quinta-feira, 23 de abril de 2015

AUTOCARAVANISMO COM DIREITOS na FCMP




AUTOCARAVANISMO COM DIREITOS


O Colóquio / Encontro organizado pela Comissão de Autocaravanismo da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) em Salvaterra de Magos, no período compreendido entre 16 e 19 de Abril de 2015, para além de ter alcançado todos os objectivos a que se propôs foi uma clara demonstração de vitalidade dos autocaravanistas que nas diferentes vertentes desta modalidade assumem a defesa dos respectivos direitos, liberdades e garantias.




O ENCONTRO E OS INGREDIENTES

O Encontro, propriamente dito, que incluiu os ingredientes inerentes ao autocaravanismo, possibilitou o usufruto de actividades turísticas caracterizadas por intervenções históricas, lúdicas e gastronómicas e a que não faltou o convívio.

Desde uma acção solidária, um convívio com Barretes na Cabana ao som de acordeão, um jantar convívio com animação, uma informação verbal abordando a história de Salvaterra de Magos e dos Concheiros de Muge, passeios de barco pelo Tejo, visitas à Coudelaria da Cavaleira Tauromáquica Ana Batista, à Falcoaria Real, à Igreja Matriz, ao Cais da Vala, ao Museu do Rio, à Igreja da Misericórdia (a da “Vila Faia”) e à Aldeia do Escaroupim foram razões bastantes para a adesão de muitos autocaravanistas que de outro modo talvez não tivessem possibilidades de conhecer Salvaterra de Magos de forma tão aprofundada.

Realce-se que não obstante todo o programa do Encontro ser bastante denso ainda houve tempo disponível para actividades de natureza mais individualizada, conforme os gostos mais restritos de cada participante.




O “PRATO FORTE”

O “prato forte” deste Colóquio / Encontro da FCMP estava virado essencialmente para o colóquio “O Autocaravanismo e a Sociedade” que se realizou no Núcleo Museológico “Celeiro do Cais da Vala” no dia 18 de Abril de 2015.

O tema geral do Colóquio (O Autocaravanismo e a Sociedade) evidenciou também a preocupação da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal em transmitir à população os valores pelos quais se deve reger o autocaravanismo.




SESSÃO DE ABERTURA

O Colóquio iniciou-se com algum atraso relativamente à hora prevista para o ínicio, vendo-se na Mesa da Sessão de Abertura o Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos (Hélder Esménio), o Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FCMP (Armando Gonçalves) e o Coordenador da Comissão de Autocaravanismo da FCMP (Jaime Santana).

Principiou por intervir o Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos que numa curta saudação desejou as Boas Vindas, votos de bom trabalho e admitiu como importante para o desenvolvimento local o autocaravanismo.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FCMP agradeceu o acolhimento do município anfitrião do Colóquio / Encontro e realçou a mais-valia do autocaravanismo no seio da FCMP.

A Sessão de Abertura terminou com algumas palavras do Coordenador da Comissão de Autocaravanismo da FCMP agradecendo a presença de todos e a disponibilidade dos meios da autarquia para que o Colóquio / Encontro fosse um êxito.




1º PAINEL
O estacionamento do veículo autocaravana, 
o Código da Estrada e as Posturas Municipais

A Mesa que presidiu ao tema do primeiro painel do colóquio (O estacionamento do veículo autocaravana, o Código da Estrada e as Posturas Municipais) que foi moderado pela Presidente do Conselho de Disciplina da FCMP (Eduarda Castro) e contou com as participações do membro do Executivo da Comissão de Autocaravanismo da FCMP (Rui Narciso), do Presidente da Direcção do Automóvel Clube de Portugal (Carlos Barbosa) e do Presidente da Câmara Municipal de Coruche (Francisco Silvestre Oliveira).

A moderadora do painel introduziu o tema após o que deu a palavra aos restantes membros que constituíam a Mesa.

Rui Narciso (Membro do Executivo da Comissão de Autocaravanismo da FCMP) fez uma intervenção evidenciando a política autocaravanista da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal e criticando a discriminação negativa do veículo autocaravana praticada por algumas autarquias. (O texto com a intervenção pode ser acedido AQUI).

Carlos Barbosa (Presidente da Direcção do Automóvel Clube de Portugal) revelou a sua preocupação com as alegadas violações do Código da Estrada e comentou que não obstante o Código ter sido revisto recentemente continuava a necessitar de alterações.

Francisco Silvestre Oliveira (Presidente da Câmara Municipal de Coruche) fez a destrinça entre municípios do litoral (em princípio mais turísticos e mais atractivos para os autocaravanistas) e municípios do interior (que necessitavam ainda de continuar a desenvolver políticas turísticas em que o autocaravanismo também devia ser equacionado), dando como exemplo o seu próprio concelho ter compreendido a importância do autocaravanismo no desenvolvimento local e consequentemente ter implementado uma Área de Serviço para Autocaravanas.

Após a intervenção de alguns presentes (globalmente coincidentes com as ideias transmitidas pelos oradores) há que registar e valorizar o seguinte:
  • O Presidente da Direcção do Automóvel Clube de Portugal assumiu o compromisso de desenvolver esforços, em consonância com a Federação de Campismo de Portugal (e com a respectiva Comissão de Autocaravanismo), junto dos poderes públicos para que se não continuassem a verificar em algumas partes de Portugal a discriminação negativa e infundada dos veículos autocaravanas;
  • O Presidente da Câmara Municipal de Coruche assumiu o compromisso de desenvolver esforços para que no seio da Associação Nacional de Municípios o tema do autocaravanismo fosse abordado e analisadas as politicas autocaravanistas da FCMP para obstar, de forma concertada, a interpretações distintas entre municípios que pudessem conduzir à discriminação negativa dos veículos autocaravanas.
A moderadora do painel (Eduarda Castro) deu o mesmo por encerrado agradecendo o convite que lhe tinha sido feito pelo Presidente da FCMP para nele participar e estendeu o agradecimento pela colaboração aos intervenientes no painel.




2º PAINEL
Que necessidade de legislação e que ética autocaravanista?

Após o período de almoço o colóquio reiniciou-se cerca das 15 horas com a Mesa que presidiu ao tema do segundo painel do colóquio (Que necessidade de legislação e que ética autocaravanista?) moderada pela Assessor Jurídico da FCMP (Vítor Ferreira) e contou com as participações do membro do Executivo da Comissão de Autocaravanismo da FCMP (António Sousa e Silva), do Deputado pelo Círculo Eleitoral de Santarém (António Gameiro) e do Deputado pelo Círculo Eleitoral de Santarém (Duarte Marques).

O moderador do painel introduziu o tema com algumas considerações jurídicas, constatando (grosso modo) que as questões que preocupavam os autocaravanistas e que eram objecto do colóquio versavam essencialmente o estacionamento (diurno e/ou nocturno) dos veículos autocaravanas, após o que deu a palavra aos restantes membros que constituíam a Mesa.

António Sousa e Silva (Membro do Executivo da Comissão de Autocaravanismo da FCMP) fez uma intervenção evidenciando a política autocaravanista da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal e não obstante entender que não se justificava a existência de mais legislação, também não deixou de afirmar que a falta de ética de alguns autocaravanistas não poderia ser o pretexto para a implementação de legislação mais redutora em que os erros dos autocaravanistas prevaricadores viessem a punir injustamente os restantes. (O texto com a intervenção pode ser acedido AQUI).

As intervenções de António Gameiro e de Duarte Marques (Deputados pelo Círculo Eleitoral de Santarém) revelaram, inicialmente, algum desconhecimento das preocupações principais dos autocaravanistas que os presentes na assistência não deixaram de efusivamente elucidar, após o que os Deputados se mostraram disponíveis para aprofundar o assunto, com a colaboração da FCMP, em sede da Assembleia da República.

No decorrer do debate, sobre este painel, as ideias transmitidas pelos oradores não mereceram contestação dos presentes, mesmo da parte de um Director do Clube de Autocaravanismo itinerante (CAI) que, na intervenção que fez, considerou que o pagamento de coimas relacionadas com a aplicação de posturas municipais era discriminatória nos efeitos práticos, pois que os autocaravanistas de nacionalidade portuguesa eram coagidos a pagá-las, muitas vezes no imediato, enquanto os autocaravanistas de outras nacionalidades, não existindo acordos, não eram nem se sentiam obrigados a pagar as coimas, regressando libertos de preocupações aos respectivos países. Esta situação, embora importante, não se enquadrava no tema, pois o que era equacionado pelo interveniente reportava-se apenas a cobrança de coimas.

Outra questão, também levantada pelo Director do CAI, relacionava-se com os sinais complementares que podem ser incluídos em sinais de trânsito a que se acople um sinal com a palavra “Autocaravana”, o que, segundo o interveniente, é legal. Esta situação, que efectivamente se enquadra no tema do painel, não foi analisada no colóquio, embora, tudo o leva a crer e será bom que o seja, analisado posteriormente, nomeadamente no âmbito da fundamentação a que as autarquias são legalmente obrigadas quando aprovam a colocação de um sinal na via pública.




SESSÃO DE ENCERRAMENTO

A Sessão de Encerramento era previsto ter a participação de um Representante da Associação Nacional de Municípios (ANMP), do Presidente da Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo (João Pereira) e do Presidente da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (João Queiroz), mas, devido a imprevistos de última hora, nem o Representante da Associação Nacional de Municípios, nem o Presidente da FICC puderam comparecer.

João Queiroz (Presidente da FCMP) transmitiu, nas palavras com que encerrou o Colóquio, o regozijo pela forma responsável como o evento tinha decorrido, pela excelência das intervenções e, sobretudo, pelos compromissos públicos que tinham sido assumidos pelos Presidentes do Automóvel Clube de Portugal e da Câmara Municipal de Coruche e pela oferta de colaboração que os Deputados do Circulo Eleitoral de Santarém disponibilizaram.

Ficaram ainda a repercutir-se cadenciadamente as palavras do Presidente da Federação que podem constituir em si mesmas um compromisso:

Ao almoço alguém me dizia que a Federação devia fazer um evento destes pelo menos uma vez por ano…




OUTROS AGRADECIMENTOS

Uma especial chamada de atenção, porque são representantes de entidades associativas, para as presenças no colóquio do Presidente (que interveio) do Conselho Directivo do Clube de Campismo de Lisboa, do Presidente (que interveio) da Direcção do Clube de Campismo e Caravanismo de Coimbra, da Presidente e de um Director (que interveio) do Clube Autocaravanista Itinerante, do Presidente (que interveio) e de dois Directores da Associação Autocaravanista de Portugal – CPA, do Presidente (que interveio) do Clube de Campismo de Estarreja e de um membro (que interveio) da Mesa da Assembleia Geral do Clube Português de Caravanismo.

Um especial aplauso para os participantes no Colóquio / Encontro organizado pela Comissão de Autocaravanismo da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal que demonstraram à saciedade o seu interesse na temática autocaravanista ao comparecerem massivamente num colóquio realizado no interior de uma sala, durante todo um dia de um Sábado, um dia de sol, mais convidativo para actividades de exterior.

O reconhecimento também muito sentido aos que se deslocaram com a intenção de apenas assistirem a um colóquio cuja importância para o autocaravanismo ninguém pode deixar de reconhecer.

Agora há que por mãos à obra. Juntos levarmos à prática os princípios, para que o que foi dito seja mais do que palavras.

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NOTA: A reportagem fotográfica pode ser acedida AQUI


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI).


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