BARCAS
NOVAS
Lisboa tem
suas barcas
agora
lavradas de armas
Lisboa tem
barcas novas
agora
lavradas de homens
Barcas novas
levam guerra
as armas não
lavram terra
São de guerra
as barcas novas
no mar
deitadas com homens
Barcas novas
são mandadas
sobre o mar
com suas armas
Não lavram
terra com elas
os homens com
sua guerra
Nelas
mandaram meter
os homens com
sua guerra
Ao mar
mandaram as barcas
novas
lavradas de armas
Em Lisboa
sobre o mar
armas novas
são mandadas
Fiama Hasse Pais
Brandão (Lisboa, 15 de
Agosto de 1938 —
Lisboa, 19 de Janeiro de 2007) foi uma escritora, poetisa, dramaturga,ensaísta e tradutora portuguesa.
A sua infância foi passada entre uma quinta em Carcavelos e
o St. Julian's School. Foi estudante de Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido um dos
fundadores do Grupo de Teatro de Letras. Foi casada
com Gastão Cruz.
Estreou-se como autora com Em Cada Pedra Um Voo Imóvel (1957),
obra que lhe valeu o Prémio Adolfo Casais Monteiro. Ganha notoriedade no
meio literário com a revista/movimento Poesia 61,
em que publica o texto «Morfismos». É considerada como uma das mais importantes
escritoras do movimento que revolucionou a poesia nos anos
60. Foi premiada em 1996 com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores.
O seu livro Cenas Vivas foi distinguido em 2001 com o prémio
literário do P.E.N. Clube Português.
A sua actividade no teatro iniciou-se
com um estágio, em 1964, no Teatro Experimental do Porto e com a frequência de
um seminário de teatro de Adolfo
Gutkin na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1970.
Em 1974, foi um dos fundadores do Grupo Teatro Hoje, sendo a sua primeira
encenadora com Marina Pineda, de Federico García Lorca. Em 1961 recebeu o
Prémio Revelação de Teatro, pela obra Os Chapéus de Chuva. É autora
de várias peças de teatro.
Traduziu obras de língua
alemã, de língua inglesa e de língua
francesa, de John Updike, Bertold
Brecht, Antonin Artaud, Novalis e Anton
Tchekov, entre outros.
Colaborou em publicações como Seara Nova,
Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Vértice, Plano, Colóquio-Letras,
Hífen, Relâmpago, A Phala e Quadrante (revista da
Faculdade de Direito de Lisboa, iniciada em 1958).
Principais obras
- 1961 – «Morfismos», in Poesia 61
- 1967 – Barcas Novas
- 1970 – (Este) Rosto
- 1974 – Novas Visões do Passado
- 1976 – Homenagem à literatura
- 1978 – Área Branca
- 1978 – Melómana
- 1985 – Âmago I/Nova Arte
- 1986 – F de Fiama (antologia)
- 1989 – Três Rostos
- 1974 – O Texto de Joao Zorro (Obra poética)
- 1991 – Obra Breve (Obra poética)
- 1995 – Cântico maior
- 1996 – Epístolas e Memorandos
Fonte: Wikipédia – A Enciclopédia Livre
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