Paris - Manifestação Gay
Europa
Polónia – Eslováquia – República Checa
(Portugal,
Espanha, França e Alemanha)
Foto Reportagem
Fotos sequencialmente obtidas durante uma viagem à Polónia,
Eslovàquia e República Checa entre 19 de Junho e 30 de Agosto de 20011 com
participação no "Rally da FICC" em Praga (República Checa) e no
"pós Rally da FICC" em Milkow. (Polónia). Visitas pontuais em
Portugal, Espanha, França e Alemanha. PORTUGAL - ESPANHA - FRANÇA (Macau e
Paris) – ALEMANHA
As fotos, cuja ordem corresponde à sequência do encontro, podem ser vistas AQUI.
Para ver as fotos em “tela inteira” não se esqueça de pressionar a tecla
“F11”. Para voltar ao formato inicial prima de novo “F11”.
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Paris
Paris é a capital e a mais populosa cidade
da França, bem como a capital da região administrativa de Île-de-France. A cidade se situa num dos meandros do Sena, no centro da bacia parisiense, entre os
confluentes do Marne e do Sena rio acima, e do Oise e do Sena rio abaixo. Como a antiga capital dum
império estendido pelos cinco continentes, é, hoje, a capital do mundo francófono.
A posição de
Paris numa encruzilhada entre os itinerários comerciais terrestres e fluviais
no coração duma rica região agrícola a tornou uma das principais cidades da
França ao longo do século X, beneficiada com palácios reais, ricas
abadias e uma catedral. Ao longo do século XII, Paris se tornou um dos primeiros focos
europeus do ensino e da arte. Ao fixarem-se os Reis de França e, pois, também a corte
(o que incluía grande
parte da alta nobreza francesa), na cidade, sua importância económica e
política não cessou de crescer. Assim, no início do século XIV, Paris era a mais importante cidade de todo
o mundo ocidental.
No século XVII, era a capital da maior potência política
europeia; no século XVIII, era o centro cultural da Europa e, no século XIX, era a capital da arte e do lazer, a Meca da Belle Époque. Sua arquitetura, seus parques, suas
avenidas e seus museus fazem-na, pelo ano de 2004, a cidade mais visitada do
mundo francófono, com cerca de 25 milhões de turistas, aproximadamente 500 000 a mais do que
em 2003, segundo a Secretaria de Turismo e de Congressos de Paris. As
margens parisienses do Sena foram inscritas, em 1991, na lista do Património
Mundial da Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Paris é a
capital económica e comercial da França, onde os negócios da Bolsa e das finanças se concentram. A densidade da
sua rede ferroviária, rodoviária e da sua estrutura aeroportuária — um hub da rede aérea francesa e europeia — fazem-na
um ponto de convergência para os transportes internacionais. Essa situação
resultou duma longa evolução, em particular das concepções centralizadoras das monarquias e das repúblicas, que dão um
papel considerável à capital do país e, nela, tendem a concentrar, ao extremo,
todas as instituições. Desde os anos 1960, os governos sucessivos têm desenvolvido
políticas de desconcentração e de descentralização a fim de reequilibrar o país.
Abrigando
numerosos monumentos, por seu considerável papel político e econômico, Paris é
também uma cidade importante na história
do mundo. Símbolo da cultura francesa, a cidade atrai quase 30 000 000 de
visitantes por ano, ocupando, também, um lugar preponderante no mundo da moda e do luxo.
Em 2007, a população
intramuros (dentro do limite dos antigos muros) de Paris era de 2 193 031
habitantes pelo recenseamento do Instituto Nacional de
Estatísticas e Estudos Econômicos. Porém, ao longo do século XX, a área metropolitana de Paris, se
desenvolveu largamente fora dos limites da comuna original. A Grande Paris é, com seus
11 836 970 habitantes, uma das maiores aglomerações urbanas da
Europa e da União Europeia. Com um PIB de US$813.364 milhões a Região Parisiense é um ator econômico europeu de primeira
grandeza, sendo a primeira região econômica europeia.
Etimologia
Paris deve seu
nome aos Parísios, um povo gaulês que habitava a região antes da chegada dos
romanos. Após conquistá-los, os romanos rebatizaram seu assentamento como Lutetia
Parisiorum. Ao longo do século IX, essa denominação, aos poucos, deu lugar ao
nome atual. Os
Parísios também emprestaram seu nome a algumas outras vilas da região, tais
como Villeparisis, Cormeilles-en-Parisis, e
Fontenay-en-Parisis.
História
Pré-história
O primeiro
povoamento conhecido de Paris é da cultura chasseana (entre 4 000 e
3 800 a.C.), sobre a margem esquerda dum antigo braço do Sena dentro do 12º arrondissementde Paris. A presença humana lá parece ter sido
contínua durante o Neolítico.
Os restos duma
aldeia no Bairro Administrativo de Bercy, parte do 12º arrondissement, foram
recuperados e datados por volta de 400 a.C. — notavelmente uma embarcação presa
nos lamaçais que lá na época havia e atualmente exposta no Museu Carnavalet.
Antiguidade
Fora disto, a
falta de dados caracteriza o conhecimento do período desde a dita ocupação pré-histórica até a época galo-romana. A única certeza é de que os Parisii são os
mestres da região quando chegam as tropas de César, em 52 a.C., que a renomeiam como Lutetia (Lutécia). Os Parisii haviam-se submetido a Vercingétorix para lutar contra os invasores romanos,
porém sem sucesso. Ainda não se sabe com precisão onde ficava o assentamento gaulês: île
de la Cité (hipótese
hoje muito discutida), île Saint-Louis, ou alguma outra ilha que hoje se acha
anexada à margem esquerda do Sena, ou até mesmo Nanterre.
A cidade romana
foi construída, segundo um mapa de grade ortogonal datado do século I, sobre a margem esquerda. Lutécia, como a
chamavam os romanos, provavelmente não tendo mais que cinco a seis mil
habitantes em seu apogeu, não era mais que uma vila modesta do mundo romano. Compare-se ela com Lugdunum, capital das três Gálias (uma das quais a Gália
Lugdunense ,
que englobava a região da Lutécia), que contava, no século II, com 50 000 a 80 000 habitantes. Mesmo
assim, Lutécia contava com um fórum, palácios, banhos, templos, teatros, e um
anfiteatro.
Segundo a
tradição, a vila foi cristianizada por São Denis, martirizado no ano 272.
Durante o Baixo Império,
a Lutécia foi afetada pelas grandes invasões e a sua população se refugiou na île
de la Cité, fortificada com
pedras recuperadas de grandes edifícios arruinados. Contudo, desde o século IV,
a existência de assentamentos exteriores à muralha é atestada, e a vila retoma
o nome do povo do qual ela é a capital, os Parisii.
Em 451, a Santa Genoveva, futura padroeira da cidade, será quem
conseguirá convencer os habitantes a não fugir diante dos Hunos de Átila, que são repelidos efetivamente sem
combate.
Idade Média
O rei Clóvis I fez de Paris a capital do Reino dos Francos por volta de 506.
Aí ela permanece até pelo menos o início do século VII. No século VI, a Igreja de Saint-Gervais é o primeiro
lugar de culto implantado sobre a margem direita — sinal de que a cidade se
expande.
Os Vikings,
chegando em seus dracares de mínimo deslocamento,
pilham pela primeira vez em 845 a cidade abandonada por seus habitantes. As
suas incursões se prolongam até o início do século X, e os seus assaltos só se mitigaram com o
Tratado de Saint-Clair-sur-Epte concluído em 911.
Os Capetos, que reinam a partir de 987,
preferem Orléans à Paris, uma das duas grandes vilas do seu
domínio pessoal. Hugo Capeto, apesar da sua residência na île
de la Cité, lá pouco se
delonga. Roberto o Pio a visita com muita frequência. A cidade se
torna um importante centro de ensino religioso desde o século XI. O poder real se fixa progressivamente
em Paris, que volta a ser a capital do reino, a partir de Luís
VI (1108-1137)
e mais ainda sob Filipe
Augusto (1179–1223),
que a cercou com uma muralha.
O comércio
enriquece Paris a qual tira vantagem da sua posição na convergência de grandes
rotas comerciais. O trigo entra pela Rue Saint-Honoré; os tecidos do
Norte pela Rue Saint-Denis e o pescado do Mar do Norte e da Mancha pela Rue des Poissonniers. A importância do
seu mercado, junto com a feira do Lendit em Saint-Denis,
demanda uma praça num lugar menos abarrotado do que a île de la Cité: Luís
VI a
instala em cerca de1137 no lugar chamado "Les Champeaux" (as
campinazinhas); os Halles de Paris (Mercado Municipal) lá permaneceriam por
mais de oito séculos.
Em 1163,
o bispo Maurice de Sully empreende a edificação da Catedral de Notre-Dame de Paris sobre a île
de la Cité. A importância
da cidade aumenta, tanto no plano político como no financeiro e comercial. Os
órgãos centrais do governo dela fazem a sua sede, e o desejo do rei de melhor
controlá-la não deixa que ela usufrua duma carta comunal. Apesar disso, ele lhe concede os privilégios de "burgo do
rei" e consente favores a "hansa"
(ou "guilda") dos mercadores fluviais. Em 1258, Saint-Louis tira o preboste das mãos dos mercadores e a confia a um
amigo, Étienne Boileau. Em 1263,
a hansa dos mercadores elege o primeiro conselho composta dum preboste de mercadores e de quatro vereadores. Assim
se estabelece um sistema de dupla autoridade entre a cidade e o poder real.
Por volta de 1328,
a população parisiense é estimada em 200 000 habitantes, o que a faz a
cidade mais populosa da Europa. Mas
em 1348,
aPeste Negra dizima a população. No século XIV, a muralha de Carlos
V (1371–1380)
engloba o conjunto dos atuais 3º e 4º arrondissements e se estende do Pont
Royal à Porte Saint-Denis.
Durante a Guerra
dos Cem Anos, o
descontentamento popular nutre a ambição do preboste dos mercadores, Étienne
Marcel, provocando a grande ordenança de 1357 e em seguida o primeiro grande
levante popular da história de Paris, causando novas rupturas entre o rei e a
cidade. Os
reis desde então deixam de residir no centro da cidade, preferindo primeiro o
Hôtel Saint-Pol (destruído por ordem de Carlos
VI após
o Bal des ardents), depois o Hôtel des Tournelles, donde se pode mais facilmente escapar em caso de tumulto. Em 1407 (logo após o assassinato de Luís d'Orleães),
estoura uma guerra civil entre armagnacs e bourguignonsque dura até 1420. A
cidade passa para o campo dos bourguignons em setembro de 1411.
Paris termina
arruinada pela Guerra dos Cem Anos. Joana d'Arc, em 1429, falha na sua tentativa de
liberá-la dos ingleses e de seus aliados bourguignons. Carlos VII e seu filho Luís
XI tem
ressalvas contra a cidade e fazem questão de não residir nela, preferindo o Vale do Loire. Sua população cresce entre 1422 e 1500,
contando de cem mil a cento-e-cinquenta mil almas. Uma modesta expansão
económica é retomada em meados do século XV, mas a cidade sofre com a ausência da
Corte. Paris se transforma numa cidade administrativa e judiciária.
Idade Moderna
A Renascença, marcadamente presente na corte real
residente no Vale do Loira, consequentemente não beneficia muito Paris. Apesar
do seu afastamento, a monarquia se inquieta com a expansão desordenada da
cidade. A primeira regulamentação urbanística é decretada em 1500 à propósito da nova ponte de Notre-Dame,
sobre a qual se construíram casas uniformes de tijolo e pedra com o estilo Luís XII.
Em 1528, Francisco I fixa oficialmente a sua residência em Paris.
A irradiação intelectual cresce: ao ensino universitário (teologia e artes
liberais) se ajunta um ensino moderno voltado para o humanismo e as ciências
exatas segundo os desejos do rei, no Collège
de France. Sob o seu reino,
Paris atinge a marca de 280 000 habitantes e permanece como a maior cidade
do ocidente.
Em 24 de Agosto de 1572,
sob Carlos
IX, se organiza o massacre da noite de São Bartolomeu. Contam-se dentre duas mil e dez mil
vítimas. A Liga católica francesa, particularmente forte na capital,
se ergue contra Henrique III durante o Dia das Barricadas em 1588.
Ele foge antes de fazer cerco à cidade. Após o seu assassinato, o cerco é
mantido por Henrique de Navarra, coroado como Henrique IV.
A cidade, apesar de arruinada e faminta, não lhe abre as portas até 1594 após a sua conversão — ocasião na qual ele
cunhou a célebre porém apócrifa citação "Paris vaut bien une messe."
(Por Paris, vale a pena ir a uma missa).
O Dia das
Barricadas de 1648 marca o início da Fronda,
a qual provoca uma severa crise económica e uma atmosfera de desacato ao rei
vis-à-vis a sua capital. Apesar duma alta taxa de mortalidade
infantil, a população atinge a marca de 400 000 habitantes graças à
imigração das províncias. Paris é uma vila paupérrima onde reina a falta de
segurança. O bairro da lendária corte dos milagres (assim chamada porque os
indigentes e enfermos do dia desapareciam após passar-se a noite, como por
milagre) é progressivamente esvaziada a partir de 1656 pelo tenente-general de polícia Gabriel Nicolas de la Reynie.
Luís
XIV escolhe Versalhes como residência em 1677,
antes de para lá mudar a sede do governo em 1682. Colbert toma em sua mãos a gestão parisiense e faz
as idas e vindas entre Paris e Versalhes. Durante o seu reino, o Rei Sol não
foi mais que vinte-e-quatro vezes à Paris, essencialmente só para marcar
presença em cerimônias oficiais, numa mostra de hostilidade da qual não gostam
muito os parisienses.
No século XVIII, Versalhes não tira de Paris a preeminência
intelectual; pelo contrário, ela se torna uma chama revolta a se alimentar das
ideias iluministas. É esse o período dos salões
literários, como aquele de madame Geoffrin. Os anos setecentos é também um período de forte expansão
económica a qual permite um importante marco demográfico: a vila chega a
640 00016 habitantes às vésperas da Revolução
Francesa.
Em 1715,
o regente Filipe d'Orleães abandona Versalhes pelo Palais Royal. O jovem Luís
XV se
instala no Palácio das Tulherias, assim fazendo um efémero retorno da realeza à Paris. Desde 1722,
Luís XV volta ao Palácio de Versalhes, rompendo a frágil reconciliação com o povo parisiense.
A cidade de
então se estendia mais ou menos sobre os seis primeiros arrondissements atuais,
com o Jardin du Luxembourg marcando a fronteira ocidental da cidade. Luís
XVcomeça a se interessar
pessoalmente pela cidade em 1749,
que é quando ele decide reformar a praça Luís XV (atual Praça
da Concórdia), criar a
escola militar em 1752, e sobretudo construir uma igreja dedicada à Santa Genoveva em 1754,
melhor conhecida atualmente como Panteão.
A Revolução
Francesa e o Império
É em Versalhes que começa a Revolução
Francesa com
a convocação dos Estados Gerais e depois com o Juramento do Jogo da Péla. Mas a crise económica (em especial, o preço do pão), a sensibilidade
aos problemas políticos nascida da filosofia iluminista, e o rancor por ter o
poder real abandonado a cidade por mais de um século, dão aos parisienses uma
nova orientação. A tomada
da Bastilha em 14 de Julho de 1789,
ligada à insurreição dos artesãos do subúrbio Saint-Antoine, é a primeira etapa
disso. Em 15 de Julho de 1789,
o astrónomo Jean
Sylvain Bailly recebe no Hôtel de Ville o cargo de primeiro
prefeito de Paris. Em 5 de outubro, um levante desencadeado pelas mulheres nos
mercados parisienses chega a Versalhes ao anoitecer. Às 6 da manhã, o castelo é
invadido e o rei é obrigado pelos populares a fazer residência em Paris no Palácio das Tulherias e de lá convocar uma Assembleia constituinte, a qual se instala em 19 de outubro na Salle du Manège das Tulherias.
Em 14 de Julho de 1790 faz-se a Festa
da Federação no Campo de Marte.
Nesse mesmo lugar, a ocasião será menos festiva quando, em 17 de Julho de 1791,
ele servirá de palco para um fusilamento.
Declaram-se os
bens da Igreja Católica e da Coroa como bens nacionais, de propriedade do
governo revolucionário. Dentre eles, destacam-se o convento cordelheiro e o convento jacobino,
tomados em maio de 1790,
que constituiriam o coração da Paris revolucionária; isto demonstra o poder
absoluto dos clubes parisienses sobre o curso da Revolução.
Na noite de 9 de Agosto de 1792,
uma "comuna" revolucionária toma posse do Hôtel de Ville.
No dia 10 de agosto de 1792,
a multidão cerca o Palácio das Tulherias com o suporte do novo governo do conselho. O
rei Luís
XVI e a
família real são encarcerados na Tour du Temple. A monarquia francesa é de fato
abolida. Após as eleições de 1792, os representantes da Comuna de Paris, ultra-radicais, se opõe à Convenção Nacional dominada pelos Girondinos, os quais representam a opinião mais
moderada da burguesia provincial; a Convenção girondina é dispersada em 1793.
Os Parisienses
vivem então sob dois anos de racionamento. O Terror reina com o espectro do Comitê de Salvação Pública. Os policiais de Paris, sob a autoridade do prefeito, se entregam à
tarefa de encarcerar todos os que restam na cidade dentre os nobres, os ricosburgueses, os padres e os intelectuais. É por essa
razão que o prefeito de Paris ainda é até hoje o único de toda a França a ser
proibido de exercer qualquer poder de polícia. Em 21 de janeiro de 1793, Luís
XVI é guilhotinado na praça Luís XV, rebatizada como
"Praça da Revolução". Ele é seguido no cadafalso em somente algumas
semanas por 1 119 pessoas, dentre as quais Maria Antonieta, Danton, Lavoisier e finalmente Robespierre e seus partidários após o dia 9 de Termidor do ano II (27 de Julho de 1794).
A Revolução não
é um período favorável ao desenvolvimento da cidade (poucos monumentos são
edificados), a qual não tem mais que 548 000 habitantes em 1800.
Numerosos conventos e igrejas são arrasados e dão lugar a loteamentos
não-planejados, resultando numa redução dos espaços verdes da cidade e numa
densificação do centro. Sob o Diretório,
imóveis esplendorosos, de estilo neoclássico, são erguidos.
Em 1806,
Paris já havia compensado as perdas sofridas durante a Revolução e contava com
650 000 habitantes; essa progressão é sobretudo o efeito da
imigração das províncias, visto que continua débil a taxa de natalidade. Após
meados do século XVIII, a cidade é ultrapassada por Londres em plena expansão económica e demográfica,
chegando a 1 096 784 habitantes. Em 2 de Dezembro de 1804, Napoleão
Bonaparte, o qual tomara o
poder em 1799,
é sagrado imperador pelo Papa Pio VII na Catedral de Notre-Dame. Ele decide estabelecer em Paris a capital do seu Império.
Da Restauração à
Comuna de Paris
A queda do
Império em 1814-1815 traz à Paris os exércitos ingleses e
cossacos que acampam nos Champs-Élysées. Luís XVIII,
de retorno do exílio, reentra em Paris, lá faz-se coroar e se instala nas
Tulherias.
Luís XVIII e Carlos
X, e depois ainda a Monarquia de Julho pouco se preocupam pelo urbanismo
parisiense. O proletariado trabalhador, em forte expansão, se amontoa
miseravelmente nos bairros centrais os quais, com mais de 100 000
habitantes por quilómetro quadrado, constituem severos focos de epidemia; a cólera em 1832 faz 32 000 vítimas. Em 1848,
o destino final de 80 % dos mortos é uma fossa comum, e dois terços dos
parisienses são pobres demais para pagar impostos. A massa empobrecida do povo,
negligenciada e desgastada, está no clima ideal para repetidas revoltas que o
governo não consegue nem prever, nem vencer: asbarricadas causam primeiro a queda de Carlos X durante
as Revoluções
de 1830 e
depois a de Luís-Filipe em 1848. A sociedade da época é
abundantemente descrita por Balzac, Victor Hugo e Eugène Sue.
Durante esse
período, a cidade acelera o seu ritmo de crescimento até alcançar o Mur des
Fermiers Généraux. Entre 1840 e 1844,
a última muralha de Paris, chamada Enceinte de Thiers, é construída sobre o
local atual do boulevard périphérique. No coração da cidade, a Rue Rambuteau é
aberta.
Com a chegada do Segundo Império, Paris se transforma radicalmente. Duma cidade de estrutura medieval,
de construções antigas e insalubres, e praticamente desprovida de grandes eixos
de circulação, ela se torna em menos de vinte anos uma cidade moderna. Napoleão III tinha ideias precisas sobre urbanismo e
habitação. A Paris dos dias de hoje é por isso antes de tudo a cidade de Napoleão III e de Haussmann.
Em 1 de Janeiro de 1860,
uma lei permite que Paris anexe várias comunas vizinhas.22 A capital francesa passa assim de doze a
vinte arrondissements e de 3 438 a 7 802 hectares.23 Após essas anexações, os limites
administrativos da cidade serão modificados não mais que ligeiramente, e o
crescimento urbano, o qual continua ininterrupto desde o fim do século XIX até o século XX, não será acompanhado duma semelhante
expansão das fronteiras da comuna, donde se originaram os "subúrbios".
Durante a Guerra franco-prussiana de 1870,
Paris é sitiada por vários meses, mas não é tomada pelos
exércitos prussianos. Nessa ocasião, é inventado o correio aéreo, graças aos
balões-correio. Recusando o armistício assinado em 26 de Janeiro de 1871 e em seguida das eleições de fevereiro as
quais levam ao poder os monarquistas desejosos de pôr fim à guerra, os
parisienses se insurgem em 18 de Março de 1871.
É o início da Comuna de Paris. A Assembleia monarquista instalada
provisoriamente em Versalhes, se embate contra e Comuna entre os dias 22 e 28 de maio, no que se chamou de Semana
sangrenta. Esta permanece até os nossos dias como a última guerra civil que Paris conheceria.
Da Belle Époque à
Segunda Guerra Mundial
Durante a Belle Époque, a expansão económica de Paris é significativa; em 1913 a cidade
possui cem mil empresas que empregam um milhão de trabalhadores. Entre
1900 e 1913, 175 cinemas são criados em Paris, numerosas lojas de departamentos nascem e contribuem para o engrandecimento
da cidade
luz. Duas exposições
universais deixam
uma grande marca sobre a cidade. A Torre Eiffelé construída para a Exposição Universal de 1889 (centenário da Revolução
Francesa) a qual acolhe 28
milhões de visitantes. A primeira linha do Metropolitano de Paris, o Grand Palais, o Petit Palais e a Ponte
Alexandre III são inaugurados à ocasião da Exposição de 1900,
a qual recebe cinquenta-e-três milhões de visitantes. A
indústria progressivamente se desloca para os subúrbios próximos onde se acha
mais espaço disponível: Renault à Boulogne-Billancourt ou Citroën à Suresnes. Essa migração é a origem do "banlieue rouge". Entretanto, certas atividades
permanecem fortemente implantadas dentro da cidade intra-muros, em particular a
imprensa e a publicação.
Da Belle Époque aos Anos malucos,
Paris conhece o apogeu da sua influência cultural (notavelmente no entorno dos
bairros de Montparnasse e de Montmartre) e acolhe muitíssimos artistas tais como Picasso, Matisse, Braque e Fernand Léger.
Em 1910,
a Grande Cheia do Sena provoca uma das mais graves inundações que a cidade conheceria e causa três bilhões
de francos em prejuízos. Durante a Primeira Guerra Mundial, Paris, poupada dos combates diretos, sofre bombardeios e tiros de canhão alemães. Esses bombardeios são esporádicos e não
constituem nada além duma operação de caráter psicológico.
O Entre-guerras se desenrola sobre um fundo de crise social
e económica. O poder público, em resposta à crise de habitação, vota a Lei
Loucheur, a qual cria as Habitation à Bon Marché (HBM, habitações de preço
social) erigidas no lugar da antiga enceinte de Thiers. Os outros imóveis
parisienses são, essencialmente, dilapidadas e constituem focos de tuberculose; a densidade urbana culmina em 1921,
Paris intra-muros contando 2 906 000 habitantes. Paralelamente,
loteamentos se desenvolvem por todos os cantos no entorno da cidade, em "banlieues" onde a expansão se faz de modo
anárquico, frequentemente em campos abertos sem organização e sem serviços
públicos.
Os parisienses
tentam retomar a sua preeminência política num contexto de múltiplos escândalos
financeiros e de corrupção dos meios políticos. Em 6 de Fevereiro de 1934,
a manifestação das Juventudes Patriotas contra a esquerda parlamentar se
degenera em violência e faz dezessete mortos e mil cento-e-cinco feridos, a que
se segue em 14 de Julho de 1935,
uma importante demonstração em favor da Frente Popular conta com quinhentos mil
manifestantes.
No decorrer da Segunda Guerra Mundial, Paris, declarada como cidade aberta desde a Batalha
da França, é ocupada pela Wehrmacht em 14 de Junho de 1940.
Ela é relativamente poupada. O governo do marechal Pétain se instala em Vichy, e Paris cessa de ser a
capital e se torna a sede do comando militar alemão na França (Militärbefehlshaber
in Frankreich). Em 23 de Dezembro de 1940,
o engenheiro Jacques Bonsergent é o primeiro membro da Resistência a ser
fusilado em Paris. Em 16 e 17 de julho de 1942,
dá-se a Rafle du Vélodrome d'Hiver, ou Vel d'Hiv, a apreensão de 12 884 Judeus,
a mais massiva na França, tratando-se na maioria de mulheres e crianças.
Ao se
aproximarem as tropas aliadas, a Resistência Francesa desencadeia uma insurreição
armada em 19 de Agosto de 1944.
A Liberação de Paris se faz em 25 de agosto com a entrada em Paris da 2ª divisão
blindada do general Leclerc, que comanda ao capitão Raymond Dronne que perfure as linhas inimigas
com a sua nona companhia (Régiment de marche du Tchad). O general von Choltitzcapitula
sem executar as ordens de Hitler demandando a destruição da cidade. A
cidade é relativamente poupada de combates. Paris é uma das raras comunas da
França a ser condecorada com o título de Compagnon de la Libération
(Companheiro da Liberação).
A Paris
Contemporânea
Em 1956,
Paris se liga à Roma por um laço privilegiado, um forte símbolo da dinâmica
de de
reconciliação e de cooperação após a Segunda Guerra Mundial.
Sob o mandato do general de Gaulle de 1958 a 1969,
vários eventos políticos se desenrolam na capital. A 17 de Outubro de 1961,
uma manifestação em favor da independência
da Argélia é
violentamente reprimida. Segundo as estimativas, entre 32 e 325 pessoas são
massacradas pela polícia, então dirigida por Maurice Papon. A partir de 22 de Março de 1968,
um importante movimento
estudantil surge na
Universidade de Nanterre. Ao chegar no quartier latin as manifestações se degeneram em violência.
A contestação, tomando forma em um contexto de solidariedade internacional e de
emulação (negros e feministas americanos, os "provos" holandeses, a Primavera
de Praga, o atentado contra
o alemão Rudi Dutschke, etc.) entre idealistas e jovens, embalada por Bob Dylan e sua canção The Times They Are a-Changin', desejando "mudar o mundo", se desenvolve
rapidamente numa crise política e social nacional.
Em 13 de maio, uma imensa marcha popular ajunta
800 000 pessoas em protesto contra a violência policial. Em 30 de maio, uma manifestação de suporte ao governo e
ao General de Gaulle reúne um milhão de pessoas, entre a Place de l'Étoile até
a Place de la Concorde. Após dois meses de desordem e tumulto, os parisienses
votam massivemente em favor do general de Gaulle nas eleições legislativas e a
calma retorna.
O sucessor do
general de Gaulle, Georges Pompidou se interessa de perto pela capital. Ele
emprestou o seu nome ao prédio que abriga o musée national d'Art moderne, àbibliothèque
publique d'information e à via expressa da margem direita. Valéry Giscard d'Estaing, presidente durante a sua gestão, não partilha da sua visão duma
modernização radical: ele pôs em causa o projeto previsto para os Halles e
interrompe parcialmente o projeto da via expressa. Em 1976,
o Estado permite pela primeira vez desde 1871 que a capital tenha autonomia no conselho. O
gaullista Jacques Chirac é então eleito prefeito. Ele será reeleito
em 1983 e 1989.
Sob o primeiro mandato do presidente François
Mitterrand, uma reforma é
adotada pela lei de descentralização de 31 de Dezembro de 1982:
ela dá a cada arrondissement da capital um prefeito e um conselho municipal
próprio e não mais designados pelo prefeito de Paris.
Em 1991,
os cais do Sena, desde a Pont Sully até a Pont d'Iéna, são
postos na lista
de Patrimónios da Humanidade da UNESCO ao título de notável conjunto fluvial-urbano
com seus vários monumentos os quais constituem obras-primas da arquitetura e da
razão.
Eleito
Presidente da República em maio de 1995,
Jacques Chirac é substituído por Jean Tiberi cujo único mandato é notavelmente
marcado pela exposição de vários
escândalos de corrupção e pela divisão da maioria do conselho.
Em 2001,
o socialista Bertrand
Delanoë é
eleito prefeito. Ele se destaca dos seus predecessores por seu anseio público
de reduzir o espaço do automóvel na cidade em benefício dos pedestres e dos transportes
públicos. Ele desenvolve a
animação da vida parisiense através de grandes manifestações culturais como a Nuit
Blanche ou
simplesmente lúdicas como a Paris-Plage. Em 16 de Março de2008,
Bertrand Delanoë é reeleito prefeito de Paris face a Françoise de Panafieu
(UMP).
Em novembro de 2005 a França viu-se agitada por conflitos
sociais onde o estopim teria sido divergências raciais. Grandes motins
populares ocorreram no país, inclusive em Paris e seus subúrbios: eles foram
afetados pela desordem e queima de carros à noite, no episódio que ficou
conhecido como Outono de 2005.
Capital política
e intelectual da França, Paris é a sede do governo, das principais
administrações, de um arcebispado, de uma Universidade (que congrega a terça
parte dos estudantes franceses), de vários museus e bibliotecas. É, ademais, o
principal centro industrial e comercial da França, graças à importância do
mercado de consumo, à convergência das vias de comunicação e à concentração dos
capitais.
Paris é a sede
das organizações internacionais UNESCO, OECD e Câmara Internacional de Comércio.
Manifestações
culturais e festividades
O caráter
festivo da cidade é marcado desde 2002 pelas operações de Paris Plages,
organizadas entre julho e agosto, e que consiste em transformar uma parte dos
cais do Sena em praias com cadeiras-de-praia e atividades
diversas. Também há a Nuit Blanche,
que permite ao público assistir gratuitamente a diferentes expressões da arte
contemporânea através da cidade durante a noite do
primeiro sábado para o primeiro domingo de outubro.
Paris acolhe ao
longo de todo o ano várias festividades: ao fim de janeiro, as ruas do 13º arrondissement se animam com as celebrações do ano novo chinês; o cortejo tradicional do Carnaval de Paris desfila no mês de fevereiro; ao fim de
fevereiro, ocorre o Salão Internacional da Agricultura; em março, vê-se o Salão do Livro; ao fim de abril ou início de maio, a Feira de Paris relembra as grandes multidões dos tempos
medievais; a Maratona de Paris se dá ao longo de abril nas ruas da cidade,
a Parada Gay em junho, e a Parada Techno em setembro.
O dia 14 de julho é a ocasião do tradicional desfile militar
em Champs-Élysées e dos fogos-de-artifício lançados dos
jardins do Trocadéro.
Outubro é o mês
do Mundial do Automóvel nos anos pares, alternando com o mundial de
duas-rodas nos anos ímpares. No mesmo mês, há a Feira
Internacional de Arte Contemporânea (FIAC). No segundo sábado de outubro, o
bairro Montmartre se reata com seu passado vitícola na Festa da Colheita de Montmartre. Uma das mais antigas manifestações de arte
em Paris é a Bienal de Paris, fundada em 1959 por André Malraux.
Turismo
"Turismo", no senso moderno do termo, não
atingiu um amplo número até que surgiu a ferrovia, no curso dos anos 1840. Uma das primeiras atrações foi, desde 1855,
uma série de exposições universais, ocasiões que serviram à edificação de numerosos monumentos novos em
Paris, dos quais o mais célebre é a Torre Eiffel, erigida para a exposição de1889.
Estes monumentos, adicionados aos embelezamentos trazidos à capital durante o Segundo Império, largamente contribuíram para fazer da própria cidade a atração na qual
ela se tornou.
Mas se Paris é
hoje em dia a capital mais visitada do mundo, ela é julgada como uma das menos
acolhedoras e das mais caras: segundo uma enquete realizada
em sessenta cidades com cerca de 14 000 pessoas através do mundo, ela
se situa em primeiro lugar em beleza e dinamismo, mas uma das piores
qualificadas no que concerne a qualidade do acolhimento (52° dentre 60) e os
preços praticados (somente 55° ).
Em 2006,
ela chegou só até o terceiro lugar como destino de viajantes internacionais. Ela é
ainda assim a cidade onde se organiza o maior número de congressos
internacionais. Ainda em 2006,
os cinquenta principais sítios culturais da cidade registraram 69,1 milhões de
visitantes, ou seja, um crescimento de 11,3 % em relação a 2005.
As principais atrações turísticas da cidade
são:
·
A Torre Eiffel - construída em 1889,
foi planejada inicialmente para ficar de pé por apenas 20 anos; é considerada
atualmente o principal símbolo da cidade.
·
A
avenida Champs-Élysées, uma avenida famosa e muitas vezes cheia de
turistas, que significa Campos Elíseos. Uma das mais largas avenidas do mundo,
e uma das mais famosas.
·
O Arco do Triunfo.
·
O Arco do Triunfo - construído por Napoleão
Bonaparte, em 1806,
em homenagem às vitórias francesas e aos que morreram no campo de batalha.
·
O Museu do Louvre - famoso por abrigar o quadro Mona Lisa
·
O Montmartre - uma área histórica da cidade, onde se
localiza a Basílica de Sacré Cœur, e famosa pelo seus cafés, seus estúdios e clubes noturnos, como o Moulin Rouge.
·
A Catedral de Notre-Dame - famosa catedral gótica localizada no centro da cidade
·
O Quai d'Orsay - um cais na margem esquerda do Rio Sena.
·
O Museu de Orsay - Museu que reúne importante coleção de arte impressionista e foi, no passado, uma estação de trem. Com
a sua desativação, foi quase demolida, mas por protestos foi transformada em
museu.
·
O Cemitério do Père-Lachaise, onde estão enterradas pessoas famosas como Oscar Wilde, Jean-François Champollion, Édith Piaf, Chopin, Allan Kardec ou ainda Jim Morrison.
·
O Hôtel
des Invalides, museu e
necrópole militar
·
La Défense - o centro financeiro de Paris, a oeste da
cidade.
·
O Palácio de Versalhes - localizado na cidade de Versalhes, a maior atração turística do mundo. Construído
por Luís XIV para abrigar toda a corte, designava o
poder, a glória e a riqueza do Rei Sol (Luís XIV)
·
Disneyland Resort Paris - Complexo turístico do conglomerado Disney
contendo várias opções de entretenimento incluindo dois parques multitemáticos,
Disneyland e Walt Disney Studios. Localizado em Marne-la-Vallée (subúrbio de
Paris) é a atração turística mais visitada da Europa, atraindo 12,4 milhões de
visitantes só em 2004.
·
L'Hôtel
de Ville -
Sede da prefeitura de Paris. Além de possuir uma arquitetura peculiar francesa,
esbanja luxo e riqueza em cada detalhe.
·
O Moulin Rouge - Antigo cabaré utilizado para divertimento
dos franceses em relação às francesas que ali trabalhavam. Hoje usado como
ponto turístico.
Arquitetura e
monumentos
Os monumentos
mais célebres de Paris datam de épocas diversas. Eles com frequência se
encontram ou no centro ou nas margens do Sena. Os cais do Sena que ficam entre a Pont
de Sully au Pont
de Bir-Hakeim constituem
uma das mais belas paisagens fluviais urbanas e fazem parte do patrimônio
mundial da UNESCO. Ali se encontram, a leste e a oeste: a Notre-Dame,
o Louvre, os Invalides, aPonte
Alexandre III, o Grand Palais, o Museu do Quai Branly, a Torre Eiffel e o Trocadéro. Mais para o leste, importantes edifícios
importantes foram construídos (o Ministério das Finanças, a seção François
Mitterrand da Biblioteca Nacional da França etc.).
Acham-se na Île
de la Cité vários
monumentos antigos e simbólicos. A Catedral Notre-Dame, de estilo
gótico, cuja construção se
deu principalmente do século XII ao XIII, sofreu uma grande restauração no século XIX e teve sua fachada ocidental limpa no fim do século XX. Ela é o centro simbólico de Paris, a
partir do qual medem-se as distâncias das rodovias da França. O antigo palácio
da Conciergeriefoi a sede do poder real até o reino de Carlos
V, na segunda metade do século XIV. Desde então, uma parte do prédio já foi
usada como prisão, e tinha a fama de ser a última morada antes da execução de
várias personagens ilustres do Antigo Regime e da Revolução
Francesa. A Sainte-Chapelle, construída perto da Conciergerie, é
considerada uma obra-prima da Arquitetura gótica. A Pont Neuf, na extremidade ocidental da ilha e datando
do fim do século XVI, é a mais velha ponte intacta de Paris.
Vários
monumentos de estilo clássico igualmente deixam sua marca no centro de
Paris. A capela da Sorbonne no coração do Quartier Latin, foi erguida no início do século XVII. O Louvre, residência da realeza, foi embelezado no
século XVII e retocado muitas vezes mais desde então. O Hôtel
des Invalides, com seu
famoso domo dourado, foi erigido no fim do século XVII nos subúrbios da cidade
por Luís
XIV, que estava ansioso por
oferecer um hospital para soldados feridos. Ele abriga desde 15 de dezembro de 1840 as cinzas deNapoleão
Bonaparte e
também sua sepultura desde 2 de abril de 1861.132 O Panteão, edificado no fim do século XVIII próximo à Sorbonne, tornou-se sob a Revolução um templo civil onde franceses ilustres
estão enterrados.
O patrimônio do século XIX é muito abundante em Paris, a saber, o Arco do Triunfo, os passeios cobertos, o Palácio Garnier (construído desde o fim do Segundo Império até o início da Terceira República e que abriga a Ópera de Paris)
e a Torre Eiffel (construção "provisória" erguida
por Gustave Eiffel para a Exposição Universal de 1889, mas que nunca chegou a ser desmantelada). A torre virou o emblema de
Paris, visível da maioria dos bairros da cidade e até mesmo dos subúrbios
próximos.
Ao longo do século XX, os melhores arquitetos semearam as ruas de
Paris com suas realizações: Guimard, Charles Plumet133 e Jules Lavirotte, verdadeiras referências
da Art nouveau na França, seguidos pelas realizações de
Robert Mallet-Stevens, Michel Roux-Spitz,Dudok, Henri
Sauvage, Le Corbusier, Auguste Perret, etc. durante o período entre-guerras.
A arquitetura
contemporânea é representada em Paris pelo Centro Georges Pompidou, edifício dos anos 1970 que abriga o Museu Nacional de Arte Moderna assim como a Biblioteca Pública de Informação, uma biblioteca pública de acesso livre.
Não menos importantes são o Instituto do Mundo Árabe aberto em 1987 e as importantes realizações idealizadas
pelo presidente François
Mitterrand: a Biblioteca Nacional da França no novo bairro Paris Rive Gauche em pleno desenvolvimento, a Ópera Bastille
e, provavelmente a mais célebre, a Pirâmide
do Louvre, obra do
arquiteto Ieoh Ming Pei erigida no pátio principal do Louvre. Mais recentemente, o Museu do Quai Branly, ou Museu das Artes e Civilizações de África, Ásia, Oceania e Américas
desenhado por Jean Nouvel e inaugurado em 2006,
veio enriquecer ainda mais a diversidade arquitetural e cultural da capital.
É no pátio do
Louvre que se inicia o eixo histórico de Paris: trata-se de um alinhamento
monumental de edifícios e de vias de comunicação que partem do coração da
cidade para a direção oeste. Ele começa na estátua de Luís
XIV no
pátio principal do Palácio do Louvre e continua através do jardim das Tulherias, da Praça
da Concórdia, dos Champs-Élysées e termina no Arco do Triunfo no meio da Praça Charles de Gaulle (antiga Praça de l'Étoile). A partir dos anos 1960, a perspectiva do eixo foi prolongada mais
para oeste pela construção do bairro de negócios de La Défense, onde se situa a maior parte dos arranha-céus da área urbana parisiense. A perspectiva
recebe o toque final em 1989 com a construção do Grande Arco de la Défense.
A Torre
Montparnasse e a Basílica de Sacré Cœur no topo da colina Montmartre são, por sua altura, importantes pontos de
referência no céu parisiense. Essa última é um dos locais emblemáticos de Paris
e recebe visitantes em grandes números, em particular, nos
arredores da Praça do Tertre onde há várias pinturas e caricaturistas.
Nos anos 1960, o
ministro de assuntos culturais André Malraux lançou uma grande campanha de restauração
das fachadas, sobre
o que comentou o cineasta François
Truffaut: "Desde o
branqueamento de Paris, tornou-se dificílimo mostrar como era a Paris de antes.
Parques e jardins
Acham-se jardins
antigos no coração de Paris, como o das Tulherias e o de Luxemburgo. O Jardim das Tulherias foi criado no século XVI, sobre a margem direita do Sena,
próximo do Louvre, para o palácio epônimo que não perdura até
os dias de hoje. O Jardim do Luxemburgo, sobre a margem esquerda, era outrora uma dependência privada do
castelo construído por Marie
de Médicis, em cerca de1625.
O Jardim das Plantas, instituído por Guy de La Brosse, o médico de Luís
XIII, para o cultivo de plantas medicinais, foi o primeiro parque
público de
Paris.
É todavia ao Segundo Império que os jardins parisienses devem o essencial
da sua atual fisionomia. A criação de espaços verdes foi uma faceta importante
da política de aeração da cidade, cuja população crescia e se amontoava
rapidamente. Sob a direção do engenheiro Jean-Charles Alphand e do paisagista Jean-Pierre Barillet-Deschamps, deu-se à luz um novo tipo de jardim. O Bosque de Bolonha e o Bosque de Vincennes, então no exterior
de Paris, foram remanejados: situados respectivamente no extremo oeste e no
extremo leste de Paris intra-muros, eles constituem hoje, e de longe, os mais
extensos espaços verdes da cidade. Certos jardins do centro foram reformados.
Foram criadas praças de bairro. Nos bairros mais novos, planejaram-se importantes
parques. O Parque Monceau, o Parque Montsouris e o Parque das Buttes-Chaumont]]
foram concebidos pelo engenheiro de Napoleão III.
Desde a década
de 1980, vários espaços verdes foram criados em terrenos desativados. O Parque
da Villette, imaginado pelo
arquiteto Bernard Tschumi no local dos antigos matadouros de Paris, é
hoje o maior parque do intra-muros. Durante a década de 1990, o Parque de
Bercy, o Parque de Belleville e outros foram fundados. A periferia da cidade ao
longo da antiga linha férrea circular foi igualmente embelezada por jardins
familiares ou educativos. Os jardins de Éole inaugurados em 2007 é o parque
mais importante criado em Paris na década de 2000.
Cemitérios
Os principais
cemitérios parisienses se situavam na periferia da cidade quando da sua criação
em 1804 sob Napoleão
I. Muitas igrejas de Paris
possuiam igualmente seus próprios cemitérios, mas no fim do século XVIII, decidiu-se fechá-los por razões de
salubridade. Todas as ossadas contidas nos cemitérios paroquiais suprimidos em 1786 foram transferidas para dentro das antigas
pedreiras subterrâneas no exterior das portas meridionais de Paris. A entrada
para o ossuário municipal fica na Praça Denfert-Rochereau, no 14° arrondissement.
Nos nossos dias, essas pedreiras são conhecidas como as catacumbas
de Parisf
.
Se bem que desde
então a extensão de Paris haja englobado todos esses antigos cemitérios, eles
se tornaram oásis de tranquilidade muito apreciados cercados por uma cidade
vibrante. Numerosas grandes figuras acharam seu descanso final no Cemitério do Père-Lachaise. Outros cemitérios importantes são o de Montmartre,
o do Montparnasse, o de Passy e as catacumbas de Paris.
Novos cemitérios
foram criados de fora dos muros no início do século XX, sendo os maiores: o Cemitério Parisiense
de Saint-Ouen, o Cemitério Parisiense de Pantin, o Cemitério Parisiense de Ivry
e o Cemitério Parisiense de Bagneux.
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