo no mundo (1997) - EMI
- Lupa (2000) - EMI
- Ligação Directa (2006) - EMI
- Mútuo Consentimento (2011) - Universal
Álbuns ao vivo
- Escritor de canções (1990) - EMI
- Noites passadas (1995) - EMI
- Rivolitz (1998) - EMI
- Afinidades (com os Clã) (2001) - EMI
- Nove e Meia no Maria Matos (2008) - Universal
Álbuns em colaboração
- O irmão do meio . Coletânea de duetos com diversos artistas (2003) - EMI
- Três Cantos ao Vivo . Com José Mário Branco e Fausto Bordalo Dias - (Duplo CD e DVD 2009) - EMI/Universal
- Sérgio Godinho e As Caríssimas 40 Canções Com Manuela Azevedo
Coletâneas
- Era uma vez um rapaz (1985) - Polygram
- O elixir da eterna juventude (1996) - EMI
- Melhor dos Melhores () - Movieplay
- Clássicos da Renascença () - Movieplay
- Biografias do amor (2001) - Universal
- Setenta e Um - Oitenta e Seis - O melhor de Sérgio Godinho (2004) - Universal
- Antologia 71-86 (2004) - Universal
Bandas sonoras
- A Confederação (1978) - Diapasão/Sassetti
- Kilas, o mau da fita (1979) - Polygram
- UBUs (de Alfred Jarry, encenação de Ricardo Pais) - TNSJ
EPs
- Romance de um dia na estrada (1971) - Guilda da Música/Sassetti
Singles
- Na Boca do lobo (1975) - Guilda da Música/Sassetti
- Liberdade (1975) - Sassetti
- Nós por cá todos bem (1977) - Diapasão
- Kilas, o mau da fita (1981) - Philips
- Tantas vezes fui à guerra (1983) - Philips
Colaborações
- Fausto Bordalo Dias - Madrugada dos Trapeiros (1977)
- Espanta Espíritos . Tema: Apenas um Irmão. Álbum: Espanta Espíritos (1995)
- Despe e Siga . Tema: Tou Bom. Álbum: Os Primos (1995)
- Silence 4 . Tema: Sexto Sentido. Álbum: Silence become it (1998)
- Clã . Tema: O Sopro do Coração. Álbum: Lustro (2000)
- Gabriel, o Pensador . Tema: Tás a ver? Álbum: Tás a ver? (2003)
- Manuel Paulo . Tema: Casa Inacabada com Baloiço na Janela. Álbum: O Assobio da Cobra (2004)
- José Mário Branco . Tema: Pão Pão. Álbum: Resistir é vencer (2004)
- Joana Melo . Tema: Com um brilho nos olhos. Álbum: Operação Triunfo (2004)
- Sons da Fala - Sons da Fala (2007)
- Camané . Tema: Sonhar Durante o Fado. Álbum: Sempre de Mim (2008)
- Galandum Galundaina - Álbum: Senhor Galandum (2009)
- Roda de Choro de Lisboa - Álbum: Lusofolias (2011)
DVD
- De Volta ao Coliseu (2006) - EMI
Livros
- Retrovisor - Uma Biografia Musical de Sérgio Godinho (2006)
- As Letras como Poesia (Objecto Cardíaco, 2006, e Afrontamento, 2009).
- " O Pequeno Livro Dos Medos (2007)"
- " Liberdade"
- " Sérgio Godinho e as 40 ilustrações"
Fonte: Wikipédia – A Enciclopédia Livre
Sem comentários:
Enviar um comentário